quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Sushi D'Art (Tavira)

Não me recordo de Tavira ter um restaurante de sushi antes deste Sushi D'Art. Estarei, muito provavelmente, enganado mas é estranho que, no meio daquele boom de sushi que houve há uns anos, nenhum local tenha aberto no centro da cidade. 
Próximo da Câmara Municipal de Tavira abriu, no final de 2017, aquilo que faltava à cidade. Com uma carta bastante simples, o Sushi D'Art tenta trazer uma vertente de fusão ao sushi que serve, ainda que nem sempre bem conseguida. 
Começamos com um Ceviche, de atum e salmão, decente mas a faltar-lhe acidez e atum de maior qualidade. A chave num bom ceviche é o leche de tigre, aquele suco essencial à vida com toques ácidos e picantes que transformam qualquer peixe em que toque numa maravilha da gastronomia. Dose bastante generosa, principalmente quando se considera o preço marcado no menu (3,90€) e que acho ter sido o preço cobrado! De destacar a boa apresentação, que foi uma constante em todos os pratos, mas afinal estamos perante arte, e não apenas sushi.


O melhor que comi em toda a refeição foi algo que não está sequer na ementa, mas cujo serviço fez questão de mencionar, e ainda bem. O Ebi Tempura do Sushi D'Art é servido com amêndoa e é um prato completamente viciante. O molho em que está envolvido é de tal forma guloso que damos por nós a atacar os camarões violentamente com as mãos para depois podermos lamber cada gota que tenha ficado agarrada nas nossas mãos.


Terminámos com um combinado Asahi (20 peças) onde o melhor aspecto foi a apresentação. Mesmo que o truque do gelo seco já não seja algo que impressione, não deixa de ficar bem quando a apresentação do sashimi do combinado é feito sobre uma pedra de gelo. Peixe de boa qualidade, mas foi pedido que não fosse incluído atum. Já não era a primeira visita da pessoa com quem estava e ela não tinha ficado de toda agradada com o atum que tinha experimentado da primeira vez. Pelo que serviram no ceviche, consegue-se perceber porquê.


Os rolos que vieram, de quatro variedades diferentes, não estiveram num mau nível mas acabam por ficar marcados pela negativa. A execução de todos era bastante decente, o arroz de um nível aceitável mas um dos rolos era excessivamente doce. Soube-me a torradas com doce de morango, e isso é um problema muito grande quando não estou a comer torradas com doce de morango mas sim sushi! É suposto aperceber-me da qualidade do arroz e do peixe, e não ter a boca inundada pelo adocicado doce...


É um restaurante que aparenta ter potencial caso se deixem de (con)fusões. Alguma curiosidade para o Menu de Degustação (45€) que apresentam na ementa. Pelo valor, a expectativa será claramente alta e tem de estar a um nível bem superior do que experimentei neste solarengo almoço de Janeiro, na pequena mas simpática do Sushi D'Art.

Sushi D'Art
Tavira, Portugal
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 21 de Janeiro 2018

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Académico Caffé (Porto)

Junto a universidades é natural a existência deste tipo de local. Um tasco com decorações académicas, muita gente jovem e finos a potes. Toda a ementa é bastante "pesada" no que a molho e gordura diz respeito. Nem uma opção que nada aparente tinha de complicado, como os Bifinhos Laminados, vieram a revelar-se pedaços de carne mergulhados em molho de francesinha e cobertos de queijo derretido. Uma pena para a pessoa na mesa que queria uma refeição mais ligeira. Ainda tentou pedir um bife de frango grelhado mas já não havia frango... e arroz para acompanhar em vez de batatas fritas? O arroz tinha acabado ao almoço.
Claramente a gerência sabe ao que os jovens lá vão, e eu também! Vinha com a Francesinha fisgada, pois já me tinham falado bem da mesma e tinha um sabor a desilusão na boca dada a recente visita ao Capa Negra II (aqui). Mesmo sem ser fantástica conseguiu cumprir as expectativas (que não eram assim tantas).


Tamanho generoso, bem vestida de queijo a boémia gaulesa que é melhor de aparência do que no seu recheio. Um ovo bem estrelado por cima, ainda que se note o óleo já gasto em que foi feito, e umas batatas decentes são os acompanhantes de avantajada senhora. Pena o lago em que nada não ser melhor, com sabores excessivamente tomateiros e desequilibrados, e sem grande pujança ao nível do picante.
Poderia ser melhor mas também poderia ser bem pior...

