terça-feira, 27 de outubro de 2015

Páteo do Petisco (Mercado da Vila - Cascais)

Não tenho absolutamente nada contra a renovação de mercados que se tem visto. Acho que são oportunidades para renovar e dar vida a alguns locais que já pouca tinham. Os conceitos vão variando, havendo mais ou menos envolvência com a secção de mercado propriamente dita, mas há um facto inegável. Estas renovações voltaram a colocar os mercados no mapa! O Mercado de Cascais é um exemplo fácil deste sucesso apesar da área comum normal neste tipo de conceito ser bastante reduzida e parecer não abranger todos os restaurantes do Mercado, havendo alguns com espaço próprio, como é o caso do Páteo do Petisco.
Já conhecendo a casa mãe, na zona da Torre, e mesmo havendo algumas propostas originais no Mercado, o apetite por petiscar falou mais alto e lá se arranjou uma mesinha para um almoço rápido a 2. Todo o espaço é simpático e parece puxar a alma original, tal como o amistoso serviço.
Depois de termos feito o pedido, chegaram (não solicitadamente mas não me vou alargar sobre este tema pois daria texto para um artigo inteiro) uns Croquetes de Alheira. Não os tínhamos pedido, mas assim que o nosso olhar entrou em contacto com aquelas pequenas bolas fritas não hesitámos! Foi de tal maneira rápido que nem me lembrei de tirar foto. Nem foram os melhores que já comi mas é criminoso colocarem-nos algo assim à frente quando estamos com fome. Se podia ter recusado? Podia, mas não era a mesma coisa...
O Pica-Pau é saboroso, com um molho apurado e a puxar o pão para molhar. Uma quantidade generosa de pickles dava a acidez suficiente a um prato que só pecava na consistência algo dura da carne.


Também para a mesa vieram uns Peixinhos da Horta que aparentavam ser oriundos da terra de Brobdingnag. Provavelmente devido ao seu tamanho, a fritura parecia algo desleixada e apenas um dos exemplares se apresentava realmente estaladiço, estando os restantes moles e sem grande piada. A polme era saborosa mas é um prato que se torna uma desilusão quando não existe um contraste de texturas. De salientar, pela positiva, o uso de sal grosso para temperar os peixinhos.


As Lascas também apresentavam problemas ao nível da fritura, devido ao corte inconsistente. A diferença de grossuras fez com que algumas estivessem estaladiças e outras nem por isso. A juntar a isto, notava-se também um pouco de óleo em excesso.


Este problema da fritura repetiu-se ainda no último prato, o Choco Frito. Apesar da proeza de ter um choco macio, algo que nem todos os restaurantes conseguem, a frustração de não conseguir um exterior crocante é quase insuperável.


É impossível não fazer a comparação com o restaurante original. A ementa é semelhante e acredito que os processos de confecção sejam iguais, mas aqui a comida vem para a mesa com uma qualidade inferior à esperada, principalmente por quem já visitou o espaço da Torre. 

Cascais, Portugal
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Preço Médio: < 20 €

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Curtas #4: O sushi de fusão do Tamagoshi!

Se me acompanham sabem que gosto bastante de sushi! Não sou esquisito e abordo o tradicional com a mesma gula com que abordo o de fusão. Interessa-me a qualidade do arroz, a frescura dos ingredientes, a variedade existente e, caso esteja a comer fusão, a originalidade do que é apresentado.
Há um restaurante onde é possível ter tudo isto e mais um pouco. O Tamagoshi Food Fusion é o sítio ideal para quem procura originalidade, diversidade e qualidade! Só há duas pessoas a confeccionar o sushi, por isso é natural que seja tudo um pouco demorado (principalmente quando pedimos combinados grandes) pois tudo é feito no momento. Vale a pena a espera acreditem.
O Couvert é simples mas faz sentido no conceito do restaurante. Um competente sunomono e uma folha de endívia com pasta à base de salmão. 



Muito bom o Carpaccio Moriawase com o omnipresente salmão, um excelente atum e o peixe branco disponível que se revelou na forma de bacalhau fresco. Uma das coisas que adoro no Tamagoshi é esta capacidade de me darem a provar peixes que nem sempre são comuns encontrar.



Boa fritura no Hot Maguro Maki e uma excelente pasta por cima. Deveria ter mais sweet chilli sauce pois acabou por passar despercebido esta componente.



Nas visitas anteriores nunca tinha provado o Gunkan Egg mas agora será sempre uma peça obrigatória. A riqueza que a gema confere ao conjunto é fantástico.



O chef Péricles já me conhece e decidiu brindar-nos com algumas das novas criações dele que ainda não se encontram presentes na carta. 
Um Gunkan de salmão e camarão que apesar de bom não me deslumbrou devido ao meu fraco entusiasmo para com estes decápodes.



Surpreendente a combinação entre o salmão, ginger wakame (a alga wakame infundida com gengibre), pasta de lavagante e tobiko. Que este Gunkan entre na ementa e não saia mais.



