O Rabo d'Pêxe é um daqueles restaurantes mediáticos e que andam constantemente nas bocas do mundo. A sua abertura, no final do ano de 2015, guiada pelo chef Filipe Rodrigues (ex-Sea Me) rapidamente fez as redes sociais vibrar com reviews positivas. Mas, passados perto de 6 meses, Filipe Rodrigues deixou o leme do barco e entrou, para o seu lugar, um dos mais conceituados chefs portugueses, principalmente no que toca a gastronomia asiática, Paulo Morais (ex-Umai)! Com tudo isto, a expectativa não podia ser maior.
À entrada do restaurante assustei-me um pouco. Abri a porta para uma sala vazia, mas rapidamente fui encaminhado para a minha mesa, que se encontrava no jardim interior do restaurante. Espaço muito giro, dando a real sensação de um jardim (e que deverá ser fantástico para almoços solarengos ou noites quentes) mas a sua acústica não é muito boa, acabando por tornar o espaço algo barulhento. O serviço foi bastante simpático mas notava-se inexperiência e alguma atrapalhação. Para mim, num restaurante desta gama, estou à espera de receber uma resposta rápida quanto a dúvidas na ementa ou quando pergunto que peixes estão no prato de sashimi que me serviram. Aliás, idealmente, nem teria que perguntar...
A influência de Filipe Rodrigues parece notar-se ainda por toda a ementa e conceito do restaurante. O Rabo d'Pêxe tem um conceito bastante parecido ao Sea Me, com o foco nos produtos marítimos (neste caso, sendo boa parte vindo dos Açores) e igualmente com uma abordagem maioritariamente asiática que consegue agradar a gregos e troianos.
O Couvert é composto por um cesto de pão simpático, um óptimo azeite, uma boa manteiga de algas e uma manteiga de sapateira que mais parecia um patê.
O Sashimi Matsu apresentou peixe de excelente qualidade, servido sobre uma cama de gelo. Fantástico o Robalo, o Salmão e o Pregado e, num nível ligeiramente mais baixo mas ainda assim bastante bom, o Atum (ainda que a cor pudesse dar a entender o contrário) e o Carapau. Excelente pormenor e atenção da casa ao servir mais do que as 15 peças anunciadas, pois se é prato para 2 pessoas dividirem, então deve-se adaptar o número de fatias para que ambas possam ter a mesma experiência.
O melhor da noite, e o mais surpreendente, foi o Dueto d'Tártaros! Um fantástico tártaro de novilho com gema de ovo curada, complementado com uns cogumelos shimeji, dando-lhe um ar florestal. Um genial tártaro de ostra com o uso da clara do ovo num merengue. E a surpresa da noite foi quando quem nos estava a atender disse que era recomendado pela cozinha a junção dos dois tártaros. O nosso ar céptico deve ter revelado bastante do que nos passou pela cabeça na altura mas lá seguimos o conselho e acabámos por ficar extremamente bem impressionados. Não sei se será melhor o conjunto do que a separação das partes mas qualquer das vertentes é fantástica!
Entre os tártaros e os restantes pratos houve uma demora considerável porque decidiram condensar o pedido de 3 nigiris e 3 gunkans num só prato mas, infelizmente, isto levou a uma espera de cerca de 20 minutos por 12 peças!
O Gunkan de Ananás dos Açores com Caranguejo de Casca Mole faltava-lhe textura principalmente mas também o sabor do ananás se sobrepôs ao do caranguejo, ofuscando-o completamente.
O gunkan para o qual estava mais curioso, e que ao mesmo tempo mais me desiludiu, foi o Gunkan de Pêxe Branco com Fígado de Tamboril e Chutney de Abóbora. Conceptualmente pareceu-me fantástico, ainda para mais porque gosto bastante de fígado de tamboril (esse foie gras dos mares!), mas depois a concretização senti que não estava à altura das minhas expectativas. No primeiro segundo fiquei maravilhado com a riqueza do fígado caramelizado mas depois apercebi-me que já estava a uma temperatura bastante ténue e que isso não ajudava a peça. Mas até aqui ok, o problema surgiu quando o sabor do chutney de abóbora se apoderou do meu palato e tornou tudo excessivamente doce.
Fantástico foi o Gunkan de Presunto de Novilho com Bivalves à Bulhão, numa peça claríssima de fusão onde tudo funcionou na perfeição!
No campo dos Nigiris, também alguns altos e baixos. Achei o Nigiri de Cogumelo Grelhado apenas simpático mas muito abaixo do potencial que tem e que imaginava. O cogumelo pouco trabalhado e a composição da peça a revelar alguma fragilidade na componente do arroz, desfazendo-se muito facilmente.
Algo completamente obrigatório no Rabo d'Pêxe, assim como o é no Sea Me, é o Nigiri de Sardinha (sobre o qual já falei aqui). A simplicidade de um filete de sardinha, assado com um maçarico e terminado com flor de sal, que no entanto desperta todos os nossos sentidos de forma complexa... Simplesmente fantástico e com sabor a Verão!
Mas onde fiquei assoberbado foi com o Nigiri de Carabineiro. A pujança e pureza do carabineiro é perfeita. Dá vontade de fazer uma refeição só com estes nigiris.
