quarta-feira, 28 de março de 2018

Quanjude (Parque das Nações)

Lembram-se da ideia que tinham de restaurantes chineses enquanto cresciam? O barato, familiar, duvidosamente higiénico restaurante que tinha a sua decoração igual a 1000 outros e onde a comida nos satisfazia o estômago e o palato, muito pelo uso excessivo de MSG (Glutamato Monossódico)?
Eles ainda existem por aí, ainda que muitos tenham encerrado quando a ASAE decidiu meter em pratos limpos... bem, todos os que não o tinham! Este factor desencadeou um lento, mas existente crescimento no que à gastronomia chinesa dizia respeito, principalmente no que às regiões de Cantão e Sichuan diz respeito.
Isto passou-se já há uns anos mas continuam a abrir restaurantes bastante decentes que tentam mostrar a verdadeira cozinha chinesa, e não aquelas versões ocidentalizadas que conhecemos e adorámos durante a juventude, como é o caso do Quanjude, o primeiro na Europa de uma larga cadeia de restaurantes, que proclama ter o melhor Pato à Pequim... da China! É colocar as expectativas bastante altas.
Mas já lá vamos, porque, como em qualquer refeição "típica" num restaurante chinês, abrimos as hostilidades com uns Crepes Chineses... de Pato, pois claro! Bem fritos, exterior estaladiço, mas o interior carecia de maior quantidade de recheio, sabendo a pouco (e não a pato).



Bem melhores os Bolinhos de Camarão Fritos, uma estaladiça e enigmática bola de farrapos com um recheio de camarão e algum tipo de maionese cremosa que traz gulodice a cada dentada.



Chega à mesa a estrela do restaurante! Há muito tempo que não via um restaurante cuja publicidade focasse tanto num só prato, portanto é bom que seja o melhor Pato à Pequim que já alguma vez experimentaram, certo? Infelizmente, não é. O que me faz duvidar também da publicidade enganosa de que é o melhor da China. O melhor que já experimentei foi no Yum Cha Garden (aqui - agora denominado Macau Dim Sum). Mas o que faltou a este para estar a este nível? Suculência na carne e crocância na pele.



Com a especialidade da casa podemos ainda pedir um segundo prato, a Canja de Pato ou o Pato com Pimenta Preta, recaindo a escolha sobre este último. Carne excessivamente frita, perdendo suculência (uma vez mais) mas com óptimos sabores. Os pedaços são cortados de forma tão abrutada que trazem no meio muitos dos ossos do pato, acabando por se tornar algo incómodo.



Terminámos a componente salgada da refeição (por uma questão de ordem de coisas que chegaram à mesa ainda que tivéssemos preferido que tivesse chegado antes do pato) com Dim Sum. Sim, não é típico da província de Sichuan, sendo uma denominação generalista para este tipo de prato mas era assim que estava descrito na ementa. Tal como não havia grande descrição sobre o mesmo, a verdade é que nem na memória deixou grande impacto.



Não tenho uma grande ideia no que se refere a doçaria chinesa em Portugal. Pode ser que no país de origem seja diferente mas o que cá chega nunca me convenceu muito (nem as bananas fa si ou os gelados fritos). O que aconteceu também com o Granizado de Manga que experimentei. Sim, é leve, doce e refrescante mas está longe de espantar.



Um espaço simpático, com uma ementa grande demais (cerca de 90 páginas) e sem receio de mostrar itens que podem parecer menos apelativos. Mas não há nada como arriscar e experimentar! Que não seja pelo Pato à Pequim (que se for o melhor da China, me deixa algo desiludido) mas pela vontade que uma ementa destas nos dá de sair da zona de conforto e provar coisas novas.

