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quarta-feira, 21 de março de 2018

Café Garrett (Lisboa)

Já conhecia o trabalho do Leopoldo Garcia Calhau dos tempos do Sociedade (aqui), mas ainda não tinha tido oportunidade de o visitar no Café Garrett. Queria perceber o que a transição para Lisboa tinha trazido de novo, bem como a evolução que a cozinha do mesmo tinha tido.
Começando pelas conclusões, pareceu-me que a cozinha do Leopoldo está ainda melhor e mais focada nas suas raízes alentejanas. A filosofia dos pratos construídos à volta de 2 ou 3 ingredientes mantém-se mas achei as doses ligeiramente mais pequenas que na Sociedade, ainda que os preços dos petiscos se mantenham. O problema da ementa aqui é o mesmo que no antigo espaço, escolher! Tudo parece fantástico, seja nas abordagens de pratos mais comuns ou em combinações improváveis. O melhor mesmo é deixar-nos ficar nas mãos do chef e comer o que for chegando à mesa. Excepto se houver o Tomate, Tomate e Tomate. Se houver, peçam! É obrigatório!
Começámos a refeição com o Alheira, Maçã e Bróculos, um prato bastante simples mas com 3 componentes de sabores tão díspares que achei estranho funcionarem tão bem. Mas o Leopoldo é um mestre nestas conjunções simples e equilibradas. Alheira excelente e de forte sabor, a ser balanceada com a doçura e acidez da maçã e ainda o amargor dos bróculos.


Excelente também o Pato, Vinagre Balsâmico e Couve-Flor, principalmente pela perfeição com que o pato se apresentou. O sabor do vinagre balsâmico ajuda a criar uma festa de sabores na nossa boca que não cansa e vicia. 


Simplicidade e sabor são duas das imagens de marca da cozinha de Leopoldo, algo que ficou claro também no Polvo, Beringela e Pimentos. Polvo com uma textura perfeita a ligar perfeitamente com a beringela (em puré) e os pimentos, dois ingredientes mais térreos. 


O Entrecosto manteve as coisas num nível muito bom, particularmente na molhanga que vinha no fundo da taça. Bastante sabor também na carne, com a carne a soltar-se do osso sem oferecer grande resistência. Penso só que poderia haver um elemento que servisse mais como acompanhamento mas percebo o intuito de comer o entrecosto só assim mesmo à guloso.


Por falar em gula, as Bochechas de Vaca, Aipo e Alho Francês são qualquer coisa de outro mundo. Macias, cheias de sabor e a ligarem muito bem com um puré perfeito. 


Um dos pratos mais icónicos do Café Garrett, e sobre o qual já tinha ouvido falar bastante, era a Cabeça de Borrego, Hortelã e Pão. Este prato é servido em duas componentes diferentes, tendo de um lado fatias de pão barradas com a marinada onde a cabeça de borrego esteve e do outro a carne da cabeça servida num género de caldo de ensopado, mas onde tudo faz sentido e onde Leopoldo nos puxa para as suas raízes. Não é um prato fácil de gostar mas é indispensável para os apreciadores deste tipo de iguaria.



Há restaurantes que têm um ou dois pratos icónicos, daqueles que se deve comer sempre que se vai lá e pelo qual ficaram conhecidos. O Café Garrett é conhecido pela cozinha de Leopoldo como um todo! Mas, existe sempre um mas, há uma sobremesa que é sobejamente elogiada e a qual não podia deixar passar. E ainda bem, pois o Pudim de Noz da Joana é verdadeiramente maravilhoso.


Não é dos restaurantes portugueses mais tradicionais mas é dos que melhor interpreta a cozinha portuguesa. É reinventar sabores sem os estragar, é trabalhar o melhor produto com base em técnicas e conhecimentos tão portugueses mas sem perder identidade. É ser português no Século XXI e liderar o caminho para o futuro gastronómico português sem esquecer as origens.

Café Garrett
Lisboa, Portugal
Café Garrett Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 14 de Outubro 2017

domingo, 5 de março de 2017

Estoril Mandarim (Estoril)

O famoso restaurante, situado no Casino Estoril, é considerado por muitos como um dos mais autênticos (estavam presentes bastantes pessoas com traços asiáticos, o que por norma é bom sinal) e melhores chineses, ainda que durante muitos anos foi também associado a preços excessivos, o que é normal visto terem pratos a custar mais de 100€ na sua ementa. Mas os tempos mudam e de há uns anos para cá, o Mandarim adoptou uma ementa de dim sum para o horário de almoço, a preços bastante acessíveis!
E foi exactamente para experimentar esta ementa de almoço que lá me dirigi. O espaço é bonito, principalmente tendo em conta a vista para os jardins do casino, e o serviço é bastante mais formal que nos restaurantes chineses que já frequentei. Mas aqui ao menos não existe uma barreira linguística, o que é um ponto favorável.
Outro ponto que pode ser considerado positivo é o tamanho da ementa de dim sum, que apresenta "apenas" 24 referências (sobremesas incluídas) contra muitos restaurantes que apresentam mais de 50. Aqui a escolha é menor, logo mais fácil.
Começámos com os excelentes Pastéis de Choco Crocante, de exterior a cumprir com o nome e o interior soft, com pequenos pedaços de choco.


Restaurante chinês que se preze tem que ter Crepes, e os do Mandarim são muito bons.


Também muito bom o Kau-Chi de Porco e Legumes com Vinagre, com o exterior sem estar empapado e o interior saboroso e húmido.


O meu dim sum favorito, aqui ou em qualquer outro restaurante, e aquele pelo qual eu "comparo" a qualidade entre diferentes restaurantes são os Pães Chineses com Carne de Porco Assada. Sim, estes foram os melhores que eu comi (apesar de ser um fã também dos do antigo Yum Cha Garden - agora Macau Dim Sum)!


Excelente também os Bolos Fritos de Nabo, a apresentarem-se bastante gulosos e bem temperados.


Aqui nada estava abaixo do muito bom, e também o Chu-Cheong-Fan de Vaca e Legumes deslumbrou, mesmo com a sua textura gelatinosa.


Todos os sabores experimentados estavam impecáveis. A qualidade da confecção é realmente a melhor que já encontrei e os preços praticados neste menu de almoço estão pouco acima do que outros restaurantes praticam.

Estoril Mandarim
Estoril, Portugal
Estoril Mandarim Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 € (ao almoço, da ementa de Dim Sum)
Data da Visita: 18 de Novembro, 2016