A ementa do Rabo d'Pêxe é extensa mas bastante apelativa, apresentando qualidade em quase tudo o experimentado. Fica a vontade de regressar e experimentar tudo o resto.
À entrada do restaurante assustei-me um pouco. Abri a porta para uma sala vazia, mas rapidamente fui encaminhado para a minha mesa, que se encontrava no jardim interior do restaurante. Espaço muito giro, dando a real sensação de um jardim (e que deverá ser fantástico para almoços solarengos ou noites quentes) mas a sua acústica não é muito boa, acabando por tornar o espaço algo barulhento. O serviço foi bastante simpático mas notava-se inexperiência e alguma atrapalhação. Para mim, num restaurante desta gama, estou à espera de receber uma resposta rápida quanto a dúvidas na ementa ou quando pergunto que peixes estão no prato de sashimi que me serviram. Aliás, idealmente, nem teria que perguntar...
A influência de Filipe Rodrigues parece notar-se ainda por toda a ementa e conceito do restaurante. O Rabo d'Pêxe tem um conceito bastante parecido ao Sea Me, com o foco nos produtos marítimos (neste caso, sendo boa parte vindo dos Açores) e igualmente com uma abordagem maioritariamente asiática que consegue agradar a gregos e troianos.
O Couvert é composto por um cesto de pão simpático, um óptimo azeite, uma boa manteiga de algas e uma manteiga de sapateira que mais parecia um patê.
O Sashimi Matsu apresentou peixe de excelente qualidade, servido sobre uma cama de gelo. Fantástico o Robalo, o Salmão e o Pregado e, num nível ligeiramente mais baixo mas ainda assim bastante bom, o Atum (ainda que a cor pudesse dar a entender o contrário) e o Carapau. Excelente pormenor e atenção da casa ao servir mais do que as 15 peças anunciadas, pois se é prato para 2 pessoas dividirem, então deve-se adaptar o número de fatias para que ambas possam ter a mesma experiência.
O melhor da noite, e o mais surpreendente, foi o Dueto d'Tártaros! Um fantástico tártaro de novilho com gema de ovo curada, complementado com uns cogumelos shimeji, dando-lhe um ar florestal. Um genial tártaro de ostra com o uso da clara do ovo num merengue. E a surpresa da noite foi quando quem nos estava a atender disse que era recomendado pela cozinha a junção dos dois tártaros. O nosso ar céptico deve ter revelado bastante do que nos passou pela cabeça na altura mas lá seguimos o conselho e acabámos por ficar extremamente bem impressionados. Não sei se será melhor o conjunto do que a separação das partes mas qualquer das vertentes é fantástica!
Entre os tártaros e os restantes pratos houve uma demora considerável porque decidiram condensar o pedido de 3 nigiris e 3 gunkans num só prato mas, infelizmente, isto levou a uma espera de cerca de 20 minutos por 12 peças!
O Gunkan de Ananás dos Açores com Caranguejo de Casca Mole faltava-lhe textura principalmente mas também o sabor do ananás se sobrepôs ao do caranguejo, ofuscando-o completamente.
O gunkan para o qual estava mais curioso, e que ao mesmo tempo mais me desiludiu, foi o Gunkan de Pêxe Branco com Fígado de Tamboril e Chutney de Abóbora. Conceptualmente pareceu-me fantástico, ainda para mais porque gosto bastante de fígado de tamboril (esse foie gras dos mares!), mas depois a concretização senti que não estava à altura das minhas expectativas. No primeiro segundo fiquei maravilhado com a riqueza do fígado caramelizado mas depois apercebi-me que já estava a uma temperatura bastante ténue e que isso não ajudava a peça. Mas até aqui ok, o problema surgiu quando o sabor do chutney de abóbora se apoderou do meu palato e tornou tudo excessivamente doce.
Fantástico foi o Gunkan de Presunto de Novilho com Bivalves à Bulhão, numa peça claríssima de fusão onde tudo funcionou na perfeição!
No campo dos Nigiris, também alguns altos e baixos. Achei o Nigiri de Cogumelo Grelhado apenas simpático mas muito abaixo do potencial que tem e que imaginava. O cogumelo pouco trabalhado e a composição da peça a revelar alguma fragilidade na componente do arroz, desfazendo-se muito facilmente.
Algo completamente obrigatório no Rabo d'Pêxe, assim como o é no Sea Me, é o Nigiri de Sardinha (sobre o qual já falei aqui). A simplicidade de um filete de sardinha, assado com um maçarico e terminado com flor de sal, que no entanto desperta todos os nossos sentidos de forma complexa... Simplesmente fantástico e com sabor a Verão!
Mas onde fiquei assoberbado foi com o Nigiri de Carabineiro. A pujança e pureza do carabineiro é perfeita. Dá vontade de fazer uma refeição só com estes nigiris.
A ementa do Rabo d'Pêxe é extensa mas bastante apelativa, apresentando qualidade em quase tudo o experimentado. Fica a vontade de regressar e experimentar tudo o resto.
Rabo d'Pêxe
Avenida Duque de Ávila, 42
Lisboa, Portugal
Foodspotting
Facebook
Site
Preço Médio: < 50 €
Data da Visita: 15 de Maio 2017
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Data da Visita: 15 de Maio 2017
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