Mostrar mensagens com a etiqueta Peixinhos da Horta. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Peixinhos da Horta. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 7 de março de 2018

Ataska N'Areia (Cascais)

Há muito tempo que não entrava num restaurante e ficava surpreendido com a sua decoração. Escolho os locais onde vou maioritariamente com base na qualidade da comida do que no espaço, por isso foi uma boa surpresa este rústico restaurante que tem, inclusive, pequenos espaços, por baixo de um telheiro, com mesas para quatro que têm um pouco mais de privacidade.


Ementa apelativa mas num registo bastante normal e comparável com as centenas de casas de petisco que surgiram no boom das "petiscarias". Ou seja, o que a poderá distinguir será, principalmente, a execução dos petiscos. Pelas reviews que li, e pela forma como a casa encheu por volta das 13 horas, as expectativas eram relativamente altas...
Começamos com um couvert com bom pão, de exterior perfeitamente crocante, boas azeitonas e tremoços temperados, um paté de atum sem grande história, um prato de um bom Paio e um cremoso Queijo de vaca e ovelha.



O serviço foi bastante rápido, para além de bastante castiço, e os petiscos foram surgindo numa óptima cadência, com o Queijo Brie com Doce de Abóbora e Noz a chegar à mesa em primeiro lugar. Combinação boa, mas que ao fim de algumas tostas parece acabar por cansar o palato.


Excelente Bolinhas de Alheira, bastante bem fritas e um interior saboroso e guloso. Acompanha com um molho de mostarda e mel, mas o mel parecia completamente eclipsado se é que estava presente.


Os Peixinhos da Horta têm uma óptima polme e, ainda que fique mais grossa pois cada peixinho apresenta mais do que uma vagem, a verdade é que faz bastante diferença uma polme de qualidade. Exterior crocante, sem grande excesso de gordura e um interior macio perfazem um conjunto de eleição.


O Pica-Pau de Vaca foi o prato menos conseguido da refeição pois faltou alma e tempo ao molho. Precisava de apurar mais, bem como de evaporar melhor a bebida alcoólica usada (vinho do Porto?). Destaque positivo para a carne, aparentava ser lombo, que não oferecia grande resistência aos dentes.


Boas Batatas Doce fritas, nem muito finas, nem muito grossas, mas perfeitamente fritas e estaladiças!


Às Lulinhas a la Guilho faltava-lhes ali um toque picante mas de resto estavam muito boas, com o azeite com alho a ser merecedor do desporto olímpico de mergulho do pão!


As sobremesas mantiveram o nível, principalmente na Tarte de Limão Merengada, com um merengue fantástico. Faltava-lhe um pouco mais de acidez cítrica no creme, para balancear melhor a doçura do merengue mas ainda assim um óptimo exemplar.


Um pouco mais massudo, principalmente na base, a Tarte de Maçã conjuga sabores bastante clássicos com a maçã e a canela a cumprirem o seu desígnio.


O Leite Creme também não desiludiu. Queimado na hora e por quem sabe o que faz, revelava um interior bastante cremoso após ultrapassarmos a estaladiça e quebradiça barreira de açúcar. 


Um restaurante muito na onda do Páteo do Petisco (de que já falei aqui). Não tem grandes factores diferenciadores mas o que faz, fá-lo com bom nível e isso é o mais importante!

Ataska N'Areia
Cascais, Portugal
Ataska N' Areia Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 13 de Fevereiro 2018

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Belém 2 a 8 (Belém)

Quando a minha família me pede sítios relativamente pertos e relativamente baratos para que se possa fazer um almoço de família, tenho o hábito de, todas as vezes, percorrer toda a minha lista e ir criando uma shortlist que se possa encaixar nestes requisitos. Após a primeira iteração, começo a excluir sítios até ficar com um top 3 que se encaixe perfeitamente numa refeição que eu acredite que possa agradar. Bem, o Belém 2 a 8 entrava sempre na primeira versão da shortlist, acabando por ser excluído normalmente pela dificuldade em estacionar na zona.
Numa noite semanal, cujo plano era acabar a comprar meia dúzia de Pastéis de Belém, surgiu a oportunidade perfeita para finalmente conhecer o espaço, decorado como uma antiga casa, com bastantes apontamentos engraçados ainda que com uma certa aparência de formalismo, até no que ao serviço diz respeito. Nesta zona, facilmente poderíamos julgar que isto levaria a um restaurante tão comummente denominado "tourist trap", mas, felizmente, esse não é o caso.
A ementa tem uma secção de petiscos e alguns pratos principais, divididos em 3 secções: Bacalhau, Peixe e Carne.
Iniciámos a refeição com um bom Queijinho de Azeitão e Doce de Frutos Vermelhos, que vinha acompanhado por uma broa que merecia ser melhor mas que acabava por cumprir bem o seu papel de receptáculo para a conjugação do doce dos frutos vermelhos com o salgado do queijo.