Quanjude
Rua Pólo Norte, 1.06 2.1B
Lisboa, Portugal
Quanjude Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
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Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 20 de Outubro 2017

terça-feira, 27 de março de 2018

Lareira Baixa (Porto)

Almoço tardio num dia de semana, com a necessidade de encontrar algo que fosse simples e relativamente rápido para podermos comer qualquer coisa. Surgiu a hipótese Lareira, restaurante que já tinha na lista há algum tempo conhecido pelas seus petiscos simples e sandes. Aberto desde 1984, o aspecto deste pequeno restaurante não revela a sua idade, mostrando-se bastante bem conservado e de aspecto algo jovial.
A ideia era atacar a sandes de pernil com queijo da Serra, tentando arranjar um termo de comparação com a da Casa Guedes (da qual falei aqui). Mas, sabendo que uma sandes não seria suficiente, decidi abrir as hostilidades com um prato de Rissóis (2 de carne e 1 de leitão, se não me engano). Boa fritura mas o recheio foi uma desilusão em qualquer um dos exemplares, mostrando seco e desinteressante. O melhor do prato eram as batatas fritas caseiras...


A Sandes de Pernil com Queijo da Serra a conseguir elevar um pouco a imagem com que saí do Lareira. Bom pão, a absorver o molho do pernil, a carne macia mas o queijo a apresentar-se completamente sólido, perdendo um pouco por causa disso. Os sabores não são tão intensos e marcantes como os da Casa Guedes mas não deixa de ser uma boa sandes e a um óptimo preço.


O Lareira tem a vantagem de praticar preços impressionantemente baixos, fazendo com que uma refeição facilmente fique abaixo dos 10€. A comida não é fantástica mas pelo preço que pagamos parece-me uma óptima solução para quem não quer gastar muito dinheiro.

Lareira Baixa
Rua das Oliveiras, 8
Porto, Portugal
Lareira Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Foodspotting
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Preço Médio: < 10 €
Data da Visita: 19 de Outubro 2017

segunda-feira, 26 de março de 2018

Francesinha Café (Porto)

A eterna discussão de qual a melhor francesinha do país intensifica-se quando estamos no Porto. A cada esquina existe um café que apregoa ter a melhor, mas esta avaliação não deixa de ser subjectiva pois cada pessoa dá importâncias diferentes a cada componente. Para mim, o molho é o mais importante e não há boa francesinha sem um bom molho!
Tinha experimentado, no final de 2016, uma francesinha brutal no Pajú (falei sobre isso aqui) e voltei lá em 2017 para a mostrar a alguns colegas que nunca a tinham experimentado. Infelizmente o molho mudou, tornando-se mais amanteigado e perdendo interesse. O excelente serviço mantém-se e os ovos verdes continuam maravilhosos mas a francesinha perdeu algum encanto.
Precisava de uma francesinha que viesse suplantar a "desilusão" que tinha sentido na segunda visita ao Pajú (não me entendam mal, a francesinha continua a ser boa mas já não é a melhor!) e andava a ouvir falar bastante bem deste Francesinha Café. O nome não me dizia nada, existem muitas outras casas muito mais conhecidas, mas as imagens que me mostraram foram apelativas o suficiente para apressar uma visita.
Caso tenham lido o post sobre o melhor que comi em 2017 (aqui) sabem o resultado final desta refeição. Sim, é verdade. Encontrei a minha nova francesinha favorita! Começando pelo menos relevante, as batatas fritas (pedidas à parte) são boas mas podiam ser ainda melhores. A francesa vem bem encasacada com o pormenor de ter agasalho também por cima do ovo bem estrelado que lhe serve de chapéu. O recheio é fantástico. Excelentes carnes fumadas e um bife que consegue chegar à mesa sem que se assemelhe a uma sola de sapato excessivamente cozinhada. O molho é também fantástico e mostra-se bastante equilibrado, sem que se sinta qualquer excesso de tomate, marisco ou cerveja.


O Francesinha Café entrou directamente para o meu top de francesinhas. A qualidade do molho e do recheio da francesinha convenceu todos os que à mesa se sentaram e não foi por acaso que acabou no meu top de 2017.

