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terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Saikō (Campo Pequeno)

Não sabia bem o que esperar deste convite para ir conhecer o Saiko Campo Pequeno. A sua abertura criou bastante curiosidade. Seria este um espaço réplica do Estoril (de que já falei aqui)? Só isso já é sinónimo de muita qualidade e o melhor sushi de fusão que a cidade de Lisboa já testemunhou! Mas uma cópia exacta não seria o suficiente para me fazer deslocar propositadamente até Lisboa, já que o Estoril é mais prático para mim.
Até que, em conversa com a pessoa que me convidou, percebi que a carta tinha também evoluído, sempre com a consultoria do chef Péricles Lacerda (que acompanho desde os tempos do Tamagoshi). As condições são outras e é natural que exista esta evolução mas tinha que lá ir para experimentar e verificar isto por mim próprio.


O Couvert é muito semelhante ao que já tinha experimentado anteriormente e continua delicioso. Aquelas folhas de endívia deixam-me sempre rendido.


Já tinha visto este tipo de pratos várias vezes mas, vá se lá saber porquê, nunca tinha tido a curiosidade de o experimentar. Felizmente nesta noite a ementa não foi escolhida por nós, e este Nasu Dengaku é a primeira entrada que nos chega à mesa. Um prato delicado, com a beringela a ser simplesmente glaceada com o molho dengaku (um molho à base de miso), o que lhe dá uns excelentes toques salgados e adocicados.


O Kimuchi Moriawase é um contraste de sabores grandes, com os vários peixes perfeitamente envolvidos no molho ligeiramente picante, mas que se balanceia perfeitamente com a acidez do sunomono, a cama de pickles de pepino que estava no fundo do prato. Qualquer um dos três peixes (salmão, atum e peixe branco - que não me recordo qual era neste dia) de uma frescura exemplar e ajudados ainda pelo molho ponzu, que lhe confere acidez e doçura.


Como já conhecia a casa do Estoril, adaptaram o menu que me foi servido, dando-me a conhecer vários pratos novos, com maior incidência nos pratos quentes. Daí esta ter sido uma refeição com pouco sushi, mas ainda assim excelente, como foi caso deste Maguro Chili! É nestes pormenores que o sushi do Saiko está a anos luz da maior parte das fusões manhosas que por aí se vê. Não é preciso molhos que disfarcem e tapem completamente os restantes sabores. É preciso saber combinar as coisas para que se enalteçam os ingredientes. Neste caso, excelente uso de sriracha, que combina lindamente com o atum, e a piada de ter no exterior massago arare (pequenas pérolas de arroz crocante) a complementar o arroz do sushi.


Chegamos aos pratos que diferenciam as duas casas, com uma aposta maior nos pratos quentes japoneses neste novo espaço, muito devido às melhores condições da cozinha aqui existente. A Ebi Soba é um prato que faz, por si só, uma refeição consistente. Boa massa de trigo sarraceno, excelente ovo com a gema ainda meio líquida, os legumes e algas cozidos ainda com aquela ligeira resistência à dentada, só para dar textura... mas tudo ficou meio ofuscado pelo óptimo caldo e pelo fantástico camarão panado! Só tive pena que não houvesse mais camarões porque estava verdadeiramente viciante.


Por falar em viciante, a Yaki Hotate, uma espetada de vieiras (que pareciam zamburinhas tão pequenas eram) com cogumelos shitake, foi uma verdadeira surpresa. A mostrar, uma vez mais, uma das novas possibilidades da nova cozinha, com a introdução de pratos yakitori na ementa. Concretização fantástica, com a vieira cozinhada na perfeição e a ligar bastante bem com a intensidade dos shitake, tendo os sabores sido ainda balanceados pela adição do molho tarê.


Assim tinha acabado o menu de pratos que estava definido mas, sendo a primeira vez que a minha companhia visita um Saikō, não podia deixar que saísse do restaurante sem experimentar aquele que é o meu prato favorito, o Gunkan Egg. É a perfeição num gunkan só, com a gema a explodir-nos na boca e a desencadear pequenos gemidos de prazer.


