Uma refeição no Boa-Bao, um dos mais recentes e mediáticos restaurantes asiáticos, começa com um convite. Somos convidados a ser aventurosos e atirarmo-nos de cabeça para uma viagem por parte da Ásia e sua gastronomia, não esquecendo alguns cocktails também bastante aventurosos. E este foi o primeiro aspecto que me impressionou, as ementas. Bem construídas, captivantes antes sequer de serem abertas e que nos fazem querer mergulhar totalmente nesta aventura.
Bem, quero fazer um pequeno disclaimer e avisá-los que esta aventura não acaba na primeira visita. O Boa-Bao é daqueles restaurantes que saímos a pensar no que vamos comer quando voltarmos (a ideia original desta frase não é minha mas partilho do sentimento). Porque sabemos que vamos querer voltar mal abrimos a ementa e vemos a sua extensão e a quantidade de propostas interessantes que lá se encontram. Vamos reconhecendo países à medida que passamos pelas 38 (a Ásia não é um continente pequeno!) descrições diferentes: China, Japão, Tailândia, Indía, Coreia, Malásia ou Vietnam. E aqui deparamo-nos com a primeira grande dificuldade do Boa-Bao... O que escolher?
Acreditem que não é fácil e foi um processo moroso. Processo esse que foi iniciado sem mim pois alguns dos comensais decidiram começar a comer qualquer coisa, uns Crepes Primavera de Pato à Pequim, enquanto esperavam que chegasse. Eles eram dois, os crepes eram cinco e nem um deixaram para que pudesse provar! Miseráveis, diria eu...
Mas passando isso à frente, tenho de começar por confessar que nem todas as escolhas foram difíceis. Os meus olhos fixaram-se no cocktail de nome Khi Khi Phô. Porquê? Porque para além do whisky Monkey Shoulder, do xerez Pedro Ximénez ou dos bitters (o que quer que isso fosse), este cocktail tinha caldo do phô!! Sim, aquela sopa vietnamita com um caldo feito à base de ossos de vaca! Num cocktail! O meu ar de espanto ao ler a descrição só foi ultrapassado pelo ar que fiz quando me apercebi quão bom era.
Atacámos a seguir uns óptimos Gua Bao Clássicos de Barriga de Porco com Hoisin e Pickles de Vegetais. O pão destes snacks chineses (até começar a escrever este artigo pensei que eram um tipo de street food japonesa mas a sua origem é, na verdade, chinesa), cozido a vapor, bastante macio e a segurar na perfeição uma pequena fatia de barriga de porco perfeitamente caramelizada e envolvida num completo molho, que nos ia despertando as várias papilas gustativas.
Menos fantástico, ainda que bem acompanhados por um excelente molho Sweet-Chilli, o Sortido de Dim Sum Vegetariano. Massa consistentemente bem cozinhada mas com recheios que me pareceram pouco intensos e a precisar de mais sabor.
Ainda que fosse uma quente noite de Agosto, a escolha de 75% da mesa recaiu sobre sopas. Mas não se deixem cair no engano de pensar que vão só "comer uma sopinha" e que saem de lá com fome! Amigos, estamos a falar de tigelas tamanho XXL, recheadas com massa, carne, algumas verduras e caldos aromáticos e equilibrados.
A minha escolha recaiu sobre o Tom Yam Kung, uma sopa tailandesa picante com (entre muitas outras coisas que não reconheci, como é lógico) camarão, noodles de arroz, aquilo que me pareceram folhas de lima kaffir e gengibre. Muito gengibre. Ao ponto de me fazer questionar se não seria demais, provar outra colher e achar que sim, que talvez estivesse a ser demasiado. Ainda assim, bons sabores com particular relevância da acidez e do picante. Pontos negativos para os camarões virem com cauda, num prato que se come de hashi e colher, o excesso de gengibre (que a meio comecei a tirar da tigela porque se estava a começar a tornar desagradável) e o excesso de folhas de lima kaffir, que não me pareceram muito comestíveis.
Provei ainda a Sopa Cantonesa de Wontons com Noodles de Ovo e Porco e a Sopa Szechuan de Wontons com Noodles de Ovo e Pato. Muito parecidas mas com a diferença principal a estar no caldo mais intenso da província de Szechuan.
Vergonhosamente, e por estar cansado do sabor a gengibre, não terminei a minha sopa mas deixei espaço para provar as sobremesas.
Simpática Mousse de Chocolate com Gengibre, ainda que o meu espírito estivesse já cansado deste último, com uma boa textura e onde a combinação dos dois elementos funciona surpreendentemente bem.
E um Crème Brûlée de Côco com Manjericão e Erva Príncipe que estava excelente! Bastante discreto tanto o côco como a erva príncipe mas com o manjericão a sobressair e a trazer notas refrescantes ao palato. Uma combinação extremamente improvável mas que deslumbrou, num leite creme já de si tecnicamente bem executado, com aquela tão característica camada de açúcar perfeitamente caramelizado.
