Festas do Mar em Cascais, com José Cid a actuar, num sábado de Agosto. Haverá sítio possível para jantar descansado no centro de Cascais? Há, e quase fico arreliado de revelar esta pérola escondida, mas é para isso que tenho este blog. Para poder dar a conhecer as experiências gastronómicas que vou tendo, por isso vou-me deixar de egoísmos e vou partilhar convosco este restaurante, que, num dia em que Cascais estava atolado de pessoas, estava ocupado apenas com uma mesa quando lá entrámos.
Não foi a primeira vez que lá fui, e se da primeira tinha ficado positivamente surpreendido, esta recente visita serviu para confirmar as altas expectativas com que tinha ficado. A entrada escondida ajuda a perceber o porquê de um restaurante tão bom estar tão vazio. Mas mal entramos somos congratulados com um sorriso grande e genuíno por parte de uma rapariga que fala um português esforçado, mas com uma clara vontade de nos dar a conhecer os melhores itens da ementa, de tal forma que mal tive tempo de olhar para o menu fazendo apenas o acompanhamento da explicação apresentada. No fim, acabámos por pedir 2 entradas e 4 pratos que fomos dividindo quase como petiscos.
Para começar, as mais que obrigatórias Beringelas "Stanislav", um dos pratos mais famosos deste restaurante. Rodelas de beringela ligeiramente cozinhadas, com uma rodela de tomate e maionese de ervas, cobertas por queijo Brinza (podem ver a dona do Stanislav a fazer este prato aqui). Não é à toa que este é, provavelmente, o prato mais pedido no Stanislav. As beringelas estão macias, combinando bem com o tomate e a maionese dando-lhe frescura e um ligeiro sabor a alho (provavelmente da maionese), sendo depois finalizado pelo toque salgado do Brinza, combinando tudo na perfeição sem que qualquer ingrediente ofuscasse outros.
Também os Blinis, uma espécie de panqueca recheada (sei que normalmente os blinis são associados ao caviar, havendo também essa opção no Stanislav) que vêm em 3 variedades, nomeadamente, cogumelos, carne e couve, são surpreendentemente bons. Boa massa, apesar de um pouco doce, com partes crocantes que ajudam o prato a ganhar textura, e com recheios bastante saborosos e numa boa proporção recheio/massa.
O primeiro prato principal a chegar são os Golubsi, uns rolos de couve lombarda recheados com arroz e carne picada. Mais uma vez, a proporção recheio/envolvimento a ser bastante correcta, não deixando que nenhum dos componentes se eclipse do prato, também devido ao bom ponto de tempero apresentado.
E para algo mais próximo do que estamos habituados não poderia faltar o Stroganoff. Carne macia e acompanhada de um molho saboroso, com o arroz branco a servir na perfeição para ajudar a carne a brilhar. Havendo várias receitas de Stroganoff pelo mundo fora (e tendo cada um de nós a sua própria receita caseira), esta é bastante saborosa e uma aposta segura para quem não se quer arriscar nos pratos desconhecidos da gastronomia russa.
O prato mais desinteressante de todos foi o Vareniqui, uns pequenos "raviolis" recheados com batata e cobertos com Smetana. Aqui a proporção de recheio poderia ser maior mas não é um grande problema. Ao comer o prato vamos-nos dando conta de que, apesar de ser bom, falta-lhe um pouco mais de tempero e de algum elemento que dê diferentes notas de sabor, parecendo um prato bastante uni-dimensional. Ainda tivemos o bónus surpresa de receber um Pelmeni, que é o mesmo tipo de almofada mas recheada com carne. Aqui já se nota mais a vaiedade de sabores que seria relevante ter em todo o prato, devido ao tempero dado à carne. Mais facilmente veria estes Vareniqui como um acompanhamento do que como um prato principal.
Outro prato que repeti da primeira para a segunda visita (a par das Beringelas e dos Golubsi) foi o Frango à Kiev, que é também um prato bastante seguro para quem tem medo de arriscar. Um peito de frango panado e recheado com manteiga e ervas aromáticas, que quando cortado escorre toda aquela manteiga líquida para o prato, fazendo-nos percorrer cada bocado cortado pelo prato tentando absorver cada bocadinho que foge pelo prato. Saboroso, bem cozinhado, com uma boa crosta exterior e bons acompanhamentos, com especial destaque para uns montinhos fritos de batata e cenoura. A maior parte dos pratos são finalizados com mirtilos, que transmite uma leve nota ácida ao prato, e Smetana, ajudando a dar cremosidade a cada garfada.
Já bem satisfeitos da vasta refeição apenas queríamos provar uma sobremesa para satisfazer o gosto ao dente e matar a curiosidade sobre as sobremesas russas. Mais uma vez decidimos ouvir a fantástica e simpática empregada, que prontamente nos sugeriu o Bolo Napoleão. E não desiludiu! Boa massa folhada e um recheio bastante saboroso, que me deixou triste por não ter pedido um bolo destes só para mim! A acabar a refeição numa nota bastante alta e num patamar bastante elevado.
Toda esta refeição foi acompanhada de cerveja russa (não me recordo do nome), que foi também uma das sugestões da empregada. Parece que fomos guiados ao longo de toda uma viagem gastronómica à Europa do Leste, com uma guia competente que não nos deixou sair do restaurante sem uma sensação de grande satisfação, e dando, no final da refeição, o mesmo sorriso honesto que nos ofereceu no início.
Para os que se assustam mais pelo nome dos pratos do que pelos ingredientes que os compõem, deixem-se levar pela ementa e não tenham medo de perguntar e arriscar, pois a ementa é construída por muitos sabores que nos são familiares.