As sobremesas chegaram em forma de Pijaminha, com algumas já bem conhecidas da minha parte, mas que não desiludiram em nada, havendo-as para todos os gostos. Excelente gelado de sésamo (Goma Aisukurïmu), com uma profundidade de sabores que não esperava. Menos fantástico, mas ainda assim bom, o gelado de chá verde. Voltamos ao campo do excelente com o Ryôri de Lima, parecido com um cheesecake mas feito com natas, e o Müsu de Maracujá! Excelentes as texturas e os sabores.
A Mousse de Chocolate foi alvo de grandes elogios por parte da minha companhia, dizendo que a fazia lembrar da mousse da mãe dela. Que maior elogio existe quando o que estamos a comer nos traz à memória momentos familiares? 
As duas versões de cheesecake (Chizukeki Saikō), apresentados sem uma base fixa mas sim bolacha esfarelada espalhada à volta, de uma textura aveludada fantástica e com óptimos toppings.


O Saikō continua memorável e continua a superar-se a si próprio. Esta ambição é de louvar e esperemos que não fique por aqui! A minha dificuldade agora vai ser escolher entre o Estoril e o Campo Pequeno!

Saikō Campo Pequeno
Praça do Campo Pequeno, 602
Lisboa, Portugal
Saikō Campo Pequeno Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
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Preço Médio: < 50 €
Data da Visita: 23 de Janeiro 2018

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Ciudad Condal (Barcelona)

Quando estava a planear as minhas férias por Barcelona pedi, na página de Facebook do blog (esta e onde todos vocês, caros leitores, deveriam colocar o vosso like), recomendações para comer na cidade! Claro que fiz, também eu, o meu trabalho de casa, pesquisando em vários sites algumas recomendações mas queria recomendações de quem já lá estivesse estado.
Obrigado a todos os que contribuíram para fazer crescer a lista de referências para Barcelona (tinha cerca de 55 e só lá iria estar 5 dias!) mas não consegui, como é lógico, experimentar tudo o que queria! Um dos locais que foi referenciado, pelo chef Hugo Bernardo do fantástico B'Entrevinhos (aqui) e mais tarde pelo meu próprio irmão, foi o Ciudad Condal. Ainda por cima era relativamente perto da zona onde se encontrava o meu hotel!
Por falar em hotel, vou fazer uma breve referência aos locais onde fiquei, só para referência de possíveis interessados em visitar Barcelona ou Madrid (onde estive 1 noite). O Hostal Medea, em Barcelona está relativamente bem localizado, com bastantes atracções a que se consegue aceder a pé, como a Sagrada Família, a Casa Milà ou a Casa Batlló, e ainda a 5 minutos das estações de Metro e Comboio de Passeig de Gràcia. É um hotel bastante minimalista e o quarto onde ficámos tinha duas pequenas janelas que davam...para lado nenhum! Não sendo fantástico, vale mais pela localização que pela qualidade do sítio em si. Foi um pouco daqueles casos onde as fotos online são melhores que a realidade que experimentámos mas também não é terrível.
Já em Madrid, onde estive apenas 1 noite para ir ao Download Festival, falhada a tentativa de voltar a ficar hospedado Hotel Praktik Metropol, acabámos por marcar o room007 Sol, muito perto do Teatro Real de Madrid, ou seja, com bons acessos e também numa zona bastante central da cidade! Aqui, a realidade do quarto já bastante mais próximo do que vimos online e ficámos bastante satisfeitos.
Bem, voltando às questões gastronómicas, estamos em Espanha amigos e aqui tenho o hábito de fazer ligeiras refeições ao almoço, consistindo maioritariamente em bocadillos (sandes) com presunto, deixando as refeições mais consistentes para o jantar.
Apesar de estarmos em Espanha, onde a arte de tapear é rainha, a verdade é que a zona da Catalunha não é uma zona cuja gastronomia tradicional seja representada com tapas. Mas, seja por motivos práticos ou turísticos, a verdade é que é mais fácil encontrar restaurantes com tapas do que restaurantes puramente catalães. 
O Ciudad Condal é um pouco isso, um restaurante mais representativo da gastronomia espanhola que se conhece no mundo do que algo catalão. A sua ementa é virada para os pequenos pratos, sejam eles em forma de tapas, montaditos ou flautas (pequenas sandes em baguete), com a maior parte das propostas clássicas e tradicionais, e juntando ainda uma pequena ementa de propostas do dia. A variedade é muita chegando a ter disponíveis quase 100 itens diferentes, dificultanto, e muito, a escolha.
Mais fácil foi escolher o que beber nesta primeira refeição em Barcelona, não podendo fugir ao vinho espumante tradicional desta região de Espanha, a cava!


