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terça-feira, 18 de setembro de 2018

Cabana das Paixões (Carcavelos)

Verão é aquela altura do ano em que tudo o que me apetece é comer bom peixe grelhado, numa esplanada abrigada do sol, e bem acompanhado por um jarro de branco fresco. Apetece-me comida mais leve, apetece-me sabor a carvão e uma salada bem temperada para acompanhar o que quer que saia da grelha. Mas não me apetece pagar em excesso por estes pequenos prazeres da vida.
É uma discussão longa, onde se pode comer o melhor peixe na zona de Lisboa e arredores (vou excluir Ericeira, Sesimbra e Setúbal por estarem noutro campeonato), com muitos restaurantes realmente excelents mas onde os preços exorbitantes fazem-me questionar como é que pratos tão simples se conseguem tornar tão caros. Por isso, para estas ocasiões, a minha preferência recai sobre tascos, como o Último Porto (aqui), a Quitanda do Centro Náutico de Paço de Arcos (aqui), Casa do Mar (aqui), Vela Azul (aqui) ou esta Cabana das Paixões, localizada no Campo de Futebol do Grupo Sportivo de Carcavelos. Com muito sol, a esplanada abrigada desta cabana torna-se extremamente convidativa!
Boa Dourada Grelhada, ainda que prefira quando a mesma é grelhada inteira e não escalada, a não se apresentar seca (um risco maior quando o peixe é assim grelhado), demonstrando boa mão na grelha e no tempero.


Ainda que a dourada viesse com alguns legumes cozidos, pedi também uma Salada para acompanhar. Nada contra legumes cozidos, que podem ser maravilhosos, mas prefiro acompanhar grelhados (seja peixe ou carne) com uma simples salada de alface, tomate, cebola e pimentos! E eu que não gostava de pimentos há alguns anos atrás...


Terminei com um Pudim, de aspecto e sabor caseiro, sem grandes invenções! Um pouco na ordem de todo o restaurante, onde grupos de famílias e amigos se reúnem e se sentem em casa!


Simples, eficaz e a cumprir na perfeição o objectivo de me matar as saudades de bom peixe grelhado. Não foi o melhor peixe que já comi, mas achei a relação qualidade/preço justa e a comida num nível suficiente para me fazer regressar quando quiser algo descomplicado e barato nesta zona.

Cabana das Paixões
Carcavelos, Portugal
Cabana das Paixões Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 31 de Maio 2018

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Altântico by Miguel Laffan (Estoril)

O nome de Miguel Laffan pode parecer estranho aos mais distraídos, mas este tem sido um dos chefs portugueses mais reconhecidos na cena gastronómica portuguesa recente, muito devido ao seu trabalho no L'And Vineyards, em Montemor-o-Novo, onde ganhou uma estrela Michelin, perdeu-a, e depois conseguiu recuperá-la.
Entretanto parece que têm sido uns últimos tempos ocupados para o chef, que abriu recentemente O Ato, em Lisboa, e deu nova vida ao Atlântico, o restaurante do Hotel Intercontinental Estoril. Restaurante esse do qual já tinha ouvido falar bem nos últimos anos mas confesso que a chegada de Miguel Laffan, que estava presente nesse dia, me suscitou ainda mais curiosidade. Dada a posição que tem, nada como aproveitar um final de tarde veranil para ir conhecer a sua fantástica esplanada e deslumbrante vista.
Excelente serviço ao longo de toda a refeição, perfeitamente encaixado no posicionamente que o restaurante pretende atingir, que mal nos sentou sugeriu uns refrescantes cocktails para iniciar a refeição. Sim, eu sei que estão a vender e a impingir-nos bebidas que poderiam ser necessárias, mas num dos dias mais quentes do ano, um cocktail fresco enquanto admirava o esplendoroso mar que banha a Linha de Cascais soube-me maravilhosamente.


