quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Croqueteria (Mercado da Ribeira - Cais do Sodré)

Já toda a gente deve ter ouvido falar do renovado Mercado da Ribeira by Time Out, portanto penso que será escusado dar-vos uma descrição muito detalhada sobre o seu conceito e espaço. Mas, apesar de já ter aberto há uns meses (abriu a 18 de Maio de 2014), esta foi a minha primeira visita. Já conhecia o espaço das inúmeras fotos que foram aparecendo na internet e já tinha ouvido falar dos problemas de ruído existentes, mas pude agora comprovar o quão cheio o mercado estava e como isso realmente afectava a acústica do novo e bonito Mercado da Ribeira. Ainda assim, os meus parabéns à Time Out pela renovação e redinamização realizada.
Depois de ultrapassado o problema de arranjar mesa, o que pode ser relativamente difícil para grupos grandes, o problema que se avizinha é escolher onde ir buscar a comida. Muitas bancas apelativas, com oferta para todos os gostos dificultam substancialmente esta decisão. Cinco food corners de chef bastante apelativos (tenho especial curiosidade pelo Vitor Claro, Marlene Vieira e Alexandre Silva), conceitos inovadores como a Tartar-Ia e a Croqueteria, ou até espaços já estabelecidos na cidade como o Sea Me, Honorato ou Santini. Para terem uma ideia de todos os espaços lá existentes, consultem este link. Penso que iria precisar de mais de 30 visitas ao Mercado para conseguir provar tudo o que gostaria.
Sendo um aficionado por croquetes (seria a minha Death Row Meal, ou #MyLastMealOnEarth), decidi que o ideal seria que a minha primeira vez fosse com croquetes. Mas não poderia ser um croquete qualquer. Já que era para experimentar croquetes, que houvesse variedade, e isso não falta na Croqueteria. Para além do tradicional há alheira com grelos, frango e farinheira, atum e tomate seco, choco com tinta, bacalhau com chouriço e até um vegetariano. O preço dos individuais parece-me um pouco exagerado (1,50€) de maneira que a melhor opção para ter uma refeição mais completa é a opção de 3 croquetes à escolha, um acompanhamento e bebida (6,90€). Escolhi aqueles que me pareciam ter as combinações mais originais e por isso pedi (e vou dizê-los pela ordem que estão no prato): Atum com Tomate Seco, Choco com Tinta e Bacalhau com Chouriço. 


Pequenos e gordinhos (que descrição estranha), são colocados no prato ainda mornos e com uma forma pouco perfeita, como os que a nossa avó faz em casa. Trincamos o primeiro e percebemos que para além da temperatura adequada, estão bem fritos, revelando um ligeiro "crunch", e com o interior cremoso. 3 croquetes diferentes, 3 níveis de satisfação diferentes. O Bacalhau com Chouriço era simpático e com bastante sabor ao "fiel amigo" mas desilude na combinação com o chouriço, visto que não se sente o chouriço no palato. Melhor o Choco com Tinta, também ele com um recheio de humidade adequada e de bom sabor, mas ligeiramente salgado. Não muito surpreendente mas ainda assim bom. Deixei o melhor para o fim, o Atum com Tomate Seco. Fantástico! Óptima combinação de ingredientes e a ser daqueles pratos que me obriga a resistir à tentação de comer tudo numa só dentada.
No prato vêm também umas boas batatas fritas, bastante estaladiças e temperadas com bastante pimenta preta e uma mostarda muito boa, usando uma combinação entre Dijon e Wasabi, acabando por abrir mais o paladar na boca. Pedi uma limonada para ajudar a acompanhar tudo isto, e cumpriu na perfeição. Bom balanço entre o amargo e o doce, ajudado por um toque refrescante de hortelã.


Parece-me um pouco caro para croquetes, mas penso que consiga compreender o preço excessivo pela forma como tudo parece fresco, sendo que eles não deixam os croquetes muito tempo na "montra" a arrefecer. Isto claro para não dizer que o Mercado da Ribeira é um dos sítios da moda, e isso pode também inflacionar o custo dos croquetes. Ainda assim, fico agradado por ver bastante inovação na confecção e idealização dos croquetes.

Croqueteria
Lisboa, Portugal
Preço Médio: < 10 €

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Eleven (Lisboa)

