quarta-feira, 25 de junho de 2014

Restaurante Dim Sum (Oeiras)

A ideia que tínhamos da comida chinesa está a mudar! Cada vez mais as pessoas estão mais interessadas em comer bem e a chegada do segundo restaurante cantonês a Oeiras é prova disso!
Entramos e deparamo-nos com uma sala grande, com muita luz natural durante o dia, com mesas bem espaçadas, fugindo à ideia pré-concebida da decoração dos restaurantes chineses (e que o próprio Yum Cha Garden tem), parecendo até um pouco intimidante, mas com a chegada dos empregados percebemos que é apenas a decoração que tem esse efeito. O serviço do restaurante é bom, mas vai-se tornando consideravelmente lento quando a sala começa a encher.

Massa Cantonesa com Gambas e Porco
Quando nos é entregue o menu percebemos que iremos ter alguma dificuldade na escolha, pois tanto a secção de Dim Sum, como a secção de pratos completos é bastante extensa e são precisos vários minutos para se conseguir chegar a um consenso do que pedir, visto que para duas pessoas eu aconselharia 5 ou 6 escolhas diferentes de Dim Sum.
Para quem acha que isto é comida muito estranha e preferem fugir a sete pés para rapidamente mergulharem num Porco Agridoce, leiam melhor as ementas e irão perceber que há itens perfeitamente normais com ingredientes com que nos conseguimos identificar. Claro que não digo para irem directamente para a Salada de Medusa ou para as Línguas de Pato, mas arrisquem nalgumas coisas.
Tendo já lá ido duas vezes, devo destacar aquele que é o meu favorito e que agrada facilmente a muita gente, o Pão Cantonês com Carne de Porco Assado! Umas bolinhas de pão docemente gulosas com um recheio simples e saboroso, que peca apenas pela proporção.
Para mim este é aquele que devem pedir sem pensar duas vezes.

Pão Cantonês com Carne de Porco Assado
Mas, como disse, a ementa é extensa e existem várias opções de qualidade e que são apostas seguras para os menos audaciosos. Podemos sempre pedir os Crepes Vietnamitas que nos farão recordar dos típicos "crepes chineses", ou os Bolinhos de Gambas e Cebolinho Chinês que parecem pequenos tortellonis, mas recheados com gambas e cozidos a vapor.

Crepes Vietnamitas
Bolinhos de Gambas e Cebolinho Chinês
Também boas opções se revelaram o Nabo Frito que continha pequenos bocados de porco assado e as Vieiras ao Vapor com Alho, com um intenso sabor do alho frito por cima de uma fatia do molusco.

Nabo Frito
Vieiras ao Vapor com Alho
De referir ainda uns bons Wan Tan Fritos que mereciam mais recheio mas que estavam soberbamente estaladiços e para os mais doceiros as Bolinhas com Doce de Amendoim, que são umas bolas recheadas com amendoim (não completamente manteiga pois tinha muitos bocados praticamente inteiros) e com côco ralado por cima.

Wan Tan Fritos
Bolinhas com Doce de Amendoim
Apesar de nem tudo ser fantástico, não houve nada que eu não tivesse gostado, sendo o prato mais fraco os Chocos Fritos, que são parecidos com uma patanisca de choco mas com o choco a ser cortado fino demais e sem aquele sabor e textura que associamos ao choco frito.

Chocos Fritos
Frango em Folha de Bamboo
Não é uma experiência assim tão diferente daquilo a que estamos habituados, e acredito que também não será uma experiência igual à que teríamos num restaurante na província de Cantão, mas é um passo mais próximo de conhecermos a gastronomia de uma cultura diferente da nossa, e isso vale sempre a pena!

Restaurante Dim Sum
Rua Coro de Santo Amaro de Oeiras, 8D
Oeiras, Portugal
Preço Médio: < 20 €

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Restaurante Via Graça - 1º Foodie Meetup by Zomato

Pode parecer estranho que eu pouco escreva (seja aqui ou na página de Facebook do Devaneios) e das últimas vezes que isto aconteceu, refiro bastante a Zomato. Mas toda a publicidade que eu possa fazer à plataforma é pouco, porque a verdade é que chegaram para dinamizar a área como ninguém o tinha feito até agora e cujo sucesso espero que continue a aumentar!
Neste âmbito, e para promover o convívio de alguns dos seus utilizadores mais assíduos, a Zomato decidiu organizar o 1º Foodie Meetup no Restaurante Via Graça, tendo tido o prazer de ser um dos seus convidados.
Este é um restaurante que pode parecer um pouco perdido no meio de Lisboa, numa rua difícil de alcançar, com pouco estacionamento e prédios que facilmente passam despercebidos, mas que esconde uma das melhores vistas da cidade de Lisboa. Chegar a este restaurante ainda de dia e acompanharmos a mudança de iluminação sobre a cidade é realmente algo deslumbrante!