Francesinha Café
Porto, Portugal
Francesinha Café Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da visita: 18 de Outubro 2017

domingo, 25 de março de 2018

Casa Paraíso 2 (Porto)

Gosto de conhecer tascas! Acho fantástico esta cultura tascosa (dito sem qualquer sentido pejorativo) que temos, onde conseguimos comer maravilhosamente sem pagar muito, graças ao nosso engenho de trabalhar ingredientes menos nobres e, por isso, mais baratos.
Quando estive no Porto tentei conhecer algumas das tascas locais mas, como é lógico não houve disponibilidade temporal para as conhecer todas. Felizmente tive tempo para ir à Casa Paraíso 2 (não sei se há uma Casa Paraíso 1, não perguntei!), restaurante de decoração pitoresca, serviço amistoso e ambiente tasqueiro. 
Ouvi falar desta churrasqueira pelo seu Rosbife à Inglesa, dito como sendo o melhor rosbife na cidade do Porto. Não sei se há muitos locais a servir rosbife mas pareceu-me motivo o suficiente para o incluir na minha lista de restaurantes a visitar. A expectativa era grande e, mesmo com algumas falhas, o prato cumpriu os requisitos mínimos expectáveis. Carne maioritariamente mal passada, mas na zona mais fina do bife (associo o rosbife a uma peça mais alta do que aquela que me foi servida) mostrou-se já para o lado do médio-bem, bem temperada e decentemente acompanhada por umas batatas fritas às rodelas um pouco gordurosas demais e uma couve salteada bastante simpática. Havia também arroz mas nem lhe toquei, pelo ar gasto e reaquecido que tinha. Destaque também para o tamanho generoso da meia dose servida. 


Apesar do tamanho da dose, estava a apetecer-me terminar com algo doce, acabando por pedir uma recomendação a quem me atendia. Foi-me vendido este Crocante de Chocolate como algo fantástico e acabei por aceitar, ainda que me apercebesse de antemão o quão doce isto ia ser. E é, não me enganei, mas a verdade é que esta bomba calórica de bolo de chocolate, suspiro e mousse de chocolate revelou-se uma boa surpresa. Melhor se tivesse tido alguém com quem a dividir, pois é demasiado doce para mim, mas não deixou de ser uma boa sugestão.


A Casa Paraíso 2 é uma tasca que oferece boa e honesta comida a preços justos. Uma honestidade na cozinha que já não é fácil encontrar mas que vale a pena procurar.

Casa Paraíso 2
Porto, Portugal
Casa Paraíso 2 Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 16 de Outubro 2017

quarta-feira, 21 de março de 2018

Café Garrett (Lisboa)

Já conhecia o trabalho do Leopoldo Garcia Calhau dos tempos do Sociedade (aqui), mas ainda não tinha tido oportunidade de o visitar no Café Garrett. Queria perceber o que a transição para Lisboa tinha trazido de novo, bem como a evolução que a cozinha do mesmo tinha tido.
Começando pelas conclusões, pareceu-me que a cozinha do Leopoldo está ainda melhor e mais focada nas suas raízes alentejanas. A filosofia dos pratos construídos à volta de 2 ou 3 ingredientes mantém-se mas achei as doses ligeiramente mais pequenas que na Sociedade, ainda que os preços dos petiscos se mantenham. O problema da ementa aqui é o mesmo que no antigo espaço, escolher! Tudo parece fantástico, seja nas abordagens de pratos mais comuns ou em combinações improváveis. O melhor mesmo é deixar-nos ficar nas mãos do chef e comer o que for chegando à mesa. Excepto se houver o Tomate, Tomate e Tomate. Se houver, peçam! É obrigatório!
Começámos a refeição com o Alheira, Maçã e Bróculos, um prato bastante simples mas com 3 componentes de sabores tão díspares que achei estranho funcionarem tão bem. Mas o Leopoldo é um mestre nestas conjunções simples e equilibradas. Alheira excelente e de forte sabor, a ser balanceada com a doçura e acidez da maçã e ainda o amargor dos bróculos.