Bom couvert (que infelizmente se escapou ao registo fotográfico), com 3 tipos de pão à escolha, com especial destaque para o pão integral, azeite transmontano e uma manteiga francesa (não perguntei qual a diferença entre uma manteiga francesa e qualquer outra) simples mas extremamente viciante. Pão e manteiga, um casamento perfeito.
Chegou também uma oferta da casa, no formato de um clássico Pastel de Bacalhau de excelente fritura, boa proporção entre batata e fiel amigo mas onde senti faltar um pouco de sal.


A cozinha do Atlântico é, logicamente, muito virada para os produtos marítimos, o que fazia um match perfeito com os nossos apetites nesse dia. As Vieiras, Cogumelos Selvagens e Sabayon Trufado entusiasmaram da primeira à última garfada. 3 camadas distintas, cada uma com um sabor muito próprio mas que se complementavam na perfeição. Em baixo, o Sabayon trufado, a lembrar um brás, com vieiras, cogumelos e óleo de trufa. Não sou um fã do mesmo, pela facilidade com que se torna um elemento dominador em qualquer prato em que toque. Aqui estava mesmo nesse limiar, mas revelou-se acrescentar uma camada de sabor à existente, sem abafar completamente os restantes. Óptima telha de tinta de choco, a dar um ligeiro salgado ao conjunto e, por cima, uma vieira perfeitamente cozinhada com espuma de amêndoa (o elemento menos diferenciador em todo o prato).
Único problema? Ter acabado!


Chegamos aos pratos principais e mantemos o registo marinho, com um aparentemente simples (mas fantástico) Atum dos Açores com Molho de Soja e Gengibre. O atum braseado, num perfeito tom avermelhado mas que eu, pessoalmente, até cozinharia menos, a ligar muito bem com um molho entre o salgado e o ácido. Acompanhou com uns legumes salteados mas que mais pareciam cozidos a vapor. Nada contra, pois apresentavam um sabor bastante natural, em particular as ervilhas quebradas.


Se não tinha nada contra o acompanhamento do atum, não deveria ter nada contra o acompanhamento do Pregado com Molho de Caril e Manjericão, pois era o mesmo. Aqui a questão prendeu-se com a escolha de talheres para o efeito, visto que os legumes estavam algo encruados, o que não dá jeito nenhum quando se tem uma faca de peixe na mão. Tirando isso, prato bastante aromático, peixe cozinhado na perfeição e o molho a conjugar-se lindamente, sem ofuscar o sabor do peixe.


Acabámos a refeição em beleza, com um Crème Brûlée de Maracujá onde a doçura contrabalançava bem com a acidez do maracujá e tudo era coberto por uma fina e estaladiça crosta. Os elementos externos, maioritariamente doces, ajudaram a dar novas notas ao palato tanto pelo exotismo dos frutos tropicais como bela doçura excessiva do suspiro.


Uma óptima refeição, num restaurante bonito, com bom serviço, uma vista de outro mundo e excelente comida. Fica a eterna questão do valor final da conta, quando os pratos principais rondam os 30€, mas é difícil encontrar contextos com esta comida, espaço e vista e pagar meia dúzia de tostões.
Mas, como bónus, o restaurante tem Zomato Gold! O que significa que, com uma refeição no Atlântico, conseguimos poupar o valor equivalente a uma subscrição de 12 meses, se usarem o código DEVANE (que vos dá 25% de desconto)! Estão à espera de quê?

Atlântico
Estoril, Portugal
Atlântico - Bar e Restaurante Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 60 €
Data da Visita: 2 de Agosto 2018

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Saikō (Campo Pequeno)

Não sabia bem o que esperar deste convite para ir conhecer o Saiko Campo Pequeno. A sua abertura criou bastante curiosidade. Seria este um espaço réplica do Estoril (de que já falei aqui)? Só isso já é sinónimo de muita qualidade e o melhor sushi de fusão que a cidade de Lisboa já testemunhou! Mas uma cópia exacta não seria o suficiente para me fazer deslocar propositadamente até Lisboa, já que o Estoril é mais prático para mim.
Até que, em conversa com a pessoa que me convidou, percebi que a carta tinha também evoluído, sempre com a consultoria do chef Péricles Lacerda (que acompanho desde os tempos do Tamagoshi). As condições são outras e é natural que exista esta evolução mas tinha que lá ir para experimentar e verificar isto por mim próprio.


