O Horácio (Algés)

Nunca tinha ouvido falar desta marisqueira, nem nunca tinha passado pelo bairro onde está localizada. Este foi daqueles sítios que descobri porque queria uma marisqueira, que ficasse entre o trabalho e casa e não me obrigasse a grandes desvios. Rápida procura pela plataforma do costume e lá me deparei com este Hóracio. A ementa era exactamente o que pretendia e os preços pareciam-me adequados.
Pensava que seria fácil arranjar mesa, dada a localização fora de roteiros mais conhecidos, mas a verdade é que, chegando ao restaurante, deparámo-nos com o mesmo cheio e com pessoas à espera. Nada que nos desmotivasse e decidimos esperar também.
Abrimos as hostilidades com umas boas Amêijoas à Bulhão Pato, cujo molho guloso nos levou a comer um cesto grande de bom pão torrado. 

As Gambas à la Guillo tinham um bom tamanho mas gosto dos molhos ainda mais apurados, inclusive até com algum picante, mais à semelhança do que fazem no Ramiro (aqui). Claro que isso não impediu que algum do pão torrado fosse utilizado neste azeite aromatizado.

O Presunto apesar de apresentar uma qualidade decente estava cortado grosso demais, sendo mais apreciador de fatias mais finas (e também de um presunto de maior cura do que aqui servido). O prato de presunto é bastante bem servido a nível de quantidade para a módica quantia que custa (cerca de 4€).

Para a sobremesa, como em qualquer boa marisqueira, um óptimo Prego do Lombo. Carne macia, servida média-mal e bem temperada com alho. Bom também o pão onde o prego foi servido.

Não esperava encontrar um local assim perdido no meio de Algés, tornando-se uma boa revelação. Relação qualidade-preço bastante aceitável para as matérias primas apresentadas.

O Horácio

Rua Cláudio Oliveira Basto, 21

Algés, Portugal

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Preço Médio: < 30 €

Data da Visita: 19 de Maio 2017

Amaterasu Páteo do Sushi (Algés)

Desde a sua abertura que o Amaterasu andava a causar em mim grande curiosidade. Uma vertente de marketing digital forte, aliada a alguns testemunhos de pessoas que lá foram, pareciam mostrar uma potencial nova referência de sushi na zona de Oeiras e arredores. Tudo isto provocou uma natural elevação nas expectativas. Seriam cumpridas? Afinal de contas, quantos restaurantes de sushi perdidos no meio de Algés estão cheios a uma 3ª feira à noite?
Tendo subscrito o serviço Zomato Gold (falei disso aqui), não escolhi este restaurante por ser parceiro Gold porque, como referi no artigo supracitado, é um serviço que não compensa em restaurantes de sushi nem eu tenho interesse em que este serviço restrinja o meu leque de opções. Neste caso, e até com uma pessoa do restaurante a tentar demover-me de usar o serviço, com o intuito de o poupar para uma refeição onde compensasse mais, tive direito a uma Sopa Miso de oferta, numa refeição para 5 adultos!
Antes de falar da comida em si, o espaço do Amaterasu é fantástico! Gosto bastante do aquário perto da entrada mas principalmente da decoração que ocupa a parede ao fundo da sala, por trás da área dos sushimen. 
Para abrir os apetites, o Couvert Amaterasu, chegando à mesa uns palitos de cenoura com maionese. Um couvert que já vi ser utilizado noutros restaurantes de sushi e que, não deslumbrando, não deixa de ser um decente entretém.

Quería começar a refeição a reconfortar o estômago e, para isso, não há melhor que uma boa Sopa Miso. Neste caso, uma Shimeji Shiro, um sopa miso com a adição de cogumelos shimeji, que se mostrou bastante desequilibrada, com um excesso de algum componente doce, tirando um pouco o efeito aconchegante que estas sopas costumam ter. De realçar o tamanho gigante das sopas, aliada ao sabor algo enjoativo das mesmas, sendo que das 3 sopas pedidas, 2 não foram sequer terminadas.

O combinado Amaterasu II (de 48 peças) chega à mesa envolto numa nuvem de misticidade... mentira, é só um copo de shot com gelo seco! Apesar de ser um componente que nada traz de substancial ao prato, fica um apontamento visual engraçado (ainda que não seja inovador). 
O sushi em si esteve a um bom nível. Não fiquei deslumbrado mas toda a execução foi bastante decente, onde o arroz poderia estar um pouco menos cozido e mais avinagrado, e onde o peixe (salmão, atum e pampo) apresentava boa qualidade. A fusão está lá, sem ser excessiva, integrada de forma sensata e não retirando brilhantismo ao peixe.
Um pormenor ao qual já estou relativamente habituado é a pouca preocupação no número de peças num combinado face ao número de pessoas que o vão experimentar. Não tendo o serviço perguntado, deparámo-nos com um combinado de 48 peças, para 4 adultos, com muitas variedades a apenas apresentarem 3 peças.

Experimentou-se ainda o Combinado de Gunkans da casa, com 9 variedades diferentes das quais se destacam 3 pela positiva: uma espécie de brandade de bacalhau com folha de couve, outro de salmão e camarão com um bom molho sweet chilli e o de salmão com cebola frita.
Também bom o Gunkan com Ovo de Codorniz, mas ficando um pouco aquém daqueles que se podiam experimentar no Tamagoshi.
Pela negativa destacou-se um gunkan de algo que parecia atum braseado. Não agradou a ninguém na mesa, fosse na componente visual ou de textura, e deixando alguns esgares de desagrado no que ao sabor dizia respeito.

