Por vezes, os restaurantes parecem menosprezar clientes que se apresentam com vouchers ou com qualquer tipo de vale de desconto. São olhados como os poupadinhos, que tentarão fazer a refeição sem grandes gastos e provavelmente não deixarão gorjeta. Por isso, parece que o serviço se torna mais atencioso para com os clientes "normais", sendo desleixado e despreocupado para com quem aproveita estas promoções.
Mas em restaurantes como o Volver by Chakall isto não acontece! Somos respeitados e estimados como qualquer outro cliente, apresente voucher ou não (fui lá com um vale 2 por 1 da Time Out). O serviço foi sempre bastante profissional, notando-se uma preocupação com a satisfação dos clientes e garantindo que tudo estava do nosso agrado. O único problema que notei foi a existência de alguma demora entre as entradas e os pratos principais.
Óptimos cocktails, principalmente o Daiquiri de Morango e Gengibre, mas também o gin, um Plymouth com romã, estava bem preparado, ainda que seja algo bastante mais simples quando comparado com um daiquiri.
A ementa não é nada fácil. Não é que seja esquisita ou com mau lettering mas porque ficamos com uma quantidade salivar extraordinária só de ler. Deixa-nos com vontade de provar tudo. Como tal não é possível, decidimo-nos por 2 entradas e 3 pratos principais (sendo que um deles é sugerido para 2 pessoas). A falta de luz nas fotos é natural, pois o Volver apresenta uma decoração bonita mas algo escura, tentando deixar um ambiente mais intimista e com pouca luz, algo que não ajuda quando andamos a tirar fotos à comida mas isso é um problema meu e não do restaurante!
O Couvert é bastante variado, tentando dar uma amostra da variedade e qualidade que se pratica no Volver. Muito bom hoummos e interessante combinação de cogumelo, puré de ervilha e crumble de morcela. Mesmo não sendo um fã de azeitonas, devorei sem misericórdia o scone de azeitona e a tapenade.
A cozinha do Volver não é necessariamente uma cozinha de autor ou complicada. Baseia-se também na qualidade dos seus produtos e na arte de os deixar brilhar sozinhos, como é o caso do excelente Chorizo Argentino con Chimichurri. Diferente dos chouriços ibéricos, e também por vezes chamado chouriço crioulo, não parece ter passado intensivamente por um processo de cura ou de fumo, apresenta-se quase fresco, sendo depois grelhado e regado com o chimichurri.
O Provoleta com Azeitonas e Bacon é qualquer coisa ridiculamente viciante. Não é uma fórmula muito difícil eu sei. Um bom queijo derretido, azeitonas (que eu pessoalmente dispensava mas é um gosto pessoal) e bacon. Algum pão torrado para acompanhar et voilà, uma entrada que vai deixar todos na mesa a desejar ter pedido mais do que uma dose daquilo. Guloso, pecaminoso e viciante provoleta. Pequeno apontamento para as facas que vêm com o queijo não darem muito jeito, sendo mais útil uma colher e uma faca. O pão que acompanha poderia ter maior largura para suportar melhor o peso do queijo.
O Baby Beef, um bife de vazia maturada de 500g, é uma das estrelas da casa. Carne bastante saborosa, apesar de não ser extremamente macia, oferecendo uma ligeira resistência. As pontas da peça não estavam bem limpas e tinham alguns nervos, tornando-se um pouco mais complicado de as mastigar. Tudo o resto estava impecável. Apesar de indicar que será para duas pessoas, a qualidade é tal que acho que conseguiria dar cabo de um bife destes sozinho.
Pouco menos saboroso, mas mais macio, o Olho-de-Boi (300g) é a confirmação que aqui a carne é tratada como em poucos sítios. Não só a qualidade das peças é das melhores em Lisboa, como a simplicidade com que é cozinhada e apresentada torna o Volver um restaurante de visita obrigatória.