O Couvert é muito semelhante ao que já tinha experimentado anteriormente e continua delicioso. Aquelas folhas de endívia deixam-me sempre rendido.


Já tinha visto este tipo de pratos várias vezes mas, vá se lá saber porquê, nunca tinha tido a curiosidade de o experimentar. Felizmente nesta noite a ementa não foi escolhida por nós, e este Nasu Dengaku é a primeira entrada que nos chega à mesa. Um prato delicado, com a beringela a ser simplesmente glaceada com o molho dengaku (um molho à base de miso), o que lhe dá uns excelentes toques salgados e adocicados.


O Kimuchi Moriawase é um contraste de sabores grandes, com os vários peixes perfeitamente envolvidos no molho ligeiramente picante, mas que se balanceia perfeitamente com a acidez do sunomono, a cama de pickles de pepino que estava no fundo do prato. Qualquer um dos três peixes (salmão, atum e peixe branco - que não me recordo qual era neste dia) de uma frescura exemplar e ajudados ainda pelo molho ponzu, que lhe confere acidez e doçura.


Como já conhecia a casa do Estoril, adaptaram o menu que me foi servido, dando-me a conhecer vários pratos novos, com maior incidência nos pratos quentes. Daí esta ter sido uma refeição com pouco sushi, mas ainda assim excelente, como foi caso deste Maguro Chili! É nestes pormenores que o sushi do Saiko está a anos luz da maior parte das fusões manhosas que por aí se vê. Não é preciso molhos que disfarcem e tapem completamente os restantes sabores. É preciso saber combinar as coisas para que se enalteçam os ingredientes. Neste caso, excelente uso de sriracha, que combina lindamente com o atum, e a piada de ter no exterior massago arare (pequenas pérolas de arroz crocante) a complementar o arroz do sushi.


Chegamos aos pratos que diferenciam as duas casas, com uma aposta maior nos pratos quentes japoneses neste novo espaço, muito devido às melhores condições da cozinha aqui existente. A Ebi Soba é um prato que faz, por si só, uma refeição consistente. Boa massa de trigo sarraceno, excelente ovo com a gema ainda meio líquida, os legumes e algas cozidos ainda com aquela ligeira resistência à dentada, só para dar textura... mas tudo ficou meio ofuscado pelo óptimo caldo e pelo fantástico camarão panado! Só tive pena que não houvesse mais camarões porque estava verdadeiramente viciante.


Por falar em viciante, a Yaki Hotate, uma espetada de vieiras (que pareciam zamburinhas tão pequenas eram) com cogumelos shitake, foi uma verdadeira surpresa. A mostrar, uma vez mais, uma das novas possibilidades da nova cozinha, com a introdução de pratos yakitori na ementa. Concretização fantástica, com a vieira cozinhada na perfeição e a ligar bastante bem com a intensidade dos shitake, tendo os sabores sido ainda balanceados pela adição do molho tarê.


Assim tinha acabado o menu de pratos que estava definido mas, sendo a primeira vez que a minha companhia visita um Saikō, não podia deixar que saísse do restaurante sem experimentar aquele que é o meu prato favorito, o Gunkan Egg. É a perfeição num gunkan só, com a gema a explodir-nos na boca e a desencadear pequenos gemidos de prazer.


As sobremesas chegaram em forma de Pijaminha, com algumas já bem conhecidas da minha parte, mas que não desiludiram em nada, havendo-as para todos os gostos. Excelente gelado de sésamo (Goma Aisukurïmu), com uma profundidade de sabores que não esperava. Menos fantástico, mas ainda assim bom, o gelado de chá verde. Voltamos ao campo do excelente com o Ryôri de Lima, parecido com um cheesecake mas feito com natas, e o Müsu de Maracujá! Excelentes as texturas e os sabores.
A Mousse de Chocolate foi alvo de grandes elogios por parte da minha companhia, dizendo que a fazia lembrar da mousse da mãe dela. Que maior elogio existe quando o que estamos a comer nos traz à memória momentos familiares? 
As duas versões de cheesecake (Chizukeki Saikō), apresentados sem uma base fixa mas sim bolacha esfarelada espalhada à volta, de uma textura aveludada fantástica e com óptimos toppings.


