quinta-feira, 30 de outubro de 2014

La Folie (Ericeira)

Um restaurante no centro da Ericeira, que já foi um restaurante italiano/pizzaria e que agora se anuncia como um Bistro. Bem, na verdade, e após a primeira passagem de olhos pela ementa, parece continuar a ter o mesmo conceito onde foram adicionados alguns pratos mais diversificados. Mas a primeira passagem pela ementa não é suficiente para nos ajudar a decidir seja o que for porque a lista é um tanto ou quanto extensa com tanta coisa que eles desejam inserir na ementa.
Mas lá acabei por decidir, meio duvidoso ainda, sem muita certeza do que me apetecia comer ou que tipo de cozinha achei que melhor poderia ser desempenhada, pelo Stir-Fry de Atum, um prato cozinhado no Wok com Arroz, Brócolos e Cogumelos Frescos.


Apesar de as expectativas não serem muito altas, ainda assim não deixou de ser um prato que me surpreendeu pela positiva. O arroz vinha cozinhado na perfeição, com um molho de Soja e Gengibre que envolve todo o prato, funcionando na perfeição para juntar todos os elementos e ainda com um bocadinho de malagueta finamente cortada a dar uma componente ligeiramente picante muito interessante. Bons brócolos, pouco cozinhados, a oferecerem a resistência ideal ao dente e bem acompanhados pelos cogumelos frescos salteados. Mas o que mais me surpreendeu foram os cubos de atum, que apesar da sua dimensão mais diminuta, vinham bem cozinhados, com o seu interior ainda cru.


Para finalizar a refeição, um Tiramisù com pouca história. Agradável, fresco mas sem deslumbrar ou encantar por demasia.

La Folie
Ericeira, Portugal
Preço Médio: < 30 €

terça-feira, 28 de outubro de 2014

HotDog Cascais (Boca do Inferno)

Reza a lenda que os melhores cachorros de Cascais (e depois de Lisboa) nasceram de uma pequena carrinha instalada, desde o final dos anos 80, no Mexilhoeiro, entre a Casa da Guia e a Boca do Inferno. Foi depois aberto um espaço no Centro Comercial Riyadh para poder alojar uma loja dedicada a estes mesmo cachorros! Do conceito desta loja Hot Dog Cascais, nasceu outra em Cascais, a Hot Dog da Villa (na rua do Santini), e posteriormente a criação da marca Hot Dog Lovers, já em Lisboa, sendo que nenhum dos dois espaços posteriores têm qualquer relação com a loja original.
A popularidade manteve-se e a carrinha ainda lá está, ao fim destes anos todos. Se o dia estiver bom, e o sol brilhar, irão encontrar esta carrinha com uma esplanada, que tem uma das melhores vistas da Linha, e alguns dos melhores cachorros que irão comer em Portugal.


Na minha mais recente visita decidi experimentar o Chilly Dog, um cachorro com a típica salsicha, cebola, batata palha e chilli picante. O pão é de uma qualidade fantástica, feito exclusivamente para estes cachorros, mas este não é, para mim, o aspecto principal destes cachorros. Gosto da forma como a doçura da cebola joga com o picante do chilli e a batata frita dá-nos mais um nível de textura. Gosto da simplicidade de estar sentado numa esplanada a olhar para o Oceano Atlântico e poder desfrutar de algo simples e saboroso.
Até pode não ser o melhor cachorro do mundo, ainda que bastante bom, mas a forma como a experiência se reflecte em nós não é só devido ao sabor da comida. Experimentem isto, vão fazer praia para a zona de Cascais ou Guincho e ao fim da tarde, antes de irem para casa, passem na Boca do Inferno e experimentem um dos cachorros... vão ver que não se vão arrepender!

HotDog Cascais
Cascais, Portugal
Preço Médio: < 10 €

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Uma viagem pelo sushi ou o porquê de não querer voltar ao Nagoya (Oeiras)

