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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Walkamole & The Skinny Bagel @ Feira do Livro Lisboa 2015

Final de Maio e início de Junho é uma altura, para mim, sagrada. O tempo aquece, os dias são mais longos e, o mais importante de tudo, existe a Feira do Livro de Lisboa! Não sou só um apaixonado por comida. Sou também um apaixonado por literatura (ainda que não sejam todos os géneros) e a visita anual à Feira do Livro é um daqueles momentos especiais. Posso até não comprar muitos mas é um programa obrigatório.
Este ano foi engraçado constatar que a popularidade recente da Street Food teve repercussões na qualidade das ofertas existentes na Feira do Livro. Vários nomes já badalados estiveram presentes, mostrando a diversidade que a comida de rua pode atingir. Entre os mais mediáticos (e interessantes) estão presentes: The Food Armada, Walkamole, Mister Pig, Pizzaria do Bairro, Frua, Cachorro Vadio, The Skinny Bagel e Comida de Rua (sim, aqueles que foram ao Shark Tank).



Eu decidi experimentar algo que tinha saído frustrado no European Street Food Festival (podem ler mais sobre esse evento aqui e aqui), o Walkamole! Depois da frustração de estarem (quase) sempre encerrados no Estoril, decidi dar-lhes o benefício da dúvida e fui experimentar os seus burritos. O menu é curto e a escolha é simples: Chilli ou Carnitas, Pequeno ou Grande. O preço esse só varia consoante o tamanho (4€ e 6€, respectivamente). Não sendo um especialista na matéria, estes burritos parecem ser uma versão mais Tex-Mex, com a utilização de arroz na sua constituição.



Todos os ingredientes são apresentados numa proporção bastante simpática, não havendo nenhum sabor que se torne absolutamente predominante. Uma boa tortilla, que poderia ser ligeiramente tostada, a suportar um arroz decente que envolve os restantes ingredientes. No caso do Burrito Chilli, um refrescante pico de gallo, um chilli que merecia e deveria ter mais profundidade de sabor, um bom guacamole, uns nachos crocantes que servem todo o seu propósito (o de acrescentar uma camada de textura) e um queijo que passa um pouco despercebido. O picante, que apenas é adicionado se o cliente assim decidir, a ser fraco durante a ingestão do burrito, pois escorreu todo para o fundo da tortilla enrolada. O resultado final são umas últimas dentadas sem ingredientes que contrabalancem o picante que falhou durante o resto da refeição.


Melhor o Burrito Carnitas na sua conjugação de sabores. A mesma base de tortilla, pico de gallo, nachos, arroz e queijo, mas com um melhor entrosamento do Sour Cream com as Carnitas. O Sour Cream parece que ajuda a ligar tudo e as carnitas apresentaram uma relevância maior do que a anterior proteína. Escorrendo sabor e desfibrando-se a carne, este foi o conjunto vencedor.


Para sobremesa, outro conceito que ainda não tinha experimentado, o The Skinny Bagel. Aproveitando também a promoção 2 por 1 da Time Out, fui arrastado pela ideia de um bagel de manteiga de amendoim e banana, o Peanut Bagel. Uma combinação que ficou um pouco aquém das expectativas. Um bagel bem torrado que ao início se revela interessante mas que vai perdendo esse interesse à medida que nos vamos apercebendo que é um pouco maçudo. O duo manteiga de amendoim e banana também não deslumbra. A manteiga de amendoim poderia (e deveria) ser caseira e as rodelas de banana foram escassas. 


Manteiga de amendoim caseira? Isso é fácil de fazer? O Alton Brown explica como!


A Feira do Livro acaba dia 14 de Junho por isso toca a aproveitar para uma última (ou primeira) incursão à mesma, e aproveitem para lá almoçar ou jantar. Há muita variedade e há também qualidade nas ofertas de restauração. Esperemos que esta moda seja recorrente para os restantes eventos deste género.
Este ano fui poupadinho e acabei por apenas trazer 3 livros, mas tenho expectativas altas para qualquer um deles.



Walkamole
Normalmente estão localizados na Praça de Touros do Campo Pequeno mas aconselha-se a consulta da página de Facebook para melhores informações!
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Preço Médio: < 10 €

The Skinny Bagel
Para localização actual o melhor é consultar a página de Facebook!
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segunda-feira, 27 de abril de 2015

Pistola Y Corazón (Cais do Sodré)

Já existiam em Lisboa alguns restaurantes mexicanos mas nunca um espaço exclusivo para um dos pratos mais icónicos deste país, os tacos. Um encontro fortuito num supermercado juntou Aaron e César, os cabecilhas deste projecto, naquilo que se viria a tornar a primeira taqueria portuguesa, o Pistola Y Corazón.
Tem sido um caso de sucesso, com filas constantes à porta e uma interminável lista de nomes no papel que serve para definir a lista de espera por uma mesa. Já mencionei que não aceitam reservas e por isso esta é a única alternativa para se conseguir jantar no Pistola Y Corazón? E é aqui que começam os meus problemas. Não sou um fã desta incerteza temporal para jantar. E o espaço interior de espera não é muito grande, por isso o esforço para podermos experimentar este conceito dependerá também das condições climatéricas. O facto de nos sentarmos de braços dados com estranhos incomoda-me pouco, excepto claro quando se opta por bancos corridos onde, uma pessoa de peso como eu, quase pontapeia violentamente a inocente rapariga que se encontrava sentada a meu lado. E eu não estava zangado, nem a imitar algum ritual de acasalamento esquisito do National Geographic, nem nada que se parecesse. Apenas tinha terminado a minha refeição e tentava graciosamente (quem me conhece sabe o quão "gracioso" sou, até parece que fiz ballet) sair do meu lugar. A isto junta-se um restaurante pequeno e cheio, criando um nível de ruído superior ao que normalmente aprecio quando quero jantar sossegadamente. Resumindo, não sou um fã de algumas coisas no espaço, do tempo de espera e do ambiente barulhento. Mas fiquei fã de tudo o resto.


