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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Cruel (Porto)

Ainda há pouco tempo lia um artigo sobre a "moda dos conceitos nos restaurantes" (aqui) e cheguei até a concordar com alguns pontos. Sim, nem tudo tem de ter um conceito (será isso um conceito em si??) ainda que por vezes ajude. E concordo a 100% que jantar fora é sempre um momento especial, "seja numa tasquinha da esquina seja num estrela Michelin".
Claro que também discordei de muita coisa. Não acho que comer seja um ato egoísta, ainda que seja pessoal. Aliás, como o autor do artigo diz "partilhamos momentos e conversas", o que me leva a crer que se o autor considera que o ato de comer é só ingerir comida, algo que discordo por me parecer demasiado levado à letra.
Como não acho que ir jantar fora e sentir-me em casa (expressão tão comummente utilizada para representar conforto) seja necessariamente uma coisa má. Diz o autor que ao irmos jantar fora "queremos sentir-nos num local especial", mas há algum local mais especial que a nossa casa? Enfim, voltemos ao que interessa...
O Cruel é um restaurante com um conceito muito vincado, e que é explicado logo que nos entregam as 3 ementas existentes, e que se reflectem este mesmo conceito. Podemos escolher de qualquer uma delas, ou das 3 ao mesmo tempo. Cada ementa reflecte o nível de experiência que pretendemos ter. Para aqueles que não gostam de sair da sua zona de conforto, a ementa Medrosa. Para os que gostam de experimentar coisas novas mas sem arriscar tudo, a Cautelosa. E, para os aventureiros que terem tirar o máximo partido da cozinha do restaurante, a Cruel. E, honestamente, num restaurante destes acho que a primeira visita deve ser feita exclusivamente desta vertente para podermos tirar o melhor partido possível da refeição, ainda que todas as 3 ementas tenham pratos muito apelativos.
Começámos a refeição com um Couvert simpático, com 2 tipos de pão, 3 boas manteigas e umas azeitonas temperadas muito boas.



O Cruel desde cedo despertou a minha curiosidade por um único motivo, o uso de uma flor no Carpaccio de Novilho com Flor Eléctrica. Mais especificamente, uma "flor eléctrica", ou Acmella Oleracea. Quem nos está a atender explica-nos que o objectivo é experimentar o carpaccio, comer a flor e continuar a degustação do carpaccio. Já agora, uma palavra para o óptimo serviço prestado que se mostrou bastante disponível e explicativo durante toda a refeição.



Depois de mastigada a flor durante alguns segundos, esta planta começa a tornar toda a nossa boca dormente, parecendo que temos vários micro choques pela língua. Este processo tem como objectivo abrir o paladar, e a verdade é que funciona. Aquele que é um bom carpaccio fica bastante melhor enquanto temos a boca dormente da flor. Sim, passei a maior parte do tempo a falar da flor, porque achei a experiência realmente diferente e engraçada, mas o carpaccio em si tem qualidade, especialmente na carne. Temos até a noção de que poderia estar mais temperado quando o experimentamos da primeira vez mas após comermos a flor essa noção desvanece-se.



Avançamos depois para o Novilho Crú(el) com Papadamus de Especiarias, um bife tártaro que vem acompanhado de um papadum excelente, e que ajuda o tártaro, não sendo só um mero substituto das típicas tostas que pouco acrescentam. Excelente a carne do tártaro também, mas parecendo sofrer do mesmo mal que o carpaccio. Mal esse que é remediado com mais um "truque", desta vez em formato líquido mas baseado na mesma planta, com um shot de jambu, que devemos bochechar durante algum tempo para ter um efeito parecido (mas não igual) ao da flor. 