Acredito que alguns de vós irão acabar de ler este artigo com uma enorme vontade de me chamar "food snob" ou algo do género. Sei também que existem muitos fãs do(s) Nagoya(s) por aí fora, e este artigo é especialmente para vocês. 
Existe toda uma evolução natural para quem começa a comer sushi. Primeiro pensamos que peixe cru é esquisito. Não o queremos, preferimos até repudiar e dizer que gostamos da nossa comida cozinhada. Mas na verdade não fazemos a mínima ideia do que falamos. Achamos até que o sushi cheira a uma praça ao sábado de manhã. Mas temos uns amigos que gostam de sushi e até já há uns restaurantes que têm buffet de comida chinesa e japonesa, por isso já podemos ir com os nossos amigos e eles vão comer sushi enquanto nos refugiamos na comida chinesa, ou até no teppanyaki.
Mas já agora porque não provamos? Tiramos meia dúzia de rolos que os nossos amigos dizem estar "muita" bons. A maior parte não nos agrada, apenas um ou outro parecem provocar de forma positiva o nosso palato. Mas também não é assim tão mau, pois não? Depois começamos a descobrir que não são só os restaurantes chineses que servem sushi em grandes quantidades e baixos preços. Existem também alguns restaurantes como o Sakura ou o Nagoya, espalhados um pouco por toda Lisboa.
Começamos a experimentar coisas diferentes, a maior parte com queijo Philadelphia, e começamos a achar mais piada. Até existem algumas coisas com gambas panadas ou pele de salmão grelhada! Uau, afinal isto é bom. Ainda não achamos uma piada por aí além a coisas mais simples como sashimi, nigiri e hosomaki e, sinceramente, não sabemos bem o que estes nomes significam. Mas aqueles rolos com o arroz por fora, morango, salmão e queijo eram fantásticos! E começamos a ficar viciados. Rapidamente precisamos da nossa dose mensal de sushi, e arranjamos um destes sítios para nos satisfazer.
Mas queremos mais. Há restaurantes que praticamente só servem sushi de fusão e é isso mesmo que nós gostamos. São restaurantes mais caros do que o que estamos habituados mas queremos experimentar para perceber se a diferença de preço vale a pena. E é aqui que iremos seguir por um de dois caminhos. Ou não queremos dar este passo e estamos satisfeitos com a qualidade do sushi que comemos nesse momento, ou então vamos continuar à procura da melhor qualidade porque a ânsia de comer melhor sushi é grande.
Os restaurantes que começamos a frequentar têm a possibilidade de pedir combinados de sushi e sashimi. Apesar de não sermos grandes fãs de sashimi, começamos a ganhar-lhe gosto. E a diferença entre estes restaurantes de sushi e os que frequentávamos anteriormente? Abismal! O peixe é muito mais fresco e isso nota-se na textura e sabor. Começamos até a reparar em pequenas nuances como a qualidade do arroz, da alga ou da soja, Isto sim é sushi, pensamos nós. Habituamo-nos a novos padrões de qualidade, aprendemos a distinguir os diferentes tipos de peça e até começamos a pedir cada vez mais sashimi, havendo sempre uma preferência pelo peixe A ou B. 
Era mais ou menos neste ponto da viagem que me encontrava da última vez que fui ao Nagoya de Oeiras. Aproximava-se a hora de almoço e andava já com algumas vontades de sushi. Para não se gastar mais 4 ou 5 euros por pessoa, optámos por voltar ao Nagoya e assim poder saciar a nossa fome com muita quantidade e qualidade média. Mas as coisas já não funcionam assim. Fazemos toda a refeição no Nagoya com a clara sensação que este restaurante já não serve para as nossas necessidades. Nem  o preço baixo ou a possibilidade de comer tudo o que desejarmos é suficiente para compensar a qualidade medíocre de todos os aspectos do sushi que pedimos. Peixe de fraca qualidade, excepto o salmão. Arroz excessivamente compacto e sem sabor. Os rolos mais originais a apresentarem-se com peças inconsistentes e enjoativos no meio de tanto molho e mistura. 




Saio do restaurante com um desejo que não foi aplacado. Há apenas uns anos atrás este restaurante teria sido mais do que suficiente para eu ficar satisfeito e sentir que tinha recebido a minha dose mensal de sushi. Mas as coisas mudam e esta viagem parece-me ser quase inevitável para toda a gente que, como eu, está sempre à procura de melhor qualidade nas suas refeições. 
Se ainda não começaram a comer sushi, podem começar por este tipo de restaurante, sendo que a minha preferência vai claramente para o Sakura. Se já passaram esta fase, então tudo o que leram até agora não foi novidade nenhuma. Mas se se encontram neste tipo de caminho, vão por mim e comecem a procurar novos restaurantes. Por mais meia dúzia de euros conseguimos já boas opções para almoçar ou jantar!
Eu não sei bem em que ponto me encontro, mas sei que tenho ainda um longo caminho a percorrer. O último passo foi experimentar fazer sushi em casa. Se foi bom? Mau não foi. Para uma primeira vez até fiquei bastante satisfeito, mesmo com alguns erros cometidos quanto ao arroz. Deu, pelo menos, para acalmar a chama que o Nagoya não conseguiu apagar.




Podem agora chamar-me "food snob" se quiserem, mas acredito piamente que o gosto pelo sushi é um gosto que se vai adquirindo e refinando. Temos que saber por onde começar e que caminho seguir. Se tivermos alguém que nos possa guiar por estas andanças melhor ainda. Mas não desistam se não gostarem da primeira vez que experimentaram sushi. Tentem antes descobrir quais serão os restaurantes que têm sabores que mais irão de encontro às vossas preferências. Normalmente estes restaurante serão restaurantes de fusão, mas procurem um que seja bom e que tenha boas críticas online, por exemplo. O gosto pelo sushi é uma porta difícil de abrir, mas quando o conseguimos fazer é todo um caminho desbloqueado para novos sabores e experiências.