Excelente também o Pato, Vinagre Balsâmico e Couve-Flor, principalmente pela perfeição com que o pato se apresentou. O sabor do vinagre balsâmico ajuda a criar uma festa de sabores na nossa boca que não cansa e vicia. 


Simplicidade e sabor são duas das imagens de marca da cozinha de Leopoldo, algo que ficou claro também no Polvo, Beringela e Pimentos. Polvo com uma textura perfeita a ligar perfeitamente com a beringela (em puré) e os pimentos, dois ingredientes mais térreos. 


O Entrecosto manteve as coisas num nível muito bom, particularmente na molhanga que vinha no fundo da taça. Bastante sabor também na carne, com a carne a soltar-se do osso sem oferecer grande resistência. Penso só que poderia haver um elemento que servisse mais como acompanhamento mas percebo o intuito de comer o entrecosto só assim mesmo à guloso.


Por falar em gula, as Bochechas de Vaca, Aipo e Alho Francês são qualquer coisa de outro mundo. Macias, cheias de sabor e a ligarem muito bem com um puré perfeito. 


Um dos pratos mais icónicos do Café Garrett, e sobre o qual já tinha ouvido falar bastante, era a Cabeça de Borrego, Hortelã e Pão. Este prato é servido em duas componentes diferentes, tendo de um lado fatias de pão barradas com a marinada onde a cabeça de borrego esteve e do outro a carne da cabeça servida num género de caldo de ensopado, mas onde tudo faz sentido e onde Leopoldo nos puxa para as suas raízes. Não é um prato fácil de gostar mas é indispensável para os apreciadores deste tipo de iguaria.



Há restaurantes que têm um ou dois pratos icónicos, daqueles que se deve comer sempre que se vai lá e pelo qual ficaram conhecidos. O Café Garrett é conhecido pela cozinha de Leopoldo como um todo! Mas, existe sempre um mas, há uma sobremesa que é sobejamente elogiada e a qual não podia deixar passar. E ainda bem, pois o Pudim de Noz da Joana é verdadeiramente maravilhoso.


Não é dos restaurantes portugueses mais tradicionais mas é dos que melhor interpreta a cozinha portuguesa. É reinventar sabores sem os estragar, é trabalhar o melhor produto com base em técnicas e conhecimentos tão portugueses mas sem perder identidade. É ser português no Século XXI e liderar o caminho para o futuro gastronómico português sem esquecer as origens.

Café Garrett
Lisboa, Portugal
Café Garrett Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 14 de Outubro 2017

terça-feira, 20 de março de 2018

Up To Sushi (Saldanha)

Já falei algumas vezes sobre como ando cansado das opções All You Can Eat de muitos restaurantes de sushi. Acabo por achar que revela, quase sempre, uma amostra pouco criativa e em nada reflexiva da capacidade de produzir sushi de qualidade do restaurante. Quando olhamos para a carta de alguns até vemos peças interessantes mas que nunca são incluídas nas opções de "encher o bandulho". O que é uma pena porque sou da opinião que os AYCE deveriam servir mais como uma montra do que há na carta para que da próxima vez a pessoa considere pedir à carta, e não ser uma constante aborrecida de peças comuns e que em nada espelham o que de melhor se pode fazer num dado restaurante.
Apesar de me queixar destas coisas, acabo por recorrer a estes restaurantes quando me sinto com vontade de comer 40 ou 50 peças de sushi sem pagar um balúrdio. Sim, eu como facilmente entre 40 e 50 peças... não me julguem. Tenho a certeza que um de vocês que está a ler isto come tantas ou mais!
Alguns restaurantes têm uma abordagem diferente e dão uma folha de papel com o que há disponível para o AYCE. Já tinha apanhado isto no Gaijin Sushi Bar (na altura em que era em Paço de Arcos e sobre o qual falei aqui) e voltei a apanhar no Up To Sushi. Permite assim ao cliente ter uma noção do que há na ementa e, se assim entender, voltar noutra ocasião para comer à carta.
Éramos 5 à mesa e a lista não é muito extensa por isso acabámos por pedir praticamente um pouco de tudo, repetindo depois mais alguns itens. Não há fotos de tudo, pois só no início é que me lembrei de as tirar, e à medida que a comida ia chegando o interesse em tratar dela foi crescendo. Prioridades!
Bastante bom e fresco o Ceviche de peixe branco que se pode encontrar na secção das entradas. Algo bastante clássico, peixe bem cortado em bons cubos e com a cebola roxa, coentros e lima a trazerem frescura e acidez ao conjunto. Talvez pudesse ter até um pouco mais de acidez mas nada de grave.