Por muito bons que tenham sido os pratos anteriores, e foram, a verdade é que acabaram ofuscados pelo perfeito Risotto de Cogumelos em Alucinação. E quando digo perfeito, é mesmo perfeito! Não só a componente visual é fantástica, com o katsuobushi a parecer vivo quando chega à mesa, algo que já tinha visto também no Miss Jappa (aqui), e a acrescentar sabor a um já de si incrível risotto de cogumelos. Não é à toa que este foi um dos melhores pratos que comi em 2017 (aqui).



O momento mais fraco da refeição, que até nos deixou algo desiludidos por haver uma diferença tão grande com o até à altura experimentado, foi o Tiramisù de Lima em Coma Alcoólico. Parecia mais uma mousse de lima, com um nível alcoólico muito longe do coma e bastante próximo da sobriedade, com alguns palitos la reine. Uma boa mousse de lima, mas muito longe do que um tiramisù é!



Este momento menos bom não manchou em nada o que foi uma grande refeição. As reviews que se vêem por todo o lado são mais do que justificadas, o conceito é muito bom, o serviço acompanha e a comida é maravilhosa!

Cruel
Porto, Portugal
Cruel Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 20 de Setembro 2017

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Butchers (Parque das Nações)

Torço sempre um pouco o nariz à ideia de repetir restaurantes, principalmente se for num curto espaço de tempo. Por isso é que este texto pode soar algo estranho, visto que visitei o Butchers em dois dias consecutivos! Isto já vos diz muito da ideia com que fiquei do restaurante, ou não?
Assim que entramos no restaurante temos o impacto de nos depararmos com o frigorífico onde a carne é maturada, visto que este processo é feito in-house e sem vergonha nenhuma de o mostrar, o que é de louvar! Não é que seja algo que se deva esconder mas a falta de informação de muitas pessoas até as poderia levar a olhar para as peças de carne maturada com alguma desconfiança devido à cor mais escura, mas isso faz parte do processo que vai aprimorar uns já bons cortes de carne.


Visto terem sido duas visitas, vou-vos falar do que experimentei como se de uma ementa se tratasse, começando pelas entradas, avançando para os pratos principais e terminando nas sobremesas.
Bastante bom o Carpaccio de Carne de Vaca com Rúcula e Parmesão, de corte fino e regular, onde apenas faltava um pouco mais de tempero na carne em si, pois apenas o queijo e a rúcula não chegaram para temperar todo o prato.


O prato de Presunto Castro Y González a cumprir na perfeição o seu propósito de abrir os apetites dos comensais. Bem cortado e bem curado, sem nada a apontar.


Também os Croquetes eram bastante bons, ainda que longe de serem os melhores já experimentados. Boa fritura mas com o recheio a precisar um pouco mais de sabor, mesmo quando ajudados pela mostarda.


O Butcher Steak (maturado a 35 dias, como quase todas as carnes presentes na carta), também conhecido como Hanger Steak ou Skirt, é um corte muitas vezes menosprezado, dizendo-se até que os antigos talhantes os guardavam para si, não os colocando à venda. Isto porque é um corte menos tenro que o normalmente apreciado pela maior parte da população mas a verdade é que não perde em nada quando a sabor nos referimos e comparamos com outros cortes mais famosos. Aqui, muito devido à sua maturação, nem a textura se revela um problema com a carne a apresentar-se macia e cozinhada no ponto pedido.


Excelente também o Entrecôte ainda que, devido à temperatura pedida, não seja possível a total caramelização da gordura que o corte apresenta. Mas o sabor está todo lá e mais uma prova dada que no Butchers a carne é tratada com o devido respeito.

O Cowboy Steak é um corte que, à semelhança do Butcher Steak, não estamos muito habituados a ver por Portugal, mas traduz-se facilmente para um Ribeye ainda com osso, servido numa dose gigantesca para dividir por 2 pessoas! Mais uma vez, o ponto da carne não falhou e apenas apreciaria ver o osso melhor limpo pois estava num dia algo preguiçoso e não me apeteceu a roer toda a deliciosa carne que ainda a ele estava agarrada. Mas recomendo que o façam! Um dos pontos que considero bastante favoráveis na forma do Butchers servir a sua carne é o facto de a tábua trazer sal para que possamos acabar de temperar a carne a nosso gosto. Existem muitos restaurantes que parecem ter medo de meter sal na carne e esta é uma óptima alternativa.