Nagoya
Oeiras, Portugal
Preço Médio: < 20 €

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Bistrot O Porto (Tavira)

Tavira, como qualquer cidade algarvia que se vê preenchida por milhares de turistas nos meses de Verão, tem opções de todo o género para jantar, com boas e más opções, e algumas, como o Bistrot O Porto, fugindo ao tradicional restaurante algarvio, apostando em cartas simples, de influências mediterrânicas, com produtos frescos e muitas vezes locais. Ou seja, um bom porto de partida para novas experiências.
Perto do cais de partida do barco para a Ilha de Tavira, a escassos metros do antigo (e restaurado) Mercado de Tavira, fica um restaurante pequeno e com um aspecto acolhedor. Ao entrar, rapidamente reparamos na ementa escrita na ardósia, descrevendo os pratos através dos seus ingredientes, sem grandes floreados e tentando transmitir a simplicidade da sua cozinha.
Enquanto esperávamos que nos recebessem, o que demorou mais tempo do que seria expectável parecendo que os empregados passavam por nós sem repararem, ou havendo até empregados encostados ao balcão, o que nos levou a crer que seria tudo menos um funcionário, pudemos interiorizar o espaço e começar a ler o menu. O serviço em si foi um pouco lento e despreocupado durante toda a refeição. Mas essa espera teve um aspecto positivo, pois permitiu-nos ler e reler a ementa, sendo que quando finalmente nos sentámos e trouxeram a ementa, já não precisámos de olhar para ela pois já tínhamos escolhido.
Para começar, uns refrescantes Figos Recheados com Requeijão e Presunto. Uma combinação agradável entre a (não excessiva) doçura dos figos e do requeijão, com o salgado do presunto, este fatiado de forma um pouco mais grossa que o desejável. O prato ficaria completo com umas folhas de rúcula, de sabor forte e apimentado, bastante diferente da rúcula que habitualmente nos servem e, por isso mesmo, um ingrediente bastante interessante.


A ementa levou-me a desejar pratos simples e a escolha para prato principal acabou por recair numa Pasta com Molho de Tomate, Feta e Pecorino. Bastante simples, de bons sabores, com um "feeling" leve onde fiquei a desejar que houvesse um pouco mais do molho de tomate e que este tivesse um pouco mais de acidez. Ainda assim, um bom prato, simples e com bons ingredientes. Provei ainda a Pasta com Choco com um fantástico tagliatelle caseiro, fino e leve.


Cheguei ao fim da refeição a sentir-me saudável e até um pouco leve. Para que voltasse a sentir-me normal decidi pedir o Cheesecake para a sobremesa. Mas até este cheesecake é diferente dos restantes, não deixando de quase parecer saudável. Sendo um cheesecake cozinhado, não perdeu a leveza e doçura do creme, aliando a isso uma base. Em vez do tradicional topping, este cheesecake vinha acompanhado com uma metade de pêssego em calda e uma calda de pêssego, funcho e mel (pelo menos foi o que me foi dito pela senhora que nos estava a atender). Uma boa combinação de sabores e um bom culminar de refeição, a demonstrar uma consistência notável na ementa ao longo de toda a refeição, tanto ao nível da confecção como na lógica de ter pratos que combinem bem entre si.


Um bom restaurante, fiel aos seus princípios e aos produtos frescos e de qualidade. Preços justos e adequados à ementa, com a componente mediterrânica a sobressair. Mesmo para quem gosta, como eu, de grandes quantidades de carne e/ou peixe, deixem-se levar pela cativante e interessante ementa.

Bistrot O Porto
Tavira, Portugal
Preço Médio: < 30 €

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Zomato Foodie MeetUp @ Caseiro (Arneiro)

Parece que a cada post que faço acabo por falar na Zomato, mas a verdade é que a forma como andam a dinamizar a comunidade foodie, promovendo vários convívios que dão a oportunidade de trocar ideias com outros amantes de comida e, no meu caso, poder conhecer algumas pessoas cujos blogs já seguia, é única no país e merece ser referenciada.
Desta vez o convívio, e respectivo jantar, foi no Caseiro Arneiro, um restaurante já meu conhecido e que aprecio bastante. Uma excelente escolha para carne ou peixe, sempre com bons produtos e bem confeccionados! Podem verificar a minha review Zomato que contém algumas fotos.
Para este evento, foi-nos reservada uma mesa de canto na sala do piso inferior, onde poderíamos também desfrutar de alguma música de piano ambiente, com um senhor que passou a ser apelidado de "Tony Bennett Português" a cantar. Tinha-me ficado bem só com o piano, acabando os dotes vocais do senhor por não ajudar ao ambiente de conversa que se proporcionava na mesa. Uma nota negativa também para os organizadores do espaço que utilizam um sofá bastante desagradável, ao longo da parede, para acomodar os comensais. Muito desconfortável para fazer uma refeição inteira.

Foto cedida por Zomato e tirada por Dora Carrilho
Mas somos foodies e o que queremos é comer, não sem antes a característica foto do prato, que neste caso foi replicada por toda a mesa. Acaba por se tornar engraçado, uma mesa de 12 pessoas onde todos tiram a foto à travessa à vez, passando a travessa uns aos outros, não para nos servirmos, mas para tirarmos uma foto.
Uma generosa travessa de Arroz de Tamboril, com bom caldo, bastante saboroso e os pedaços de tamboril cozinhados na perfeição sendo bem acompanhados por umas gambas de tamanho médio. Também o arroz não falhava no ponto de cozedura, tornando o nível de confecção de todos os componentes do prato acima da média.