Para entrar na "Alma" do restaurante, pedimos ainda o Wellington's Back, a interpretação do clássico prato britânico, Beef Wellington. A carne não poderia ser mais macia, desfazendo-se na boca, e todas diferentes variantes de sabor se ligam muito bem. O queijo da serra dá-lhe um toque salgado que conjuga na perfeição com o doce do mel e a pimenta rosa, acabando por ser tudo suportado pela duxelle. A temperatura da carne estava impecável mas a massa folhada poderia estar um pouco mais cozinhada, tendo o interior ainda um pouco encruado.
Acompanhámos os pratos com um Puré de Espinafres e Banana que me pareceu doce demais e sem grande encanto, um Mix de Batatas Fritas sem uma história de destacar e um excelente Arroz de Pinhões e Coentros.
De louvar como em nenhum dos pratos a temperatura estava incorrecta. Pedimos as carnes mal passadas e foi exactamente isso que recebemos.
Os 3 molhos que acompanham as carnes são todos muito bons, ainda que o Crioulo de Manga fosse o mais discreto e que menos aconselharia para acompanhar carne grelhada. Tanto o Chimichurri como o Diávolo estão aprovadíssimos
Depois da qualidade constante que todos os pratos mostravam pensei que não fosse possível as sobremesas estarem ao mesmo nível. Mas enganei-me! Estavam fantásticas, sendo o final perfeito para uma refeição de grande nível. Sinceramente, nem sei qual delas a melhor, se o maravilhosamente preparado Crumble de Morango e Ruibarbo, onde a acidez se intromete na doçura num equilíbrio digno de um trapezista do Cirque du Soleil, ou se a famosa Torta Rogel, com as texturas contrastantes e o viciante sabor do dulce de leche. Os morangos ajudam a cortar alguma da doçura excessiva desta última. Das melhores sobremesas que experimentei, seja em Lisboa ou em qualquer parte do mundo.
O Volver by Chakall não é um restaurante barato. Existem em Lisboa outros restaurantes para comer carne com preços mais apelativos e com carne de excelente qualidade, mas no cômputo geral este é um dos melhores restaurantes de Lisboa, seja qual for a categoria onde o queiram inserir.
Sem dúvida alguma hei-de voltar para o Menu Cool Taping, que me parece ser muito apelativo para um simpático jantar de amigos, com a partilha a ser a palavra de ordem.
Mas em restaurantes como o Volver by Chakall isto não acontece! Somos respeitados e estimados como qualquer outro cliente, apresente voucher ou não (fui lá com um vale 2 por 1 da Time Out). O serviço foi sempre bastante profissional, notando-se uma preocupação com a satisfação dos clientes e garantindo que tudo estava do nosso agrado. O único problema que notei foi a existência de alguma demora entre as entradas e os pratos principais.
Óptimos cocktails, principalmente o Daiquiri de Morango e Gengibre, mas também o gin, um Plymouth com romã, estava bem preparado, ainda que seja algo bastante mais simples quando comparado com um daiquiri.
A ementa não é nada fácil. Não é que seja esquisita ou com mau lettering mas porque ficamos com uma quantidade salivar extraordinária só de ler. Deixa-nos com vontade de provar tudo. Como tal não é possível, decidimo-nos por 2 entradas e 3 pratos principais (sendo que um deles é sugerido para 2 pessoas). A falta de luz nas fotos é natural, pois o Volver apresenta uma decoração bonita mas algo escura, tentando deixar um ambiente mais intimista e com pouca luz, algo que não ajuda quando andamos a tirar fotos à comida mas isso é um problema meu e não do restaurante!
O Couvert é bastante variado, tentando dar uma amostra da variedade e qualidade que se pratica no Volver. Muito bom hoummos e interessante combinação de cogumelo, puré de ervilha e crumble de morcela. Mesmo não sendo um fã de azeitonas, devorei sem misericórdia o scone de azeitona e a tapenade.