O sushi é até bastante agradável. As peças estavam bem executadas e não existe um excesso desmedido na utilização de molhos e fruta, como se vê em muito sítio. Sim, há algumas peças em que isto acontece mas são mais aquelas em que o uso é controlado do que o contrário.
A qualidade do peixe não é soberba, e o atum estava bastante fraco mesmo, mas serviu para satisfazer os comensais presentes. O arroz, um dos pontos mais importantes do sushi, era simpático mas faltava-lhe um maior acerto no tempero.



Não sendo um restaurante genial (estando muito longe do Saiko, que é o melhor sushi de fusão que já experimentei e de que falei aqui) cumpre bem o objectivo de matar a fome de sushi, comer à bruta e não pagar um valor excessivo.

Up To Sushi
Lisboa, Portugal
Up to Sushi Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 8 de Fevereiro 2018

segunda-feira, 19 de março de 2018

The Club Steakhouse (Parque das Nações)

Lisboa teve um boom de steakhouses nos últimos anos. Casas preocupadas em tratar bem a carne que servem, mostrando cortes ou formas diferentes de pensar e comer bifes. Muitas focam-se na qualidade da carne, cozinhando-a da forma mais simples possível mas algumas casas, como o The Club Steakhousem tentam fugir a essa "rotina" e apresentam na sua carta pratos mais trabalhados. Nada contra a pura carne grelhada, sou até um grande fã disso mesmo, mas de vez em quando é bom experimentar coisas novas.
A carta é bastante variada, mostrando influências de toda a parte do mundo, seja no tão simples e português Chouriço Assado ou nas mais complexas e longamente cozinhadas Junior Baby Back Ribs, que serviram de início para esta refeição. Carne saborosa a soltar-se facilmente do osso e excelente molho barbecue, de lamber os dedos! Daqueles casos em que a péssima fotografia tirada por mim não faz jus nenhum à qualidade da comida.


Seguimos para um dos pratos mais famosos do mundo, muito graças a Gordon Ramsay, o Bife Wellington. Massa perfeitamente cozinhada, e o bife a apresentara-se médio, em vez do mal passado pedido. Uma interpretação algo clássica, com a duxelle de cogumelos a ligar-se maravilhosamente com o presunto que envolve o conjunto e a mostarda que reveste a carne dando-lhe um óptimo toque. Para brilhar ainda mais, faltava a carne em si ter sido devidamente temperada, pois estava algo insossa. 


Melhor o tempero da carne na Conexão Francesa, um prato que pode ser servido numa versão Surf & Turf, juntando-lhe (por um preço extra) dois camarões grelhados. Sabores bastante simples mas que funcionam bem juntos e com a execução das duas proteínas a ser o ponto forte do prato. Excelente o pormenor do pão por baixo do bife, que vai absorvendo todos os sucos e torna-se algo guloso!


Acompanhamentos à parte, como em muitas steakhouses, tendo a escolha recaído sobre a Jacked Potato, uma batata assada e servida com sour cream. Simpático mas não fantástico...