Já a sobremesa não deslumbrou tanto como o prato principal. Um semifrio de nata com chocolate (penso que seja a Delícia de Chocolate à Caseiro) derretido por cima. Simples de sabores e relativamente agradável, mas não seria uma sobremesa que repetisse.


Mas, como os anteriores Foodie MeetUp onde tive a oportunidade e prazer de estar presente (Via Graça e Faz Figura), estes eventos valem principalmente pelo convívio e boa disposição que rodeiam a mesa. Para mim, que já tinha experimentado o Caseiro, achei que o prato servido foi um bom "cartão de visita" e que deixou curiosidade de voltar às restantes pessoas. Mas, para um Foodie MeetUp, e comparando com aqueles em que estive anteriormente, seria de esperar um pouco mais de atenção por parte do restaurante, dando a conhecer a sua história e tentando cativar-nos a todos a voltar e recomendar.

Foto cedida por Zomato e tirada por Miguel Alves Ribeiro
Para mim, continua a ser uma referência de qualidade para jantares de família, com fantásticas opções de carne e de peixe, mas passarei a recomendar a sala de cima apenas, que é mais agradável (depois de ultrapassarmos a cor forte).

Caseiro Arneiro
Arneiro, Portugal
Facebook
Site
Preço Médio: < 20 €

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Solar dos Pintor (Loures)

A Zomato entrou na vida dos foodies em Portugal e rapidamente marcou a sua posição, tanto pela qualidade que apresentam no seu produto, como pela forma como mimam os seus utilizadores mais frequentes com coisas como os Foodie Meetup ou uns convites que nos enviam para irmos experimentar alguns restaurantes, como foram os casos que já relatei do Vasku's Grill ou do Dom Henrique
Desta vez, a Zomato decidiu presentear-me com a oportunidade de conhecer um restaurantes perdido nos arredores de Loures, o Solar dos Pintor. Claro que tratei de fazer a minha investigação sobre o que esperar do restaurante e encontrei algumas coisas interessantes que, felizmente, acabaram por se revelar verdadeiras.
Mal entrámos, a primeira pergunta que nos fizeram foi "Que vinho vão desejar beber a acompanhar a refeição?". Isto deixou-nos um pouco surpreendidos mas, sabendo de antemão que a casa tinha uma boa garrafeira, preferimos deixar nas mãos da nossa anfitriã a escolha do vinho. E foi assim que veio para a mesa uma garrafa de um vinho produzido a apenas 1 Km do restaurante, um tinto Quinta das Carrafouchas de 2009. Óptima recomendação, servido a boa temperatura e que acompanhou bastante bem a refeição. Não me alongo muito mais sobre isto porque não é uma área da qual perceba muito.


A primeira coisa que nos salta à vista na ementa que nos trazem é a pouca variedade de oferta, com cerca de 6 pratos principais, algumas entradas e pouco mais. Outra coisa em que logo se repara é o preço dos Pratos do Dia (6€), deixando antever uma refeição barata. Não sei se existem outras opções, pois a ementa que nos foi entregue não mencionava mais nenhuma e, sinceramente, não tivemos curiosidade em perguntar.
Na mesa, apresentam-se uns Salgados de fritura irrepreensível. Os pastéis de bacalhau fantásticos, com boa proporção dos ingredientes, sendo o bacalhau a estrela mas sempre bem acompanhado da batata e da cebola. Já os rissóis, apesar da já referida fantástica fritura, tinham um recheio menos interessante, com apenas creme de marisco mas sem qualquer amostra de criatura, seja camarão ou qualquer outro animal marinho.


Chega então a primeira entrada, um prato de Enchidos Mistos, mas que na verdade continha apenas chouriço de sangue. Ainda que fosse um enchido muito bom e saboroso, sentimos falta da variedade esperada, para podermos variar e para que não se tornasse muito enjoativo. Os grelos ajudaram a contrabalançar os sabores fortes do chouriço.


Pedimos ainda a Canja de Pato, uma sopa a lembrar as da avó. Caldo simpático ainda que pudesse ser mais apurado, com o arroz cozido na sopa, sendo este o pormenor que mais me recorda as sopas das avós, e com a carne desfiada a ser substituída pelos miúdos da ave, uma preferência que foi crescendo em mim com a idade. 


Tendo pedido dois pratos principais para dividir, foi-nos prontamente sugerido que estes viessem separadamente para termos tempo para os apreciar à vez. Assim chegou o prato de peixe, a Dourada Grelhada, com um ponto de grelha impecável. Adoro quando o peixe vem escalado e com uma crosta junto à espinha, que retiramos, trincamos com a dose de prazer semelhante a quando atacamos a pele de um frango assado, e depois nos é revelada toda uma quantidade de carne suculenta por baixo. Eu sei que é estranha a comparação entre uma dourada grelhada e um frango assado, mas faz algum sentido.


