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domingo, 23 de julho de 2017

Mussol Arenas (Barcelona)

Uma das primeiras pessoas a colocar a Catalunha no mapa da gastronomia mundial foi Ferran Adrià. O chef do El Bulli, que encerrou em 2011 e foi durante muitos anos considerado o melhor do mundo para a revista Restaurant, revolucionou mentalidades e introduziu na cabeça de muitos o conceito de gastronomia molecular! Ferran tem um brilhante irmão de nome Albert, que também o acompanhou no El Bulli, e que é neste momento o chef executivo de vários restaurantes do grupo El Barri Adrià (onde se inclui os estrelados Tickets, Hoja Santa ou Pakta, entre outros). Neste momento, Albert Adrià parece estar para Barcelona como José Avillez está para Lisboa, ou não tivesse o português bebido muitas influências dos irmãos Adrià aquando a sua passagem pelo El Bulli em 2006. Ambos detêm vários restaurantes na cidade onde trabalham e todos os seus restaurantes estão confinados numa única zona geográfica dentro da cidade. Se Avillez é o rei do Chiado, Albert Adrià tem todos os seus restaurantes perto da Plaça de Espanya (não sei exactamente o nome da zona). Claro que tentei marcar para o Tickets, mas a sua logística de abrir as reservas para o dia X exactamente 2 meses antes não ajudou e não consegui mesa. Por algum descuido, mas também para não ter restrições a nível de organização dos dias (só o Tickets me iria fazer ter essa condicionante), acabei por não marcar para qualquer outro do grupo Adrià, tentando a minha sorte na Bodega 1900. Como já devem calcular, pelo título do post, foi uma tentativa infrutífera, tendo acabado por ir jantar ao supracitado Mussol Arenas, que me tinha sido recomendado por alguém que vive na cidade. Então porquê todo este texto sobre a família Adrià? Porque são um marco na gastronomia catalã e, como tal, merecem ser referenciados sempre que possível.
Apesar do restaurante se encontrar num Centro Comercial, construído numa antiga Praça de Touros, o nível onde se encontra faz com que não se sinta qualquer ambiente de food court comercial. No topo do edifício, quase como se de um terraço se tratasse, encontram-se vários restaurantes com espaço própria, tendo alguns uma excelente e privilegiada vista para o Monte Montjuïc e a sua Fonte Mágica.
O Mussol Arenas apresenta uma ementa bastante variada e interessante, não sendo totalmente virada para tapas e apresentando alguns pratos de carne bastante apetitosos, mas o nosso apetite era o de tapear algo para depois podermos observar o espectáculo da Fonte Mágica através do parapeito do próprio "terraço". E, para começar a picar algo, umas boas Azeitonas, de 4 ou 5 variedades diferentes, e bem temperadas.


Excelentes os Cogumelos Recheados com Queijo de Cabra e Escalivada, uma espécie de ratatouille catalão, onde os vegetais (maioritariamente pimentos e beringela) são grelhados. A combinação é um sucesso com o forte sabor dos cogumelos a ser ajudado pelo fumado da escalivada e o queijo de cabra a dar aquele toque salgado essencial. Para um pouco de frescura, um ligeiro apontamento de manjericão.


Não podia faltar o Pão com Tomate, também executado com o catalão Pão de Coca, mas aqui algo a chegar-se ao queimado. De resto, a simplicidade do costume e os sabores excelentes como em qualquer outro lado.


Os Ovos Rotos com Presunto Ibérico de Bolota estavam muito bons, principalmente pela sempre suprema qualidade do presunto apresentado, mas as batatas fritas poderiam ser bem melhores.


As Batatas Bravas tinham algumas falhas. Não me importo que se sirvam as batatas em gomos, e até podem ser grandes mas então as batatas terão que cozinhar mais tempo senão ficam ainda encruadas por dentro (como era o caso). Pena também o seu nível de picante ser bastante baixo, parecendo mais umas batatas mansas que bravas.


Há aqui uma variedade de pratos pedidos que são recorrentes entre vários restaurantes porque são algumas das nossas coisas favoritas em Espanha e que não são fáceis de encontrar bem feitos em Portugal. Os Croquetes de Presunto Ibérico de Bolota do Mussol foram, infelizmente, os menos bons que já comi. Fritura algo desastrada, a chegarem à mesa com excesso de óleo e com alguns exemplares a abrirem já. O recheio é sempre bom e consistente, ainda que já tenha experimentado melhor.