Para nós, Espanha é sinónimo de 2 coisas: Pão com Tomate (em catalão, Pa Amb Tomaquet) e Presunto! E, sempre que possível, estes itens fazem parte das nossas refeições. É impressionante o quão bom é pão com tomate esfregado, azeite e sal! Ainda que o pão usado, uma baguete vulgar, pudesse estar torrado e pudesse ser de melhor qualidade, a verdade é que é o início de refeição perfeito.


Acho que já referi 1001 vezes que acho surpreendente a inexistência de mau presunto em Espanha. Seja em que zona do país for, encontramos bom presunto e a preços mais baixos do que os praticados em Portugal! Aqui não foi excepção com um óptimo Presunto Ibérico de Belota.


Incontornáveis também, para matar saudades de terras espanholas, pedir Croquetas, neste caso de Frango e Presunto. Boa fritura, excelente cremosidade dada pelo béchamel e óptimo sabor mas com o frango a ser completamente ofuscado pelo predominante sabor do presunto.


Ainda que em dose reduzida, até mesmo para uma tampa, as Gambas Al Ajillo deixaram uma boa impressão no seu molho de sabor apurado.


Apesar de bem cozinhados, e bem temperados, os Pimentos de Padrón não deixaram de desiludir um pouco pelo facto de nenhum dos espécimes deglutidos ter apresentado qualquer valor na Escala de Scoville.


Apesar da ligeira falta de sal, estava excelente este Surtido Cremoso de Cogumelos, com uma variedade bastante considerável e sendo tudo bem ligado com a cremosidade de uma gema de ovo.


Até agora o restaurante não tinha desiludido e manteve o nível nas sobremesas, com uma excelente Crema Catalana, uma sobremesa parecida com o Crème Brûlée ou o nosso Leite Creme mas com ligeiras diferenças nos seus ingredientes e método de confecção (podem ver as diferenças neste artigo). Creme bastante saboroso e uniforme com uma cobertura estaladiça perfeita.


Excelente também o Flan da Casa, tanto ao nível de textura como de sabor, sem ser excessivamente doce ou tornar-se enjoativo. Dispensei apenas o chantilly que se encontrava no prato pois não trazia nenhum valor ao prato.


Uma óptima refeição a abrir as hostilidades no país vizinho. A nível de valores, o preço das doses parecia estar em conformidade com o praticado um pouco por toda a cidade, mas de valores mais altos do que se encontram noutras cidade de Espanha, como Madrid ou Sevilha.

Ciudad Condal
Barcelona, Espanha
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 18 de Junho 2017

quarta-feira, 15 de março de 2017

O Prego da Peixaria (Príncipe Real)

Aceitei o convite d'O Prego da Peixaria para ir ao seu espaço no Príncipe Real conhecer as novidades da sua carta. O grupo Sea Me está a tentar elevar o conceito do restaurante, para fugir a conotações de fast food, e decidiu assim alargar a sua ementa com a adição de tártaros, alguns novos cortes e a possibilidade de pedir os pregos também no prato (ou tábua, porque está na moda e é "trendy").
Nunca tinha visitado um Prego da Peixaria mas já tinha tido contacto com os pregos no Sea Me e as memórias são muito boas. Gosto do conceito e é algo que ainda não foi explorado quase até à exaustão (como as hamburguerias!). O espaço em si é muito giro, com a sala onde fiquei a ser um antigo pátio do prédio onde está instalado e dominado por uma pintura fantástica numa das paredes.