Académico Caffé
Porto, Portugal
Académico Caffé Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 10 €
Data da Visita: 13 de Setembro 2017

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Kokoro Ramen Bar (Arroios)

Noites de Inverno pedem pratos quentes! Pratos que nos aqueçam a alma, e a de quem nos rodeia. Aquilo que nós portugueses muitas vezes chamamos de pratos de tacho, que chegam à mesa a borbulhar e recheados de bons ingredientes. Mas não somos os únicos a ter pratos para noites frias, muito pelo contrário. Os japoneses têm um prato ideal para noites destas chamado Ramen.
Ramen é uma daquelas sopas com massa tão na moda nos dias de hoje. Há interpretações de todas as partes asiáticas, com nomes diferentes, ingredientes diferentes, mas onde a essência do prato se mantém: bons noodles, caldo saboroso e alguns ingredientes para servir de topping.
Estávamos numa destas noites de Fevereiro e a escolha de apetites foi recaindo para uma destas sopas. Sendo sábado à noite, a vontade de nos enfiar na confusão do Príncipe Real para visitar o Koppu (de que já falei aqui) era pouca e lembrei-me de um restaurante perto do Instituto Superior Técnico que servia esta especialidade.
Restaurante muito pequeno, com cerca de 14 lugares e uma decoração minimalista, e com uma das cartas mais curtas que já vi! Serve três tipos de ramen. E é isto! Não há mais nada. Isto não é necessariamente mau... Mantém o restaurante focado nos ingredientes para estes três pratos e simplifica processos na cozinha. O meu problema prende-se com o facto de que um dos três ramen não havia e, por acaso, era aquele que eu mais queria experimentar, o Tonkotsu Ramen! E isto nem sequer é comunicado quando nos entregam a ementa. Aliás, todo o serviço é um pouco "a cagar", com a única pessoa que está na sala a passar mais tempo a olhar para o telemóvel que para os clientes, a demorar 10 minutos a trazer as bebidas pedidas ou a falhar na comunicação de quem veio levantar os pratos e que ia levantando os ramen de pessoas que ainda estavam a comer...
Passados largos minutos dos pedidos, mais do que esperava por um prato onde o que demora mais tempo, o caldo, tem de estar obrigatoriamente feito antes do serviço começar, lá chegam as duas taças de ramen à mesa. O Shoyu Ramen é feito com um excelente caldo de galinha e tare, apresentando uma boa profundidade de sabor, algo também ajudado pela alga nori que se encontra na taça. Os noodles servidos são também excelentes e o ovo estava perfeito, com o seu interior líquido. Surpreendentemente bom o frango desfiado, bem como o bambu que ajuda a dar alguma textura ao ramen. Menos influente, a cebola frita e a cebolinha verde.


O caldo do Vegetariano Ramen (transcrição literal do que está na ementa) é muito bom e bastante surpreendente, pois não estava à espera de encontrar algo que se assemelhasse com um caril. Excelentes sabores e até tive pena que o caldo fosse em menor quantidade que no outro ramen. Parecia que a cada colherada de caldo o nosso palato era refrescado. A massa do mesmo tipo de qualidade do anterior, ainda que provocasse um pequeno susto porque quando o prato chega à mesa alguns fios parecem estar pegados. Felizmente revelou-se ter absorvido o caldo bastante bem e não estavam nada empapados. O mesmo bambu e a mesma cebola frita do Shoyu Ramen mas aqui juntos com milho e uma folha de pak choi. Sim, uma única folha!


Aliás, o ponto negativo destes ramen foram as desequilibradas proporções entre massa e restantes ingredientes! Às tantas parecia que estávamos simplesmente a comer massa, sem mais nada, o que tira um pouco de dimensão e profundidade ao prato.
Ainda assim, e considerando o valor dos ramen, é um sítio bastante decente para nos confortarmos com esta sopa japonesa.

Kokoro Ramen Bar
Lisboa, Portugal
Kokoro Ramen Bar Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 10 €
Data da Visita: 11 de Fevereiro 2018

domingo, 25 de fevereiro de 2018

JNcQUOI (Lisboa)

O JNcQUOI (nome de que gosto bastante) foi um dos restaurantes da moda em 2017! A sua abertura moveu multidões de pessoas que queriam ir ao novo restaurante da Avenida da Liberdade e que inclui uma loja de roupa, para além das duas áreas de alimentação, em 2 pisos diferentes. Um restaurante de aparência pretensiosa, para ver e se ser visto, e com um esqueleto de dinossauro no meio da sala! Sim, um dinossauro, mais concretamente um velociraptor.



Enquanto aguardamos que a nossa mesa seja preparada vamos apreciando a decoração, dinossauro incluído. O espaço é muito bonito, com uma luminosidade baixa e intimista. O serviço é bom mas esperava melhor para a gama onde o restaurante se coloca e a música está demasiado alta, parecendo mais propício a uma discoteca do que a um restaurante.
Abrimos hostilidades com um couvert simples mas bastante apreciável na variedade de pão existente! De resto, manteiga simpática e boas azeitonas marinadas. Avançamos depois para as entradas, com um excelente Ceviche de Robalo com Lima! Peixe de qualidade fantástica, perfeitamente balanceado com a gordura natural do abacate, a acidez da lima, a doçura da cebola roxa e o picante da malagueta.