O Saikō continua memorável e continua a superar-se a si próprio. Esta ambição é de louvar e esperemos que não fique por aqui! A minha dificuldade agora vai ser escolher entre o Estoril e o Campo Pequeno!

Saikō Campo Pequeno
Praça do Campo Pequeno, 602
Lisboa, Portugal
Saikō Campo Pequeno Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
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Preço Médio: < 50 €
Data da Visita: 23 de Janeiro 2018

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Vela 2 (Tavira)

Ir ao Algarve sem comer peixe grelhado é uma autêntica blasfémia. O poiso habitual costuma ser o Zé Maria (já falei sobre ele aqui) mas queria conhecer algo novo e lembrei-me de um daqueles restaurantes do qual sempre tinha ouvido falar, cujas memórias são de filas gigantes à porta mas onde nunca tinha entrado. 
Antigamente localizado perto do centro de Tavira, há cerca de 4 anos o Vela 2 deslocou-se para a zona industrial de Tavira, mais concretamente Santa Margarida, ficando agora situado numa vivenda de dimensões consideráveis. Mas o espaço em si é algo... peculiar! Estão a ver o fanatismo que se vive, em torno do Benfica, nos restaurantes Zé Pinto (de que também já falei aqui) ou n'O Barbas? Pois, nada me preparou para o que estava prestes a ver quando entrei no Vela 2.


Todo o restaurante é uma gigante homenagem ao clube! É quadros, é fotos dos estádios na parede, camisolas assinadas, uma sala com o nome do Eusébio e, pasme-se, um bar no formato do Estádio do Sport Lisboa e Benfica. E isto foi só o que eu vi, pois já me disseram que as outras duas salas existentes são do mesmo género, com cachecóis, mais camisolas, águias no tecto e afins...


Para conjugação de todos os factores de ambiente, estava a jogar o Benfica e, claro que estava a ser transmitido nas televisões existentes no restaurante. Positivo porque consegui ver o final do jogo enquanto jantava mas negativo pois quem servia também parecia mais preocupado em ver o jogo enquanto trabalhava.
E o que se come no Vela 2? Ora, eu comecei este texto a falar em peixe grelhado, e é o Rodízio de Peixe, pela módica quantia de 9€, que move adeptos a esta catedral. A pergunta é logo feita na primeira abordagem num tom que não deixa margem para dúvidas "Peixe? Hoje temos dourada, robalo e choco. É o que há." Não vi ninguém aqui a pedir carne ou a pedir a ementa, por isso, ok, mande vir! E um jarrinho de branco para acompanhar, ainda que tenha de ter sido pedido mais do que uma vez e só tenha chegado à mesa depois do peixe. Lá está, quando joga o glorioso as prioridades são outras.
Quando eu disse que podia vir, claramente isto foi entendido no sentido literal e chegou um exemplar de cada à mesa. Aqui o vosso amigo não quis deixar a tarefa em mãos alheias e foi mais acertivo que o Jonas na hora de finalizar, dando cabo da defesa adversária sem espinhas, com a assistência de uma simpática salada!



Boa matéria prima, boa mão de grelha, justificando-se uma visita principalmente pela relação qualidade-preço. Sou mais adepto do Zé Maria, confesso, mas o Vela 2 é uma excelente alternativa, principalmente se o intuito for estar com um grupo grande a comer bom peixe e a ver a bola.

Vela 2
Tavira, Portugal
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 20 de Janeiro 2018

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Esplanada Furnas (Ericeira)

A Ericeira é uma zona riquíssima em peixe e marisco, daí haver uma proliferação natural de marisqueiras e restaurantes dedicados aos produtos marítimos. Raros são aqueles que têm uma vista como a do restaurante Esplanada Furnas, praticamente construído em cima do mar, mas que faz com que os seus preços sejam inflacionados face à restante realidade que conseguimos encontrar na Ericeira.
Porque a verdade é que nada, sem ser a vista, é realmente único neste restaurante. O serviço é perfeitamente banal, sem grandes sorrisos ou simpatias. O espaço é engraçado, a decoração está gira mas eu não como a decoração e muito menos a quero pagar! A vista ok, ainda pago, mas a decoração já não é tanto o meu estilo. Ainda que seja gira...
E a comida? A comida não é má mas não acompanha a vista e a expectativa. Começámos a refeição com umas boas Amêijoas à Bulhão Pato, com o ingrediente principal a ser de excelente qualidade mas o molho merecia ser mais puxado.