Um dos motivos que me levou a voltar a este restaurante dois dias consecutivos foram as Batata Doces Fritas servidas como acompanhamento. Ainda que não haja registo fotográfico, da minha parte, que as destaque com o devido valor, a verdade é que foram as melhores que já experimentei! Vale a pena a visita só por estas batatas!
E se tudo tinha corrido bem até agora, as sobremesas conseguiram manter o nível alto e até algo surpreendente, com uma Mousse de Abacate de textura perfeita onde a doçura é maioritariamente conferida pela redução de vinho branco e mel com aguardente de cana.


Excelente também as texturas contrastantes do Cheesecake de Lima, com um creme suave e uma bolacha que se esfarela em crocância (sim, esta palavra existe!). Bons também os sabores equilibrados, principalmente do creme.


Por último, uma óptima Mousse de Chocolate com Pimenta Rosa, uma combinação que, não sendo nova, não deixa de trazer sempre algo positivo a esta clássica sobremesa.


O serviço é competente ainda que melhor na 1ª visita do que na 2ª, também devido à localização mais escondida da mesa. Houve inclusive um pequeno esquecimento dos Croquetes, que também foi prontamente corrigido com profissionalismo e simpatia!
A relação preço qualidade é mais do que justa, estando nós perante uma das melhores steakhouses da cidade de Lisboa, sem dúvida alguma!

Butchers
Lisboa, Portugal
Butchers Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data das Visitas: 1 e 2 de Agosto 2017

domingo, 23 de julho de 2017

Mussol Arenas (Barcelona)

Uma das primeiras pessoas a colocar a Catalunha no mapa da gastronomia mundial foi Ferran Adrià. O chef do El Bulli, que encerrou em 2011 e foi durante muitos anos considerado o melhor do mundo para a revista Restaurant, revolucionou mentalidades e introduziu na cabeça de muitos o conceito de gastronomia molecular! Ferran tem um brilhante irmão de nome Albert, que também o acompanhou no El Bulli, e que é neste momento o chef executivo de vários restaurantes do grupo El Barri Adrià (onde se inclui os estrelados Tickets, Hoja Santa ou Pakta, entre outros). Neste momento, Albert Adrià parece estar para Barcelona como José Avillez está para Lisboa, ou não tivesse o português bebido muitas influências dos irmãos Adrià aquando a sua passagem pelo El Bulli em 2006. Ambos detêm vários restaurantes na cidade onde trabalham e todos os seus restaurantes estão confinados numa única zona geográfica dentro da cidade. Se Avillez é o rei do Chiado, Albert Adrià tem todos os seus restaurantes perto da Plaça de Espanya (não sei exactamente o nome da zona). Claro que tentei marcar para o Tickets, mas a sua logística de abrir as reservas para o dia X exactamente 2 meses antes não ajudou e não consegui mesa. Por algum descuido, mas também para não ter restrições a nível de organização dos dias (só o Tickets me iria fazer ter essa condicionante), acabei por não marcar para qualquer outro do grupo Adrià, tentando a minha sorte na Bodega 1900. Como já devem calcular, pelo título do post, foi uma tentativa infrutífera, tendo acabado por ir jantar ao supracitado Mussol Arenas, que me tinha sido recomendado por alguém que vive na cidade. Então porquê todo este texto sobre a família Adrià? Porque são um marco na gastronomia catalã e, como tal, merecem ser referenciados sempre que possível.
Apesar do restaurante se encontrar num Centro Comercial, construído numa antiga Praça de Touros, o nível onde se encontra faz com que não se sinta qualquer ambiente de food court comercial. No topo do edifício, quase como se de um terraço se tratasse, encontram-se vários restaurantes com espaço própria, tendo alguns uma excelente e privilegiada vista para o Monte Montjuïc e a sua Fonte Mágica.
O Mussol Arenas apresenta uma ementa bastante variada e interessante, não sendo totalmente virada para tapas e apresentando alguns pratos de carne bastante apetitosos, mas o nosso apetite era o de tapear algo para depois podermos observar o espectáculo da Fonte Mágica através do parapeito do próprio "terraço". E, para começar a picar algo, umas boas Azeitonas, de 4 ou 5 variedades diferentes, e bem temperadas.