As sobremesas também estiveram a um nível bastante aceitável com principal destaque para o Carpaccio de Ananás com Mousse de Crema Catalana. Bons contrastes de acidez e doçura com a hortelã a darem um novo nível bastante interessante.


Menos surpreendente e a um nível mais baixo, a Tarte Tatin Fria de Pêra com Gelado de Violeta e Chocolate Branco. Textura da fatia de Tarte Tatin demasiado gelatinosa mas com um decente sabor a pêra a combinar bem com o sabor mais floral do gelado.


Não sendo um sítio fantástico não deixa de ser uma boa opção para jantar. Talvez até menos para tapas e mais para a restante ementa existente. Tem ainda a mais valia da localização fantástica para quem quiser assistir ao espectáculo da Fonte Mágica.

Mussol Arenas
Barcelona, Espanha
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 21 de Junho 2017

terça-feira, 13 de junho de 2017

Las Palmeras (Huelva)

Devia ter estado de aviso quando reparei no termo heladaria (gelataria) associado a este restaurante de Centro Comercial. Mas estávamos com fome, era domingo (dia em que muita coisa está fechada) e já não havia muito de Huelva ou arredores para explorar por isso queríamos algo simples e achámos que um centro comercial podia ser uma solução viável. Bem, se calhar até era, mas fiquei algo desolado com a comida que encontrei no Las Palmeras.
As Croquetas de Jamón estavam algo farinhentas e com um ligeiro excesso de gordura. A nível de sabor também longe daquilo que os espanhóis são realmente capazes. E, como não podia deixar de ser, vêm acompanhados de Batata Frita. Porquê? Não sei, e ao fim de 3 dias de Sul de Espanha já começava a ficar farto de batatas fritas não pedidas.


Porque quando queria batata frita, eu pedia! Aliás, aqui foram pedidas umas razoáveis Patatas Bravas para acompanhar as 3 tapas pedidas. Mal sabíamos nós que todas as tapas vinham com batata frita. Um verdadeiro enjoo. 


Muito fraco o Solomillo al Whisky, receita típica da zona de Sevilha. Carne seca, envolta num molho aguado, desenxabido e em que nada ajudava o prato. Nada aqui estava bom. Nem a carne, nem o molho, nem as malditas batatas fritas.


Um pouco melhor os Lagartos con Tomate, com a carne bem cozinhada e temperada, mas envolvida num molho de tomate de conserva que em nada tinha sido trabalhado. E, acompanhada de batata frita, como não podia deixar de ser.


Apesar das boas surpresas que tive na viagem que fiz por Espanha, no que se refere a restaurantes onde fui sem qualquer preparação, este Las Palmeras foi o exemplar perfeito de que é sempre melhor ir preparado!

Las Palmeras
Huelva, Espanha
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 7 de Junho 2016

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Arola (Linhó)

Até há alguns anos atrás nunca tinha ouvido falar de Sergi Arola. O nome do chef catalão nada me dizia, ainda que fosse um discípulo de Ferran Adrià ou que tivesse tido recentemente um restaurante em Madrid com 2 estrelas Michelin (o Gastro - entretanto já encerrado). Mas, com a curiosidade de conhecer os melhores restaurantes do país, um dos restaurantes que era bastante referenciado era este Arola, no Penha Longa Resort, onde Sergi Arola explorava uma cozinha com tapas a preços (relativamente) acessíveis. 
Em meados de 2015, no mesmo local, abriu o LAB By Sergi Arola, este já com aspirações a uma estrela Michelin, que acabou por conquistar há uns meses. A visita ao LAB será um must num futuro próximo (ou que tentarei ser próximo) mas queria primeiro conhecer o Arola.
Antes de falar sobre a comida, dois aspectos importantes. O espaço é muito bonito (pelo menos à noite) e é pena que num sábado ao jantar estivesse vazio. Por outro lado, o facto de termos o restaurante quase só para nós fez com que tivéssemos um serviço sempre pronto a acudir a qualquer e mínima chamada de atenção da nossa parte. E isto sem ser de forma alguma intrusiva! 
Gosto de pratos interactivos, quer seja com o prato a ser terminado na mesa ou a necessitarem de alguma acção final do comensal para que conjugue todos os elementos, como é o caso do Couvert no Arola. Pão de coca (um pão tradicional da zona da Catalunha), alho e tomate picado, onde o objectivo é descascarmos o alho, esfregarmos vigorosamente nas tiras de pão torrado e depois colocar um pouco do tomate, representando o tão tipicamente espanhol (e maravilhoso) pan con tomate. Ah, e o cheiro a alho com que ficamos nas mãos? Que se lixe, pois este é um restaurante com um ambiente descontraído e até o cheiro a alho nas mãos tem o seu encanto.