Comeram-se ainda umas batatas doce fritas que pecaram por estarem moles demais. Sabia que ia ser complicado chegar ao nível das do Butchers (de que falei aqui) mas esperava que estivesse um pouco melhores. Pode ter sido azar nos que escolhemos mas achei que foi o ponto mais fraco de toda a refeição.


De forma geral fiquei agradado com o restaurante mas não maravilhado. O serviço não foi perfeito, tendo falhado um componente de um sumo natural pedido, mas prontificaram-se a corrigir a situação e foi simpático durante o tempo todo. A comida esteve a um bom nível mas, pelos preços praticados e comparando com o vizinho Butchers, estava à espera de mais.
Se quiserem subscrever ao serviço Zomato Gold com 25% de desconto podem usar o código: DEVANE. Só o prato oferta desta refeição quase que me pagou a subscrição anual!

The Club Steakhouse
Lisboa, Portugal
The Club Steakhouse Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 13 de Outubro 2017

domingo, 18 de março de 2018

Portugandhi (Porto)

Sou do tipo de pessoa que gosta de conhecer a gastronomia regional dos locais que visito. Acho que é das coisas mais autênticas que uma região pode ter. Mais do que monumentos, mais do que jardins ou museus. A gastronomia diz-nos muito sobre a cultura da região que representa. E porque estou eu a dissertar sobre esta importância? Para concluir que, ainda que ache que as primeiras incursões gastronómicas numa nova cidade, vila ou povoação devem tentar encontrar o que aí está enraizado, não devemos nunca excluir restaurantes que representem culturas diferentes da que visitamos. Nunca fechar os horizontes...
Andava com apetites de comida indiana. Andava afastado dela há algum tempo, não por querer mas por falta de oportunidade. As raras vezes que vinha a Lisboa não surgia a visita a um indiano e no Porto procurava locais que fossem autênticos, práticos ou diferentes. Mas, de vez em quando, lá bate a vontade e aproveitei-a para ir conhecer o Portugandhi, muito próximo da estação de metro do Marquês.
Iniciámos a refeição com um bom Cheese Chilli Naan, com um nível satisfatório de picante mas onde parecia faltar um pouco mais de sal à massa. Tradicionalmente, este tipo de pão é usado como acompanhamento da refeição, mas serve também perfeitamente como entrada. Gosto mais de usar arroz para acolher os abundantes molhos dos pratos principais do que os naan.


Excelente Murgh Jalfrezi, com os fortes sabores da cebola, pimentos e tomate a envolverem perfeitamente os pedaços de frango. Existia ainda uma pungência crescente que trazia o prato para um nível muito bom.


Bom também o Chicken Tikka Masala, um prato de sabores muito mais suaves do que o anterior mas bastante equilibrado. O frango a apresentar-se ainda suculento, prova de que não foi cozinhado excessivamente, e o adocicado molho a revelar-se guloso (tal como o anterior).


Acompanhámos os pratos com Lemon Rice, uma receita de arroz típica do sul da Índia, que acompanha perfeitamente tanto os sabores mais intensos do jalfrezi como do tikka masala, devido ao seu toque a limão. As doses das proteínas não são más (também não são gigantes), mas achei as doses do arroz algo pequenas. É algo que queremos em abundância para envolver nos molhos existentes e, para que duas pessoas o pudessem fazer à vontade, tivemos que pedir uma 2ª dose.


Decidiu-se saltar a sobremesa, pois não estávamos para aí virados, terminando assim a refeição. Fiquei positivamente surpreendido por este restaurante. O nome pode parecer estranho mas apresenta na carta alguns pratos de fusão. Pode ser que numa próxima ocasião decida experimentar um deles.