No próximo dia 26 de Fevereiro começa mais uma edição Restaurant Week, com restaurantes de topo, espalhados por todo o país, a disponibilizarem menus de 3 pratos por 20€! Já deixei um post sobre esta edição (podem vê-lo aqui) por isso não me vou alongar mais quanto ao conceito da Restaurant Week nem sobre os participantes da mesma. 
Um dos restaurantes que rapidamente esgota as suas reservas é o Eleven, chefiado por Joachim Koerper e detentor de 1 Estrela Michelin. Esta é uma oportunidade única de comer num restaurante estrelado por apenas 20€ (sem bebidas)! Quando andei a olhar para os menus, um ou dois dias depois de terem sido lançados, o Eleven tinha a indicação de já se encontrar esgotado mas um dia depois já havia novos slots de marcação, ainda que apenas para almoços a dias de semana. Mas acabei por marcar, aproveitando para celebrar um aniversário com um almoço num restaurante diferente...
Claro que as expectativas são gigantes quando falamos no Eleven, mas também temos a noção que uma refeição na Restaurant Week não será o mesmo tipo de experiência que uma refeição com um menu de degustação, mas a qualidade da comida tem de continuar a ser exímia, assim como o serviço. E é pelo serviço que quero começar. Eu sei que vamos pagar menos que metade das pessoas na sala mas ainda assim o maître d' não precisa de ser arrogante. E também não precisa de ignorar os nossos pedidos de bebida, já que foi ele que nos perguntou o que queríamos beber! Mas enfim, depois deixámos de lidar com esse senhor e o serviço melhorou para algo bastante profissional e mais simpático. A cadência dos pratos também não foi a melhor, com tempos de espera altos entre pratos.
A refeição começou com dois amuse bouches, oferecidos pelo chef. Um Crocante de Risotto, parecido com um arancini, com um exterior estaladiço, um interior cremoso e um molho de tomate que era indiferente a sua presença, de tão neutro que era o seu sabor.


A Brandade de Bacalhau era muito boa, com um nível de cremosidade adequado e de forte sabor a bacalhau sem ser salgado ou insosso. Simples e bom, não deixando o bacalhau esconder-se atrás da batata ou da cebola.


O Salmão Marinado com Beterraba deixou-me algo indiferente quanto ao seu perfil de sabor. Era bom mas tirando o factor visual nada mais se destacava. Era um prato de sabores suaves e bastante lineares, acabando por não surpreender nem deslumbrar.


O que deslumbrou foi o Creme de Cogumelos. Bastante leve, de textura suave e com uns surpreendentes pedaços de castanha no fundo, que conferiam textura e alguma doçura à sopa. Muito bom! Este sim, um prato da qualidade do que eu esperava encontrar neste tipo de restaurante e que já se equiparou às expectativas criadas.


Também em bom nível se apresentou o Peixe-Espada Preto, Puré de Batata-Doce e Emulsão de Maracujá. Peixe bem cozinhado e bem acompanhado por um bom e sedoso puré de batata-doce. Pena apenas que a emulsão de maracujá não fosse notada quando comida em conjunto com o peixe, nem tivesse um sabor muito activo quando provada sozinha, fazendo-se sentir mais pela acidez.


Também o Magret de Pato com Molho de Cassis, Talharins e Couve de Bruxelas foi um bom prato, apesar de alguns problemas com a proteína. Carne bem cozinhada e com bom tempero mas sem que a pele se apresentasse estaladiça. Também um pequeno reparo quanto à escolha dos talheres, com a faca disponível a dificultar bastante a tarefa de cortar o peito de pato. O molho de cassis é que andava meio eclipsado, sem que qualquer sabor ou acidez fosse notado. O melhor neste prato era, sem dúvida alguma, os talharins servido com minúsculos bocados de bacon e quartos de couves de Brulexas. Massa caseira, saborosa e a roubar protagonismo ao pato.


Uma das sobremesas disponível causou-me alguma confusão mesmo quando li pela primeira vez a ementa... É que um Prato de Fruta, num restaurante onde a criatividade deve primar, faz-me confusão! O abacaxi ainda era saboroso, mas o kiwi nem estava particularmente maduro. Fraco, criativamente inexistente e nem consigo perceber bem porque colocam esta hipótese no menu da Restaurant Week.


Criatividade tinha a Sinfonia Tropical. Uma óptima conjugação do coco com a lima, e um ligeiro travo floral que julgo ser dado pela lúcia-lima. Bom balanço entre doçura e acidez, com brilhante execução técnica tanto no "bolo" como no sorvete. 


Não sei se por ser um cliente de Restaurant Week, mas a verdade é que o Eleven não me deslumbrou. Atenção, de forma geral, a refeição foi positiva. Teve pontos muito bons e que estiveram dentro das expectativas que tinham sido criadas mas acho que um restaurante deste calibre não deve ter tantos pormenores fracos. Seja no serviço, na comida apresentada ou até na construção do menu para este evento. 
Será que a vontade de voltar existe quando a experiência não foi assim tão espectacular? Para mim continua a existir pois acredito que seja diferente, mas a verdade é que não o deveria ser! Deveriam sempre proporcionar a melhor experiência possível, seja um cliente que vá pagar 30€ ou 100€.