Os peixes grelhados (Garoupa e Pregado) estavam bastante decentes. Notava-se também a qualidade da matéria-prima e a decente qualidade da mão que está na grelha mas seria muito mais interessante se fosse servido com batatas de melhor qualidade. O peixe estava bom, com o seu interior húmido e um bom ponto de sal mas não achei nada do outro mundo.


Sempre olhei para as Furnas, tanto a vertente Restaurante/Esplanada como o de Marisqueira, como um local onde se paga demasiado considerando a envolvência em que está, onde o mais fácil é encontrar boas grelhas, com excelente matéria-prima e a um preço mais justo. Se têm a mesma vista? Não têm, mas abdico bem dela...

Esplanada Furnas
Ericeira, Portugal
Esplanada Furnas Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 8 de Agosto 2016

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Poké Bowls (Oeiras)

Estas coisas das modas não é fácil de acompanhar. Tivemos sushi, hamburguerias, petiscos, steakhouses e, quando tudo apontava para que este fosse o ano de explosão da cozinha peruana em Portugal (à semelhança do que está a acontecer no resto do mundo), parece que há uma tendência que se quer intrometer, o Poké.
Não, não estou a gozar convosco ou a tentar fazer piadas com o mundo da animação que é o Pokémon! Este prato oriundo do Havai, servido como entrada ou como prato principal, é uma salada de peixe cru. Quase um pouco à semelhança do que se foi conhecendo na Europa como um tártaro, onde cubos de uma proteína eram temperados e servidos, no Havai este prato foi crescendo até se tornar o maior representante da gastronomia havaiana além fronteiras. Pode-se até encontrar facilmente um pouco por todos os mercados havaianos (ou assim diz este artigo, donde saiu a foto abaixo)



O poké em si só começou a ser mais conhecido nos anos 60, apesar de se atribuir a sua origem às primeiras navegações que se fizeram para a ilha com a chegada dos primeiros nativos, ainda antes do Capitão James Cook a ter descoberto e revelado ao mundo "civilizado". A diferença é que os cubos de peixe começaram a ser servidos numa taça de arroz glutinoso. Enquanto me preparava para escrever este post fui tentar pesquisar um pouco sobre a tradição e origens do prato, descobrindo que tradicionalmente é servido sobre uma taça de arroz quente e não à temperatura de ambiente, como eu pensava. Pensei que a influência japonesa de guardar o arroz à temperatura ambiente, sendo aquecido apenas pelo calor das mãos enquanto se montam as peças, fosse aqui replicada, mas estava errado.
Já abriram alguns espaços de Poké em Lisboa, e em boa hora porque este é, para mim, um excelente prato para o Verão. Não podia, como é lógico, deixar de ir experimentar o espaço que abriu no Centro Comercial Oeiras Parque (irmão do já existente nas Amoreiras ou no Mercado do Bom Sucesso) e ver qual é o hype que se pode gerar à volta desta comida.
O espaço é igual a tantas outras lojas de fast food com ingredientes numa "montra", ainda que as cores e a temática puxem o lado surfista que há em nós, o que me parece bastante óbvio e fácil. Podemos optar por dois métodos de escolha. Ou vamos meio perdidos, olhamos para a ementa, que tem alguns pratos pré-definidos (e cuja descrição de ingredientes se encontra na parede à direita) e escolhemos um desses em tamanho Normal ou XL. Ou podemos começar por escolher a base (arroz, quinoa, alface), a proteína (atum, salmão, peixe branco ou polvo), uma mistura de mais de 10 ingredientes e um de 4 molhos diferentes (picante, tártaro, ceviche e um quarto que não me recordo mas penso que era soja). Sendo a primeira vez, fiz um mix de ambas. Sabia que queria experimentar o arroz (algo muito fácil de estragar), portanto olhei para as proteínas e gostei bastante do ar do salmão. Para facilitar o restante processo de escolha, optei pelo pré-concebido Poké de Salmão (com funcho, abacaxi e molho tártaro) em tamanho XL, que é terminado com coentros picados e um quarto de lima.



