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quarta-feira, 19 de julho de 2017

La Paradeta - Passeig de Gràcia (Barcelona)

Um dos muitos sítios que me recomendaram em Barcelona (e, mais uma vez, obrigado a todos os que me deram recomendações) foi o La Paradeta do bairro de Born. Claro que todas as recomendações acabaram por levar alguma pesquisa da minha parte, até para conseguir obter informações de datas de encerramento, preços, etc. Foi nesse momento que cheguei à conclusão que este La Paradeta tem 7 restaurantes espalhados por toda a zona de Barcelona e apresenta um conceito muito engraçado.
O que mais me atraiu nestes restaurantes foi, sem dúvida, o seu conceito. Estamos perante uma marisqueira self-service, com bons níveis de crítica pelas plataformas habituais (TripAdvisor e Yelp) e que parece apresentar uma relação qualidade-preço bastante apelativa. Apesar de não ter conseguido ir à de Born, visitei a que se encontra perto do Passeig de Gràcia, zona onde estava hospedado.
Quando digo que é uma marisqueira self-service, é mesmo a sério. Entramos e deparamo-nos com uma montra de peixe e marisco fresco, quase tudo com excelente aspecto (apenas a peça de atum que lá estava não convenceu). Daí, escolhemos o que queremos e o seu modo de confecção, dentro das possibilidades existentes, sendo que as opções estão limitadas (normalmente) a 1 ou 2 métodos de confecção pré-definidos. Os produtos escolhidos são pesados, é anotada a confecção, dão-nos um recibo com um número e as nossas escolhas são encaminhadas para a cozinha enquanto nós passamos para a 2ª fase. Ao balcão, e já com um tabuleiro, escolhemos o que queremos beber e pagamos. A seguir, vamos para a sala, bem decorada com apontamentos marítimos, e escolhemos uma mesa das que estiverem livres. Recomendo que escolham uma mesa que seja próxima da cozinha... já vão perceber porquê.
Lembram-se do recibo com um número que recebemos? Pois bem, este é o número que identifica o nosso pedido e que será comunicado pelos altifalantes para que possamos ir recolher a nossa comida. Este processo é feito item a item, logo este recibo tem que ser guardado até que todos os itens pedidos sejam riscados no recibo. A nossa escolha da mesa já foi a considerar esta logística logo ficámos na mesa mais próxima da janela para que este processo fosse o mais rápido possível.
O primeiro item a chegar à mesa foi uma Salada bastante grande (mesmo!), simpática, com tempero à parte, para ser ajustada pelos comensais, mas sem grandes apontamentos. A única questão menos boa, e algo questionável, foi a introdução do que nos pareceu casca de laranja, dando um sabor estranho ao prato. Acabou por servir bem o seu propósito de acompanhar o marisco ao longo de toda a refeição e cortando alguns sabores mais fortes.



Depois da exorbitância paga no Tapas 24 (aqui), foi de forma algo relutante que avançámos para as Puntillitas, ou Chipirones, "a la Andaluza" (fritos). Mas, aqui, o preço dos Chipirones ao quilo é mais baixo do que uma dose no Tapas 24! Existiria assim uma substancial diferença de qualidade? Não, nem por isso, pois também estes estavam bastante bem fritos. Os do Tapas 24 achei melhor temperados mas nada que justificasse a diferença abismal de preços.



Também nos fritos, escolhemos uma única lula, que foi rapidamente transformada nos famosíssimos calamares. Consistente a qualidade da fritura com este exemplar a apresentar-se ainda bastante macio.



Para terminar esta secção de fritos, uma (semi) novidade para mim, Chanquetes! Em Sevilha tinha experimentado um prato onde incluía estes minúsculos peixinhos fritos (aqui), desta vez experimentei-os numa prestação a solo. Devido à sua pequena estatura a verdade é que absorveram em excessivo o sabor do óleo, não apresentando nenhum sabor muito acentuado para além deste. Muito menos deslumbrante que a Chanquetada experimentada mas ainda assim simpático.



No campo das miniaturas, mas fugindo aos fritos, há também disponíveis Pulpitos, pequenos polvos, que aqui foram cozinhados "a la Plancha", ou seja, na chapa. Não sendo particularmente intensos no seu sabor, ficam bastante melhores quando levemente molhados no molho de ervas que estava presente no prato.



A única "desilusão" da noite foram as Gambas a la Plancha. Ainda que cozinhadas no ponto certo, esperava sabores mais acentuada, tendo as mesmas sido apenas levemente grelhadas na grelha sem grande mão no que a temperos refere. Ainda que o molho de ervas, o mesmo dos polvos, ajudasse um pouco, não se tornou nada de memorável.




No final, resta juntar os pratos todos e entregar numa janela específica para a recolha de loiça suja. Como vêem, a ausência de grande logística de empregados de sala ajuda a baixar os preços, tornando os preços desta marisqueira bastante competitivos e mais baixos do que a realidade da maior parte dos lugares. Claro que se optarmos por marisco mais "nobre" o preço poderá subir bastante mas é um local fantástico para comer bons petiscos marítimos a preços bastante justos.

