sexta-feira, 23 de maio de 2014

Filme "O Chef"



Desde a chegada da Zomato a Portugal, que tenho sido um membro activo da sua comunidade, partilhando as minhas opiniões (ainda que de forma mais curta do que aquilo que costumo fazer aqui no blog). Foi esta empresa que me deu a oportunidade de assistir ao visionamento para a imprensa do filme "O Chef".
Sem a expectativa de ver um filme que fosse ganhar um Oscar, o (óbvio) atraente deste filme é a sua temática (e também o seu fantástico elenco). Os últimos filmes que vi sobre cozinha foram Comme Un Chef e Soul Kitchen e apesar de serem filmes engraçados e com alguma qualidade ao nível de "Food Porn", não se compara com este Chef! Em vários momentos do filme, dei por mim a salivar desesperadamente... e pelas reacções ouvidas pelas minhas vizinhas foodies não fui o único a sair daquele filme com uma fome de tamanho considerável.


Tudo começa com um chef de renome, num estabelecido restaurante, que se deixa afectar pela péssima review de um "Food Blogger", é despedido e decide então mudar a sua vida arranjando uma Food Truck que o revitaliza e faz com que toda a sua vida dê uma volta de 180º. Como história geral poderia ter sido encaixado em qualquer outro tema e poderia funcionar, não tornando este filme em algum fantástico pela história ou pelas interpretações, visto que à parte de Jon Favreau nenhuma das interpretações é acima da média.
Mas o que para mim tornou este filme apelativo e que no final me fez sair da sala com um sorriso e a pensar sobre diferentes aspectos é o facto de tocar em alguns pontos bastante fulcrais.
Qual é a relevância social e qual a importância que os chefs realmente atribuem ao que se escreve em blogs por pessoas que, como eu, pouco percebem do aspecto técnico da cozinha e apenas conseguimos avaliar as sensações e impressões que os pratos cozinhados nos transmitem (e prefiro referir apenas blogs, sem mencionar revistas/jornais com críticas gastronómicas realizadas por quem realmente percebe do que fala).
E por falar em sensações, será que um chef que cozinha sem alma e sem paixão, consegue cozinhar bons pratos que farão o cliente acreditar que quem cozinhou tal prato colocou nele toda a sua alma, toda a sua paixão gastronómica? Porque cozinha não é só a junção de vários ingredientes de forma a criar sabores que sejam agradáveis ao palato. Cozinhar é transmitir sensações. É despertar memórias. É explorar "mares nunca dantes navegados".
A necessidade de os chefs mudarem de rumo, e terem a capacidade para se reinventarem, seja apostando numa cozinha de vanguarda, seja largando tudo e voltando às raízes que primeiramente os apaixonaram pela cozinha, revitalizando-os a si e à sua comida. Até que ponto isto tem que ser feito dentro de um espaço fechado e não pode ser feito numa roullote? Lisboa começou este ano com o Lisboa Sobre Rodas e esperemos que possam surgir mais iniciativas destas por todo o país!
Na era tecnológica que vivemos, quão facilmente outras pessoas podem ser, ou não, afectadas pelas opiniões que nós ("food bloggers", "foodies", comilões, comensais ou pessoas que apenas gostam de comer) escrevemos e de que forma isso se reflecte na imagem de um restaurante. Falando por mim, sei que é raro considerar ir a algum restaurante sem consultar alguns blogs e opiniões pessoais sobre o mesmo!


Uma última menção para esta imagem da Scarlett Johansson a comer uma tigela de pasta... Fez-me lembrar os gemidos de Nigella Lawson!

"O Chef" estreia dia 29 de Maio nas salas portuguesas! Quando tiverem a oportunidade de o ver, não se esqueçam de vir ao Devaneios de um Foodie (seja aqui no blog ou na página do Facebook) deixar a vossa opinião!

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