Os ingredientes são realmente bons. Bons e grandes cubos de salmão, algo que aprecio mais do que pequenos e evaporantes pedaços, numa dose simpática, onde o funcho dá um toque anisado engraçado (por não ser excessivo), o abacaxi traz doçura ao conjunto, a lima junta-lhe acidez e os coentros trazem-nos os sabores para casa. O molho tártaro, em nada relacionado com o molho tártaro que acompanha tradicionalmente filetes, peixes fritos ou carnes, tinha um sabor aproximado ao wasabi ainda que bastante ligeiro.
A base de arroz também é bastante simpática, com os bagos bem cozinhados, mas a faltar-lhes alguma goma para poderem ser comidos mais facilmente com os hashi. O arroz é servido à temperatura ambiente (um pouco à semelhança do que acontece no sushi), o que sinceramente me agradou nestes tempos mais quentes. Talvez no Inverno já faça mais sentido servir sobre arroz quente mas agora parece-me adequado a temperatura a que foi servido, tornando-se assim um prato bastante refrescante.
Tendo optado pela dose XL (e daí ter classificado o restaurante como < 20 €), não fiquei com fome, ainda que não tenha ficado cheio, mas senti-me satisfeito com o que comi. É uma refeição leve, saudável qb (pode ser mais, optando por outros ingredientes) e saborosa, mesmo com o preço acima da maior parte da oferta do restante food court, mas é algo que se percebe pelo conceito e tipo de ingredientes usados. Alguns pontos a melhorar, mas é mais uma óptima oferta para começar a diversificar e a melhorar as opções de quem quer jantar num centro comercial, principalmente durante o tempo quente.

Poké Bowls
CC Oeiras Parque, Piso 1
Oeiras, Portugal
Ceviche & Poké Bowls Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
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Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 23 de Julho 2017

domingo, 21 de maio de 2017

Último Porto (Santos)

Há dias tive uma conversa onde me perguntavam qual o melhor local para comer bom peixe grelhado em Lisboa. E, por muitas voltas que tente dar, a minha conclusão para este tipo de pratos é sempre a mesma. Os melhores sítios para comer peixe grelhado são tascas! Esqueçam os restaurantes da Estrada do Guincho ou semelhantes. Para se comer bom peixe grelhado bastam apenas duas coisas: bom produto e boa mão na grelha.
Mas porque estou a excluir restaurantes que fujam da designação de tasca se podem ter estes dois aspectos? Porque sinto sempre que estou a pagar mais pelo peixe do que seria justo, principalmente quando comparo com sítios como o Vela Azul ou a Casa do Mar. Mas havia um sítio que me faltava experimentar, tido por muitos como o melhor para o efeito, o Último Porto!
Com o aproximar do Verão, os meus apetites para peixe grelhado aumentam e, como tal, nada melhor que um almoço num feriado para experimentar este restaurante, perdido entre contentores do Porto de Lisboa, mas alvo de verdadeiras peregrinações. Por saber quão cheio poderia estar o restaurante fiz a reserva no dia anterior mas, à chegada ao restaurante, houve um pequeno desentendimento com um funcionário que, de má vontade, não queria arranjar-nos a mesa para 7 pessoas que eu tinha marcado porque teria entendido que seriam 5. Felizmente, foi o único contacto não simpático que tive neste restaurante, pois todo o resto do serviço, que não voltou a envolver este senhor, foi fantástico e "castiço". Sou um fã deste tipo de castiço de tasca simpática, sempre com uma piada a jeito, mas que não descura a atenção que tem para com as suas mesas e que se enquadra perfeitamente no que este espaço é.
O tempo não estava fantástico mas bom peixe grelhado e meia dúzia de raios de sol pedem um jarro de branco fresco na mesa.