Bastante aceitável o Biqueirão (o nome português para um boquerone), com os filetes menos avinagrados do que gosto mas de boa textura e bem acompanhados por umas boas azeitonas explosivas (acho que já referi que ainda não me cansei desta técnica) e chips crocantes de alho.



Um dos melhores pratos da noite foi o Porco Ibérico, um carpaccio de presa de porco levemente "temperado" com pickle de malagueta verde, parmesão, pistáchio e maçã. Excelente combinação e equilíbrio entre todos os componentes, com os pequenos cubos de maçã a refrescarem-nos o palato a cada dentada.



Todos os grandes chefs têm os seus pratos de assinatura, aqueles pelos quais são conhecidos em qualquer parte do mundo e que acabam por incluir em muitas das ementas dos seus menus. Para Sergi Arola, um desses pratos são as suas Patatas Bravas (receita em vídeo aqui) e garanto-vos que são, muito provavelmente, as melhores que já experimentei.



Ia iniciar este parágrafo mencionando que o Pato Fumado tinha sido um dos momentos da noite mas a verdade é que quase todos os momentos estiveram perfeitos e este foi "apenas" mais um. Umas perfeitas croquetas de pato, bem ao estilo cremoso espanhol (como tudo neste restaurante), com uma fina lâmina do que parecia ser peito de pato fumado.



Não há como ir a um restaurante de tapas sem pedir os pecaminosos Ovos Rotos, ou neste caso, a interpretação dos mesmos por Sergi Arola, apelidada Ovos e Batatas. Uma gigante dose de batatas salteadas em alho e salsa com um ovo estrelado e presunto. Um prato bastante característico da gastronomia espanhola, ainda que nem sempre bem executado, mas aqui estava óptimo, com as batatas bem crocantes, um bom presunto, um ovo estrelado perfeito e um ligeiro toque picante.



O único prato que não deixou saudades foi a Courgette gratinada com queijo boursin, tomilho, limão e amendoim. O conceito pareceu-nos diferente e atractivo, a primeira garfada foi surpreendente mas quanto mais íamos degustando mais cansados íamos ficando com a unidimensionalidade do prato, acabando por se tornar algo enjoativo.



E, como bons e fanáticos fãs (um pouco redundante, eu sei) de Presunto, não poderíamos acabar a refeição sem um prato fantástico do mesmo, num prato bem servido de presunto 100% bolota Castro Y González. Perfeito, pois claro!



Não podia deixar fugir a sobremesa, ainda que já estivéssemos os dois perto de rebentar as costuras. Quis experimentar mais um prato típico da região natal do chef e a escolha recaiu no Copa Catalana, a versão de Sergi Arola da Crema Catalana (um doce parecido com o Leite Creme e com o Crème Brûlèe, ainda que com ligeiras diferenças na preparação e confecção). Neste caso, Sergi utiliza uma base de panna cotta de bolacha maria com um sorbet de tangeria por cima, sendo tudo coberto por um creme de citrinos e canela. Todos os componentes bastante bem executados e encaixam na perfeição uns nos outros.



A visita ao Arola deu-me ainda mais vontade de conhecer o LAB, pois estamos na presença de um dos melhores representantes da gastronomia espanhola que podemos encontrar em Portugal!