Excelentes os Cogumelos Recheados com Queijo de Cabra e Escalivada, uma espécie de ratatouille catalão, onde os vegetais (maioritariamente pimentos e beringela) são grelhados. A combinação é um sucesso com o forte sabor dos cogumelos a ser ajudado pelo fumado da escalivada e o queijo de cabra a dar aquele toque salgado essencial. Para um pouco de frescura, um ligeiro apontamento de manjericão.


Não podia faltar o Pão com Tomate, também executado com o catalão Pão de Coca, mas aqui algo a chegar-se ao queimado. De resto, a simplicidade do costume e os sabores excelentes como em qualquer outro lado.


Os Ovos Rotos com Presunto Ibérico de Bolota estavam muito bons, principalmente pela sempre suprema qualidade do presunto apresentado, mas as batatas fritas poderiam ser bem melhores.


As Batatas Bravas tinham algumas falhas. Não me importo que se sirvam as batatas em gomos, e até podem ser grandes mas então as batatas terão que cozinhar mais tempo senão ficam ainda encruadas por dentro (como era o caso). Pena também o seu nível de picante ser bastante baixo, parecendo mais umas batatas mansas que bravas.


Há aqui uma variedade de pratos pedidos que são recorrentes entre vários restaurantes porque são algumas das nossas coisas favoritas em Espanha e que não são fáceis de encontrar bem feitos em Portugal. Os Croquetes de Presunto Ibérico de Bolota do Mussol foram, infelizmente, os menos bons que já comi. Fritura algo desastrada, a chegarem à mesa com excesso de óleo e com alguns exemplares a abrirem já. O recheio é sempre bom e consistente, ainda que já tenha experimentado melhor.


As sobremesas também estiveram a um nível bastante aceitável com principal destaque para o Carpaccio de Ananás com Mousse de Crema Catalana. Bons contrastes de acidez e doçura com a hortelã a darem um novo nível bastante interessante.


Menos surpreendente e a um nível mais baixo, a Tarte Tatin Fria de Pêra com Gelado de Violeta e Chocolate Branco. Textura da fatia de Tarte Tatin demasiado gelatinosa mas com um decente sabor a pêra a combinar bem com o sabor mais floral do gelado.


Não sendo um sítio fantástico não deixa de ser uma boa opção para jantar. Talvez até menos para tapas e mais para a restante ementa existente. Tem ainda a mais valia da localização fantástica para quem quiser assistir ao espectáculo da Fonte Mágica.

Mussol Arenas
Barcelona, Espanha
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 21 de Junho 2017

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Tasquinha da Vila (Paço de Arcos)