A Burrata é também uma excelente opção de entrada. Sabores mais delicados e mais simples mas ainda assim bastante bons. Ao nível das burratas que Augusto Gemelli vendia na sua banca do Mercado da Ribeira! Vem bem acompanhado com alguns elementos bastante clássicos como o tomate e o manjericão.



Toda a ementa é bastante apelativa, dificultando bastante a escolha referente ao que comer. Não ia com nenhum prato referenciado, preferindo escolher o que me parecesse melhor na altura. Destacou-se o Arroz de Lavagante e Garoupa acima de tudo o resto, escolha da qual não me arrependi. Bagos de arroz no ponto de cozedura perfeito, bem recheado de maravilhosos produtos marítimos e com uma multidimensionalidade de sabores soberba dada pelos pimentos e tomate.



Menos fantástico, e talvez o prato menos surpreendente da noite, o Entrecôte Grelhado causou boa impressão mas estava longe do nível dos restantes pratos. Apesar de fantástica caramelização exterior dada pelo Josper, o ponto da carne estava um pouco acima do pedido. E, quando comparado com exemplares já experimentados noutros locais, achei o preço um pouco acima do merecido.



Toda a refeição esteve num nível muito bom, mas nada me preparava para o que a iria terminar! Trazem à mesa um tabuleiro com várias sobremesas, apresentando-as e deixando-nos escolher. Quando disse que não ia com nenhum prato referenciado, não menti. O que tinha referenciado era uma sobremesa, mais concretamente o premiado Pudim Abade de Priscos de Miguel Oliveira! E que sobremesa, meus caros leitores... A perfeição da primeira à última colher, num pudim brilhante, de textura sedosa e extremamente guloso. Não sou um louco por doces, especialmente este tipo de sobremesas que, tipicamente, são demasiado doces mas não sei o que este pudim tinha que mal o acabei ficou a apetecer-me outro. E não fui só eu. Mais duas pessoas na mesa tinham pedido o pudim e estávamos todos com vontade de comer mais, e mais, e mais! Vénias ao Rei (forma carinhosa como Miguel Oliveira trata o seu pudim)!



Excelente refeição! Mesmo muito boa, e até acima das minhas expectativas! Tinha algum receio que o JNcQUOI não fosse mais que um restaurante da moda, onde tudo é muito trabalho mas onde faltasse sabor à comida. Saio do restaurante a pensar que o melhor que tem... é a comida!

JNcQUOI
Lisboa, Portugal
JNcQUOI Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 70 €
Data da Visita: 9 de Fevereiro 2018

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Mugasa (Sangalhos) @ Mesas Bohemias

Acho que já disse praticamente tudo o que podia sobre o conceito das Mesas Bohemias! A oportunidade que nos dá de podermos de conhecer restaurantes remotos, sem termos de sair dos dois maiores centros urbanos portugueses é imperdível! Sim, isto é uma atitude um tanto ou quanto preguiçosa, pois podíamos fazer umas quantas horas e ter a experiência autêntica mas o que as Mesas Bohemias nos dão é uma aproximação suficiente para me ter viciado.
Desta vez, o Mugasa, um dos melhores restaurantes do país, no que à arte do leitão diz respeito, deslocou-se à capital para nos encher o bandulho do pequeno e delicioso suíno. E, spoiler alert, acho que encontrei o melhor leitão do país! Não posso contabilizar o do Belcanto (aqui), pois apesar de ser uma reinterpretação do prato, não acho que seja comparável com a forma tradicional como o leitão é servido, por muito que os sabores sejam os mesmos.
O primeiro prato servido foi um 2 em 1 focado nas miudezas do leitão. De um lado umas óptimas Iscas de cebolada, com um ligeiro nível de picante que acentuava os sabores presentes. A doçura da cebola contrabalança perfeitamente com o picante e com o fígado, tornando-o um conjunto bastante equilibrado.


Do outro, uma Cabidela de bradar aos céus, feita única e exclusivamente com miudezas, ao contrário do que estamos habituados na cabidela de galinha. Contra aquilo que estamos à espera, esta cabidela não leva sangue, estando por baixo do leitão enquanto ele assa, recolhendo todos os sucos divinos do animal. Um prato fantástico que ganhou adeptos junto de quem não gosta de coisas como fígados, pulmões, coração, etc.