Eleven
Lisboa, Portugal
Preço Médio: < 30 € (apenas em Restaurant Week)

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Portugal Restaurant Week - 26 Fevereiro a 8 Março


Mais uma Restaurant Week, desta vez a nível nacional e englobando restaurantes em distritos que não os habituais Porto e Lisboa. Temos nesta edição restaurantes dos seguintes distritos: Lisboa (78), Porto (27), Aveiro (1), Beja (1), Coimbra (3), Évora (4), Faro (1), Funchal (1), Guarda (1), Leiria (2), Ponta Delgada (1) e Vila Real (1). É muito bom haver mais distritos participantes, mas não deixa de ser uma pena haver poucos restaurantes participantes nos distritos (excepção feita a Lisboa e Porto, claro).
Para quem não está familiarizado com o conceito de Restaurant Week, este consiste em refeições completas por 20€ (19€ pelo menu + 1€ para caridade), sem bebidas. Este tipo de conceito permite que possamos conhecer novos restaurantes, por um preço bastante mais simpático do que o que normalmente praticam.
Como já fiz em edições anteriores (podem ver aqui), vou deixar algumas sugestões pessoais quanto aos menus disponíveis. Esta é uma opinião pessoal, considerando os menus como um todo. É uma lista difícil de elaborar, e facilmente a vontade seria de incluir muitos mais mas apenas incluo restaurantes cujos 3 pratos me pareçam apelativos. Os três pratos que menciono provavelmente não serão os únicos no menu Restaurant Week, mas são aqueles que eu escolheria caso lá fosse.

Lisboa:
- Volver by Chakall - ‘Carpaccio’ de polvo com crioulo de manga + ‘Matambrito a la pizza’ com ‘papas ao plomo’ e rúcula + ‘Cheesecake’ de queijo da Serra com compota de tomate e nozes
- Casa do Bacalhau - Crocante de bacalhau com vegetais e explosões de vinho do Porto + A irreverência do bacalhau com pata negra e puré de batata trufado + Fondant de caramelo com gelado de cítricos e verduras (esta sobremesa pode ser vista aqui)
- Don Castellana (review) - Mil folhas de pão carapau, burrata e açorda de tomate + Bochecha de porco bísaro cozinhada a baixa temperatura com cogumelos porcini assados e polenta crocante + Semifrio de pistacho sobre creme inglês
- Eleven - Creme de cogumelos + Peixe espada preto, puré de batata-doce e emulsão de maracujá + Sinfonia tropical (coco, lima e lúcia-lima)
- Cafetaria Mensagem - Creme de cogumelos com castanhas e pato crocante + Bochecha de porco estufada com conchiglioni, tomate e parmesão + Doce de leite com sorbet de framboesa
- Coffee Shop Rendez Vous - Creme de abóbora trufada com requeijão e croutons + Cachaço de porco ibérico com vinho Moscatel e molho de frutos silvestres, puré de castanhas e cogumelos selvagens + Mil-folhas de limão merengado com gelado de tangerina e crocante de amêndoa
- Il Gattopardo - Salada de peito de pato assado, o seu foie gras e tatin de pêra rocha + Stracotto de novilho alla piemontesa, polenta mantecato + Mousse de chocolate branco, laranja caramelizada e xarope de Grand Marnier
- Spazio Buondi / NobreSopa de Santola + Mil-folhas de bacalhau com sapateira e esmagado de batata doce + Tarte de castanhas e avelãs com gelado de tâmaras
- Kais - Carpaccio de bacalhau fresco skrei com vinagrete de manga, maracujá e pimenta rosa com rebentos de salada + Medalhão de novilho cozinhado lentamente com molho apimentado, compota de Cebola, gratinado de batata e cogumelos + Trilogia de Doces (Mini Tartelete de limão merengada, rançoso da Madeira com marmelada de laranja e mini Panna Cotta de morango)
- Casa da Dízima - Creme aveludado de cogumelos silvestres e brunesa de presunto crocante e redução vinho do Porto + Perna de pato confitada com molho de romã e puré de trufa negra e legumes glaceados + Terrina de chocolate negro com crocante de avelã e espuma de pistáchio
- Gourmet: Hotel Cascais Miragem - Tartelette de mascarpone e espinafres, codorniz em duas texturas e pêra rocha + Lombinho de porco, parfait de batata ratte, cebolinhas e castanhas salteadas, jus e mel da serra de Monchique + Parfait de maçã reineta com sua compota e gelado baunilha
- 5 Oceanos - Folhado de bacalhau com alho francês + Lombinhos de Robalo panados com sésamo + Fofo de Pão-de-ló com Doce de Ovos
- Terrace Bougainvillea & Grill Four SeasonsParmentier de queijo da Serra sobre rúcula + Medalhões de vitela com ragoût de cogumelos selvagens, puré de chalotas e espinafres salteados + Folhado crocante com frutos secos e doce de abóbora
- Populi - Salada de mozzarella campana fumada, tomate, gelatina de manjericão e redução de balsâmico + Saltimboca de frango com presunto de parma e salva, batata gratinada e molho de vinho marsala + Leite creme de alfazema
- La Trattoria - Crema di Funghi e Prosciutto (Creme de cogumelos Boletus com salteado de cogumelos portobello e crocante de presunto) + Gnocchi al Ragú di Guanciale (Gnocchi de batata com ragoût de bochecha de novilho e salvia) + Merengue de mascarpone e baunilha com frutos do bosque
Meson Andaluz - Ovos rotos com virutas de Jámon e trufa + Tornedó de cordeiro al jerez com batata gratinada + Leite Creme com farófias
Viva Lisboa - Salada de cogumelos selvagens com presunto de Barrancos e vinagrete de trufa + Magret de pato assado com mel e soja, puré de aipo e salada de uva e nozes + Pera bêbada, brioche caseiro assado e gelado de uva
- AdLib - AdLib - Roast beef & Presunto (vinagrete de pimentos, cebola confitada, crouton, "ovo escalfado" de iogurte e cebolinho) + Porco (batata, cebola crocante e frutas caramelizadas) + Tarte de maçã com gelado de baunilha e molho de caramelo
- Belém 2 a 8 - Cogumelos recheados com alheira, pesto e ovo + Salmão braseado e arroz de caipirinha + "Pastel de nada" e mousse de Café
- Blend - Bolinhas de alheira com chutney de maçã + Lombo de bacalhau em crosta de panko e ervas, couve à lagareiro e legumes salteados + Tiramisú com frutos silvestres
- SubstânciaCeviche de peixe marinado em gin com maionese de toranja e funcho, em mescla de saladas verdes + Mil-Folhas bacalhau com molho de queijo e agri-doce de cebola + Mousse de chocolate branco, sopa de maracujá e biscoito crocante