Tenho a ideia que conheço tudo o que são restaurantes interessantes no eixo Paço de Arcos-Oeiras. Se não por os visitar mas por ouvir falar deles (bem ou mal). Normalmente até sou rápido a visitar aqueles que me pareçam interessantes mas esta Tasquinha da Vila vinha-se a arrastar na minha "wishlist" há mais de 1 ano.
A oportunidade finalmente surgiu num sábado tardio, onde fui encontrar um restaurante vazio demais para a qualidade que me deu a mostrar nessa noite. 
A decoração é engraçada e tem alguns apontamentos de bom gosto e bom humor, que dão graça e alguma autenticidade ao espaço, tentando assim distinguir-se das demais "tabernas modernas gourmet". Tudo o que foi comido (excepto as sobremesas) foi escolhido pela cozinha pois decidimos ficar nas mãos do chef e do que ele entendesse dar-nos a provar. 
O serviço apresentou algumas falhas, parecendo ser por alguma displicência do que por falta de qualidade, pois quando solicitado foi simpático e prestável. Mas servirem as sobremesas sem levantar os pratos onde se comeram os petiscos, e deixarem esses pratos até à altura do café foi algo desconfortável. A não colocação de Batata-Doce na mesa, quando reparámos que todas as mesas as têm logo à partida (inclusive as vazias!), foi uma falha menor, mas levou-nos àquela que foi para mim a maior falha da noite. a Batata Doce. Não me faz sentido que sirvam algo para iniciar a refeição que é doce, extremamente doce, visto serem chips de batata doce frita servidas com açúcar e canela.
Agora a minha falha, não fotografei a Batata Doce nem os bons Pimentos Padrón que aqui se comeu. Grelhados e com um nível de sal alto, tal como eu gosto. Pena nenhum dos exemplares ser picante. O que aumenta a probabilidade de uma dose de pimentos ser picante é o aumento de exposição solar e quantidade de água recebida, bem como o seu grau de maturidade quando apanhado (fonte).
Aquilo que calculo que fosse o Salmão Marinado com Caviar de Beringela (não me recordo exactamente do que foi dito pela pessoa que nos serviu mas pela ementa e fotos prévias na Zomato foi o que me pareceu) foi um início simpático mas que pode ser melhorado. O pão poderia estar torrado e não percebi bem o conceito de caviar de beringela mas a conjugação de sabores funcionou para mim!


O Bolo de Caco com Azeite e Orégãos deveria ser servido em todas as mesas no lugar das Batatas Doce. Simples e a realizar bem o propósito de abrir o apetite.


Um dos pratos mais marcantes foi o Carpaccio de Polvo com Salada Morna de Batata. Excelente textura do polvo, com fatias finíssimas, bem acompanhadas de uma salada de batata, chalota e estragão fresco, tudo bastante bem temperado.


Uma boa conjugação de sabores também no Queijo de Cabra Corado com Coulis de Pimentos, com os sabores fortes do queijo de cabra a serem cortados pelo coulis e com o palato a poder ser refrescado com a salada bem temperada que acompanhava.


O Carpaccio de Novilho com Salada e Parmesão não esteve ao nível do de polvo, faltando-lhe um pouco mais de tempero, principalmente no que se refere a acidez para poder dar uma maior profundidade e dimensionalidade nos sabores.


Excelente Choco Frito, bastante macio e bem frito, com uma polme simpática mas o molho alioli a apresentar-se demasiado líquido e sem aquele característico sabor a alho.


Os Ovos com Farinheira assemelhavam-se a uma omolete, principalmente ao nível visual, e apresentaram sabores aprumados e uma boa textura com o seu interior húmido e bem recheado de uma saborosa farinheira.


"Apenas" 3 opções no capítulo das sobremesas mas, das duas experimentadas, num nível bastante simpático, aliás, como toda a refeição.
A Mousse de Chocolate Gelada, com uma textura de um bom e cremoso gelado de chocolate. servido num engraçado mini tacho.


Mais complexo era o Cheesecake de Abóbora com Praliné de Amendoim. Bolacha saborosa ainda que algo húmida e sem acrescentar textura, papel esse que ficou para o praliné de amendoim, um componente que não se costuma ver associado ao cheesecake. O doce de abóbora simpático e pouco doce, com a componente do queijo propriamente dita a ser algo neutra, sem aquele sabor característico do mascarpone. Ainda que se possa achar piada a servir cheesecakes nestes pequenos recipiente, não sou um fã de sobremesas que tenham múltiplas camadas assim servidas.