Saí do Boa-Bao a pensar no que comer quando voltasse, não porque tivesse ficado completamente maravilhado por tudo o que experimentei, mas porque achei que o restaurante tem um potencial enorme que quero explorar e porque a maior parte do que experimentei estava num nível muito bom. E pela dúzia de pratos que me ficaram na retina, claro...
Bem, quero fazer um pequeno disclaimer e avisá-los que esta aventura não acaba na primeira visita. O Boa-Bao é daqueles restaurantes que saímos a pensar no que vamos comer quando voltarmos (a ideia original desta frase não é minha mas partilho do sentimento). Porque sabemos que vamos querer voltar mal abrimos a ementa e vemos a sua extensão e a quantidade de propostas interessantes que lá se encontram. Vamos reconhecendo países à medida que passamos pelas 38 (a Ásia não é um continente pequeno!) descrições diferentes: China, Japão, Tailândia, Indía, Coreia, Malásia ou Vietnam. E aqui deparamo-nos com a primeira grande dificuldade do Boa-Bao... O que escolher?
Acreditem que não é fácil e foi um processo moroso. Processo esse que foi iniciado sem mim pois alguns dos comensais decidiram começar a comer qualquer coisa, uns Crepes Primavera de Pato à Pequim, enquanto esperavam que chegasse. Eles eram dois, os crepes eram cinco e nem um deixaram para que pudesse provar! Miseráveis, diria eu...
Mas passando isso à frente, tenho de começar por confessar que nem todas as escolhas foram difíceis. Os meus olhos fixaram-se no cocktail de nome Khi Khi Phô. Porquê? Porque para além do whisky Monkey Shoulder, do xerez Pedro Ximénez ou dos bitters (o que quer que isso fosse), este cocktail tinha caldo do phô!! Sim, aquela sopa vietnamita com um caldo feito à base de ossos de vaca! Num cocktail! O meu ar de espanto ao ler a descrição só foi ultrapassado pelo ar que fiz quando me apercebi quão bom era.
Atacámos a seguir uns óptimos Gua Bao Clássicos de Barriga de Porco com Hoisin e Pickles de Vegetais. O pão destes snacks chineses (até começar a escrever este artigo pensei que eram um tipo de street food japonesa mas a sua origem é, na verdade, chinesa), cozido a vapor, bastante macio e a segurar na perfeição uma pequena fatia de barriga de porco perfeitamente caramelizada e envolvida num completo molho, que nos ia despertando as várias papilas gustativas.
Menos fantástico, ainda que bem acompanhados por um excelente molho Sweet-Chilli, o Sortido de Dim Sum Vegetariano. Massa consistentemente bem cozinhada mas com recheios que me pareceram pouco intensos e a precisar de mais sabor.
Ainda que fosse uma quente noite de Agosto, a escolha de 75% da mesa recaiu sobre sopas. Mas não se deixem cair no engano de pensar que vão só "comer uma sopinha" e que saem de lá com fome! Amigos, estamos a falar de tigelas tamanho XXL, recheadas com massa, carne, algumas verduras e caldos aromáticos e equilibrados.
A minha escolha recaiu sobre o Tom Yam Kung, uma sopa tailandesa picante com (entre muitas outras coisas que não reconheci, como é lógico) camarão, noodles de arroz, aquilo que me pareceram folhas de lima kaffir e gengibre. Muito gengibre. Ao ponto de me fazer questionar se não seria demais, provar outra colher e achar que sim, que talvez estivesse a ser demasiado. Ainda assim, bons sabores com particular relevância da acidez e do picante. Pontos negativos para os camarões virem com cauda, num prato que se come de hashi e colher, o excesso de gengibre (que a meio comecei a tirar da tigela porque se estava a começar a tornar desagradável) e o excesso de folhas de lima kaffir, que não me pareceram muito comestíveis.
Provei ainda a Sopa Cantonesa de Wontons com Noodles de Ovo e Porco e a Sopa Szechuan de Wontons com Noodles de Ovo e Pato. Muito parecidas mas com a diferença principal a estar no caldo mais intenso da província de Szechuan.
Sopa Szechuan de Wontons com Noodles de Ovo e Pato |
Sopa Cantonesa de Wontons com Noodles de Ovo e Porco |
Simpática Mousse de Chocolate com Gengibre, ainda que o meu espírito estivesse já cansado deste último, com uma boa textura e onde a combinação dos dois elementos funciona surpreendentemente bem.
E um Crème Brûlée de Côco com Manjericão e Erva Príncipe que estava excelente! Bastante discreto tanto o côco como a erva príncipe mas com o manjericão a sobressair e a trazer notas refrescantes ao palato. Uma combinação extremamente improvável mas que deslumbrou, num leite creme já de si tecnicamente bem executado, com aquela tão característica camada de açúcar perfeitamente caramelizado.
Saí do Boa-Bao a pensar no que comer quando voltasse, não porque tivesse ficado completamente maravilhado por tudo o que experimentei, mas porque achei que o restaurante tem um potencial enorme que quero explorar e porque a maior parte do que experimentei estava num nível muito bom. E pela dúzia de pratos que me ficaram na retina, claro...
Boa-Bao
Lisboa, Portugal
Preço Médio: < 40 €
Data da Visita: 16 de Agosto 2018
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