Porto:
- GóshòGyusuji korokke (croquete japonês de carne barrosã DOP) + Ramen (Sopa de massa típica japonesa em caldo aromático, kakuni ( carne de porco) e legumes) + Especial Portugal Week
- Astória - Creme de abóbora com arancini de pato e queijo da Serra + Supremo de pintada com guisadinho de feijões e azeite de poejo + Bavaroise de baba de camelo com sorbet de laranja
- Costume Bistrô - Creme de castanha com crocante de presunto + Frango recheado com risotto de lima e alecrim + Fondant de goiabada
Porto Novo - Aveludado de tamboril com infusão de coentros e esponja de tomate bio + Naco de vitela sauté com molho de vinho tinto e risotto de cogumelos do bosque e tomilho + Tartelete merengada com bouquet de fruta exótica e coulis de frutos do bosque
- Nautilus - Peito de codorniz marinado em Porto Velho e estufado de favas e enchidos com espuma de hortelã + Vitela braseada sobre risoto de espargos verdes e crocante de parmesão + Panacotta de pêra macerada sobre nuvem de areias de Cascais
- The Artist Bistrô - Caldo de aves com castanhas + Reinterpretação The Artist aos elementos da praia, polvo, rochas e mar (Prato de Peixe) + Crumble de maçã em duas texturas com gelado de baunilha e canela
- bbGourmet Maiorca - Ovo Poché, Ervilhas e Enchidos + Vitela de Comer à Colher, Risotto Parmigiano + Isis com Sorvete de Morango
- Poivron Rouge - Alheira de caça crocante, salada de portobellos, rúcula selvagem + Vitela confit, gnochi com ervas, penca salteada + Panacotta de iogurte e baunilha, gelado de morango e gengibre

Coimbra:
- Arcadas - Risotto de ervilhas e lascas de cherne com molho de cebolinho + Lombinho de porco recheado com cabidela de batata e molho de laranja + Leite-creme queimado, gelado de tomilho e telha de papoila
- Casas do Bragal - Coisinhas boas + Pato confitado com trompetas dos mortos + Buffet de sobremesas

Évora:
Esporão - Pão, manteiga com azeite cordovil + Amuse + Cachaço de Porco preto glaceado, morcela de sangue e estufado de maçã e hortaliças + Requeijão de Ovelha, abóbora, manteiga, pinhões e sorbet de tangerina + Petit Fours

Faro:
- Fusion: The Lake Resort - Creme de Tomate, azeite de manjericão e Croutons de Alho + Lombinho de Porco confit em banha Saté Saké, salteado de batata doce e Pak Choi, molho acidulado de lima + O Caipirão num sublime Parfait, sabores de manga, hortelã e lima

Guarda:
Casa da Esquila - Brás de Boletus com hambúrguer de alheira + Naco de vitela com serra + Terra do Casteleiro

Leiria:
Saloon: Quinta do Paúl - Chirashi de vieira com edamame e shisô + Ochazuke de cogumelos e ovo a baixa temperatura + O cubo

Ponta Delgada:
Anfiteatro - “Gravad” de Salmão, Pepino, Sorbet de Maria Luisa e Agrião + Aligot de Queijo Velho São Miguel, beldroega salteada e crocante de bolo da sertã e chips de pimenta da terra + Crème Brûlée de Limão Galego, Sorbet de Tamarilho e Pedra Pomes de Chocolate Branco

Se quiserem saber a minha opinião sobre os restantes menus construídos (ou algum específico) não hesitem em perguntar, seja comentando este post ou na página de Facebook!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Tamagoshi Food Fusion (Parede)

