Este artigo, ainda que tardio e comentando itens do menu não actuais, serve para falar sobre um restaurante e um conceito mais do que sobre pratos específicos. Anna Lins, mulher de Paulo Morais e uma das maiores especialistas de comida asiática em Portugal, decidiu lançar-se no seu primeiro restaurante a solo e abriu assim o Miss Jappa, no Príncipe Real.
A expectativa era muita e a oportunidade surgiu com um convite da Zomato para um Foodie Meetup, com o objectivo de conhecer a nova carta que iria entrar em Maio de 2016. Durante todo o evento o restaurante esteve fechado apenas para o Foodie Meetup e exclusivamente dedicado aos foodies presentes, logo não se conseguiu ter uma ideia de como será num dia normal.
Antes de passar à comida em si, o Miss Jappa tem também cocktails muito interessantes, ainda que um pouco doces demais para acompanhar uma refeição com sushi, mas não deixa de ser uma vertente bastante interessante do restaurante.
Anna Lins tenta dar um toque diferente a vários pratos conhecidos da maior parte das pessoas, como por exemplo no Tártaro in a Box, onde a ideia é cada um construir a sua concha de tártaro à medida. Uma ideia engraçada e que funciona relativamente bem.
Excelente o Ceviche de Mexilhão, servido na casca, com um óptimo balanço entre todos os sabores.
Algo presente em muitos dos pratos do Miss Jappa são as apresentações originais e divertidas como no Quantos Queres, uma espécie de couvert com 4 snacks diferentes, todos eles simpáticos e um óptimo entretém para um cocktail inicial, por exemplo.
De sabores subtis, o Sulmono com Ravioli de Papel de Arroz com um consommé de atum seco bastante menos intenso do que esperava.
Algo que só por si vale a viagem ao Miss Jappa é o Okonomiyaki, esta espécie de panqueca japonesa. Repleta de umami e sabores contrastantes, ainda que equilibrados, chega à mesa com umas lascas de katsuobushi dançantes, dando ainda mais vida e alma ao prato.
Para fazer a ponte Japão-Portugal, Anna Lins apresentou um Nanbanzuke com Tempura de Batata-Doce que não entusiasmou ninguém, ainda que a ideia tenha sido realmente interessante pois o nanbanzuke é uma técnica japonesa parecida com o tão português escabeche.
Mas Anna Lins não quer só que as pessoas se relacionem com a comida. Ela quer também que as pessoas se divirtam à mesa, daí ter criado a Roleta Russa de Gunkans, onde 1 dos gunkans tem uma malagueta escondida e quem o comer terá que beber o shot de sakê que se encontra no meio do prato.
A primeira versão de Chirashi a entrar no menu (entretanto já substituída por outra versão evoluída e mais apelativa) apresentava diferentes peixes curados na casa, sobre uma cama de arroz, mas faltando-lhe um maior factor "wow", que a versão mais recente já parece ter só julgando pelas imagens que já vi (aqui).
Anna Lins tentou também trazer uma maior noção da street food japonesa para o Miss Jappa, com a incorporação dos Onigirazu, uma espécie de sandes de sushi bastante interessante.
Não sendo um restaurante exclusivo de Sushi, este também é uma parte fulcral da ementa, sendo servido com uma apresentação bastante original e apresentando peças de sushi tradicional simpáticas mas não fantásticas.
Terminou-se a parte salgada da refeição com um óptimo Bao com Yakiniku, Cebola Roxa e Ito Togarashi, o que se traduz num pão japonês cozido a vapor com um fantástico novilho grelhado e molho de gengibre, alho e soja, ajudados por finíssimas lâminas de cebola roxa e tiras de ito togarashi.
Até aqui tudo esteve a um nível bom, com alguns destaques óbvios, mas a maior parte a cair no campo do bom sem ser fantástico. A única coisa que esteve mediana foi a sobremesa, uma Panna Cotta de Chá Oolong com Creme de Umeshu que não me deslumbrou.
Fiquei com alguns mix feelings quanto à comida em si (principalmente devido às altas expectativas com que ia) mas reconheço o que Anna Lins quer fazer e acredito que seja a pessoa certa para que este restaurante se torne uma das referências da gastronomia japonesa em Lisboa. Ainda que alguns destes pratos já tenham saído da ementa, o conceito de mostrar uma gastronomia japonesa mais abrangente mantém-se e é isso, aliado ao espírito divertido e descontraído, que tornam o Miss Jappa atractivo.