Uma das maiores curiosidades da ementa recai sobre o Pastel de Nata... de Bacalhau. Infelizmente este apresentava-se demasiado líquido e com pouco bacalhau, ainda que todos os sabores estivessem lá. A ideia é muito boa, os sabores da ideia funcionam e só a nível textural é que não me convenceu.


Excelente conjugação de sabores na Linguiça Salteada com Ananás, Mel e Hortelã, com o agridoce a balancear-se bastante bem os sabores fortes da linguiça.


O Ovo Roto com Batatas Fritas e Presunto Crocante cumpria na promessa. É ovo, no singular, e o presunto estava realmente crocante. Um prato pecaminoso qb mas poderia sê-lo mais se a gema estivesse ainda menos passada. Apesar de estar líquida, uma só gema não foi suficiente para envolver toda a frigideira, visto que as doses aqui são bem servidas.


Excelentes Peixinhos da Horta, com uma polme saborosa e bastante bem frita, sem qualquer excesso de gordura e bastante estaladiço.


Já não houve espaço para sobremesa, nem sequer os inicialmente previstos Pastéis de Belém, pois não prevíamos que as doses fossem de tão justo tamanho. Receámos estar num restaurante que ostentasse mais do que fosse cumprir, mas revelou-se positivamente com uma ementa bem construída, com pratos de bons sabores e a preços justos. 

Belém 2 a 8
Belém, Portugal
Belém 2 a 8 Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 1 de Fevereiro 2017

quarta-feira, 27 de julho de 2016

De Castro Elias (São Sebastião da Pedreira)

O nome do Chef Miguel Castro e Silva deve soar familiar a muitos dos portugueses. Um historial de restaurantes de renome, sempre com o foco na comida tradicional portuguesa. O De Castro Elias é um dos seus espaços mais antigos na cidade de Lisboa (talvez até o mais antigo), sendo daqueles espaços onde a ementa reflecte o foco do chefe, apostando em petiscos e pratos portugueses, com os preços dos petiscos a aparentar um nível baixo mas que acaba por corresponder ao tamanho diminuto das doses. Tenho por hábito escolher 4 petiscos para duas pessoas e aqui tive que ir aos 7 para sair satisfeito.
Lado Positivo: experimentamos mais da ementa (e esta é uma daquelas ementas onde nos apetece pedir tudo).

Lado Negativo: sai um pouco mais caro do que nos habituais restaurantes de petiscos.
Começámos com uns fantásticos Ovos de Codorniz com Chouriço, extremamente bem executados e bastante saborosos. Simples e guloso.



Também na Açorda de Cogumelos e Enchidos a execução era fantástica, com a consistência ideal e os sabores bastante bem balanceados, não havendo nada que se ofuscasse ou sobrepusesse ao outro.



Já os Peixinhos da Horta não se apresentavam tão estaladiços como seria desejável e a polme poderia também ser mais saborosa. Aqui a estrela acabou por ser a maionese de alho e limão, que pegava nuns banais peixinhos da horta e os elevava a um nível acima da média.



A fritura das Lulinhas Fritas já repôs a qualidade e justiça quanto à capacidade de fritar comida da cozinha do De Castro Elias. Pedaços estaladiços por fora, macios por dentro, cheios de sabor e sem um pingo de excesso de gordura.



Um verdadeiro clássico de Miguel Castro e Silva são as suas fantástica Iscas do Cachaço do Bacalhau, com umas lascas perfeitas, no sabor e na textura, ajudadas por um polme saboroso e leve. Não se deixem enganar pelo nome, pois as iscas de bacalhau são um parente aproximado das pataniscas, e nada têm de relacionado com fígado.