A definição que temos de "sushi de fusão" vai mudando consoante os restaurantes que vamos conhecendo. Se ao início ficamos fascinados pelo uso de morangos, manga e queijo creme, esta noção rapidamente se torna aborrecida. Começamos aí a definir as nossas preferências, acabando por pender para um lado mais tradicionalista, onde impera a simplicidade das peças mas somos mais implacáveis com a sua execução, ou para para um lado mais "ocidentalizado" onde nos interessam as peças de fusão e o seu grau de originalidade.
Confesso não ter uma preferência bem definida (como acredito que muitos não tenham), mas não fiquei indiferente às boas críticas que foram surgindo sobre um japonês, com nome de brinquedo virtual dos anos 90, onde a fusão era realmente bem concretizada e inovadora.
Quem por lá passa, mesmo que repare no toldo com o nome, duvido que se aperceba da qualidade que se esconde por trás de um nome que afugenta mais do que atrai. Cheguei a falar neste restaurante a outros apreciadores de sushi, mas surgiu sempre um ar céptico seguido de um franzir de sobrolho como resposta ao nome. Mas nada como entrar e experimentar.
Um rápido olhar pela ementa faz-nos aperceber de que existem algumas peças com ingredientes inovadores, como ovo de codorniz ou couve. Sendo a primeira visita ao Tamagoshi, o desejo era experimenta uma maior variedade de peças de criação do sushiman (ou itamae) e acabámos por pedir o combinado de 50 peças especiais, Omakasse Itamae San. (Omakasse é a maneira japonesa de dizer que deixamos a escolha dos pratos ao critério do chef)


14 variedades diferentes (7 uramakis, 3 gunkans e 4 sashimis) todos de execução exemplar. É difícil falar sobre todas as peças, pois nem sempre consegui identificar todos os elementos que as compunham. Algumas nem parecem existir na carta do restaurante, tornando esta identificação mais complicada. Mas falarei brevemente sobre algumas das peças mais marcantes.
4 variedades diferentes de sashimi, estando o sempre presente salmão acompanhado por charuteiro e por duas variedade de atum, akami e chūtoro (uma zona do atum mais próxima da barriga). Tudo fantástico na frescura e qualidade do corte, com particular destaque para o chūtoro que se desfazia na boca.

Foto retirada daqui
Gunkans também eles excepcionais. Uma das variedades apresentando-se com um molho de ervas no topo que primava por não ofuscar a qualidade do peixe, mas dando-lhe uma sensação mais próximo a "casa". Mas verdadeiramente surpreendente era o gunkan com pepino à volta e o que parecia ser uma pasta de ovas em cima, que me levou para recordações de saladas de ovas devido à complexidade de sabores que me assolava o palato. 

Foto retirada daqui
Nos uramakis, apesar de haver algumas peças muito boas mas menos surpreendentes, outras se destacaram pela originalidade e qualidade com que estavam executadas. Apesar de não ser um fã do uso de componentes muito doces no sushi, pois acaba por tornar toda a peça um conjunto enjoativo, a combinação de goiabada, queijo filadélfia, sésamo e cebola frita estava balanceada na perfeição, com a cebola a ajudar a cortar a doçura dos restantes componentes.
Muito bom o uso da massa descrita na ementa como folha de Harukami (basicamente, a massa usada para o que conhecemos como "crepes chineses"), com a textura crocante da massa a destacar-se, sendo bem acompanhada de salmão, maionese e cebolinho. Apenas desejaria que tivesse sido usada a pele do salmão grelhada para rechear o maki, pois é uma componente mais rica e isso poderia tornar a peça ainda melhor.
E, deixando o melhor para o fim, o uramaki Hakusai (uma variedade de couve japonesa)! Usar a folha da couve para substituir a alga é original e utilizar como topping flocos de milho tostados (Fritos) não só adiciona profundidade de sabor e textura como nos invoca memórias de sabores bem nossos conhecidos.

Para mim, foi uma refeição que exemplificou (quase) na perfeição o que de melhor a comida de fusão pode ter. A conjunção de ingredientes e técnicas de cozinhas diferentes, que acabam por se juntar em combinações improváveis (desculpe o roubo de expressão chef Avillez!), que nos deixam aquela sensação com que ficamos depois de uma refeição que fez transbordar as nossas medidas e superar expectativas.

Tamagoshi Food Fusion
Parede, Portugal
Preço Médio: < 40 €

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Yum Cha Garden (Oeiras)

Já vos falei (aqui) em como acho que a mentalidade portuguesa sobre a comida chinesa está a mudar, muito por culpa dos variados restaurantes cantoneses, ou seja, com comida inspirada na província de Cantão, que vão abrindo pela cidade, mas também pelo facto de estarmos a abrir a nossa mentalidade para novas abordagens gastronómicas. Para mim, o Yum Cha Garden foi o meu primeiro cantonês e, até agora, aquele de que mais gostei. Por isso, quando me pediram uma recomendação para um almoço familiar de Dim Sum, não hesitei em nomear o Yum Cha Garden.
Nunca lá tinha ido ao fim de semana nem com um grande número de pessoas, por isso começo por salientar que a diferença na qualidade do serviço é notável, para pior, quando em grupo. As dificuldades de comunicação aumentam, o serviço parece tornar-se atabalhoado, lento e até um pouco antipático.
A extensa ementa não facilita as escolhas quando em grupo numeroso mas lá acabamos por escrever (aqui tenta-se dissimular as falhas de comunicação escrevendo os números dos pratos que desejamos, pois os empregados não falam português) o nosso pedido. A cadência com que chegou a comida foi desorganizada, havendo doses do mesmo prato a chegar em alturas diferentes à mesa, quando já nos interrogávamos se iria sequer chegar. E, se aqui fiquei meio desiludido, principalmente quando comparando com as minhas visitas prévias, a qualidade da comida continua a não desiludir.
Bons Crepes Vietnamitas, de recheio puramente vegetal saboroso, mas com a massa a estar apenas semi-crocante. Ainda assim, uma alternativa válida e segura para quem está habituado aos crepes chineses dos restaurantes chineses. Para molhar, um molho avinagrado para fugir ao "tradicional" agridoce.