Arola
Linhó, Portugal
Arola - Penha Longa Resort Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 60 €
Data da Visita: 3 de Dezembro 2016

sábado, 23 de julho de 2016

Eduardo dos Petiscos (Carcavelos)

Comparar o Mercado de Carcavelos com os conceitos que se têm aplicado aos mercados renovados parece-me errado. Todos os restaurantes existentes estão separados, não partilhando espaços comuns. Existiu uma renovação, sim, do edifício que albergava as bancas do mercado, mas as semelhanças parecem acabar aqui. O único espaço partilhado é entre as duas bancas pertencentes ao Grupo Eduardo das Conquilhas e a padaria local.
Como em outros mercados, o pedido é feito num balcão onde podemos observar várias das ofertas pré-feitas. A ementa é vasta mas parece-me haver um exagero de produtos já cozinhados, com um ar de quem está no tabuleiro há muito, só à espera que alguém não repare no seu aspecto e os peça, como era o caso de uns Peixinhos da Horta avistados. Até é um prato que normalmente peço mas assim que reparei no seu ar preferi não o fazer. Nas duas visitas que fiz ao Eduardo dos Petiscos a vontade era de ir petiscar ao fim da tarde e acabei por evitar a secção de marisco pela qual o Eduardo é sobejamente conhecido.
Apesar de não ter registo fotográfico, começámos com uns caracóis razoáveis, sem terem deixado uma marca digna de registo. Melhor estava a Salada de Polvo, algo sobre a qual tinha lido diversas e contraditórias críticas, mas não há nada como tirar as nossas próprias teimas. O polvo estava muito macio mas o tempero era apenas médio, precisando de sal e alguma acidez. Aspectos de fácil correcção, portanto o veredicto é de esta ser uma aposta segura.



As Ostras em Tempuras, da secção de sushi do Eduardo dos Petiscos (também apelidado Sushi do Mercado), foram uma verdadeira desilusão. O sabor predominante era da fritura e do molho de soja, não apresentando nenhum do típico encanto marinho que as ostras transportam, não falando que as ostras pareciam estar excessivamente cozinhadas.



Passámos dos pratos razoáveis para os dois que mais brilharam, como foi o caso dos Boquerones. Não os filetes de biqueirão alimados que estamos habituados, mas uma versão frita. De tamanho quase criminoso e bastante bem fritos. Para comer seguindo a filosofia "Nose To Tail"!



As Puntillitas tinham uma fritura bastante aceitável, ainda que nem todas estivesses crocantes, e apresentavam-se bastante saborosas. Senti apenas falta de um qualquer molho que fosse cortando o frito, como um molho de alho ou tártaro que contrabalançasse e equilibrasse os sabores.



Numa 2ª visita, decidi repetir os Boquerones e as Puntillitas, sendo que ambos apresentavam uma consistência semelhante à visita anterior e pedi mais alguns itens para experimentar, uns melhores que outros.
Começando pelo mais fraco, o Crepe de Camarão é fraquinho. Não só é servido frio, pois é um dos muitos itens pré-feitos, e como tal não se sente qualquer contraste de textura, como o recheio é bastante desinteressante. É um wrap de grande dimensão, com uma pasta de sabor pouco distinto e depois panado. Fritos frios têm de ser muito bem executados, caso contrário é raro apresentarem-se no seu potencial máximo.



As Batatas Bravas são uns gomos (ou wedges) gigantes. Mas quando digo gigante são realmente de tamanho exagerado e sem muito nexo. As dimensões dos gomos não ajuda à confecção dos mesmos, sendo a textura mais diferenciadora a do interior semi-cru. Seria necessário um processo de duas (ou três) frituras ou, simplesmente, deixando-as mais tempo para que o seu interior fique cozinhado e o exterior dourado e estaladiço. Pelo menos estavam correctamente temperadas, algo que não acontecia quando as provei da primeira vez. Já o molho, de bravo pouco tinha, sendo até algo manso.



O melhor, dos novos petiscos experimentados, foram os Aros de Cebola, principalmente graças à sua polme saborosa. Simples, bem temperado, com as texturas correctas e a ser exactamente o que se esperava duns bons aros de cebola.


Não é um restaurante fantástico, muito menos quando se conhece a qualidade que o Eduardo das Conquilhas serve. É um restaurante competente, apesar dos altos e baixos, e com umas doses de tamanho respeitável, mas esperava melhor.

Eduardo dos Petiscos
Mercado de Carcavelos - Estrada da Torre
Carcavelos, Portugal
Eduardo dos Petiscos Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
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Preço Médio: < 20 €