Os Ovos Mexidos com Enchidos e Pão Frito (há aqui uma tendência grande para o uso de enchidos, mas quem sou eu para me queixar disso?) não desiludem e apresentam-se húmidos, contrastando com a textura do pão frito.



As Mini-Francesinhas são, adivinhem lá, mesmo mini! O pão é simpático e o seu interior é bastante interessante, ainda que mais contido do que estamos habituados a ver nas francesinhas tradicionais. Carne assada, macia e a transbordar de sabor, cortada grosseiramente e ajudada pelo sabor de um chouriço de óptima qualidade. O queijo cumpria o seu dever de encasacar tudo mas a (mini) estrela é o molho. Leve mas cheio de sabor ao mesmo tempo e com aquele picantezinho agradável.




A qualidade da comida é muito boa, e os preços podem parecer desajustados para as quantidades, mas a qualidade paga-se e este De Castro Elias está acima da maior parte dos restaurantes de petiscos.

De Castro Elias
Lisboa, Portugal
De Castro Elias Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Foodspotting
Facebook
Site
Preço Médio: < 30 €

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Páteo do Petisco (Mercado da Vila - Cascais)

Não tenho absolutamente nada contra a renovação de mercados que se tem visto. Acho que são oportunidades para renovar e dar vida a alguns locais que já pouca tinham. Os conceitos vão variando, havendo mais ou menos envolvência com a secção de mercado propriamente dita, mas há um facto inegável. Estas renovações voltaram a colocar os mercados no mapa! O Mercado de Cascais é um exemplo fácil deste sucesso apesar da área comum normal neste tipo de conceito ser bastante reduzida e parecer não abranger todos os restaurantes do Mercado, havendo alguns com espaço próprio, como é o caso do Páteo do Petisco.
Já conhecendo a casa mãe, na zona da Torre, e mesmo havendo algumas propostas originais no Mercado, o apetite por petiscar falou mais alto e lá se arranjou uma mesinha para um almoço rápido a 2. Todo o espaço é simpático e parece puxar a alma original, tal como o amistoso serviço.
Depois de termos feito o pedido, chegaram (não solicitadamente mas não me vou alargar sobre este tema pois daria texto para um artigo inteiro) uns Croquetes de Alheira. Não os tínhamos pedido, mas assim que o nosso olhar entrou em contacto com aquelas pequenas bolas fritas não hesitámos! Foi de tal maneira rápido que nem me lembrei de tirar foto. Nem foram os melhores que já comi mas é criminoso colocarem-nos algo assim à frente quando estamos com fome. Se podia ter recusado? Podia, mas não era a mesma coisa...
O Pica-Pau é saboroso, com um molho apurado e a puxar o pão para molhar. Uma quantidade generosa de pickles dava a acidez suficiente a um prato que só pecava na consistência algo dura da carne.


Também para a mesa vieram uns Peixinhos da Horta que aparentavam ser oriundos da terra de Brobdingnag. Provavelmente devido ao seu tamanho, a fritura parecia algo desleixada e apenas um dos exemplares se apresentava realmente estaladiço, estando os restantes moles e sem grande piada. A polme era saborosa mas é um prato que se torna uma desilusão quando não existe um contraste de texturas. De salientar, pela positiva, o uso de sal grosso para temperar os peixinhos.


As Lascas também apresentavam problemas ao nível da fritura, devido ao corte inconsistente. A diferença de grossuras fez com que algumas estivessem estaladiças e outras nem por isso. A juntar a isto, notava-se também um pouco de óleo em excesso.


Este problema da fritura repetiu-se ainda no último prato, o Choco Frito. Apesar da proeza de ter um choco macio, algo que nem todos os restaurantes conseguem, a frustração de não conseguir um exterior crocante é quase insuperável.


É impossível não fazer a comparação com o restaurante original. A ementa é semelhante e acredito que os processos de confecção sejam iguais, mas aqui a comida vem para a mesa com uma qualidade inferior à esperada, principalmente por quem já visitou o espaço da Torre. 