O tempo de espera não foi completamente inútil, pois deu para avaliar a ementa, entrar em contacto com uma amiga mexicana e pedir-lhe conselhos quanto ao que pedir. Não que a lista seja muito extensa, mas o menu que está à porta encontra-se em espanhol e achámos que possíveis recomendações que atravessassem o Atlântico naquele momento seriam extremamente úteis. Tão úteis que quando finalmente nos sentámos não precisámos de olhar para a ementa para pedir.
A refeição começa com uns Nachos con Pico de Gallo (talvez fossem totopos, uma variante dos nachos, mas não sou capaz de os distinguir), oferta da casa, que servem como couvert e acompanham bastante bem com a cerveja Pacifico, uma das ofertas de cerveja mexicana disponível na carta (e que, segundo o que nos disse a cúmplice mexicana, difícil de arranjar em zonas afastadas do oceano com o mesmo nome). Bons nachos e um pico de gallo refrescante, com algumas notas de picante interessantes.



Todos os pratos chegaram à mesa com um bom timing, não enchendo o pouco espaço disponível, e foram sempre aconchegados por um serviço que se mostrou extremamente simpático e descontraído. Talvez uma explicação quanto aos molhos que vêm com cada prato (visto que na ementa estão vários molhos descriminados) fosse adequada, tal como uma melhor distribuição dos molhos já presentes nas mesas, para que não tenhamos que incomodar ninguém ao pedir um dos três molhos disponíveis.
E, quando estávamos a terminar os nachos, chegaram as Quesadillas, ou seja, meia-luas de tortilla recheadas com queijo e prensadas. O mote do Pistola Y Corazón é "Comida Sin Verguenza", e todos os pratos são feitos para poderem ser comidos à mão. E se as quesadillas são fáceis de comer à mão, é um pouco mais difícil juntar-lhes a pasta de feijão refrito que as acompanham. Nada que não se resolva com a ajuda dos nachos, servindo estes de veículo condutor, ou até do uso das nossas mãos, sem qualquer tipo de vergonha. Bom prato, com uma quantidade suficiente de queijo derretido para tornar as tortillas gulosas e viciantes. 


Seguindo as recomendações já mencionadas, pedimos uns Tacos Al Pastor e uns Tacos Carnitas. Cada um dos pratos vem com três pequenos tacos, promovendo o conceito de partilha, para que se possa experimentar um maior número de itens do menu. Nenhum dos tacos pedidos era picante de origem, ou pelo menos não se revelaram picantes sem a adição dos molhos que vêm nos pratos.
O Al Pastor, uma receita inspirada na Shawarma levada por imigrantes libaneses para o México, era um pouco diferente da ideia que tinha (e que agora complemento com alguma pesquisa, enquanto escrevo este post). O porco marinado desfazia-se na boca, a cebola deu-lhe um ligeiro adocicado, o (pouco notado) ananás alguma acidez e a lima espevitou-nos os sentidos, ajudando a equilibrar e conjugar os sabores do prato.
Torna-se um pouco "messy" pela quantidade e consistência do molho onde (penso) que a carne tenha sido cozinhada. Se assim é, é uma abordagem diferente da que esperava encontrar mas, ainda assim, muito bom taco.


Diferentes as Carnitas, com a carne bastante macia mas apresentando uma costa exterior que lhe dava uma textura diferente e mais interessante que a dos primeiros tacos. Para dar cremosidade, um guacamole um pouco pálido nos sabores, mas que ao mesmo tempo deixava a carne brilhar. Bom o Chimichurri de Leon que vinha no prato, uma maionese mexicana picante, combinando na perfeição com o porco estaladiço.


Para sobremesa, apenas nos perguntaram se queríamos um ou dois exemplares. Ainda questionei sobre o que seria, mais para saber o que escrever depois do que para tomar uma decisão, pois essa já estava tomada. E arrependi-me imenso quando dei a primeira colherada no Pastel de Tres Leches. Arrependi-me de não ter pedido duas doses, engolindo todo o meu egoísmo e contentando-me com a partilha de algo tão delicioso. Para não falar no olhar feroz que a minha companhia fez quando a deixei provar primeiro e me rosnou "Não vais querer isto!". Fantástico na textura, na quantidade de açúcar e na forma como acaba a refeição numa nota que roça o perfeito.


É um óptimo sítio para ir com um pequeno grupo de amigos, pedir vários pratos, petiscarmos e divertir-nos com conversa, boa comida e alguns copos à mistura. Tudo isto enquanto vamos conhecendo um novo lado da gastronomia mexicana.

Pistola Y Corazón Taqueria
Lisboa, Portugal
Preço Médio: < 20 €