Começámos com umas simpáticas Chamuças, longe das melhores de Lisboa, mas competentes na sua fritura e no seu tempero.


O verdadeiro regalo começou com umas excelentes Amêijoas à Bulhão Pato. Grandes no tamanho e no seu sabor, com um molho que fez o cesto de pão rapidamente terminar! E não há melhor elogio do que fazer com que não sobre fatia de pão na mesa.


Tudo o que aqui se experimentou era excelente, tanto ao nível da qualidade da matéria prima como no seu ponto de confecção. Começa com a opção de escolhermos como o nosso peixe vai ser grelhado, inteiro ou escalado, e terminamos com o ponto de excelência com que o peixe chega à mesa com a pele estaladiça a revelar um fantástico e húmido interior.


As Ovas Grelhadas, outra das minhas perdições, também perfeitas. A única coisa que poderia ser melhor é a qualidade dos acompanhamentos. Tinha comido no dia anterior uns grelos excepcionais e estes ficaram aquém desses, tal como as batatas cozidas eram boas mas não fantásticas. Continuo a ser mais adepto de uma boa salada algarvia para acompanhar peixe grelhado.


O Bacalhau Grelhado, algo que facilmente se vê chegar à mesa seco e massudo, a apresentar-se fantástico, lascando facilmente e com o seu nível de sal a roçar o excessivo. A maior parte das doses aqui são bastante bem servidas e, para pessoas que comam menos, 2 doses poderão chegar para 3 pessoas, principalmente se optarem pelas obrigatórias amêijoas de entrada.


Não há muitos mais adjectivos que se possam utilizar para definir a forma como o peixe é aqui tratado e a Garoupa Grelhada não foi diferente. Excelente, impecável, irrepreensível!


Depois da qualidade (e quantidade) de tudo o que tinha sido experimentado, ainda vacilei um pouco perante a decisão de pedir ou não sobremesa mas acabei por ceder à tentação. Provei um bom Pudim Flan caseiro, não excessivamente doce.


E também um excelente Leite Creme, queimado com bastante qualidade na hora do pedido. Já por vezes apanhei restaurantes que queimavam em excesso, tornando todo o conjunto enjoativo mas aqui tinha apenas aquela crocante e fina camada por cima de um óptimo e saboroso creme.


Tirando o percalço inicial tudo correu de forma estrondosa! Saio do Último Porto percebendo que finalmente visitei um dos maiores redutos do bom peixe em Lisboa. E já não era sem tempo...

Último Porto
Santos, Portugal
Último Porto Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 25 de Abril 2017

terça-feira, 16 de maio de 2017

Casa do Mar (Rebelva)

Um clássico no (já muitas vezes por mim referido) "eixo da Rebelva" e, para mim, o primeiro instigador de se ver acumulações de gente nesta zona. O restaurante existe há muitos anos e sempre com uma ementa virada para o mar (como é lógico pelo nome) e um prato do dia disponível à discrição, tudo a preços muito justos! O que causa verdadeiras marés de pessoas desde que o restaurante abre até que fecha, sendo normal ver 10 ou 20 pessoas à porta do restaurante à espera, principalmente na época da sardinha.
Bem, e o que se come aqui? Bons produtos marítimos, pois claro! Maioritariamente grelhados (sempre de forma exemplar) e a um preço mais baixo do que é costume encontrar, como foi o caso destas óptimas Ovas Grelhadas.



Um verdadeiro clássico na Casa do Mar é o seu Choco Frito! Um dos principais motivos para me fazer deslocar a este restaurante é o facto da sua qualidade não estar nada longe do que se pode encontrar perto do Sado. Melhor, é ser servido com um malandro arroz de tomate, sempre perfeito na sua acidez e normalmente também no ponto de sal (apenas da última vez não estava). Muito melhor do que as batatas fritas que se costumam encontrar a acompanhar choco frito!