Cascais, Portugal
Click to add a blog post for Páteo do Petisco on Zomato
Preço Médio: < 20 €

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Be Chill (Parede)

Já tinha ouvido falar do Be Chill há uns tempos, aquando a sua abertura, mas nunca me suscitou um interesse por aí além. A repetição de conceitos demasiado parecidos e sem grandes aspectos inovadores torna-se cada vez menos apelativo e acabo por só considerar algum restaurante (inserido neste contexto) ao fim de ler algumas críticas positivas. Antes de tomar uma decisão quanto à minha curiosidade, a Zomato fez a gentileza de me oferecer um convite para uma refeição a 2 e assim pude tirar as teimas. 
Não é fácil encontrar o restaurante. Quem passa na rua não tem qualquer tipo de sinalética e mal se imagina que tenha que se dar a volta ao edifício para encontrar este pequeno recanto de petiscos, pregos e hambúrgueres. O serviço foi simpático ainda que pareça um pouco perdido. Para acompanhar a refeição decidimos pedir a Sangria de Espumante com Hortelã e Pepino. Se ao início parecia agradável e fresca, ainda que com alguma falta de gás, o excessivo sabor do pepino foi-se entranhando e acabámos a refeição já saturados e enjoados. Não tenho nada contra pepino mas devido ao ser sabor forte tem de ser melhor balanceado ou evitar de total forma o seu uso em bebidas.


Os Polminhos da Horta, a denominação aqui utilizada para os tradicionais Peixinhos da Horta, foram dos melhores que comi nos últimos tempos. Exemplar fritura, executada com uma polme de espessura uniforme para que toda ela estivesse crocante, e a complementarem-se muito bem com a maionese de alho. A maionese não era nada de especial e só funcionava mesmo quando combinada com os polminhos, que tinham o sal que lhe faltava.


Pedimos o Folhado de Alheira e Grelos e receámos um pouco quando o prato pousou na mesa, parecendo os folhados na sua versão pré-congelada. Mas um olhar mais atencioso e o acto de deglutição dissiparam quaisquer dúvidas. Os tamanhos não eram iguais, ao contrário do que aconteceria num processo fabril, a qualidade da massa era acima de qualquer exemplar congelado e a da alheira também. Por cima, uns grelos muito bem salteados e bem temperados.


Para aconchegar o estômago, o PregáTuga revela-se uma excelente opção. O bolo do caco é muito bom, a carne é macia, ainda que tivesse chegado à mesa um pouco passado do ponto pedido, e todo o conjunto está temperado com bastante alho, um ponto a favor para o meu gosto pessoal. Tanto no prego como no hambúrguer, o ovo estrelado apresentava-se com a gema ainda líquida, tal como deve ser.


Também no Hambúrguer Be Chill a carne tinha uma qualidade acima da que encontramos na maior parte das hamburguerias. Bem temperada e servida no ponto pedido, a única dificuldade que se pode encontrar a comer este hambúrguer é a Torre de Pisa de ingredientes existentes. Ainda assim, consegui comer à mão sem que a torre se desmoronasse completamente. Os componentes são mesmo o aspecto mais fraco, pois ainda que a cebola caramelizada se destaque, o queijo passa um pouco despercebido.


Recordam-se de ter dito que o serviço parecia meio perdido? Quando fizemos o pedido, pedimos umas Batatas D'Alho que tinham o intuito de serem comidas com o prego e hambúrguer. Infelizmente, chegaram já a meio destes e ainda vinham com uma execução abaixo dos restantes itens. Fritura inconsistente devido a espessuras diferentes, algum excesso de gordura e alguma falta de sal.


Terminámos com um Cheesecake de Frutos Vermelhos com um bom topping mas onde o creme sabia excessivamente a natas. A base também não estava particularmente boa. A bolacha estava mal espalhada havendo uma altura inconsistente e esfarelava-se facilmente com o garfo, ainda que conseguisse aguentar a estrutura da fatia.


Já tinha sugerido o Be Chill a um amigo, para ele organizar o seu aniversário, mas informaram-no que o menu seria 20€/pessoa. Uns meses depois soube que o valor é de 15€ e as pessoas que lá estiveram gostaram bastante, tanto da comida como da bebida (algo essencial em qualquer jantar de grupo!). 
Este restaurante entra para a lista das boas opções quando não nos apetece algo muito complicado e será, certamente, o lugar onde realizarei o meu próximo aniversário.