Para segundo prato, algo que nem o próprio Ricardo Nogueira (a cara do Mugasa e responsável pelos maravilhosos leitões) conhece a receita, uma Chanfana à Bairrada. Apenas a mãe sabe a receita e produz este prato, feita da forma mais tradicional possível, passando uma noite inteira num forno de lenha para lhe conferir alguns sabores mais fumados. Carne bastante saborosa, a desfazer-se ao toque, e acompanhado por boa batata e feijão verde.


E eis que chega o grande momento da noite, com o leitão a chegar ao restaurante (o evento foi realizado no Clube do Bacalhau) mesmo antes de ser servido, com toda uma cerimónia exemplar por parte do Ricardo de como se corta um leitão.


E o que dizer deste leitão? É complicado. É muito complicado! Ficamos quase sem palavras mal nos apercebemos do quão perfeitamente a pele está tostada e quão suculento é o interior que protege. Impressionante também o molho apimentado que o acompanha, um pouco mais espesso do que o habitual mas também bastante mais saboroso! Perfeição suína num só prato!


Terminamos com uma Aletria muito boa, com a massa a não se mostrar demasiado empapada, nem o creme a ser excessivamente doce ou líquido.


São restaurantes destes que me dão vontade de arrancar ao fim de semana e ir descobrir estas pérolas da gastronomia portuguesa. E fazer isto regularmente para tentar conhecer o máximo possível das maravilhas que temos perdidas um pouco por todo o país...

Mugasa
Sangalhos, Portugal
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 23 de Setembro 2017

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Dear Breakfast (São Bento)

Brunch! Uma refeição que teima em sair da moda. E, aqui entre nós, ainda bem! É bom haver locais que se preocupem com o tipo de refeição capaz de curar aquela leve ressaca, resultante dos excessos da noite anterior. Quem nunca acordou, depois de uma noite de alguns copos, a apetecer-lhe a riqueza de uns bons ovos mexidos ou escalfados? A tentação de um perfeito croissant barrado generosamente com uma gulosa manteiga? Ou então apenas por pura gula, sem qualquer excesso prévio? Não? Ninguém? Só eu?!
Felizmente parece que a moda veio para ficar e continuam a abrir casas dedicadas única e exclusivamente a este tipo de refeição, como este Dear Breakfast, onde o francês Julien Garrec decide dar à cidade de Lisboa uma ementa virada maioritariamente para os ovos, das mais diversas formas e feitios!
Não foi após uma noite de excessos mas acordei com a gula de quem quer a decadência de comer uns ovos escalfados, preferencialmente inundados em molho holandês. E, tendo já ouvido falar deste local, lá me dirigi para aproveitar a única mesa livre que ainda restava por volta do meio dia.
No Dear Breakfast podemos escolher à carta, com muitos e apelativos pratos de ovo (com influências de todo o mundo), ou optar por um dos dois menus existentes. O de Pequeno Almoço (14€) inclui Tostas, Doce, Manteiga, Croissant, 2 Ovos de qualquer estilo, Chá ou Café e uma opção entre Sumo de Laranja, Smoothie ou Salada de fruta. O de Brunch (18€) engloba as mesmas Tostas, Doce, Manteiga, Croissant mas permite escolher um dos pratos de Ovos disponível, bem como bebida à discrição, entre uma das 3 disponíveis (Bloody Mary, Mimosa ou Sumo de Laranja).
A escolha do prato era relativamente óbvia pois ia com um apetite específico para algo que se assemelhasse a um benedict, acabando a escolha por recair sobre os Ovos Royal, com um excelente pão brioche torrado, salmão fumado, 2 ovos perfeitamente escalfados e um molho holandês de bradar aos ceús! Tudo, mesmo tudo, perfeito! Daí a entrada fácil no top dos melhores pratos que comi em 2017 (aqui).



Excelente o croissant que veio para a mesa, com o exterior estaladiço e um interior aveludado em cada camada, que se torna ainda melhor com a utilização generosa da boa manteiga servida, ou do simpático doce de frutos vermelhos. Nota menos para as torradas de pão integral, a serem algo banais.



Como não tinha sido uma noite de excessos, decidi deixar vir ao de cima a diva do Sexo e a Cidade que há em mim e pedir a mimosa, uma simples combinação de espumante e sumo de laranja. Fantástico aqui o serviço a aperceber-se de quando o meu primeiro copo terminou e a prontificar-se a trazer um segundo, tentando garantir que usufruía o melhor possível da bebida à discrição.



Sim, os brunches estão na moda, ainda que nem todos sejam propriamente opções baratas. Facilmente se gastam perto de 20€ por alguns ovos e pão, mas se forem ovos como estes certamente valem a pena!