Mas o prato que mais marcou foram as Burras à "Pintor". Estufadas até se poderem comer à colher e com bastante sabor, apenas mereciam umas batatas fritas melhores. Tive pena que este prato chegasse só no fim da refeição, quando já estava completamente cheio. Só por esse motivo, a travessa não foi completamente vazia para a cozinha. Por estas bochechas vale a pena toda a travessia até Santo Antão do Tojal.


Não havendo espaço para a sobremesa, pedimos, com os cafés, uma das imagens de marca da casa, as Queijadas de Leite ou Manjoeiros. Macias, húmidas, de comer e chorar por mais. Um culminar fantástico para uma refeição muito boa. Com o café tivemos a oportunidade de falar com a dona (e responsável pela cozinha), que tinha o interesse de saber o que tínhamos achado, pedindo desculpa pela demora dos pratos, pois a sala estava cheia, e pedindo desculpa pela falta de variedade no prato de enchidos, pois tinham acabado durante o almoço.


Este é realmente um recanto perdido, com boa comida, boa bebida e que só peca por ser tão longe, mas é claramente um espaço merecedor de uma visita. Uma casa humilde, de comida honesta, saborosa e caseira. 
Se forem um grupo grande, o estabelecimento tem uma sala onde realizam jantares de grupos mais reservados e até provas vínicas.

Solar dos Pintor
Santo Antão do Tojal, Portugal
Preço Médio: < 20 €

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Lisboa Restaurant Week - 16 a 26 de Outubro 2014

Mais uma Lisboa Restaurant Week, desta vez a decorrer entre 16 e 26 de Outubro! Uma iniciativa sempre louvável para quem quer apreciar restaurantes mais caros, num formato mais económico. Por 20€ (19€ pelo menu + 1€ para caridade, bebidas não incluídas) poderão ter a oportunidade de provar um menu completo (entrada, prato e sobremesa) previamente definido pelo restaurante.


À semelhança do que fiz no passado decidi rever os menus e dar a minha breve consideração sobre os que me parecem mais interessantes no seu todo. Desde já menciono que existem vários menus que estiveram quase a entrar nesta lista, mas apenas quis considerar aqueles que me pareceram merecedores de destaque nas 3 componentes (entrada, prato e sobremesa)! Para os que ficarem realmente interessados em experimentar este conceito, consultem detalhadamente o site oficial porque nalguns restaurantes o menu não se encontra disponível para todas as refeições, podendo até variar entre o almoço e o jantar. Esta lista não foi fácil de elaborar e confesso que não me importaria de experimentar quase todos os restaurantes mas prefiro salientar apenas os que achei mais interessantes, dando a hipótese de menu que seria mais provável eu pedir.

- Volver by Chakall - ‘Carpaccio’ de pêra, queijo gorgonzola, pinhões e pimenta rosa + Barriga de porco crocante com ‘gremolata’ de hortelã + ‘Cheesecake’ de iogurte com compota de maracujá e lavanda
- Eleven (já esgotado) - Creme de castanha com cogumelos + Pescada assada com puré de aipo, cogumelos salteados e molho de boletos + Biscuit de pistachio com cremoso de cassis e seu sorbet
- Come Prima - Bruschette al pomodoro e basilico e Olio d'oliva biologico e pane fatto in casa nel forno a legna (couvert) + Beringelas panadas, tomate, “Parmigiano Regiano” DOP no forno a lenha + Tagliatelle della casa + Dolce della Casa
- Spazio Buondi / O Nobre - Canelone de courgette e salmão da Noruega marinado com salada de funcho e amêndoas crocantes + Empada de vitela Transmontana com cogumelos e salada da estação + Crumble de marmelos e especiarias com gelado de eucalipto
- Colares Velho - Pão de Forma Saloio, Manteiga Aromatizada com Ervas de Cheiro, Azeitonas Temperadas à Alentejana, Saladinha de Tomate com Oregãos, Tostinha com Sabores da Terra e do Mar (couvert) + Croquetes de Alheira Servidos com Salada Biológica molho de Iogurte Aromatizado com Hortelã + Empada de Aves, Servida com Legumes Salteados + Tarte de Chocolate Branco com Frutos do Bosque + A Pérola de Colares (com o café)
- XL - Misto de entradas composto por: Ovos á professor, cogumelo recheado panado com molho dip, gamba despenteada com molho de manjericão e lima e queijo camembert panado com molho de framboesa + Soufflé XL (Espinafres com Queijo Mozzarella) + Crocante de chocolate com praliné de amêndoa
- Casa da Dízima - Bombons Crocantes de Farinheira de Porco Preto, Grelos e batata-doce + Tranche de Peixe-Galo Corado em Azeite de Crustáceos com Risotto de Tangerina + Folhado Estaladiço de Maça Com Gelado de Canela
- Flores do Bairro - Creme de milho com presunto e coalhada de leite + Goraz com choco, batata-doce e tapioca + Creme de caramelo com banana e café
- 1300 Taberna - Sopa de tomate, ovo escalfado, pão do nosso torrado + Cachaço de porco com duas noites de forno, espuma de aipo, marmelos + Double cheese(cake) de citrinos
- Lawrence's Hotel - Creme de cogumelos com tomilho + Lombinhos de Salmão Corado com Risotto de Mexilhão em Creme de Caril e Manga + Tarte Folhada de Maça com Coulis de Caramelo
- Monserrate - Sopa de cebola roxa gratinada com cogumelos e parmesão + Tornedó de novilho salteado com vieiras e risoto de legumes + Pastel de abóbora gila com carpaccio de abacaxi
- AdLib - Picknick (ovo 63.5º, cebola e batata crocante e salmão) + Tweety (frango do campo, polenta, empada, mozzarella e caril) + Moulin Rouge (morangos, merengue e couli)
- Substância - Farrafusa Atomatada com Ovo e Queijo de Cabra + Peito de Pato com Arroz Cremoso de Citrinos e Tosta de Paté de Figado à Substancia + Pudim Abade de Priscos com mousse e espuma de Toranja e crocante de Laranja