Alguns percalços no serviço mas a comida esteve a um nível bastante positivo. Fica a vontade de voltar para experimentar o Bife à Marrare ou o Bacalhau Frito!

Tasquinha da Vila
Paço de Arcos, Portugal
Tasquinha da Vila Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 4 de Fevereiro 2017

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Curtas #4: O sushi de fusão do Tamagoshi!

Se me acompanham sabem que gosto bastante de sushi! Não sou esquisito e abordo o tradicional com a mesma gula com que abordo o de fusão. Interessa-me a qualidade do arroz, a frescura dos ingredientes, a variedade existente e, caso esteja a comer fusão, a originalidade do que é apresentado.
Há um restaurante onde é possível ter tudo isto e mais um pouco. O Tamagoshi Food Fusion é o sítio ideal para quem procura originalidade, diversidade e qualidade! Só há duas pessoas a confeccionar o sushi, por isso é natural que seja tudo um pouco demorado (principalmente quando pedimos combinados grandes) pois tudo é feito no momento. Vale a pena a espera acreditem.
O Couvert é simples mas faz sentido no conceito do restaurante. Um competente sunomono e uma folha de endívia com pasta à base de salmão. 



Muito bom o Carpaccio Moriawase com o omnipresente salmão, um excelente atum e o peixe branco disponível que se revelou na forma de bacalhau fresco. Uma das coisas que adoro no Tamagoshi é esta capacidade de me darem a provar peixes que nem sempre são comuns encontrar.



Boa fritura no Hot Maguro Maki e uma excelente pasta por cima. Deveria ter mais sweet chilli sauce pois acabou por passar despercebido esta componente.



Nas visitas anteriores nunca tinha provado o Gunkan Egg mas agora será sempre uma peça obrigatória. A riqueza que a gema confere ao conjunto é fantástico.



O chef Péricles já me conhece e decidiu brindar-nos com algumas das novas criações dele que ainda não se encontram presentes na carta. 
Um Gunkan de salmão e camarão que apesar de bom não me deslumbrou devido ao meu fraco entusiasmo para com estes decápodes.



Surpreendente a combinação entre o salmão, ginger wakame (a alga wakame infundida com gengibre), pasta de lavagante e tobiko. Que este Gunkan entre na ementa e não saia mais.



O combinado Omakassê Itamae San é a prova final, se ainda não estavam convencidos até aqui, que o Tamagoshi não apregoa só o sushi de fusão, como o concretiza de forma exemplar.
Nesse dia, 5 variedades de sashimi (Salmão, Pampo, Bacalhau Fresco, Maguro e Toro) deliciaram o meu lado tradicionalista. É complicado descrever os restantes rolos e gunkans, pois a variedade presente é vasta, mas a qualidade do sushi continua a ser fantástico. 



Terminámos a refeição com uma Tarte de Toblerone, bastante cremosa mas um pouco doce demais para mim. Ideal para partilhar mas penso que não conseguiria comer uma fatia sozinho.



Saio mais uma vez maravilhado do Tamagoshi. Apesar de ser a minha 4ª ou 5ª visita, saio com novas combinações e novos sabores descobertos e até com novas variedades de peixe experimentadas. Saio com a certeza que voltarei.
(Sei que não foi bem uma "curta" mas foi muita coisa experimentada... tentei ser breve mas não é fácil!)

Parede, Portugal
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Preço Médio: < 40 €

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Carpacceria (Mercado de Campo de Ourique)