Dear Breakfast
Lisboa, Portugal
Dear Breakfast  Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Site
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 23 de Setembro de 2017

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Cruel (Porto)

Ainda há pouco tempo lia um artigo sobre a "moda dos conceitos nos restaurantes" (aqui) e cheguei até a concordar com alguns pontos. Sim, nem tudo tem de ter um conceito (será isso um conceito em si??) ainda que por vezes ajude. E concordo a 100% que jantar fora é sempre um momento especial, "seja numa tasquinha da esquina seja num estrela Michelin".
Claro que também discordei de muita coisa. Não acho que comer seja um ato egoísta, ainda que seja pessoal. Aliás, como o autor do artigo diz "partilhamos momentos e conversas", o que me leva a crer que se o autor considera que o ato de comer é só ingerir comida, algo que discordo por me parecer demasiado levado à letra.
Como não acho que ir jantar fora e sentir-me em casa (expressão tão comummente utilizada para representar conforto) seja necessariamente uma coisa má. Diz o autor que ao irmos jantar fora "queremos sentir-nos num local especial", mas há algum local mais especial que a nossa casa? Enfim, voltemos ao que interessa...
O Cruel é um restaurante com um conceito muito vincado, e que é explicado logo que nos entregam as 3 ementas existentes, e que se reflectem este mesmo conceito. Podemos escolher de qualquer uma delas, ou das 3 ao mesmo tempo. Cada ementa reflecte o nível de experiência que pretendemos ter. Para aqueles que não gostam de sair da sua zona de conforto, a ementa Medrosa. Para os que gostam de experimentar coisas novas mas sem arriscar tudo, a Cautelosa. E, para os aventureiros que terem tirar o máximo partido da cozinha do restaurante, a Cruel. E, honestamente, num restaurante destes acho que a primeira visita deve ser feita exclusivamente desta vertente para podermos tirar o melhor partido possível da refeição, ainda que todas as 3 ementas tenham pratos muito apelativos.
Começámos a refeição com um Couvert simpático, com 2 tipos de pão, 3 boas manteigas e umas azeitonas temperadas muito boas.



O Cruel desde cedo despertou a minha curiosidade por um único motivo, o uso de uma flor no Carpaccio de Novilho com Flor Eléctrica. Mais especificamente, uma "flor eléctrica", ou Acmella Oleracea. Quem nos está a atender explica-nos que o objectivo é experimentar o carpaccio, comer a flor e continuar a degustação do carpaccio. Já agora, uma palavra para o óptimo serviço prestado que se mostrou bastante disponível e explicativo durante toda a refeição.



Depois de mastigada a flor durante alguns segundos, esta planta começa a tornar toda a nossa boca dormente, parecendo que temos vários micro choques pela língua. Este processo tem como objectivo abrir o paladar, e a verdade é que funciona. Aquele que é um bom carpaccio fica bastante melhor enquanto temos a boca dormente da flor. Sim, passei a maior parte do tempo a falar da flor, porque achei a experiência realmente diferente e engraçada, mas o carpaccio em si tem qualidade, especialmente na carne. Temos até a noção de que poderia estar mais temperado quando o experimentamos da primeira vez mas após comermos a flor essa noção desvanece-se.



Avançamos depois para o Novilho Crú(el) com Papadamus de Especiarias, um bife tártaro que vem acompanhado de um papadum excelente, e que ajuda o tártaro, não sendo só um mero substituto das típicas tostas que pouco acrescentam. Excelente a carne do tártaro também, mas parecendo sofrer do mesmo mal que o carpaccio. Mal esse que é remediado com mais um "truque", desta vez em formato líquido mas baseado na mesma planta, com um shot de jambu, que devemos bochechar durante algum tempo para ter um efeito parecido (mas não igual) ao da flor. 



Por muito bons que tenham sido os pratos anteriores, e foram, a verdade é que acabaram ofuscados pelo perfeito Risotto de Cogumelos em Alucinação. E quando digo perfeito, é mesmo perfeito! Não só a componente visual é fantástica, com o katsuobushi a parecer vivo quando chega à mesa, algo que já tinha visto também no Miss Jappa (aqui), e a acrescentar sabor a um já de si incrível risotto de cogumelos. Não é à toa que este foi um dos melhores pratos que comi em 2017 (aqui).



O momento mais fraco da refeição, que até nos deixou algo desiludidos por haver uma diferença tão grande com o até à altura experimentado, foi o Tiramisù de Lima em Coma Alcoólico. Parecia mais uma mousse de lima, com um nível alcoólico muito longe do coma e bastante próximo da sobriedade, com alguns palitos la reine. Uma boa mousse de lima, mas muito longe do que um tiramisù é!