La Paradeta
Carrer del Consell de Cent, 318
Barcelona, Espanha
Foodspotting
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Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 20 de Junho 2017

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Curtas #12: Marisqueira Azul (Mercado da Ribeira - Cais do Sodré)

O Mercado da Ribeira é um exemplo ideal do que poderiam ser os food courts nos grandes Centros Comerciais. Variedade, muita gente, a maior parte das propostas com qualidade (e não o contrário) e com um ou outro recanto mais sossegado e tranquilo. Um destes recantos é a Marisqueira Azul, com direito a esplanada para o bom tempo veranil que se aproxima.
Um dos muitos petiscos marítimos que lá podemos experimentar são estas óptimas Puntillitas de fritura exemplar, apresentando-se secas e estaladiças, e de tamanho reduzido.


Fica a vontade de lá voltar para experimentar outras iguarias como os Caranguejos de Casca Mole.

Marisqueira Azul
Lisboa, Portugal
Azul Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 12 de Dezembro 2015

domingo, 18 de dezembro de 2016

Ramiro (Mouraria)

Não sou um fã de marisco e, como tal, marisqueiras não são minimamente apelativas para mim. Acho-as caras para o nível de satisfação que delas tiro. Ainda assim, o Ramiro é um sítio incontornável e, como tal, não poderia deixar de ter curiosidade em visitá-lo. Não aceitam reservas e por isso a fila à porta é uma constante toda a noite, mas tudo se passa no mesmo ritmo frenético dos empregados nesta cervejaria. Entramos, comemos muito e saímos. O espaço não é confortável, não promovendo uma refeição prolongada. Mesas pequenas, cadeiras pequenos, pouco espaço entre as mesas, chão sujo de papéis e bocados de marisco que vemos voar de marteladas de mesas vizinhas. Ou seja, um ambiente típico, e à antiga, de uma cervejaria portuguesa.
O serviço é muito rápido (mas não a despachar!) e vemos passar empregados à velocidade da luz, muitas vezes fazendo o pedido para um empregado supersónico. Mas o pedido não fica perdido no vazio e parece que têm uma capacidade de percepção de pedidos sobrenatural. Simpáticos e com a dose certa de animação, sabendo gerir bem e enquadrar os clientes no espírito cervejeiro, principalmente quando as imperiais chegam à nossa mesa mal a anterior fica vazia. Noutros locais poderia levar a mal, aqui, não tenho a certeza porquê, achei piada. A cozinha funciona de uma forma fantástica, pois não existe muito tempo de espera desde que entra o pedido até que a comida chega à mesa. Adorava conhecer a esquemática que rege esta cozinha e perceber como é possível que um ambiente com tanta gente, tantos pedidos, funcione tão bem, mesmo contando que não existem muitos pratos elaborados.
Presunto Pata Negra muito bom e cortado com boa espessura. Não é necessário falar muito sobre este tipo de decadência, certo?


As melhores Gambas à la Aguillo (é assim que está escrito na ementa) do país, da Europa e, quiçá, do mundo! Perfeitamente cozinhadas, servidas ainda com o azeite a ferver, bem temperadas e com uma dose de picante muito agradável. Molho guloso a pedir que se gaste todo o pão torrado nele. E se o pão acabar antes do molho? Peçam mais pão!


Boas Amêijoas à Bulhão Pato mas não muito puxadas a nível de sabor. É um bom exemplar mas não é fantástico. Um bocadinho mais de tempero poderia resolver a questão e colocar este prato ao nível dos restantes.


Camarão Tigre a soltar facilmente da casca, prova de que teve um tempo adequado de cozedura, e acompanhado por um subtil molho de manteiga e que até poderia ter vindo em maior quantidade, pois complementava espectacularmente o camarão.


Quando penso em todos os sítios ditos "gourmet", sejam pregarias, petiscarias, hamburguerias ou que mais-rias, que servem pregos do lombo, só me apetece rir. Rir-me pelo preço que cobram e rir-me pela qualidade do que servem. No Ramiro, a "sobremesa" (assim apelidado pelos habituais, tal como pode ser visto na passagem de Anthony Bourdain por Lisboa) tem o módico custo de 4,08€ e é dos melhores pregos que podem comer na cidade. Bom pão, nada massudo e uma carne tão macia que até a dentadura podemos tirar que garanto que vamos conseguir cortar a carne na mesma. Para além da textura, o tempero é exemplar, com uma boa dose de alho. Para ficar perfeito, a adição de uma boa mostarda é essencial.


Com a sobremesa no bucho, vamos ao digestivo com o Pedrinni: Vodka, Sumo de Laranja, Sorbet de Limão e Canela.


Fiquei completamente rendido à qualidade do Ramiro. Superou expectativas, por muito altas que estivessem. Preços mais do que justos face à comida servida, um serviço típico deste tipo de restaurantes, e uma rapidez ímpar.

Ramiro
Lisboa, Portugal
Ramiro Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 40 €