Portugandhi
Porto, Portugal
Portugandhi Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 11 de Outubro 2017

quarta-feira, 14 de março de 2018

Munchie São João (Porto)

Não é fácil encontrar opções para almoçar a preços simpáticos, e que não incluam pão, na zona à volta do Hospital de São João. Por isso, a recorrente opção por hamburguerias, pizzarias ou francesinhas era natural. Mas, ainda assim, tentava variar um pouco, pois nestes campos a oferta até é alguma!
Onde em tempos existiu um Baixa Burguer, ao qual nunca fui mas de que me falaram bastante bem, abriu depois um Munchie. Já tinha ouvido falar desta cadeia de hamburguerias aquando a sua abertura em Lisboa, mas nunca tive oportunidade de visitar esse espaço pois encerrou entretanto. Mas tinha lido boas reviews na altura, por isso a expectativa era alta.
Começo por dizer que não sou um fã da forma como se faz o pedido no Munchie, à semelhança do que acontece no Frankie (de que já falei aqui). Fazer o pré-pagamento, depois ter a sorte que haja uma mesa (já pagámos, dá jeito que possa comer sentado já agora) e esperar para então receber (ou ir buscar) o pedido ao balcão! Seria assim tão difícil ter serviço de mesa?
Bem, mas e os hambúrgueres? Não são assim tão bons infelizmente... O Perdão, um dos hambúrgueres especiais do Munchie, é impossível de comer à mão! A torre de 2 hambúrgueres (cada um com 90 gramas), rúcula, beringela grelhada, aros de cebola, queijo da serra e maionese de manjericão é alta demais. Ainda tentei mas não consegui mesmo comer esta Torre de Pisa, que acabou por se desmoronar nas minhas mãos e me fez acabar o hambúrguer de garfo e faca. Os ingredientes são simpáticos, ainda que nada se destaque, e a carne veio acima do ponto pedido. As batatas também não são nada de especial, havendo várias que se mostram moles em vez de firmes e hirtas como uma barra de ferro.


Já o Ira, um dos 7 Picados Mortais do Munchie, é servido num pequeno cesto de vime, no meio de uma montanha de batatas (que sofriam do mesmo problema das anteriores) mas numa conjugação de ingredientes que também não dá muito jeito para comer à mão, especialmente por causa dos nachos.
Melhor os sabores destes pecado, ainda que o nível do seu molho de chilli seja pouco mortífero.

Podem não acreditar mas ali no meio está um hambúrguer!
Mais uma hamburgueria algo banal. O conceito até está lá e as combinações apresentadas são engraçadas mas a concretização está longe de ser perfeita. Se todos os Munchie apresentam este nível não sei bem como se tornaram uma cadeia com quatro restaurantes e mais depressa percebo o encerramento da loja em Lisboa.

Munchie São João
Porto, Portugal
Munchie Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 10 €
Data da Visita: Outubro de 2017

terça-feira, 13 de março de 2018

Brasão Coliseu (Porto)

Mais uma semana, mais uma francesinha! Era um pouco esta a minha filosofia no tempo que passei no Porto. Queria experimentar o maior número possível para perceber qual seria a melhor. Claro que foi impossível experimentar todas, pois é um número infindável de casas que apregoa ter a melhor francesinha da invicta e, quiçá, do país.
Uma das francesinhas mais famosas da cidade é a da Cervejaria Brasão, cuja casa mãe fica na zona dos Aliados, mas que abriu há cerca de 1 ano um novo espaço, bastante engraçado por sinal e com um cheiro ainda a "novo", junto ao Coliseu do Porto.
A ementa da Brasão até é bastante variada, com destaque para a variada oferta de petiscos existentes, bastante apelativos e com algumas criações engraçadas, para os bifes, outros dos grandes pontos pelo qual a cervejaria é conhecida, e, claro, as francesinhas!
Nem era para pedir qualquer tipo de entrada ou petisco mas alguém na mesa pediu um Rissól de Carne, Cogumelos e Trufa e não consegui ficar indiferente. Excelente fritura, com um exterior estaladiço e sem pinga de gordura, e o interior húmido, cremoso e de intenso sabor a carne e cogumelos. Já a trufa em si, que habitualmente até tem um sabor bastante intenso, pouco ar da sua graça deu.