Para quem não quer fazer a deslocação até Cascais, existe o Stanislav Avenida em Lisboa!
Zomato
Não foi a primeira vez que lá fui, e se da primeira tinha ficado positivamente surpreendido, esta recente visita serviu para confirmar as altas expectativas com que tinha ficado. A entrada escondida ajuda a perceber o porquê de um restaurante tão bom estar tão vazio. Mas mal entramos somos congratulados com um sorriso grande e genuíno por parte de uma rapariga que fala um português esforçado, mas com uma clara vontade de nos dar a conhecer os melhores itens da ementa, de tal forma que mal tive tempo de olhar para o menu fazendo apenas o acompanhamento da explicação apresentada. No fim, acabámos por pedir 2 entradas e 4 pratos que fomos dividindo quase como petiscos.
Para começar, as mais que obrigatórias Beringelas "Stanislav", um dos pratos mais famosos deste restaurante. Rodelas de beringela ligeiramente cozinhadas, com uma rodela de tomate e maionese de ervas, cobertas por queijo Brinza (podem ver a dona do Stanislav a fazer este prato aqui). Não é à toa que este é, provavelmente, o prato mais pedido no Stanislav. As beringelas estão macias, combinando bem com o tomate e a maionese dando-lhe frescura e um ligeiro sabor a alho (provavelmente da maionese), sendo depois finalizado pelo toque salgado do Brinza, combinando tudo na perfeição sem que qualquer ingrediente ofuscasse outros.
Também os Blinis, uma espécie de panqueca recheada (sei que normalmente os blinis são associados ao caviar, havendo também essa opção no Stanislav) que vêm em 3 variedades, nomeadamente, cogumelos, carne e couve, são surpreendentemente bons. Boa massa, apesar de um pouco doce, com partes crocantes que ajudam o prato a ganhar textura, e com recheios bastante saborosos e numa boa proporção recheio/massa.
O primeiro prato principal a chegar são os Golubsi, uns rolos de couve lombarda recheados com arroz e carne picada. Mais uma vez, a proporção recheio/envolvimento a ser bastante correcta, não deixando que nenhum dos componentes se eclipse do prato, também devido ao bom ponto de tempero apresentado.
E para algo mais próximo do que estamos habituados não poderia faltar o Stroganoff. Carne macia e acompanhada de um molho saboroso, com o arroz branco a servir na perfeição para ajudar a carne a brilhar. Havendo várias receitas de Stroganoff pelo mundo fora (e tendo cada um de nós a sua própria receita caseira), esta é bastante saborosa e uma aposta segura para quem não se quer arriscar nos pratos desconhecidos da gastronomia russa.
O prato mais desinteressante de todos foi o Vareniqui, uns pequenos "raviolis" recheados com batata e cobertos com Smetana. Aqui a proporção de recheio poderia ser maior mas não é um grande problema. Ao comer o prato vamos-nos dando conta de que, apesar de ser bom, falta-lhe um pouco mais de tempero e de algum elemento que dê diferentes notas de sabor, parecendo um prato bastante uni-dimensional. Ainda tivemos o bónus surpresa de receber um Pelmeni, que é o mesmo tipo de almofada mas recheada com carne. Aqui já se nota mais a vaiedade de sabores que seria relevante ter em todo o prato, devido ao tempero dado à carne. Mais facilmente veria estes Vareniqui como um acompanhamento do que como um prato principal.
Outro prato que repeti da primeira para a segunda visita (a par das Beringelas e dos Golubsi) foi o Frango à Kiev, que é também um prato bastante seguro para quem tem medo de arriscar. Um peito de frango panado e recheado com manteiga e ervas aromáticas, que quando cortado escorre toda aquela manteiga líquida para o prato, fazendo-nos percorrer cada bocado cortado pelo prato tentando absorver cada bocadinho que foge pelo prato. Saboroso, bem cozinhado, com uma boa crosta exterior e bons acompanhamentos, com especial destaque para uns montinhos fritos de batata e cenoura. A maior parte dos pratos são finalizados com mirtilos, que transmite uma leve nota ácida ao prato, e Smetana, ajudando a dar cremosidade a cada garfada.
Já bem satisfeitos da vasta refeição apenas queríamos provar uma sobremesa para satisfazer o gosto ao dente e matar a curiosidade sobre as sobremesas russas. Mais uma vez decidimos ouvir a fantástica e simpática empregada, que prontamente nos sugeriu o Bolo Napoleão. E não desiludiu! Boa massa folhada e um recheio bastante saboroso, que me deixou triste por não ter pedido um bolo destes só para mim! A acabar a refeição numa nota bastante alta e num patamar bastante elevado.
Toda esta refeição foi acompanhada de cerveja russa (não me recordo do nome), que foi também uma das sugestões da empregada. Parece que fomos guiados ao longo de toda uma viagem gastronómica à Europa do Leste, com uma guia competente que não nos deixou sair do restaurante sem uma sensação de grande satisfação, e dando, no final da refeição, o mesmo sorriso honesto que nos ofereceu no início.
Para os que se assustam mais pelo nome dos pratos do que pelos ingredientes que os compõem, deixem-se levar pela ementa e não tenham medo de perguntar e arriscar, pois a ementa é construída por muitos sabores que nos são familiares.
Para quem não quer fazer a deslocação até Cascais, existe o Stanislav Avenida em Lisboa!
Zomato
Restaurante Stanislav
Cascais, Portugal
Preço Médio: < 30 €
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