Claro que para a mesa tinha que vir aquele que é provavelmente o meu Dim Sum favorito, os Pães Chineses com Porco e Mel. Fantásticos no sabor, com boa proporção do recheio e bom balanço de sabores. Podem comer com pauzinhos, mas estes pães são tão gulosos que eu como-os à mão. Diferente do que estamos habituados, mas obrigatório seja a vossa primeira ou milésima experiência a comer Dim Sum.


Também os Raviolis de Carne e Vegetais (ou Jiaozi) se adequam às pessoas que tenham algum medo de arriscar na gastronomia cantonesa, pois fazem lembrar as japonesas Gyozas. Massa de espessura adequada e bem fechada, mantendo toda a humidade e sabor da carne e dos vegetais, sendo depois passada numa frigideira para lhe dar algum contraste na textura.


Um prato que me ficou na memória da minha visita ao Restaurante Dim Sum (também em Oeiras) foi o Bolo de Nabo. Se são daquelas pessoas que dispensa a batata no cozido e não passa ao lado do nabo então este é um prato para vocês. Com um sabor bastante próximo à cultura ocidental, este bolo de nabo é passado na frigideira, dando-lhe um muito ligeiro crocante. Simples e bom!


Dentro dos Dim Sum ainda consegui ainda provar as Bolas de Choco com Vegetais e os Crepes Chineses com Gambas, duas propostas interessantes mas sem me deslumbrarem por aí além. Interessantes as Bolas de Choco apesar da sua unidimensionalidade de sabor e um pouco pior os Crepes com Gambas com boa fritura e uma saborosa pasta de gambas no interior, mas não me enchendo as medidas.
Uma das vantagens destes "novos" restaurantes chineses é o facto de podermos pedir variados Dim Sum, acabando por servir como entrada, complementando depois com um prato mais "composto". Dentro desta categoria, tive a oportunidade de provar as Gambas com Caju, com uns legumes bastante saborosos e vibrantes a complementarem bastante bem o conjunto das gambas com o caju. Um prato sólido onde, mais uma vez, temos presentes sabores nossos conhecidos.


Uma das estrelas da casa, e um prato icónico da cozinha chinesa, é o Pato à Pequim, e este é um dos sítios onde (supostamente) melhor o cozinham em Lisboa. Muito bom, em dose que dá facilmente para 3 ou 4 pessoas, dependendo da quantidade de Dim Sum previamente degustado. Carne bastante saborosa, apesar de as pernas estarem com uma consistência um pouco borrachosa, algo que já não aconteceu com o peito da ave, que estava macio e tenro. Mas a estrela deste prato é a pele do pato. Repleta de sabor de toda a gordura que lhe está normalmente acoplada, com uma caramelização perfeita e que a torna bastante estaladiça. Era de tal forma gulosa que dispensei toda aquela cerimónia dos crepes com vegetais e molho, acabando por preferir comer o pato assim mesmo sem grande acompanhamento.


Provei ainda a Massa Fresca com Carne de Vaca e Vegetais, que poderão reconhecer mais facilmente como uma versão do nosso "conhecido" Chao Min de Vaca. Boa porção, com bons sabores mas menos surpreendente que os seus antecessores.
Apesar de não ser uma pessoa fanática por doces, a oportunidade de provar algo diferente é algo que me atrai e decidi experimentar o Doce Recheado com Pasta de Lótus. De consistência estranha, nenhum dos componentes que compõem esta sobremesa é algo que definiria como doce, apresentando dois sabores distintos, que apesar de não combinarem mal, não me farão repetir esta sobremesa.


Se quiserem terminar a sobremesa numa nota doce, sugiro algo que experimentei numa visita prévia, o Ma Lai Kho. Um pequeno bolo fofo de três camadas com um doce de ovo entre camadas. Bom, com uma dose de tamanho suficiente para dividir, pois ao fim de algumas colheradas pode começar a tornar-se desinteressante.


Apesar de não ter sido a melhor visita que já fiz ao Yum Cha Garden, e por muito que o fraco serviço tenha afectado a minha opinião sobre o restaurante, a qualidade da comida continua a tornar este estabelecimento como um que facilmente recomendo.
Para os que ainda acham que as ementas destes novos chineses são intimidantes, têm aqui a prova de que muitos dos sabores que estão disponíveis são sabores que já conhecemos! Claro que não vos recomendaria começar de imediato por uma Salada de Medusa ou as Línguas de Pato, mas se se sentirem aventureiros, porque não? Estejam descansados que, quando eu provar essas iguarias, deixarei aqui o meu relato.

