A serra algarvia é dona de uma beleza extraordinária. A sua paisagem e envolvente são únicas, dando lugar a recantos preciosos. Quando a isto se junta o melhor da gastronomia local, ficamos na presença de restaurantes que merecem ser icónicos em qualquer guia deste país que entenda promover a boa comida portuguesa.
Nem sempre os lugares de comida tradicional portuguesa são tascos. Nem sequer é uma regra que possa ser seguida axiomaticamente. Cada vez há mais lugares que não se preocupam só com a qualidade da sua comida ou com a utilização dos melhores produtos, dando preferência a sabores da sua região, mas que acrescentam a isso uma boa apresentação nos seus pratos, um serviço cuidado e um restaurante atraente. E quem diria que na Fóia, perto de Monchique, se encontra um lugar que preenche todos estes requisitos? A isso juntamos uma varanda detentora de uma das melhores vistas imagináveis e temos o Luar da Fóia!
Esta é daquelas ementas onde tudo é apelativo e onde cada item nos deixará o estômago a roncar em antecipação. Os preços parecem ser um pouco puxados (os pratos rondam os 15€) mas as doses são de tal tamanho que 3 chegam perfeitamente para alimentar 4 pessoas de bom apetite. Fora da ementa há ainda carnes maturadas, por isso não se coíbam de perguntar o que há.
O couvert apresenta um fantástico pão, com boa crosta e um interior qb de massudo mas muito saboroso. Apresenta-se também na mesa um bom queijo amanteigado e um Presunto de excelente qualidade, apesar de não aparentar ter muito tempo de cura e ser cortado de forma excessivamente grosseira. Pareciam mais bifes de presunto.
O Polvo Frito com Batata Doce foi a surpresa do dia. Não só a conjugação não é muito comum, como funciona na perfeição. A doçura da batata ajuda a suportar o sabor do polvo frito em alho e coentros. A execução de todo o prato é quase infalível e só desejaria que a batata estivesse um pouco mais crocante para contrastar com o macio polvo.
O Leitão de Porco Preto também tinha elementos surpreendentes. Ainda que apresentado sem um molho que suportasse a carne, o que não foi muito grave visto que não estava seco, o leitão veio praticamente todo desossado, mostrando algum cuidado por parte da cozinha quanto ao que põem no prato. A pele estava pouco uniforme quanto à textura, com algumas partes crocantes e outras nem tanto. Boas batatas fritas caseiras, cortadas finas, estaladiças e sem excesso de gordura.
Apesar de bem cheios, todos os comensais quiseram experimentar as sobremesas. A Mousse de Alfarroba com Gelado de Baunilha mostrou-se simpática, e deu uns ares de graça pela lembrança de gelado de baunilha coberto com chocolate derretido, mas não mais que isso.
O Morgado de Figo era demasiado consistente e seco, acabando por ficar cerca de metade no prato. Ao fim de várias colheradas os meus maxilares já se começavam a queixar. Precisava de algo que ajudasse a cortar a consistência do bolo, como um gelado.
Refrescante foi a reinterpretação de morangos com chantilly no formato de Morangos com Mascarpone. Uma sopa de morangos cremosa, com a sua acidez e doçura a ser bem suportada pelo mascarpone.
Excelente Pudim de Mel, com bom sabor e consistência, não se mostrando excessivamente doce ou massudo. A calda colocada por cima ajuda a que o pudim não esteja seco, acabando por ser a melhor sobremesa experimentada.
Um restaurante delicioso e que vale a viagem, sem dúvida! A localização é excelente, mas não nos esqueçamos que o que realmente interessa no final é o que sai da cozinha e foi esse ponto que me deslumbrou.
Nem sempre os lugares de comida tradicional portuguesa são tascos. Nem sequer é uma regra que possa ser seguida axiomaticamente. Cada vez há mais lugares que não se preocupam só com a qualidade da sua comida ou com a utilização dos melhores produtos, dando preferência a sabores da sua região, mas que acrescentam a isso uma boa apresentação nos seus pratos, um serviço cuidado e um restaurante atraente. E quem diria que na Fóia, perto de Monchique, se encontra um lugar que preenche todos estes requisitos? A isso juntamos uma varanda detentora de uma das melhores vistas imagináveis e temos o Luar da Fóia!
Esta é daquelas ementas onde tudo é apelativo e onde cada item nos deixará o estômago a roncar em antecipação. Os preços parecem ser um pouco puxados (os pratos rondam os 15€) mas as doses são de tal tamanho que 3 chegam perfeitamente para alimentar 4 pessoas de bom apetite. Fora da ementa há ainda carnes maturadas, por isso não se coíbam de perguntar o que há.
Foto retirada daqui |
O Polvo Frito com Batata Doce foi a surpresa do dia. Não só a conjugação não é muito comum, como funciona na perfeição. A doçura da batata ajuda a suportar o sabor do polvo frito em alho e coentros. A execução de todo o prato é quase infalível e só desejaria que a batata estivesse um pouco mais crocante para contrastar com o macio polvo.
O Leitão de Porco Preto também tinha elementos surpreendentes. Ainda que apresentado sem um molho que suportasse a carne, o que não foi muito grave visto que não estava seco, o leitão veio praticamente todo desossado, mostrando algum cuidado por parte da cozinha quanto ao que põem no prato. A pele estava pouco uniforme quanto à textura, com algumas partes crocantes e outras nem tanto. Boas batatas fritas caseiras, cortadas finas, estaladiças e sem excesso de gordura.
Apesar de bem cheios, todos os comensais quiseram experimentar as sobremesas. A Mousse de Alfarroba com Gelado de Baunilha mostrou-se simpática, e deu uns ares de graça pela lembrança de gelado de baunilha coberto com chocolate derretido, mas não mais que isso.
O Morgado de Figo era demasiado consistente e seco, acabando por ficar cerca de metade no prato. Ao fim de várias colheradas os meus maxilares já se começavam a queixar. Precisava de algo que ajudasse a cortar a consistência do bolo, como um gelado.
Refrescante foi a reinterpretação de morangos com chantilly no formato de Morangos com Mascarpone. Uma sopa de morangos cremosa, com a sua acidez e doçura a ser bem suportada pelo mascarpone.
Excelente Pudim de Mel, com bom sabor e consistência, não se mostrando excessivamente doce ou massudo. A calda colocada por cima ajuda a que o pudim não esteja seco, acabando por ser a melhor sobremesa experimentada.
Um restaurante delicioso e que vale a viagem, sem dúvida! A localização é excelente, mas não nos esqueçamos que o que realmente interessa no final é o que sai da cozinha e foi esse ponto que me deslumbrou.