A cozinha do Volver não é necessariamente uma cozinha de autor ou complicada. Baseia-se também na qualidade dos seus produtos e na arte de os deixar brilhar sozinhos, como é o caso do excelente Chorizo Argentino con Chimichurri. Diferente dos chouriços ibéricos, e também por vezes chamado chouriço crioulo, não parece ter passado intensivamente por um processo de cura ou de fumo, apresenta-se quase fresco, sendo depois grelhado e regado com o chimichurri.
O Provoleta com Azeitonas e Bacon é qualquer coisa ridiculamente viciante. Não é uma fórmula muito difícil eu sei. Um bom queijo derretido, azeitonas (que eu pessoalmente dispensava mas é um gosto pessoal) e bacon. Algum pão torrado para acompanhar et voilà, uma entrada que vai deixar todos na mesa a desejar ter pedido mais do que uma dose daquilo. Guloso, pecaminoso e viciante provoleta. Pequeno apontamento para as facas que vêm com o queijo não darem muito jeito, sendo mais útil uma colher e uma faca. O pão que acompanha poderia ter maior largura para suportar melhor o peso do queijo.
O Baby Beef, um bife de vazia maturada de 500g, é uma das estrelas da casa. Carne bastante saborosa, apesar de não ser extremamente macia, oferecendo uma ligeira resistência. As pontas da peça não estavam bem limpas e tinham alguns nervos, tornando-se um pouco mais complicado de as mastigar. Tudo o resto estava impecável. Apesar de indicar que será para duas pessoas, a qualidade é tal que acho que conseguiria dar cabo de um bife destes sozinho.
Pouco menos saboroso, mas mais macio, o Olho-de-Boi (300g) é a confirmação que aqui a carne é tratada como em poucos sítios. Não só a qualidade das peças é das melhores em Lisboa, como a simplicidade com que é cozinhada e apresentada torna o Volver um restaurante de visita obrigatória.
Para entrar na "Alma" do restaurante, pedimos ainda o Wellington's Back, a interpretação do clássico prato britânico, Beef Wellington. A carne não poderia ser mais macia, desfazendo-se na boca, e todas diferentes variantes de sabor se ligam muito bem. O queijo da serra dá-lhe um toque salgado que conjuga na perfeição com o doce do mel e a pimenta rosa, acabando por ser tudo suportado pela duxelle. A temperatura da carne estava impecável mas a massa folhada poderia estar um pouco mais cozinhada, tendo o interior ainda um pouco encruado.
Acompanhámos os pratos com um Puré de Espinafres e Banana que me pareceu doce demais e sem grande encanto, um Mix de Batatas Fritas sem uma história de destacar e um excelente Arroz de Pinhões e Coentros.
De louvar como em nenhum dos pratos a temperatura estava incorrecta. Pedimos as carnes mal passadas e foi exactamente isso que recebemos.
Os 3 molhos que acompanham as carnes são todos muito bons, ainda que o Crioulo de Manga fosse o mais discreto e que menos aconselharia para acompanhar carne grelhada. Tanto o Chimichurri como o Diávolo estão aprovadíssimos
Depois da qualidade constante que todos os pratos mostravam pensei que não fosse possível as sobremesas estarem ao mesmo nível. Mas enganei-me! Estavam fantásticas, sendo o final perfeito para uma refeição de grande nível. Sinceramente, nem sei qual delas a melhor, se o maravilhosamente preparado Crumble de Morango e Ruibarbo, onde a acidez se intromete na doçura num equilíbrio digno de um trapezista do Cirque du Soleil, ou se a famosa Torta Rogel, com as texturas contrastantes e o viciante sabor do dulce de leche. Os morangos ajudam a cortar alguma da doçura excessiva desta última. Das melhores sobremesas que experimentei, seja em Lisboa ou em qualquer parte do mundo.
Crumble de Morango e Ruibarbo |
Torta Rogel |
Sem dúvida alguma hei-de voltar para o Menu Cool Taping, que me parece ser muito apelativo para um simpático jantar de amigos, com a partilha a ser a palavra de ordem.
Volver by Chakall
Lumiar, Portugal
Preço Médio: < 40 €
Também é dos meus preferidos! Adoro!
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Diogo Marques
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