Zomato
Foodspotting
Yum Cha Garden
Praceta de Maputo, 6
Oeiras, Portugal
Facebook
Preço Médio: < 20 €

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Hamburgueria da Linha (Oeiras)

A moda das hamburguerias continua em voga e não parece haver uma tendência para abrandar. Há uns meses publiquei aqui no blog a minha opinião ao (já extinto) In Kyoto, restaurante esse que fechou pouco depois de eu lá ir e que decidiu mudar e acompanhar a moda das hamburguerias, tornando-se assim a Hamburgueria da Linha.
Apesar de ser um tipo de restaurante que começa a causar alguma saturação, a verdade é que não deixa de ser uma boa opção para um almoço rápido e barato. Decoração simples, e também ela já explorada até à exaustão neste tipo de restaurantes (parede com o menu escrito a giz? Onde é que eu já vi isto?) e uma ementa que me parece praticamente igual a tantas outras e sem grande nível de inovação. Portanto aquilo que pode tornar esta hamburgueria interessante e que me poderá fazer voltar é a qualidade do serviço e da comida.
Para ela, um Bacon com Ovo extra e para mim um Pica. Os dois hambúrgueres com 160 gramas de boa e saborosa carne, tendo sido servida à temperatura pedida (mal passada, claro!), faltando-lhe um pouco de sal mas nada de preocupante. Os restantes ingredientes são bons sem ser fantásticos e as combinações banais neste tipo de restaurante.


O Bacon com os ingredientes a funcionarem bem em conjunto, deixando o bacon e a carne brilharem, mas muito bem acompanhados pelo bom molho barbecue. Pena o ovo não ter chegado com o hambúrguer, mas foi prontamente servido quando esta situação foi chamada à atenção da empregada.


O Pica uns pontos acima na forma como os sabores se conjugavam, com a cebola caramelizada e os cogumelos salteados a servirem na perfeição para suavizar e contrabalançar com a malagueta, esta servida em pequenas fatias e, felizmente, com poucas sementes presentes, tendo uma dose bastante aceitável de picante. Perdido andava o bacon que no meio destes sabores fortes não se conseguiu impor, um facto sempre estranho. Ponto mais fraco é o pão não torrado, com a parte de baixo a não aguentar e a absorver os sucos que escorriam, desfazendo-se enquanto o tentava comer à mão, sendo forçado a terminar com talheres.


As batatas caseiras que acompanham os hambúrgueres são simpáticas mas faltava-lhes sal. Ainda assim boa a maionese de alho e ervas.
Destaque ainda para as bebidas, com a Limonada com Morango a saber realmente a morango e com bom balanço de sabores. Também o Sumo de Tangerina era muito bom, sendo um pouco mais aguado que o desejável mas ainda assim gostei bastante do sumo.


Passado pouco tempo (ok, foram 2 meses mas pareceu muito menos!), lá voltei à Hamburgueria da Linha. Pedi o Hamburguer Com Tudo (hambúrguer de 160g, tomate, queijo, alface, cebola roxa, bacon, ovo estrelado, cogumelos e pickles), acabando por confirmar a impressão com que tinha ficado da primeira vez, excepto em relação à carne que já vinha com um ponto correcto de sal.


É uma hamburgueria um pouco acima da média, especialmente por causa da qualidade da carne, com preços justos, serviço rápido e uma opção bastante válida para almoçar na zona de Oeiras.

Hamburgueria da Linha
Oeiras, Portugal
Preço Médio: < 10 €

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O Faustino (Oeiras)

Um dos lugares mais confortáveis e seguros para uma refeição despretensiosa, seja em família, com amigos ou até para um calmo jantar a dois. É um restaurante que frequento com alguma regularidade e já tive a oportunidade de provar vários dos seus pratos, sendo que grande parte deles tem uma qualidade acima da média!
Visto O Faustino ser uma marisqueira, é perfeitamente normal que o grande destaque vá para os pratos com produtos marítimos, mas também os pratos de carne têm uma qualidade acima da média. Por exemplo, o Naco de Javali Grelhado no Espeto com Bacon traz uns bons medalhões envoltos num bacon quase chamuscado da grelha, que aprofunda o sabor a churrasco do prato.


Mas, como disse anteriormente, o verdadeiro destaque tem que ir para os pratos do mar! A aposta mais segura são os Filetes, sempre bem fritos e saborosos, que acompanham com um arroz verdadeiramente malandrinho.


Os especiais do dia são também uma boa opção e foi nesta secção da ementa que encontrei dois dos melhores pratos que lá comi. Primeiro uma Cataplana de Polvo com Batata Doce com o polvo a chegar à mesa digno de se comer à colher de tão macio. Um bom caldo e muita cebola completam este prato, sendo uma óptima conjugação de sabores em cada dentada.


Caso esteja na ementa (e sejam fãs) as Ovas de Pescada Fritas são obrigatórias! Com a perfeita combinação entre o crocante do frito e a textura subtil da ova, o prato vem com pedaços de dimensão ideal para serem comidos à mão. Mas contenham-se pois, caso contrário, torna-se extremamente viciante alternar entre cada bocado de ova frita e uma garfada no arroz que acompanha, que tal como o dos filetes vem malandrinho e é muito bom!