(Foto retirada do site do Restaurante Via Graça)

A refeição preparada pelo chef João Bandeira (também responsável pelo Restaurante A Casa do Bacalhau) consistia em 5 pratos com uma forte componente tradicional mas onde se notava sempre um toque bastante pessoal na elaboração do prato.


Os medalhões de vieira a abrir estavam bem cozinhados, com uma textura perfeita. O molho de caril era suave e ajudava a complementar a conjugação vieira/castanha, mas o pormenor que tornava isto mais do que um simples prato eram os bagos de pimenta rosa. O único ponto menos bom neste prato foi a utilização das ovas de vieira. Nunca tinha provado as suas ovas, e na altura não sabia o que era, mas mesmo sendo um fã de ovas, estas não me convenceram e acho que a sua utilização em nada melhorou o prato.


Em seguida chegou um prato que, na verdade, eram dois. De um lado um arroz de polvo malandrinho, com o polvo a desfazer-se e o arroz basmati no ponto certo de cozedura, apenas com um pequeno excesso de sal, mas ainda assim muito bom. Do outro lado, um polvo à lagareiro, que oferecia mais resistência aos dentes que o utilizado no arroz, mas ainda assim macio. O polvo vinha numa cama de pimentos (vermelho, amarelo e um padrón) que é um ingrediente do qual não sou fã (excepto dos de padrón) e frequentemente ponho para o lado no prato. Mas estes não... até estavam agradáveis e limpei o prato (dizer isto de pimentos é um grande elogio)! Quando o prato nos foi apresentado, era incendiado um ramo de alecrim, que apesar de deixar, por breves instantes, um aroma simpático no ar, pouco mais trouxe ao prato a nível de palato.


E o 3º prato era, para mim, o mais esperado e aquele que mais expectativas tinha, devido ao uso de Sames (ou Samos) de bacalhau, ou seja, da bexiga natatória do bacalhau. É um ingrediente do qual eu nunca tinha ouvido falar mas que me deu uma curiosidade imediata. E para mim foi o prato da noite! A feijoada estava fantástica, com um caldo apuradíssimo que fazia brilhar todos os componentes do prato. Os sames em si, são bastante bons, com uma textura que pode não agradar a todos mas que me agradou e um ligeiro sabor a bacalhau.


Passamos então ao prato de carne, e último prato antes da sobremesa. Uma empada de caça (perdiz, javali, lebre e faisão) em que apesar das carnes serem todas cozinhadas individualmente, a sua junção funcionava na perfeição, não deixando as carnes secas como muitas vezes acontece neste tipo de pratos. Os grelos salteados que acompanhavam o prato apresentavam ainda alguma textura, e eram realmente muito bons. O único senão foi o facto de ter trincado um pequeno osso, mas numa preparação tão exigente percebo que deslizes destes possam acontecer.


Não sendo eu um grande fã de doces, a sobremesa era o prato pelo qual eu tinha menos expectativas, e talvez por esse mesmo motivo, foi um prato bastante surpreendente e que quase me fez reconsiderar tudo aquilo que alguma vez disse sobre doces e o quão bem eu passo sem sobremesas. Uma coisa vos garanto, se todas as sobremesas fossem assim, eu teria o triplo da barriga (e ela não é propriamente pequena!).
Um fondant de caramelo perfeito, com um nível de gulosice gigante e acompanhado por um gelado cítrico que cortava na perfeição cada colherada naquele fondant que eu desejava nunca ter acabado. Mas felizmente a porção foi grande o suficiente para me satisfazer e pequena o suficiente para me deixar a sonhar com ela.
Um fim de refeição numa nota altíssima.


Uma refeição memorável com alguns pontos melhores que outros, mas tornando o Via Graça um restaurante a considerar seriamente para ambientes requintados e até de algum romantismo. Toda esta experiência foi também memorável pela companhia presente tornando-o numa experiência bastante enriquecedora.
Para último queria deixar um agradecimento enorme à Sara, ao Neel e ao Miguel, que tão bem receberam os foodies e que foram uns anfitriões espectaculares.

Restaurante Via Graça
Rua Damasceno Monteiro, 9
Lisboa, Portugal
Preço Médio: < 60 € (Baseado não no menú de degustação experimentado mas na ementa disponível no site do restaurante)