Um tasco do Mar! É a melhor descrição para este restaurante, com tudo o que de bom pode advir dessa definição. E, muito sinceramente, os melhores sítios para se comer peixe grelhado são este tipo de tascos!

Casa do Mar
Largo da Rebelva
Rebelva, Portugal
Casa do Mar Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
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Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 30 de Abril 2016

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Curtas #14: Selfish (Alcabideche - CC CascaiShopping)

Já falei várias vezes por aqui em como considero que o paradigma da fast food e dos food courts dos centros comerciais está a mudar. Temos propostas cada vez mais atractivas e a fugir do "habitual". Uma das primeiras propostas que me lembro ver aparecer assim diferenciadora foi o Selfish. Com uma ementa virada para o mar, onde podemos escolher a preparação que nos agradar (hambúrguer, tártaro, grelhado ou braseado) e depois escolher um peixe entre os disponíveis para o que escolhemos.
Na primeira visita senti-me seduzido pelo Lombo de Atum Braseado com Sementes. Bem marcado e selado, com cerca de 2 milímetros cozinhados e o interior completamente cru (e ainda bem!), leva depois um molho teriyaki (apesar de teriyaki ser uma forma de cozinhar, começou a ser normal chamar teriyaki a um molho de soja e saké) por cima que não ajudou o atum, de qualidade decente, a brilhar, devido ao seu sabor intenso.



Acompanhou com uma bem temperada salada e umas boas batatas assadas com rosmaninho.
O problema do Selfish pode ser o facto de sair um pouco mais caro do que a maior parte das pessoas está disposta a gastar numa refeição num centro comercial. Mas, estamos a falar de peixe de qualidade bastante aceitável e bem trabalhado por isso é natural o seu preço e a sua qualidade justifica-o.

Selfish
Alcabideche, Portugal
SelFish Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 7 de Março 2016

quarta-feira, 1 de março de 2017

O Arrastão (Alcochete)

Muito se fala sobre o melhor peixe em Lisboa, em Setúbal, no Algarve, em Matosinhos... um pouco por todo o país! Mas Alcochete tem um restaurante que tem de se ter em consideração quando falamos de matérias primas marítimas grelhadas! Sim, digo matérias primas porque o Arrastão não é só peixe.
O mais impressionante de todo o restaurante é a entrada, que dá directamente para a montra de peixe e o "homem da grelha" nos questiona directamente sobre o que queremos, tentando aconselhar-nos enquanto tenta perceber o que estamos a decidir. Olhem que não é tarefa fácil a escolha, visto a vasta variedade e aparente qualidade de tudo que os nossos olhos gabavam.
Na mesa, para onde fomos encaminhados depois da escolha, já nos aguardavam algumas "entradinhas". Não fui bem prevenido para o tamanho das doses principais, então decidimos ir petiscando. Não era um erro pela qualidade, pois todas estavam bastante simpáticas, com especial destaque para a Linguiça, mas sim pela quantidade de comida que aí viria.




Sim, porque todas as doses aqui são muito bem servidas! Primeiro chegaram umas fantásticas Ovas Grelhadas, do melhor que comi este ano. Perfeitas no ponto de grelha e no tempero, a servirem como uma 2ª ronda de entrada, antes dos pratos principais.



Excelente o Choco Grelhado com Tinta, servido cortado aos bocados, com cebola picada e salsa. Gosto destes restaurantes onde tudo é simples e bem feito. Uma boa mão de grelha, bons produtos e estamos perante uma refeição de bradar aos céus.



Ainda melhor que o Choco Grelhado esteve a Lula Grelhada. Sim, lula no singular pois uma só lula conseguiu preencher toda esta travessa. Bastante bem grelhada, com uma textura macia, e bem temperada, com a mesma cebola picada e salsa por cima a completar o conjunto.



Não houve espaço para a sobremesa, e mal espaço houve para acabar toda esta fantástica comida. O tamanho das doses é grande e o preço mais do que justo, principalmente tenho em conta a matéria prima e a mão experiente. Sempre que forem dar um saltinho ao Freeport, façam um pequeno desvio que valerá a pena.

O Arrastão
Alcochete, Portugal
O Arrastão Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 1 de Dezembro 2016