Especialmente devido ao tamanho dos gunkans, algo exagerado mas nada de muito grave, decidimos terminar a refeição por aqui, sem qualquer espaço para a sobremesa, mas satisfeitos com a qualidade do que tínhamos acabado de experimentar.
O sushi do Amaterasu é bom e bem executado mas não é perfeito. O grande atractivo acaba por ser a baixa relação qualidade-preço, face a ofertas da mesma gama de qualidade e na zona da Grande Lisboa.
P.S: O menu do Amaterasu sofreu alterações e houve um aumento algo significativo nos preços! Ainda assim, parece-me continuar com uma relação qualidade-preço interessante.

Amaterasu Páteo do Sushi

Praceta Professor Alfredo de Sousa, 4B

Algés, Portugal

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Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 11 de Abril 2017

Tomoaki Kanazawa vai deixar o Tomo!

Foto retirada daqui

Hojé é o último dia em que poderão ver Tomoaki Kanazawa atrás do balcão do Tomo. O chef e dono do mais tradicional (e, quiçá, melhor!) restaurante japonês vai deixar o Tomo aos cuidados dos seus ex-colaboradores. Tomoaki deseja abrir, em meados de Outubro, um restaurante de apenas 8 lugares onde servirá os seus famosos menus de degustação kaiseki e sushi. Juntar-se-à a ele a sua mulher, responsável pelas originais e brilhantes sobremesas servidas no Tomo, e a filha.

Ouriço do Mar Vaporizado com Ovo Escalfado e Molho de Ovas de Peixe

Sashimi

Esta será certamente uma das maiores bombas gastronómicas do ano e, devido à sua lotação, irá tornar-se num dos restaurantes mais exclusivos na zona de Lisboa, mais precisamente Pedrouços. A exclusividade é tal que o restaurante apenas aceitará reservas feitas online.

Burrié Cozido e Dashi (esquerda)
Fígado de Tamboril Enrolado com Aroma de Alho e Shiitake (cima)
Gelatina de Caranguejo (baixo)

Lavagante Grelhado com Molho de Miso Fermentado e Iogurte

Mas fica a questão, e o que acontecerá ao Restaurante Tomo, cujo próprio nome era representativo do seu itamae? Manter-se-à como um restaurante de topo na cidade ou perderá muita da sua qualidade? Manterão o conceito tradicional ou tentarão enveredar pela vertente de fusão? Acabarão os menus de degustação kaiseki? Até que ponto os (agora) ex-colaboradores de Tomoaki estão preparados para assumir o leme de um dos restaurantes japoneses mais emblemáticos de Lisboa?

Bochecha de Porco Ibérico Guisada com Bolota e Castanha

Daifuku com Gelado (esquerda)
Opera Cake (cima)
Cheesecake (direita)

Aguardamos mais novidades quanto à abertura deste novo espaço de Tomoaki Kanazawa e estaremos atentos às notícias que possam surgir relativas à continuidade do Tomo, principalmente no que se refere ao conceito e qualidade.

Fonte: Mesa Marcada

Tomo

Largo Comandante Augusto Madureira, 2A

Algés, Portugal

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Preço Médio: < 60 €

Samurai e a inevitável comparação com o Nagoya (Algés)

Não foi pelo sushi que me dirigi ao Samurai para almoçar. Não é um sítio que tenha referenciado pela qualidade do sushi e as propostas apresentadas por esta cadeia muito se aproximam às que o Nagoya tem, daí ser quase inevitável esta comparação.
Já muito li sobre o quão medíocre o seu Sushi é e tive a oportunidade de comprovar isso mesmo. Arroz bastante adocicado, acabando por estragar quase todas as peças onde toca, mas ainda assim bem melhor do que aquilo que me fez deixar de frequentar o Nagoya (podem ler mais aqui). Quando comparando Nagoya e Samurai, existe uma clara vantagem para o último pois consegui sair de lá sem uma vontade repugnante de expelir pela boca tudo o que tinha recentemente ingerido. Sim, o arroz não é bom, mas a qualidade do peixe é relativamente satisfatória, principalmente o salmão e o peixe manteiga. No atum não me atrevi a tocar pelo aspecto seco que apresentava.

Mas o verdadeiro motivo para me ter deslocado ao Samurai é o seu Teppanyaki. Não é que seja fantástico, mas é bem executado e apresenta uma variedade razoável, pecando eventualmente pela qualidade de alguns dos seus produtos. Começando pelo mais fraco, o teppanyaki de vaca era duro e difícil de mastigar. Mas foi realmente o único prato que não me satisfez minimamente.

Os camarões e as lulas estavam simpáticos mas já o prato de porco era muito bom, com uma boa caramelização na carne.

Mas, para mim, o melhor das opções de teppanyaki existentes são claramente as cebolas e cogumelos salteados. Talvez seja uma opinião duvidosa, pois são dois ingredientes que aprecio bastante, mas não deixa de ser um prato bastante saboroso e altamente recomendável.

Ainda assim, continuo a achar que o Sakura se apresenta como a melhor das três cadeias japonesas que têm proliferado pela cidade de Lisboa, juntando bom teppanyaki com um sushi bastante aceitável.

Zomato

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Samurai

Rua Doutor António Loureiro Borges, 40-42

Algés, Portugal

Preço Médio: < 20 €