terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Tascö (Porto)

Do pouco tempo que andei pelo Porto, este pareceu-me ser um dos restaurantes mais requisitados da cidade, tanto que só à terceira tentativa lá consegui fazer uma refeição. Mesmo aos dias de semana a reserva é mais do que obrigatória.
Fui a um domingo, bastante cedo, e mesmo assim liguei antes para confirmar que à terceira era de vez. Ok, liguei também porque queria lá ir com um objectivo muito específico, as Tripas à Moda do Porto. A ementa do Tascö divide-se em pratos típicos portugueses, muitos deles mais virados para o conceito de partilha do que prato individual, mas nenhum desses me apelava muito ao espírito. Excepto uma pequena secção intitulada "Amor de Mãe", que me leva a pensar em comida caseira de conforto, e que continha as Tripas e Arroz de Cabidela, juntamente com uma pequena descrição que reforçava o amor com que estes pratos específicos são feitos pela "mãe" deles.
Este conceito da "mãe" e do amor que colocam nos pratos foi-me também explicado mal cheguei ao restaurante. O serviço foi sempre bastante atencioso e disponível, explicando o restaurante, a ementa e de uma simpatia e à vontade fantásticos. Rapidamente me senti em casa, o que elevou a minha expectativa da tal "comida caseira".
Apesar de dispensar as entradas, pois esperava-me um prato mais pesado, não quis passar o Couvert ao lado, pois foi-me prontamente avisado que iria demorar um pouco pois é feito na hora, mas que valeria a pena (algo que também está descrito na ementa)! Pão simpático, boas azeitonas e excelentes manteigas (não me recordo de quê) lá foram entretendo o meu apetite enquanto aguardava o acto principal.



Lembram-se de eu ter telefonado porque ia fisgado numas Tripas? Bem, disseram-me logo que não havia mas sou um fã de Arroz de Cabidela e estava com muita vontade de comer algo que me soasse a caseiro, por isso encaixava nos meus apetites. E a espera, valeu a pena? Sim, sem dúvida! O primeiro factor a impressionar é a quantidade de recheio que o tacho que chega à mesa carrega. Isso mesmo, o tacho! Estamos num tasco, lembram-se? Por muito moderno que possa ser, não deixa de fazer sentido. Não foi a melhor cabidela que já comi, pois gosto delas mais puxadas no vinagre, e o rácio galinha-arroz podia ser mais equilibrado (ainda que para mim isto não seja problema porque é do arroz que gosto mais) mas de resto tudo estava impecável! O ponto de cozedura do arroz, a sua cremosidade, a suculência do frango, tudo!



Estava já algo cheio, pois fiz questão de encher o prato três vezes (!!), mas queria terminar a refeição com algo doce, ainda que não excessivamente. Alguma indecisão, misturada com alguns risos à mistura quando li o "Vigésimo Oitavo Melhor Bolo de Chocolate do Mundo".  Adorei a ironia imposta na decisão do nome quando toda a gente proclama ter o melhor... Mas, seguindo o conselho de quem me atendeu, embarquei no Poço de Caramelo com Noz, tendo-me sido vendido como algo moderadamente doce. Infelizmente foi exactamente neste ponto que falhou. Achei-o bastante doce mesmo com a noz para ir cortando um pouco. Excelente para pessoas adeptas de comer leite condensado às colheres ou aquelas babas de camelo mais fortes.



Saí do Tascö com vontade de voltar. Não foi perfeito mas teve muitos pormenores de qualidade e acredito que se repetiriam noutros pratos. Ou, pelo menos nas Tripas, que da próxima vez não me escaparão!

Tascö
Porto, Portugal
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Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 10 de Setembro 2017

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