Este momento menos bom não manchou em nada o que foi uma grande refeição. As reviews que se vêem por todo o lado são mais do que justificadas, o conceito é muito bom, o serviço acompanha e a comida é maravilhosa!

Cruel
Porto, Portugal
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Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 20 de Setembro 2017

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Hamburguês (Oeiras)

Estamos em 2018 e ainda há hamburguerias que abrem por todo o lado. Ok, não abrem tantas... e muitas das que abrem não são novos negócios. São extensões de cadeias já existentes que tentam abranger mais geografias. E foi exactamente isso que deu origem à nova hamburgueria de Oeiras, numa praceta bastante frequentada, onde fica o La Vecchia Roma (aqui), Domino's Pizza, Sacolinha ou o Mercado da Carne (excelente talho), entre outros.
Conhecia a cadeia de nome mas nunca tinha experimentado nenhum dos seus 7 outros restaurantes. Exacto, o Hamburguês abriu em oeiras o seu 8º (!!) restaurante, tantos como a Hamburgueria do Bairro e mais 1 que o Honorato (se contabilizar apenas Lisboa e arredores). O Hamburguês é dos poucos locais que conheço que permite ao cliente fazer o seu próprio hambúrguer, tendo ainda uma selecção das suas próprias combinações, todas inspiradas em regiões ou cidades portuguesas. Isto parece funcionar bem nalguns casos, onde vemos coisas como ovos mexidos ou tomatadas no meio da descrição de um hambúrguer, mas depois parece falhar redondamente onde o "Funchal" é um conjunto bastante banal mas com bolo do caco com manteiga de alho... É uma ideia que sempre a diferencia um pouco das restantes, desde que a concretização acompanhe.
Antes de chegar à avaliação da concretização, avaliemos então o serviço. O restaurante tinha aberto no dia anterior, daí aceitar que o serviço pareça meio confuso na forma como aborda as mesas e se mexe. Ainda que se preencha uma folha com o pedido, e seja validado o que está preenchido pela pessoa que vem à mesa, conseguiu enganar-se numa das bebidas, algo que foi prontamente corrigido. Por falar em folha com o pedido, algo que devem realmente rever é a esta pequena folha, única por mesa, e que serve ao mesmo tempo como ementa e local para anotar o pedido. Porque não fornecer algumas ementas, onde não se pudesse anotar o pedido, e podíamos ter todas as pessoas na mesa a decidir o que comer ao mesmo tempo, sendo depois só anotar?
Não existe muita escolha de entradas, mas como éramos só 2, partilhámos as Tostas com Requeijão de Ovelha, Presunto, Mel e Nozes. Bom pão, o que foi uma constante que passou também para os hambúrgueres, e uns toppings decentes, mas que podiam e deviam ser bem melhores, serviram bem para entreter enquanto aguardávamos pelos pratos principais.


Falando primeiro dos pontos comuns entre os dois hambúrgueres, de realçar o bom pão brioche ligeiramente torrado, ainda que a parte de baixo fosse fina demais para aguentar que se comesse à mão. O ponto da carne não falhou, tal como o tempero da mesma, apresentando-se mal passado em ambos os exemplares, e as batatas doce fritas também estavam num bom nível.
O Mirandela surge com a clássica combinação que tanto associamos à zona, ou seja, alheira, grelos e ovo. Tudo com uma execução média mas a qualidade da alheira não deslumbrou.


Melhor o De Piodão a Barrancos, com uma combinação clássica de queijo da serra, presunto e cebola caramelizada. Os sabores fazem sentido, os ingredientes são simpáticos (mas mais uma vez não deslumbram) mas não percebi a motivação para colocar o queijo em cubos, quando seria melhor uma distribuição mais uniforme.


Não havia já espaço para a sobremesa, nem nenhuma que nos parecesse imperdível o suficiente, por isso decidimos avançar para os cafés e a conta. Não é uma hamburgueria memorável. Aliás, poucas são! Mas não é má, e acaba por cumprir o seu propósito.

Hamburguês
Oeiras, Portugal
Hamburguês - Hambúrgueres Artesanais Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 1 de Fevereiro 2018

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Pimenta Malagueta (Amadora)