A expectativa era muita e a oportunidade surgiu com um convite da Zomato para um Foodie Meetup, com o objectivo de conhecer a nova carta que iria entrar em Maio de 2016. Durante todo o evento o restaurante esteve fechado apenas para o Foodie Meetup e exclusivamente dedicado aos foodies presentes, logo não se conseguiu ter uma ideia de como será num dia normal.
Antes de passar à comida em si, o Miss Jappa tem também cocktails muito interessantes, ainda que um pouco doces demais para acompanhar uma refeição com sushi, mas não deixa de ser uma vertente bastante interessante do restaurante.
Mr. Murray (Gin, Sakê, Yuzu, Lima com Manjericão e Wasabi Peas) |
Tokyo Garden (Lemongrass, Lima, Gengibre, Tanqueray Gin, Coentros, Ginger Ale e Hortelã) |
Excelente o Ceviche de Mexilhão, servido na casca, com um óptimo balanço entre todos os sabores.
Algo presente em muitos dos pratos do Miss Jappa são as apresentações originais e divertidas como no Quantos Queres, uma espécie de couvert com 4 snacks diferentes, todos eles simpáticos e um óptimo entretém para um cocktail inicial, por exemplo.
De sabores subtis, o Sulmono com Ravioli de Papel de Arroz com um consommé de atum seco bastante menos intenso do que esperava.
Algo que só por si vale a viagem ao Miss Jappa é o Okonomiyaki, esta espécie de panqueca japonesa. Repleta de umami e sabores contrastantes, ainda que equilibrados, chega à mesa com umas lascas de katsuobushi dançantes, dando ainda mais vida e alma ao prato.
Para fazer a ponte Japão-Portugal, Anna Lins apresentou um Nanbanzuke com Tempura de Batata-Doce que não entusiasmou ninguém, ainda que a ideia tenha sido realmente interessante pois o nanbanzuke é uma técnica japonesa parecida com o tão português escabeche.
Mas Anna Lins não quer só que as pessoas se relacionem com a comida. Ela quer também que as pessoas se divirtam à mesa, daí ter criado a Roleta Russa de Gunkans, onde 1 dos gunkans tem uma malagueta escondida e quem o comer terá que beber o shot de sakê que se encontra no meio do prato.
A primeira versão de Chirashi a entrar no menu (entretanto já substituída por outra versão evoluída e mais apelativa) apresentava diferentes peixes curados na casa, sobre uma cama de arroz, mas faltando-lhe um maior factor "wow", que a versão mais recente já parece ter só julgando pelas imagens que já vi (aqui).
Anna Lins tentou também trazer uma maior noção da street food japonesa para o Miss Jappa, com a incorporação dos Onigirazu, uma espécie de sandes de sushi bastante interessante.
Não sendo um restaurante exclusivo de Sushi, este também é uma parte fulcral da ementa, sendo servido com uma apresentação bastante original e apresentando peças de sushi tradicional simpáticas mas não fantásticas.
Terminou-se a parte salgada da refeição com um óptimo Bao com Yakiniku, Cebola Roxa e Ito Togarashi, o que se traduz num pão japonês cozido a vapor com um fantástico novilho grelhado e molho de gengibre, alho e soja, ajudados por finíssimas lâminas de cebola roxa e tiras de ito togarashi.
Até aqui tudo esteve a um nível bom, com alguns destaques óbvios, mas a maior parte a cair no campo do bom sem ser fantástico. A única coisa que esteve mediana foi a sobremesa, uma Panna Cotta de Chá Oolong com Creme de Umeshu que não me deslumbrou.
Fiquei com alguns mix feelings quanto à comida em si (principalmente devido às altas expectativas com que ia) mas reconheço o que Anna Lins quer fazer e acredito que seja a pessoa certa para que este restaurante se torne uma das referências da gastronomia japonesa em Lisboa. Ainda que alguns destes pratos já tenham saído da ementa, o conceito de mostrar uma gastronomia japonesa mais abrangente mantém-se e é isso, aliado ao espírito divertido e descontraído, que tornam o Miss Jappa atractivo.
Miss Jappa
Lisboa, Portugal
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 23 de Maio 2016
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