Tentei cortar um número razoável de restaurantes (escolhi 12 em 64 restaurantes disponíveis até ao momento), e se tivesse sido (pouco) menos criterioso facilmente esta lista teria facilmente duplicado ou triplicado. Mas o melhor é verificarem por vocês próprios os vários menus, bastando para isso aceder ao site oficial do evento.
De 30 de Outubro a 09 de Novembro irá decorrer a Porto Restaurant Week, mas ainda não sei se farei post específico para esse evento.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Sem Espinhas Manta Lounge (Manta Rota)

Há restaurantes que ambicionam ser tudo, com um ambiente moderno (é uma espécie de bar de praia mas com pinta), uma ementa que tem de tudo um pouco (começo a achar que o sushi está demasiado na moda!) e um nome pomposo (tem Lounge no nome, que mais é preciso dizer?) mas que na verdade não são tão bons como se fazem passar, sobrevivendo e até prosperando por terem fantásticas localizações e aproveitando o boom que são os meses de Verão. 
O Sem Espinhas Manta Lounge, infelizmente, acaba por cair nestes pontos, tornando-se um restaurante pouco acima do medíocre, mas com uma grande localização e um espaço, que apesar de bom, me pareceu mal organizado para grupos um pouco maiores. Fui lá num almoço de grupo, onde se pediu que fosse colocado um lugar extra, ao qual o serviço simpaticamente correspondeu. Mas o problema era a localização da mesa, junto de duas grandes portadas que são constantemente usadas pelos empregados para acesso à esplanada. Entre o vento que entrava por uma (e que mais tarde se conseguiu fechar) e a outra portada que ficava bastante à justa para que os empregados conseguissem fazer o seu trabalho sem estorvar quem lá se encontrasse. Um pequeno problema de organização, mas nada de muito grave. Bem, já me alonguei demais sobre aspectos menores, porque na verdade a empregada que nos estava a servir foi bastante simpática. Passemos ao que é importante, a comida!


O Bife de Atum Grelhado com Pimenta e Ervas deixou-me alguns sentimentos contraditórios, muito por culpa de um fantástico bife de atum que tinha comido em casa apenas alguns dias antes. O atum fresco nesta zona é realmente do melhor que se pode encontrar em Portugal, e acredito que no mundo também, seja nos restaurantes ou no mercado local. E a qualidade deste era realmente fantástica. Mas o problema está na confecção do produto. O bife veio médio-bem mas, felizmente, nada seco. Os acompanhamentos são simpáticos e acabam por complementar bem o prato. Mas o maior erro aqui encontrado foi a diferença entre aquilo que é descrito pela ementa e aquilo que chega no prato.




Só à primeira vista, não vejo "Bifinhos" nem nada que esteja cortado muito fino, mas enfim... não é muito grave. Grelhado, check. Pimenta e Ervas? Sim, talvez, não sei, pode haver a possibilidade de ter tido uma pequena esfregadela de uma mistura do género, mas nada que deixasse grande sabor no bife, muito menos sendo "enrolado em". Apenas o "toque agridoce de alfarroba" me pareceu estar presente no molho adocicado que é colocado por cima do bife. Toque esse que não me convence totalmente devido ao doce que se revelou, mas que não é mau nem enjoativo, deixando-me sem saber bem o que achar deste pormenor.


A sobremesa foi fácil de escolher. Um Petit Gâteau de Limão Merengado? Claro que vou ter que experimentar isso!


"Olhe, faz favor, este é o petit gâteau de limão?"
"Sim, é. Vários clientes fazem a mesma pergunta..."
Foi mais ou menos isto que aconteceu quando a sobremesa chegou à mesa. Percebem porquê? Pois, eu mal vi escrito Petit Gâteau de Limão pedi sem ler mais nada. Inclusive sem ler a descrição... porque Petit Gâteau parece-me bastante auto-explicativo. Pois, errado mais uma vez. Na verdade (e nisso a descrição está quase correcta), o Petit Gâteau é uma Tarte de Limão. Ok, o crumble apresentado no copo era bom e com uma textura crocante para contrastar com o creme de limão, que era saboroso e bastante cremoso, mas e o merengue? Pois...
Acaba por ser um restaurante com muitos altos e baixos, tanto a nível de concretização como na forma como a ementa está escrita. Se tentam "vender" um prato com nome X, não apresentem depois um prato Y, limitem-se a apresentar aquilo que o cliente pediu e espera receber!