Os últimos anos têm sido bastante generosos no que à cena gastronómica da Amadora se refere. Disse-o quando fui a'O Quintal (aqui) e ao Happy Comida Caseira (aqui) e vou voltar a dizer, sem qualquer problema. Este Pimenta Malagueta vinha-me despertando a curiosidade há meses e meses, mas a oportunidade de o conhecer surgiu após um convite dos proprietários.
O registo em que se apresenta é bastante diferente dos restaurantes que já mencionei. Aqui entramos num local que nos faz lembrar um típico e confortável restaurante português, quase uma tasca. Não é uma tasca moderna, cheia de pormenores kitsch. É mesmo uma tasca, mas com um aspecto clean. 
Os clientes que aqui entram são recebidos entre sorrisos e palavras simpáticas, algo que é uma constante por toda a refeição como pudemos testemunhar. Existe uma genuína preocupação de que as pessoas se sintam bem e que comam bem! A casa aqui começa a ser feita por quem serve e por quem cozinha, que vem à mesa saber como estão as coisas. E vimos isto a ser feito também a outras mesas, daí percebermos que é algo realmente honesto.
A ementa reflecte influências claramente portuguesas, com comida aparentemente simples exceptuando alguns pratos que parecem mais trabalhados. Os preços são algo surpreendentes para alguns pratos, mas já volto a este ponto...
Começámos por atacar um bom Queijo de Ovelha Curado, que nos foi servido com o couvert. De salientar também a óptima manteiga de alho que nos foi servida e que barrámos generosamente em fatias de um simpático pão.



Até estávamos para passar as entradas à frente, mas a sugestão de um Folhado de Queijo de Cabra falou mais alto. Massa folhada num ponto perfeito, com um recheio de queijo de cabra, tomate e oregãos que faz todo o sentido. Para refrescar, uma salada bem temperada com apontamentos doces dados por morangos e uma fruta da época, a romã. Se o folhado cumpriu bastante bem e ficámos agradados com a sugestão, a salada que o acompanha foi uma boa surpresa. 



Apesar das influências portuguesas e do menu aparentemente simples, existem algumas pérolas que parecem meio perdidas, como este Polvo com Puré de Batata Doce, Grelos e Molho Romesco. Nota-se aqui uma evolução do simples restaurante de bairro, com um prato de alguns componentes mais invulgares, como é o caso do molho romesco, e um empratamento cuidado. Mas não é só o prato que é bonito, ou a dose que é bastante generosa. Os sabores apresentados são também muito bons, principalmente o romesco! Polvo cozinhado na perfeição, de textura macia, e uns grelos fantásticos. Dispensava o puré de batata e deliciava-me só com o polvo, os grelos e o molho.



Uma das imagens que mais vi, e que mais me fez salivar nos períodos antes desta visita, foi a de um bife com um aspecto divinal, banhado em molho e com uma malagueta por cima. Existem alguns bifes, podendo optar por vazia ou lombo. O lombo acaba por ser um corte que, devido à sua falta de gordura, não apresenta muito sabor, logo a escolha teve que recair pela vazia.
Fantástica peça de carne. Mesmo muito boa, bem temperada, cozinhada perfeitamente no ponto pedido (mal passada)! Bom molho, onde ia mergulhando o simples arroz branco para criar uma gulosa "pasta" de molho e arroz e umas excelentes batatas fritas, estaladiças qb. Ah, e voltando à questão do preço, este bife da vazia tem o custo de 9,80€, tornando-o num dos nacos de carne mais apetecíveis da cidade de Lisboa a meu ver.



As Farófias, servidas de uma forma muito pouco ortodoxa, a apresentarem uma óptima consistência mas o creme de ovo a levar-nos mais a pensar em arroz doce do que em farófias. Não é mau, visto que também gosto bastante de arroz doce, mas foi algo inesperado.



Excelentes sabores no Cheesecake com Doce de Morango, Framboesa, Gengibre e Lima, principalmente no que ao topping diz respeito. Bastante bem equilibrado entre a doçura e a acidez, ligando na perfeição com o creme e a base. Único problema foi a base não estar estaladiça, algo que aprecio nesta sobremesa para dar alguma textura à mesma.



Saí do Pimenta Malagueta com vontade de regressar muito em breve. Não só a ementa tem outros pratos apelativos por descobrir (vi passar pratos com óptimo aspecto para outras mesas) como me senti verdadeiramente bem lá. Ou então voltar quando simplesmente me apetecer um belo bife a bom preço.

Pimenta Malagueta
Rua 1º de Dezembro, 38A
Amadora, Portugal
Pimenta Malagueta Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
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Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 24 de Janeiro 2018

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Saikō (Campo Pequeno)

Não sabia bem o que esperar deste convite para ir conhecer o Saiko Campo Pequeno. A sua abertura criou bastante curiosidade. Seria este um espaço réplica do Estoril (de que já falei aqui)? Só isso já é sinónimo de muita qualidade e o melhor sushi de fusão que a cidade de Lisboa já testemunhou! Mas uma cópia exacta não seria o suficiente para me fazer deslocar propositadamente até Lisboa, já que o Estoril é mais prático para mim.
Até que, em conversa com a pessoa que me convidou, percebi que a carta tinha também evoluído, sempre com a consultoria do chef Péricles Lacerda (que acompanho desde os tempos do Tamagoshi). As condições são outras e é natural que exista esta evolução mas tinha que lá ir para experimentar e verificar isto por mim próprio.