Bastante bom o Tártaro de Salmão, acompanhado por uma excelentes torradas de bolo do caco com um ligeiro toque picante. Sabores simples mas bons. Para uma próxima visita não me falhará o Tártaro de Carne.



Quando O Prego da Peixaria abriu, em 2013, houve um item que cedo se destacou, o Hambúrguer de Salmão e Choco merece toda a fama que o precede! Fantástica combinação, bem cozinhado e sem se encontrar seco, bem suportado pelo óptimo bolo do caco com tinta de choco que poderia estar ligeiramente torrado mas ainda assim aguentou bem a sua estrutura física. Muito boa também a "salada" de algas que faz a vez de alface no conjunto.



Um dos novos cortes é o Pavé de Wagyu, raça bovina japonesa aqui importada do Chile, que tive a oportunidade de experimentar servido na tábua. Carne macia, saborosa, faltando-lhe apenas um pouco mais de sal (apesar de isto já ser uma questão de gosto pessoal). O problema aqui foram os acompanhamentos, com a batata doce frita a estar pouca frita e os legumes salteados a parecerem simplesmente cozidos e desinteressantes. Acho que a melhor abordagem teria sido uns legumes grelhados...



Já satisfeitos e apenas com uma ligeira vontade de adoçar a boca, o Crumble de Maçã cumpriu bastante bem a sua intenção. 



Toda esta refeição se passou no espaço de 1 hora. Definitivamente, o Prego da Peixaria é um sítio a ter em conta para uma refeição rápida, mas que não fast-food, e a um preço moderado e justo.

O Prego da Peixaria
Lisboa, Portugal
O Prego da Peixaria Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 21 de Fevereiro 2017

domingo, 12 de março de 2017

Suntory (Saldanha)

Existe muita oferta de sushi em formato All You Can Eat por esta Lisboa fora. Existe do bom e existe do mau! E é fácil diferenciar os bons dos maus, mas começa a tornar-se complicado encontrar factores diferenciadores entre os bons. A verdade é que os restaurantes parecem basear-se nestes formatos para angariar clientes, mas depois a oferta torna-se pouco diferenciadora. Para a parte diferenciadora têm uma carta à parte da qual constam peças "de assinatura".
O Suntory é um desses casos, na minha opinião. Promove-se com um conceito de All You Can Eat a 23,95€ de 2ª a Sábado, tem uma carta com peças próprias que parecem extremamente apelativas (para não falar de algumas fotos que deambulam pelas redes sociais) mas essas peças só estão realmente disponíveis à carta ou (eventualmente) no menu de degustação servido 5ª ao jantar (por 26,45€). Antes de falar da refeição propriamente dita, um pequeno apontamento para o espaço giro, decorado com bom gosto e bastante acolhedor.
A refeição inicia-se com uma muito boa Misoshiru, um caldo reconfortante para aquecer o corpo neste frio Inverno e aconchegar-nos a alma.



Avançamos para as melhores Gyozas que já experimentei. Boa massa mas o recheio era qualquer coisa de fantástica, com uma mistura de carne picada e legumes bastante bem temperada.



Ainda no campo das "Entradas", chegam à mesa uns bons Harumaki (vulgo Crepes) de vegetais com molho sweet chilli e umas "trouxas" com um recheio parecido com o das gyozas que nos deixou a salivar, cumprimento na perfeição o propósito de abrir o apetite.