Finalmente fui conhecer o Mercado de Campo de Ourique. O primeiro desta nova moda de mercados renovados, com o seu renovado conceito de restauração baseado no Mercado de San Miguel (em Madrid). Uma grande variedade de oferta gastronómica, capaz de agradar praticamente a todos. Sendo que muitos dos restaurantes demoram na confecção dos seus pratos, existem uns buzzers para que os clientes sejam notificados quando o seu pedido estiver pronto. As bebidas (mas não todas) podem ser pedidas já na mesa.
A estrutura deste tipo de food court funciona, ainda que não concorde com a exclusividade da venda de bebidas. Estes conceitos atraem uma multiplicidade de conceitos interessantes (algo que espero que seja contagioso aos Centros Comerciais) e conseguem cativar muitos clientes exactamente pela diversidade oferecida.
Um dos conceitos mais interessantes (consegui provar várias coisas mas farei 1 artigo sobre cada espaço) é a Carpacceria. O nome é explícito mas na ementa existem ainda tártaros, wraps e bruschettas.
Muito bem temperado o Carpaccio de Novilho do Mercado. Fatias de boa grossura e uma desavergonhada quantidade de tempero sem medo de dar sabor a um prato que se não for temperado é bastante insípido. Adoro os carpaccios com alcaparras, que nos vão dando pequenos toques de sobressalto no palato. Um óptimo exemplar do que um carpaccio deve ser.



Não havendo o Tártaro de Bacalhau, optámos por experimentar o Tártaro de Atum Asiático. Excelente a simples combinação de sabores do gengibre e da soja. Bons cubos de atum com uma grossura adequada e que nos permitem verificar a sua frescura assim como a sua textura.



Um conceito muito engraçado, e que mesmo não funcionando para uma refeição inteira (excepção provável feita aos wraps), é uma óptima opção para servir como entrada. Bons produtos e boas execuções fazem desta uma boa banca!

Carpacceria
Mercado de Campo de Ourique, Rua Coelho da Rocha
Campo de Ourique, Portugal
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Foodspotting
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Preço Médio: < 20 €

terça-feira, 2 de junho de 2015

Supremo Sushi (Estoril)

Não tenho nada contra restaurantes de hotel. Acho que podem ser uma opção tão válida para uma refeição como qualquer outro estabelecimento. Desde que adaptem a sua sala ao conceito que tentam transmitir, algo que não acontece no Supremo Sushi. Para além do intenso cheiro a incenso, a sala parece ser mais adequada para um bar de hotel do que para um restaurante. Cadeiras fundas e que poderiam ser confortáveis para se estar descontraidamente à conversa, mas nunca para uma refeição onde a proximidade corporal à mesa é maior. Conseguimos trocar as primeiras cadeiras onde nos sentámos para umas um pouco melhores mas ainda assim nada de muito confortável. O espaço está de tal forma pouco preparado para a restauração que existem umas almofadas no parapeito da janela para que grupos maiores se possam acomodar à volta de uma mesa. Ao início pensei que as almofadas lá estivessem para as colocar nas cadeiras mas assisti mesmo à acomodação de um grupo utilizando estes "lugares".



Apesar de ter ido com um convite Zomato, que incluía um Menu de Degustação para 2 e 2 Cocktails, tive a oportunidade de estudar o menu e pareceu-me bastante estranho. Algumas entradas, alguns pratos já típicos como os tártaros (aqui chamados Kimuchi devido ao molho picante japonês usado), carpaccios, hot rolls que não especificam em nada os ingredientes usados, gyosas e tempuras (itens inseridos na secção de Carpaccios vá se lá saber porquê) mas a parte estranha é realmente a secção dedicada ao Sushi. Não existem rolos individuais e não existe nada a não ser o Combinado Sushi-Sashimi (mais tradicional) e Combinado do "chef". Sim, coloquei entre aspas a palavra chef mas continuem a ler que já lá chego...
Como o convite definia um Menu de Degustação, deixámo-nos entregues à casa e começámos a refeição com umas tiras de Cenoura com Maionese de Alho. Nade de muito novo e uma aposta segura para começar a refeição, com a cenoura bem fresca e a sua doçura a contrastar bem com o sabor a alho da maionese.