O Couvert é muito semelhante ao que já tinha experimentado anteriormente e continua delicioso. Aquelas folhas de endívia deixam-me sempre rendido.


Já tinha visto este tipo de pratos várias vezes mas, vá se lá saber porquê, nunca tinha tido a curiosidade de o experimentar. Felizmente nesta noite a ementa não foi escolhida por nós, e este Nasu Dengaku é a primeira entrada que nos chega à mesa. Um prato delicado, com a beringela a ser simplesmente glaceada com o molho dengaku (um molho à base de miso), o que lhe dá uns excelentes toques salgados e adocicados.


O Kimuchi Moriawase é um contraste de sabores grandes, com os vários peixes perfeitamente envolvidos no molho ligeiramente picante, mas que se balanceia perfeitamente com a acidez do sunomono, a cama de pickles de pepino que estava no fundo do prato. Qualquer um dos três peixes (salmão, atum e peixe branco - que não me recordo qual era neste dia) de uma frescura exemplar e ajudados ainda pelo molho ponzu, que lhe confere acidez e doçura.


Como já conhecia a casa do Estoril, adaptaram o menu que me foi servido, dando-me a conhecer vários pratos novos, com maior incidência nos pratos quentes. Daí esta ter sido uma refeição com pouco sushi, mas ainda assim excelente, como foi caso deste Maguro Chili! É nestes pormenores que o sushi do Saiko está a anos luz da maior parte das fusões manhosas que por aí se vê. Não é preciso molhos que disfarcem e tapem completamente os restantes sabores. É preciso saber combinar as coisas para que se enalteçam os ingredientes. Neste caso, excelente uso de sriracha, que combina lindamente com o atum, e a piada de ter no exterior massago arare (pequenas pérolas de arroz crocante) a complementar o arroz do sushi.


Chegamos aos pratos que diferenciam as duas casas, com uma aposta maior nos pratos quentes japoneses neste novo espaço, muito devido às melhores condições da cozinha aqui existente. A Ebi Soba é um prato que faz, por si só, uma refeição consistente. Boa massa de trigo sarraceno, excelente ovo com a gema ainda meio líquida, os legumes e algas cozidos ainda com aquela ligeira resistência à dentada, só para dar textura... mas tudo ficou meio ofuscado pelo óptimo caldo e pelo fantástico camarão panado! Só tive pena que não houvesse mais camarões porque estava verdadeiramente viciante.


Por falar em viciante, a Yaki Hotate, uma espetada de vieiras (que pareciam zamburinhas tão pequenas eram) com cogumelos shitake, foi uma verdadeira surpresa. A mostrar, uma vez mais, uma das novas possibilidades da nova cozinha, com a introdução de pratos yakitori na ementa. Concretização fantástica, com a vieira cozinhada na perfeição e a ligar bastante bem com a intensidade dos shitake, tendo os sabores sido ainda balanceados pela adição do molho tarê.


Assim tinha acabado o menu de pratos que estava definido mas, sendo a primeira vez que a minha companhia visita um Saikō, não podia deixar que saísse do restaurante sem experimentar aquele que é o meu prato favorito, o Gunkan Egg. É a perfeição num gunkan só, com a gema a explodir-nos na boca e a desencadear pequenos gemidos de prazer.


As sobremesas chegaram em forma de Pijaminha, com algumas já bem conhecidas da minha parte, mas que não desiludiram em nada, havendo-as para todos os gostos. Excelente gelado de sésamo (Goma Aisukurïmu), com uma profundidade de sabores que não esperava. Menos fantástico, mas ainda assim bom, o gelado de chá verde. Voltamos ao campo do excelente com o Ryôri de Lima, parecido com um cheesecake mas feito com natas, e o Müsu de Maracujá! Excelentes as texturas e os sabores.
A Mousse de Chocolate foi alvo de grandes elogios por parte da minha companhia, dizendo que a fazia lembrar da mousse da mãe dela. Que maior elogio existe quando o que estamos a comer nos traz à memória momentos familiares? 
As duas versões de cheesecake (Chizukeki Saikō), apresentados sem uma base fixa mas sim bolacha esfarelada espalhada à volta, de uma textura aveludada fantástica e com óptimos toppings.


O Saikō continua memorável e continua a superar-se a si próprio. Esta ambição é de louvar e esperemos que não fique por aqui! A minha dificuldade agora vai ser escolher entre o Estoril e o Campo Pequeno!

Saikō Campo Pequeno
Praça do Campo Pequeno, 602
Lisboa, Portugal
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Preço Médio: < 50 €
Data da Visita: 23 de Janeiro 2018