Tive ainda a oportunidade de provar, numa última visita, as Lapas à Madeirense e a Sopa Rica de Peixe. As lapas um pouco rijas mas saborosas, cumprindo o seu papel de abrir o apetite para uma boa sopa, com um caldo saboroso, ainda que um pouco atomatado demais, e bem recheada de peixe, camarão, amêijoa e massa.



Um bom restaurante para várias ocasiões, especialmente se formos com um grupo onde uns preferem peixe, outros carne. Facilmente todos sairão do Faustino satisfeitos e a querer voltar!

O Faustino
Oeiras, Portugal
Preço Médio: < 30 €

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Pizzaria Luzzo (Av. da Liberdade)

Hoje decido começar pelas conclusões e deixem-me que vos diga que esta é uma das melhores pizzarias de Lisboa. É provável que o nome não vos seja desconhecido, pois uma das características que a marca e que mais deu que falar nesta pizzaria é podermos efectuar o nosso pedido através de um tablet, algo inovador na capital portuguesa, mas sendo também possível dispensar o tablet e fazer o pedido à maneira antiga. Claro que este factor traz aspectos positivos e negativos, permitindo-nos ver algumas (boas) imagens da ementa mas tornando toda a interacção com o staff altamente impessoal, ainda que o serviço fosse rápido e eficaz.


Com um convite Zomato, ganho num passatempo da página À La Carte, surgiu a oportunidade de visitar esta pizzaria, que tem tido um crescente enorme de popularidade e adeptos nos últimos meses. Tudo o que tinha lido sobre o restaurante fez com que a minha expectativa aumentasse e entrei com a esperança de lá sair ainda mais entusiasmado. Confirma-se a maior parte das coisas que lemos por esta internet fora, e a Pizzaria Luzzo entra directamente para o meu top 3 de pizzarias favoritas em Lisboa.
Visto ser a nossa primeira visita ao estabelecimento, foi-nos fornecido uma breve explicação da aplicação usada para fazer o pedido, revelando-se uma aplicação bem desenhada e estruturada, com poucas falhas heurísticas notadas, e relativamente user-friendly.


Sem grandes falhas e num curto espaço de tempo, começaram a chegar à mesa as entradas pedidas. O Couvert traz uma focaccia leve e fofa, que podemos molhar numa taça com azeite e vinagre balsâmico ou num pesto caseiro, que tem um perfil de sabor que mais se assemelha a uma maionese de alho, não conseguindo diferenciar que erva terá sido usada para este pesto.


Os Peixinhos da Horta Italianos, ou espargos envoltos em presunto numa tempura de parmesão, estavam com um excesso de gordura reprovável, não se tornando tão estaladiços como deveriam mas apresentando uma combinação engraçada e que não me importaria de repetir. Muito boa a maionese de lima que acompanha, que usa a sua acidez para equilibrar o sabor dos peixinhos.


Mas se quiserem despertar o vosso palato então peçam um memorável Creme de Cogumelos. Apesar da consistência algo granulada, estava perfeito a nível de sabor e teria sido capaz de fazer uma refeição só com este prato, sem me cansar dele. Para ajudar à festa, uns cogumelos frescos salteados e bacon finamente cortado e ligeiramente salteado para juntarmos a uma generosa dose de sopa, fazendo deste conjunto algo clássico mas que me enche totalmente as medidas.


E as pizzas como são? São tudo aquilo que uma fantástica pizza deve ser. Massa saborosa, fina, cozinhada (quase) na perfeição e com uma boa quantidade de topping. Um dos lados da pizza estava com o rebordo exterior da massa quase queimada, e isto aconteceu em ambas as pizzas, levando-me a crer que é apenas uma questão de temperatura não uniforme pelo forno. 

Pizza Django & Pizza Luzzo - Divididas em dois
A Pizza Luzzo, com cogumelos Portobello salteados, tiras de bacon crocante e ananás caramelizado, estava bastante bem equilibrada, os ingredientes eram muito bons e funcionavam bem juntos, cada um ajudando a despertar um aspecto diferente do nosso palato.


Também a Pizza Django era bastante boa, ainda que mais simples na sua combinação, com apenas dois ingredientes: cebola caramelizada e presunto fatiado. Muito bom a forma como o doce da cebola se junta ao salgado do presunto e parece criar um terceiro sabor, mais intenso, mais apetitoso ainda.


A única coisa da qual não fiquei minimamente fã foi a sobremesa, com um Cheesecake à moda do chef, em taça, que apesar de parecer uma ideia interessante com o pormenor das nozes para dar textura e do chocolate no meio da taça a surpreender, a verdade é que o componente em maior quantidade na taça era também o mais fraco. Nenhum sabor a queijo, parecendo apenas um doce de nata. 


Um restaurante com uma qualidade acima da média, e a notar pela enchente que testemunhei, um daqueles de reserva obrigatória. Claro que estas enchentes trazem como negativo a quantidade de ruído, que chega a tornar-se irritante caso encontremos uma mesa de pessoas que gostam de se rir com um nível de decibéis comparável ao produzido por algumas bandas de Heavy Metal ou fãs do Tony Carreira.

Pizzaria Luzzo
Lisboa, Portugal
Preço Médio: < 20 €