Be Chill
Parede, Portugal
Click to add a blog post for Be Chill on Zomato
Preço Médio: < 10 €

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Rescaldo Tascas no Cais 2015 (Lisboa)

2ª Edição do evento Tascas no Cais, patrocinado pela Super Bock, um evento que junta alguns (poucos) restaurantes existentes na cidade, num recinto ao ar livre. Mais num conceito de partilha, os restaurantes têm vários pratos (com os preços a variar até aos 8€, mais ou menos) que poderão ser demonstrativos da cozinha que praticam na sua morada permanente. Nesta 2ª edição, pudemos contar com Taberna da Rua das Flores, Can The Can, Cantina LX e Tasca de Três, o único a não ter uma morada fixa, mas que junta o chef Nuno Diniz (da EHTL, Tágide e ex-York House), o chef Nuno Barros (1300 Taberna e ex-2780 Taberna) e o foodie Rodrigo Meneses (foodie.pt e Curador da Academia TimeOut). A iniciativa é bastante interessante mas pareceu pecar pela pouca oferta gastronómica existente. Na 1ª Edição estiveram presentes Ramiro, Cantina LX, Can The Can, Taberna da Rua das Flores/Flores do Bairro e Tasca de Três com Nuno Diniz, Nuno Barros e João Sá (ex-Assinatura e ex-G-Spot).
O evento teve um custo de entrada de 3€, dando direito a uma imperial, o que não é propriamente barato, tal como as ofertas gastronómicas não o são, se fizéssemos uma comparação puramente baseada na quantidade. Para além disso, das 4 ofertas existentes, as únicas que me cativaram o suficiente para me deslocar ao Cais do Sodré foi a Tasca de Três, de onde já conhecia a famosa Sandes de Porco Fumado, e a Taberna da Rua das Flores, um restaurante que desde há muito me suscita curiosidade.
Como em qualquer festival dos dias de hoje (não sei como se processou o ano passado pois não estive presente), todo o dinheiro que quiséssemos gastar teria que ser previamente trocado por senhas. Ainda que de melhor qualidade que as senhas dos festivais de Street Food (especialmente se tivermos em conta a edição em Paço de Arcos) e mesmo sem sabendo se aceitariam devoluções ou não (começo a estar de tal maneira preparado para este sistema que faço questão de saber exactamente o que vou pedir antes de trocar dinheiro) continuo a achar que na óptica do cliente final (aquele a quem qualquer evento é suposto satisfazer) esta solução é menos prática e pode chegar a ser prejudicial.
Apresentações e queixas feitas, vamos à comida! Como disse, a minha curiosidade recaía principalmente entre a Tasca de Três e a Taberna da Rua das Flores. É natural que a maior parte das escolhas tenham sido entre essas duas bancadas. Mesmo no evento, olhando para todos os menus, havia poucas propostas captivantes do Can The Can e a Cantina LX parecia ter uma ementa demasiado parecida com a do restaurante (que já conheço e cuja review podem ler aqui).
Na Tasca de Três, voltei a experimentar a Sandes de Porco Fumado. Depois do fantástico exemplar que experimentei no European Street Food Festival (aqui), as expectativas eram altas mas, infelizmente, não estava tão boa. O pão era bom mas a carne estava à temperatura ambiente e com uma menor profundidade de sabor. A maionese de bacon continua impecável e a rodela de tomate presente nada de novo acrescentou.



Os Ovos com Farinheira e Barriga de Porco estavam cremosos e com sabor ligeiramente predominante da farinheira, algo que poderia ser balançado com uma maior quantidade de barriga. Para os que possam fazer um ar desconfiado perante as palavras "barriga de porco", lembrem-se que o bacon vem desta deliciosa parte do porco.



Boa Mousse de Chocolate com Caramelo e Amendoim, demonstrando boa consistência e a não ser excessivamente doce, um erro onde muitas mousses de chocolate acabam por cair. A transversalidade de sabores entre chocolate e o caramelo não chocam e até se acentua graças a alguma salinidade do caramelo e do amendoim.