A primeira impressão, do prato de sushi que nos colocam na mesa, foi extremamente positiva só por uma questão de logística. 2 pessoas, 20 variedades diferentes, em que apenas o sashimi de salmão se apresentava em 4 unidades, sendo tudo o resto em 2 unidades, o que significa que podemos experimentar tudo de forma igual. Boa qualidade na execução das peças, com um bom arroz, ainda que nenhuma seja surpreendente. A variedade de peixe não é muita (dou o desconto porque era 2ª feira) mas o que há é muito bom! Fica só o sentimento de que estávamos à espera de peças mais diferenciadoras, principalmente porque sabemos que as há na ementa, mas pelos vistos optam por não as incluir no All You Can Eat. Deveriam incluir, nem que fosse para abrir o apetite para os menus de degustação de assinatura (às 5ª feiras) ou para a própria carta.





Ficou-nos a apetecer apenas um final adocicado, escolhendo a sobremesa Sakura para esse efeito. A opção para uma pessoa (sim, existe uma opção para 2 pessoas mas esta já é suficiente para 2!) contém um gelado de limão médio, com uma boa mousse de manga, um "creme" de frutas silvestres industrializado, um mix de tempura de frutas que parecia ser apenas de maçã e para terminar chantilly e amêndoas caramelizadas.



Tendo em conta o preço face à qualidade e variedade parece algo excessivo. A experiência geral é bastante agradável tanto pelo espaço em si como pela qualidade mas fica o sabor "agridoce" de que não comemos algo tão diferenciador quando comparado com outros do género. Ficou a vontade de experimentar algo que se diferenciasse mais mas aparentemente só regressando numa 5ª feira ou pedindo à carta...

Suntory
Lisboa, Portugal
Suntory Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 13 de Fevereiro 2017

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Sensações Clube de Campo (Linhó)

Um restaurante simpático para almoços de negócios, mas pouco mais que isso. Ok, talvez esteja a ser um pouco injusto pois apenas visitei o espaço em almoços semanais, mas não fiquei convencido o suficiente para voltar num registo de jantar.
O menu de almoço (Couvert, Entrada, Prato do Dia, Sobremesa, Bebida e Café) tem uma relação qualidade/preço simpática mas não é genial, principalmente devido às inconsistências na qualidade da comida. Aqui acaba por se pagar também o espaço e a localização, visto ser um Country Club de Golfe, com um serviço relativamente informal.
O couvert é simpático, sempre com 2 ou 3 variedades de pão, manteiga, patê e azeitonas.
A 1ª visita começou com um bom Creme de Ervilhas, com uma excelente textura, cor e sabor.


O prato de peixe, Arroz de Peixe com Mexilhão, parecia apelativo mas quedou-se abaixo das expectativas. Pouco peixe, pouco mexilhão, sendo o prato ocupado maioritariamente por arroz, faltando-lhe inclusive um pouco de sal. Nem tudo era negativo pois o arroz estava cozinhado no ponto correcto e o caldo mostrou potencial, faltando-lhe só o sal.


Melhor o Salteado de Vitela com Esparregado e Batatas Fritas, com umas saborosas tiras, generosamente regadas com um molho que foi bastante apreciado.


Nas sobremesas, dois exemplares em espectros completamente opostos. Uma Panna Cotta fraca, com uma textura exterior pouco agradável e um interior que revelou inconsistência na integração dos diversos ingredientes, com a formação de soro que depois solidificou.


Já a Mousse de Chocolate Branco com Morangos, estava fresca, com uma cremosidade adequada e os morangos a servir bem o propósito de cortar a riqueza excessiva do chocolate branco.


Numa outra visita, pude confirmar a ideia com que tinha ficado de que, não sendo uma má opção para menu de almoço também não é fantástica. Muito bom Creme de Feijão revelando todos os aspectos positivos que o Creme de Ervilhas já apresentava.


Ao Caril de Peixe faltava-lhe um pouco de sal mas apreciei os tons picantes.


Já o Emincé de Novilho estava rijo e sem grande sabor.


Ambas as mousses experimentadas (Chocolate e Maracujá) estiveram num bom nível tanto no que se refere ao sabor como à textura.