Enquanto nos entretínhamos com a cenoura chegou à mesa um hot roll (do qual não fiquei com registo fotográfico) de salmão com uma tempura simpática mas nada de extremamente bem executada. Faltava-lhe mais textura e vinha encimada com soja e um molho adocicado que não consegui identificar.
Num nível bastante mediano estava o Carpaccio de Salmão onde é usado um molho de ervas intenso mas sem qualquer tipo de acidez, acabando por tornar um potencial bom prato num prato com os seus sabores menos vincados e menos estabelecidos. A frescura do peixe estava dentro dos parâmetros que se verificam na maior parte dos restaurantes de sushi médios.



Mas se o salmão parecia apresentar uma frescura satisfatória, o mesmo não consigo dizer do (pouco) atum experimentado. No combinado que nos apresentaram como fazendo parte deste menu de degustação, existiam umas escuras fatias e de ar pouco fresco fatias de sashimi de atum. Tanto no aspecto de qualidade como na variedade de peixe pareceu-me fraco, com apenas atum (e muito pouco) e salmão presentes nos pratos que provámos. Era sábado, o restaurante estava vazio e temos uma costa rica, de certeza que conseguiriam arranjar mais alguma variedade não?
Também de mau gosto pareceu-me ser apresentarem as extremidades dos rolos. Fica mal como apresentação no prato, principalmente porque sabemos que o rolo teria mais peças (normalmente os rolos fazem-se em 8 peças mas também é possível ser feito com 4) ou que poderiam ter aparado as extremidades antes de cortar em peças de tamanho igual. De resto, um bom arroz, tanto na cozedura como no sabor, a ser o ponto alto de toda a refeição. O corte do sashimi bastante irregular, com algumas fatias algo triangulares e o sushi sem combinações muito surpreendentes ainda que não fossem mal executadas. Se tivesse que destacar algumas peças como acima da média, diria os nigiris, o hot roll e o gunkan com salmão à volta, pois o de pepino com pasta de salmão era fraquinho.



Mas eu sou um rapaz de muito alimento e por isso ainda tinha fome quando terminámos o menu de degustação oferecido. Pedimos a carta, pois tudo o que ultrapassasse o menu incluído no convite seria pago à parte, e o empregado vendeu-nos a diferença entre os dois combinados como um sendo de sushi mais tradicional e o outro sendo de autor com peças mais elaboradas, combinações inovadoras (chegou até a utilizar as palavras "foie gras"), peças braseadas (repetiu este termo na descrição do combinado 2 vezes) e mais um pouco de lero lero.
Decidi arriscar no Combinado do Chef de 22 peças, não tendo demorado muito tempo a chegar à mesa. Mas, quando olho para o que me foi colocado à frente, e com uma gentileza de peças extras oferecidas pela casa, aquilo com que me deparo é uma réplica quase idêntica do que já tinha comido. Esse pormenor foi chamado à atenção do empregado que nos atendia, vindo com uma resposta (dada pelo chef) de que os combinados do chef são padronizados e é normal ser praticamente igual visto que no menu de degustação também tínhamos experimentado este mesmo combinado. Ora, se o menu não tem qualquer variedade de sushi disponível, apenas é possível pedir combinados, então qual o interesse de visitar um restaurante que apresentará sempre o mesmo tipo de peças, sem qualquer variedade de peixe demonstrada e sem muito mais de relevante do que bom arroz? Onde está a mão inovadora do chef nos seus combinados? Seria de esperar que num menu tão pequeno, e onde só podemos comer sushi se for em combinados, houvesse uma maior inovação nos combinados de forma a cativar os clientes, não?





Não saí do Supremo Sushi minimamente surpreendido ou fascinado. Nada me pareceu acima da média ou merecedor dos preços praticados. Fosse serviço, decoração, ementa ou qualidade da comida, nada se destacou realmente pela positiva. Não é mau, mas há muito melhor pelo mesmo tipo de preços praticados.

Supremo Sushi
Hotel Alvorada - Rua Lisboa, 3
Estoril, Portugal
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Foodspotting
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Preço Médio: < 40 €