Já a Mousse Cítrica com Suspiros não estava tão boa, faltando-lhe a sua própria adjectivação e tornando-se demasiado doce. Tudo correcto a nível de textura e consistência, mas aquela acidez característica apenas foi descoberta no fundo do copo, com um creme que deveria ter sido um topping.


Não conhecendo a ementa habitual da Taberna da Rua das Flores, não sei quão comparável à que foi apresentada no evento, mas se a qualidade for algum indício então este é um restaurante obrigatório em Lisboa. Os Peixinhos da Horta estavam muito bons, com uma saborosa e estaladiça polme. O molho sweet chilli dá-lhes um toque original.



As Pataniscas de Bacalhau foram algo surpreendentes pela sua forma de apresentação e irrepreensível fritura. As pataniscas, cortadas de forma rectangular, estavam ultra estaladiças. Apenas achei que o sabor do bacalhau foi bastante mais suave do que o esperado, mas nada de grave.



O Picadinho de Carapau é algo de maravilhoso e refrescante. Bastante bem balanceado em todos os sabores presentes, fosse pela alga wakame ou pela acidez dada pela maçã, que suportaram o conjunto e ajudaram a elevar o carapau. Fantástico!



Uma ideia interessante na concretização do Frango Satay com bons sabores e uma boa quantidade de especiarias a transportarem o peito do frango até à Ásia, mas faltando um molho que ajudasse a dar mais vida a uma peça um pouco seca.



Outro prato fantástico desta Taberna, e que repetiria sempre que pudesse, foram os Lagartos Grelhados. A carne desfazia-se na boca e, dado à gordura intrínseca do corte, enchia-nos o palato com sabor e umami. A adição da cebola picada é importante para cortar toda aquela riqueza do porco.



No Can The Can, a qualidade da comida não deslumbrou. Apesar de achar alguma piada ao conceito, a curiosidade nunca se aguçou depois de ter lido algumas críticas menos positivas. E se a qualidade da comida for igual ao que aqui demonstraram, então não me parece mesmo que chegue a visitar o espaço. As Chamuças de Atum eram desinteressantes, com o sabor a ser todo mascarado pela quantidade de cominhos utilizada. Estavam bem recheadas, mas de resto nada de muito positivo a apontar.



Pouco acima estavam os Croquetes de Polvo com Tinta. Recheio demasiado unidimensional, avivando apenas quando misturado com a mostarda de dijon e um outro molho mais adocicado. Interessante proposta mas a concretização poderia estar melhor.



Único prato experimentado na Cantina LX, por motivos já explicados, foi a Tarte de Batata Doce. Ainda que bastante húmida, e com o acrescento interessante de sumo de laranja e respectivas raspas, a verdade é que o sabor da batata-doce não se mostrou.


A iniciativa é interessante, e os moldes em que é executada ainda podem ser melhorados, mas a base está lá e o conceito também (talvez até um pouco replicado do que se faz no Peixe em Lisboa). Todas as bancas estiveram perto das expectativas criadas, inclusive as de baixa expectativa. Como resultado final, ficou a enorme vontade de ir à Taberna da Rua das Flores e experimentar a restante cozinha do chef taberneiro André Magalhães.

Tasca de Três
Projecto único que surge apenas no evento Tascas no Cais. A ideia junta 3 chefs numa só ementa. Este ano tivemos o chef Nuno Diniz (Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, Tágide e ex-York House), chef Nuno Barros (1300 Taberna) e o foodie Rodrigo Meneses (foodie.pt e Curador da Academia TimeOut).
Site
Preço Médio: < 20 €

Taberna da Rua das Flores
Morada Permanente: Rua das Flores, 103
Click to add a blog post for Taberna da Rua das Flores on Zomato
Facebook
Site
Preço Médio: < 20 €

Can The Can
Morada Permanente: Praça do Comércio, Terreiro do Paço, Ala Nascente, 82-83
Click to add a blog post for Can the Can on Zomato
Facebook
Site
Preço Médio: < 20 €

Cantina Lx (review aqui)
Morada Permanente: LX Factory, Rua Rodrigues Faria, 103, Edifício C, Piso 0
Click to add a blog post for Cantina LX on Zomato
Facebook
Site
Preço Médio: < 20 €