Sem Espinhas Manta Lounge
Manta Rota, Portugal
Preço Médio: < 30 €

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

O Caçador (Cruz Quebrada)

Nem sempre é fácil encontrar um restaurante que agrade a graúdos e miúdos para se realizar um almoço de família. Apesar de já ter O Caçador na minha wishlist, a ideia de marcarmos mesa neste espaço não foi minha, tendo eu apenas concordado e a minha curiosidade aumentado quando comecei a ouvir falar bem da comida deste espaço.
Perdido algures na Cruz Quebrada, perto do Jamor e do Estádio Nacional, fomos encontrar uma das melhores casas onde comi nos últimos tempos. Este é um restaurante de boa e tradicional comida portuguesa, mas onde a especialidade são os arrozes. E que arrozes... Não sei se já o mencionei, mas eu adoro arroz! Como acompanhamento ou prato, simples ou cheio de "entulho", eu acho que não me importaria de comer arroz a todas as refeições...
Ok, isso talvez seja um exagero, mas é sem dúvida alguma um dos meus ingredientes favoritos. O problema é que nem sempre é bem confeccionado. Demasiado espapaçado, demasiado cru, demasiado seco, desenxabido ou até salgado. Não parece difícil mas a verdade é que nem toda a gente sabe acertar naquele ponto de confecção exacto, deixando-o tão "malandrinho" quanto desejado, com a dose de tempero ideal e capaz de nos fazer salivar só de pensar nele. Felizmente, este restaurante acerta em todos estes pontos e ainda serve porções bastante generosas.
O Arroz de Bacalhau é saboroso, com generosos nacos de bacalhau (também este bem cozinhado), sem qualquer excesso de sal, como por muitas vezes acontece quando lidamos com algo tão delicado como o bacalhau. Foi o prato que pedi, que devorei e repeti. Como arroz de bacalhau estava realmente excelente. Mas (porque há sempre um mas) não foi este arroz que mais "concretizado" me deixou.


Essa honra ficou reservada para o Arroz de Lingueirão com Marisco. Tinha todas as componentes perfeitamente alinhadas. Cozedura perfeita, caldo saboroso, bem temperado, dose generosa e muito bem recheada. Ok, o arroz não tinha lagosta, lagostim e outros mais, mas sinceramente não precisa. O ingrediente principal é o lingueirão e os camarões e ameijôas que o circundam estão lá apenas para ajudar a dar mais algum corpo ao tacho. Um prato perfeito que nos deixa com vontade de continuar a comer até rebentarmos...


Pode-se dizer que tive uma fantástica surpresa com este restaurante. Entrei com expectativas altas e elas não foram defraudadas. Dos restantes pratos provei apenas o Coelho com Feijão, mas, apesar de saboroso, não achei que fosse nada de especial, principalmente quando comparado com os arrozes provados.

Zomato
Foodspotting
O Caçador
Rua Bento de Jesus Caraça, 10A
Cruz Quebrada, Portugal
Facebook
Preço Médio: < 30 €

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Tik Tapas (Ericeira)

Para quem pensa que a Ericeira é só peixe e marisco, desengane-se. Há várias opções de qualidade que fogem a este estereótipo. Para mim, este é um espaço que visito sempre que possível, e que nunca me deixa desiludido. Seja para se comer uns pregos rápidos ou para estar a petiscar tranquilamente, o Tik Tapas cumpre ambos os requisitos e aumenta a parada com pratos individuais também de qualidade acima da média. Aqui, o difícil é escolher.
Enquanto estudamos a ementa (uma lição já muito estudada mas que ainda causa algumas dificuldades), pede-se um prato de Presunto Pata Negra. Boa dimensão no corte para um fantástico presunto que não precisa realmente de mais nada para brilhar. É fantástico como alguns dos melhores prazeres são tão simples quanto um bom presunto.


Com especial atenção e simpatia da casa, que já conhece os nossos gostos, foi-nos dito que os Pimentos de Padrón eram especiais e portanto foi também imediatamente pedido. Se há coisa que muitas vezes me desilude, é quando comemos uma travessa inteira desta iguaria e nenhum dos pimentos pica («Los Pimientos de Padrón, unos pican y otros no»). Bem, mas eles avisaram que estes eram especiais e arrisco-me a dizer que cerca de 50% era picante, o que já é uma óptima percentagem. Houve até quem, na mesa, soltasse umas lágrimas de felicidade com isto. Ok, eu confesso, não era de felicidade mas sim do quão picante era o pimento ingerido.


E foi depois dos pimentos que aconteceu a pior parte da noite, pois o serviço tornou-se lento e demorado e estivemos bastante tempo sem qualquer comida na mesa. Já visitei este estabelecimento várias vezes e esta foi a primeira vez que tal aconteceu. Mas quando chegaram as tapas pedidas os sorrisos voltaram à mesa. Na primeira travessa, uma excelente Alheira de Caça com Ovos Mexidos e um fantástico e tenro Pica-Pau, com o Feijão Preto e a Batata Assada com Molho de Ervas a serem "apenas bons".