E a estrela da casa? É um belo exemplar, não há dúvida disso! Francesa bem vestida, e também de interiores saborosos e bem recheados, com um chapéu de ovo bem estrelado. Tudo de nível bastante decente, incluindo o molho, com um nível de picante baixo mas bastante bem balanceado na sua composição.


A vontade é voltar ao Brasão com o espírito para experimentar as restantes secções da ementa, mas já lá regressei depois desta visita e acabei por cair na tentação da francesinha uma vez mais! Não é a melhor (ainda me falta falar dessa daqui a uns tempos) mas é um bom exemplar.

Brasão Coliseu
Porto, Portugal
Brasão Cervejaria Coliseu Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
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Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 25 de Setembro 2017

segunda-feira, 12 de março de 2018

Momentum Sushi Exclusivo (Porto Salvo)

Fui até ao Núcleo Central do Taguspark com o intuito de ir almoçar. Não fazia isto há muitos anos, já que nunca achei que a oferta existente fosse algo por aí além, excepto quando existiu um Faustino II (já falei do Faustino aqui). Até que, recentemente, abriu o Panorâmico by Marlene Vieira, chef com food corner no Time Out Mercado da Ribeira e sobre o qual já falei (aqui). Não é pela experiência do food corner ter corrido mal que deixo de ter curiosidade quanto à cozinha de Marlene Vieira!
Mas, a caminho do restaurante, deparámo-nos com uma novidade (pelo menos, para nós). Existia um restaurante de sushi, meio fast food, que nunca tínhamos visto. Espreitámos e os nossos apetites mudaram e acabámos por entrar no Momentum Sushi. Filosofia de pedido bastante parecida com a de um food court, onde fazemos o pedido, pagamos, recebemos as bebidas e vamos sentar-nos à espera que o pedido seja completo nos seja trazido à mesa.
O Menu de Degustação inclui 18 peças de sushi, temaki ou yakisoba e 1 bebida (ao qual eu não sei porque lhe dão esse nome, pois parece-me estar muito longe do que um menu de degustação deve ser). Sendo a escolha mais substancial (já vos disse que sou uma pessoa de muito alimento!), claro que foi esta a minha opção, optando por um Temaki de Atum e Manga. Atum fraquinho, manga demasiado verde, alga mal trabalhada e arroz médio.



O Combinado do menu não é nada mau, se tivermos em conta que o restaurante se parece com um qualquer balcão de centro comercial! Três variedades de peixe, ainda que o dominante seja o salmão (como é, infelizmente, habitual), com o peixe branco a ser usado em apenas um nigiri e o atum braseado a estar terrível! Já as peças de salmão, mesmo sem apresentarem níveis criativos fantásticos, não se encontravam mal executadas e satisfizeram o meu apetite.





18 peças e um temaki não era suficiente para mim (não me julguem dessa forma, ok?!), e claramente as pessoas do restaurante acharam o mesmo pois trouxeram para a mesa uma oferta do chef na forma de um Gunkan de Salmão e Pistáchio, uma especialidade da casa e uma combinação que funciona estranhamente bem, mesmo com o uso de um queijo que não me pareceu Philadelphia (ou algo do género).




Mesmo com o restaurante praticamente vazio, o serviço conseguiu esquecer-se dos Gunkanha que tinha pedido. E o que é um gunkanha? É um gunkan feito com picanha! A picanha é ainda braseada com maçarico e leva um topping de cebola crocante. Muito bom mas seria interessante ver o topping a usar pedaços perfeitamente caramelizados da gordura da picanha no lugar de pequenos cubos de carne.




Não conhecia este Momentum Sushi mas não fiquei de todo desagradado com o que provei, principalmente tendo em conta o conceito "food cornesco". A curiosidade levou-me a descobrir que existe também um Momentum Sushi na Quinta da Fonte, cujo menu e reviews parecem bem mais interessantes.

Momentum Sushi Exclusivo
Porto Salvo, Portugal
Momentum Sushi Executivo Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 9 de Outubro 2017