O combinado Omakassê Itamae San é a prova final, se ainda não estavam convencidos até aqui, que o Tamagoshi não apregoa só o sushi de fusão, como o concretiza de forma exemplar.
Nesse dia, 5 variedades de sashimi (Salmão, Pampo, Bacalhau Fresco, Maguro e Toro) deliciaram o meu lado tradicionalista. É complicado descrever os restantes rolos e gunkans, pois a variedade presente é vasta, mas a qualidade do sushi continua a ser fantástico. 



Terminámos a refeição com uma Tarte de Toblerone, bastante cremosa mas um pouco doce demais para mim. Ideal para partilhar mas penso que não conseguiria comer uma fatia sozinho.



Saio mais uma vez maravilhado do Tamagoshi. Apesar de ser a minha 4ª ou 5ª visita, saio com novas combinações e novos sabores descobertos e até com novas variedades de peixe experimentadas. Saio com a certeza que voltarei.
(Sei que não foi bem uma "curta" mas foi muita coisa experimentada... tentei ser breve mas não é fácil!)

Parede, Portugal
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Preço Médio: < 40 €

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Be Chill (Parede)

Já tinha ouvido falar do Be Chill há uns tempos, aquando a sua abertura, mas nunca me suscitou um interesse por aí além. A repetição de conceitos demasiado parecidos e sem grandes aspectos inovadores torna-se cada vez menos apelativo e acabo por só considerar algum restaurante (inserido neste contexto) ao fim de ler algumas críticas positivas. Antes de tomar uma decisão quanto à minha curiosidade, a Zomato fez a gentileza de me oferecer um convite para uma refeição a 2 e assim pude tirar as teimas. 
Não é fácil encontrar o restaurante. Quem passa na rua não tem qualquer tipo de sinalética e mal se imagina que tenha que se dar a volta ao edifício para encontrar este pequeno recanto de petiscos, pregos e hambúrgueres. O serviço foi simpático ainda que pareça um pouco perdido. Para acompanhar a refeição decidimos pedir a Sangria de Espumante com Hortelã e Pepino. Se ao início parecia agradável e fresca, ainda que com alguma falta de gás, o excessivo sabor do pepino foi-se entranhando e acabámos a refeição já saturados e enjoados. Não tenho nada contra pepino mas devido ao ser sabor forte tem de ser melhor balanceado ou evitar de total forma o seu uso em bebidas.


Os Polminhos da Horta, a denominação aqui utilizada para os tradicionais Peixinhos da Horta, foram dos melhores que comi nos últimos tempos. Exemplar fritura, executada com uma polme de espessura uniforme para que toda ela estivesse crocante, e a complementarem-se muito bem com a maionese de alho. A maionese não era nada de especial e só funcionava mesmo quando combinada com os polminhos, que tinham o sal que lhe faltava.


Pedimos o Folhado de Alheira e Grelos e receámos um pouco quando o prato pousou na mesa, parecendo os folhados na sua versão pré-congelada. Mas um olhar mais atencioso e o acto de deglutição dissiparam quaisquer dúvidas. Os tamanhos não eram iguais, ao contrário do que aconteceria num processo fabril, a qualidade da massa era acima de qualquer exemplar congelado e a da alheira também. Por cima, uns grelos muito bem salteados e bem temperados.


Para aconchegar o estômago, o PregáTuga revela-se uma excelente opção. O bolo do caco é muito bom, a carne é macia, ainda que tivesse chegado à mesa um pouco passado do ponto pedido, e todo o conjunto está temperado com bastante alho, um ponto a favor para o meu gosto pessoal. Tanto no prego como no hambúrguer, o ovo estrelado apresentava-se com a gema ainda líquida, tal como deve ser.


Também no Hambúrguer Be Chill a carne tinha uma qualidade acima da que encontramos na maior parte das hamburguerias. Bem temperada e servida no ponto pedido, a única dificuldade que se pode encontrar a comer este hambúrguer é a Torre de Pisa de ingredientes existentes. Ainda assim, consegui comer à mão sem que a torre se desmoronasse completamente. Os componentes são mesmo o aspecto mais fraco, pois ainda que a cebola caramelizada se destaque, o queijo passa um pouco despercebido.


Recordam-se de ter dito que o serviço parecia meio perdido? Quando fizemos o pedido, pedimos umas Batatas D'Alho que tinham o intuito de serem comidas com o prego e hambúrguer. Infelizmente, chegaram já a meio destes e ainda vinham com uma execução abaixo dos restantes itens. Fritura inconsistente devido a espessuras diferentes, algum excesso de gordura e alguma falta de sal.


Terminámos com um Cheesecake de Frutos Vermelhos com um bom topping mas onde o creme sabia excessivamente a natas. A base também não estava particularmente boa. A bolacha estava mal espalhada havendo uma altura inconsistente e esfarelava-se facilmente com o garfo, ainda que conseguisse aguentar a estrutura da fatia.


Já tinha sugerido o Be Chill a um amigo, para ele organizar o seu aniversário, mas informaram-no que o menu seria 20€/pessoa. Uns meses depois soube que o valor é de 15€ e as pessoas que lá estiveram gostaram bastante, tanto da comida como da bebida (algo essencial em qualquer jantar de grupo!). 
Este restaurante entra para a lista das boas opções quando não nos apetece algo muito complicado e será, certamente, o lugar onde realizarei o meu próximo aniversário.

Be Chill
Parede, Portugal
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Preço Médio: < 10 €