A segunda travessa era composta por alguns dos itens que mais gosto no menu do Tik Tapas. A Tapa de Lombo ao Champagne é realmente fantástica com a carne bastante tenra e um molho bastante guloso. O Choco Frito vem perfeitamente cozinhado, sem estar borrachoso como se encontra noutros sítios. As Batatas Salteadas apenas pecam por não estarem um pouco mais estaladiças, mas adoro a combinação das batatas com a cebola finamente cortada e o bacon. Já o Arroz Selvagem não me enche muito as medidas porque me sabia como se tivesse sido cozinhado com pimento e, tirando os de Padrón, não sou um particular fã de pimentos...


Um sítio a ter em conta nesta vila, com bons petiscos, para quem quer fugir um pouco ao peixe e ao marisco.

Tik Tapas
Ericeira, Portugal
Preço Médio: < 30 €

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Vencedor do Passatempo Kook Chiado!

Uma semana passou e encerrou sábado passado o Passatempo Kook Chiado, que celebrava o 1º Aniversário do Devaneios de um Foodie! E, como em todos os passatempos, tem que haver um vencedor, ou neste caso vencedora! E a vencedora do primeiro passatempo de sempre do Devaneios é a Vilma Jordão, que vai poder desfrutar de um jantar para duas pessoas no Kook Chiado!
Parabéns Vilma! Vai estando atenta ao teu email que entraremos em contacto contigo para procedermos ao envio do convite!
Um muito obrigado a todos os que participaram e esperemos que mais oportunidades hajam para todos vocês poderem participar! Um muito obrigado também à Zomato, que possibilitou a existência deste passatempo!

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Mercantina (Alvalade)

Primeiro deixem-me esclarecer uma coisa... Todas as notícias que viram quanto à atribuição de uma "Estrela Michelin das Pizzas" ao Mercantina (como por exemplo aqui) foi apenas um exagero da parte dos media. A distinção que foi feita pela "Associazione Verace Pizza Napoletana" e para a qual o restaurante trabalhou e terá que se reger por uma série de normas e métodos estritos, é de que neste estabelecimento poderão experimentar a tradicional forma napolitana de fazer pizzas. Isto implica seguir um conjunto de regras definidas (que podem ser lidas aqui) e não que é uma "Estrela Michelin" um tipo de distinção bastante diferente.
Tudo isto para vos dizer que, por muito mediatismo que o Mercantina tenha (e que de certa forma o merece, mas já lá vamos), esta não é, para mim, a melhor pizza em Lisboa! Mas está próximo do topo. Mas foi este mediatismo todo que acabou por me despertar a curiosidade de visitar este espaço.
O espaço é giro e simples, mas parece um pouco sobrelotado de mesas, chegando mesmo a ter algumas mesas de 2 a escassos centímetros umas das outras.
Nesta minha primeira visita, claramente teria que experimentar as pizzas, a imagem de marca da casa. Mas enquanto as pizzas não chegavam, quis experimentar uma das entradas que mais associamos aos restaurantes italianos, a Bruschetta. Nesta versão Capri (Tomate, Mozzarella, Pasta de Azeitonas Pretas e Manjericão) não fiquei impressionado. Falta de tempero (nem sal nem pimenta se viam naquela simples fatia de pão) e fraca qualidade do pão deixaram-nos tristes com este início de refeição. Para imaginarem o pão, tentámos comer à dentada e de faca e garfo, mas a dificuldade em cortá-lo era notória.


Mas o que interessa neste restaurante são as pizzas. E nesse campo, não desapontam! Têm uma crosta exterior maior que o que idealizo, mas não deixa de ser saborosa e desaparece para dar lugar a uma pizza de massa fina e com ingredientes muito bons.
A Pizza Mercantina (Tomate, Mozzarella, Fiambre, Salame Picante, Cogumelos Frescos, Parmesão) a ser um verdadeiro "must" para os adeptos das pizzas com muitos ingredientes. Todos eles de boa qualidade e a combinarem bem.


Mas o grande destaque terá que ser atribuído à simplicidade e espectacularidade da Pizza Margherita D.O.P.! Um Queijo Mozzarella bastante saboroso que contrasta na perfeição com um fantástico molho de tomate cheio de umami. É uma pizza altamente viciante, graças a esta combinação de mozzarella e tomate, com alguma ajuda dos bocados de manjericão que ajudam a refrescar o palato e nos mantém a desejar só mais uma dentada... só mais uma fatia.


Apesar da fraca bruschetta, esta não estraga a minha impressão final do Mercantina, visto que a memória principal é sem dúvida a qualidade das fantásticas pizzas napolitanas!

Mercantina
Alvalade, Portugal
Preço Médio: < 20 €

Este sábado, dia 4 de Outubro é o dia limite para as inscrições para o Passatempo Kook Chiado, que celebra o 1º Aniversário do Devaneios de um Foodie e que vai sortear um jantar para duas pessoas! De que estão à espera para se inscrever?