Mesmo num contexto de almoço de negócios não acho que justifique totalmente a ida quando, em Sintra, existe um INcomum By Luis Santos. Mais uma vez, vale principalmente pelo espaço e localização, já que nem a comida é fantástica nem as quantidades servidas são muito grandes.

Sensações Clube de Campo
Sensações Clube de Campo Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 € (Menu de Almoço 10€)

Aripo (São Domingos de Benfica)

Apesar de ser um "marmiteiro, ou seja, tenho o hábito de levar o meu próprio almoço para o meu local de trabalho, nem sempre o tempo e paciência são suficientes para que isto aconteça. Nessas ocasiões, aproveito para experimentar locais que se possam perto e que tenha referenciados, tal como o Aripo.
Antes desta visita nunca tinha tido qualquer contacto com comida venezuelana mas já tinha a noção que as arepas são mais uma forma de street food (mas também de pequeno-almoço) que propriamente uma refeição que pudesse representar o que a totalidade do que a cozinha venezuelana é. Mas, estamos perante a primeira Areparia (se tivesse este nome de certeza que estaria muito mais na moda!) de Lisboa, portanto a curiosidade é natural. O restaurante, e respectivo balcão, tem um feeling de fast food, o que torna o ambiente algo frio apesar da decoração tentar puxar para tons mais quentes.
Para entreter enquanto as arepas não chegavam, fomos mordiscando uns óptimos Tostones, bastante bem fritos, e acompanhados com umas "gotas" de guasacaca (um molho à base de abacate). Teria sido preferível o molho vir à parte, para que se pudesse colocar a quantidade desejada, pois seria menos limitativo quanto à proporção tostone/molho que cada pessoa quisesse.


As arepas em si foram uma boa surpresa. Começando pelo aspecto comum, o pão de farinha de milho é estaladiço por fora e leve por dentro, devido à sua passagem pela chapa. Bom sabor, quase a fazer lembrar os cubos de milho frito servidos na Madeira, e a servir bem o propósito de receptáculo.
Já os recheios tinham algumas falhas que podem facilmente ser corrigidas, como o caso do frango da Arepa Convencida (Frango, Abacate, Alho, Maionese, Mostarda e Queijo Flamengo) que tinha o seu recheio a uma temperatura frigorífica, o que não é agradável. Gosto da adição do queijo mas preferia que o mesmo estivesse mais quente e derretido.


Na Arepa Colombiana (Carne de Vitela desfiada, Frango, Bacon e Cebola Caramelizada) já não se verificava o problema da temperatura pois a carne desfiada aparenta ser mantida num recipiente quente (ou passada numa chapa antes de servir). Combinação, para mim, mais saborosa que a anterior muito graças à carne de vitela desfiada mas, apesar de bem recheada de carne, o bacon poderia ser em maior quantidade.


Não podíamos deixar a nossa 1ª experiência venezuelana acabar sem ver o que a casa teria para oferecer nas sobremesas. O Quesillo é como um pudim de leite condensado, bastante leve e envolto num excelente caramelo.


Também experimentámos o Dulce de Lechoza (doce de papaia), que descobri tratar-se de uma sobremesa normalmente associada ao Natal (e estávamos a 21 de Dezembro portanto fez todo o sentido), que revelou um nível de açúcar comparável à fruta em calda. Bom mas, para mim, a ser demasiado doce.


Acompanhámos toda a refeição com Papelón con Limón, uma bebida à base de cana de açúcar, assemelhando-se quase a uma caipirinha sem álcool e com uma Cerveja Polar, também ela venezuelana.



Apreciei bastante a variedade representativa da cultura venezuelana, estando à espera de muito menos, principalmente no que às sobremesas diz respeito. Não nos podemos esquecer do contexto gastronómico em que as arepas se encontram, portanto não devemos estar à espera de que este restaurante consiga representar toda a cultura gastronómica da Venezuela. Mas a amostra que tive foi boa o suficiente para me fazer querer mais.

Aripo
Aripo Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €