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segunda-feira, 2 de abril de 2018

Curtas #21: Pigmeu - 3º Aniversário (Campo de Ourique)

Vou tentar ser o mais breve possível, prometo! Queria só contar-vos o quão fantástico foi o 3º aniversário do Pigmeu (do qual já falei aqui), composto por 4 jantares com muitos chefs convidados a juntarem-se a João Revés (chef residente do Pigmeu) para festejar com muita comida, muita bebida e com a promessa de que ia dar porcaria! 
A ideia foi genial e, felizmente, a concretização não ficou atrás. Estive presente em todos os jantares (acreditem, valeu a pena!) e a única coisa que resta saber é "Para quando mais?". Não vou descrever todos os pratos experimentados (podem consultar o álbum completo do Pigmeu aqui), deixando apenas a menção de quais os mais marcantes.
Tivemos no primeiro jantar Anna Lins (Miss Jappa) e Pedro Bandeira Abril (Taberna Sal Grosso) responsáveis pela comida e com o acompanhamento líquido a ser da responsabilidade de Constança Cordeiro (Prado e futura Toca da Raposa) e Duarte Cunha e Silva (LX Beer), ajustando todo o menu à temática "Os Porquinhos da Ásia". 

Char Siu Bao
Miso Ramen
Sticky Coconut Rice
O segundo jantar era "F*cking PORKtuguese" e chamaram-se pesos pesados para a ocasião! Manuel Lino (Tabik, Trio e Local), Gil Fernandes (Fortaleza do Guincho), Miguel Gomes (Belcanto) e Américo dos Santos (Belcanto). Desta vez, os PORKtails foram do Alain Branco (Pistola Y Corazón) e no lugar da cerveja houve vinhos Herdade dos Grous, apresentados pela Mafalda Vasques.


Dona São
Cachaço de Porco Preto a Baixa Temperatura, Tupinambo e Pimentão Doce
Presunto
A loucura mexicana, a que se deu o nome "Somos Cochinos", apoderou-se da cozinha do Pigmeu no 3º jantar. Chef *Jos (Pistola Y Corazón), Leonor Pedro (Prado) e Meguy Pereira (Pigmeu) deram o mote para la fiesta, e Fernão Gonçalves (Pesca) não quis deixar de contribuir com shots, ou não estivéssemos a falar da terra da tequilla e do mezcal! Shots?! Sim, shots! Já referi que os jantares foram em 4 domingos separados?


Taquito Dorado de Sesos
Panza, Col Encurtida y Salsa Tatemada
Tacos de Carrillera, Hibisco y Chile Ancho
O último jantar, "Porkandcheese", juntou dois dos produtos mais queridos dos portugueses. As mãos de André Magalhães (Taberna da Rua das Flores e Taberna Fina) e Leopoldo Garcia Calhau (Café Garrett) juntaram-se às de Pedro Cardoso (Queijaria) para trazer as melhores combinações de porco e queijo, acompanhando com os vinhos da região de Colares trazidos pelo Mauro Azóia.

Orelhas (Queijo São Jorge 48 meses)
Bochechas, Maçã, Requeijão de Seia
Migas e Papada (Ossau Iraty)
Os parabéns ao Miguel Azevedo Peres, que impulsionou o seu restaurante para outro patamar com esta iniciativa, e se revelou um host fantástico, bem como a toda a equipa do Pigmeu. Que muita mais porcaria se avizinhe!

Pigmeu
Lisboa, Portugal
Pigmeu Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €

sábado, 17 de dezembro de 2016

Stop do Bairro (Campo de Ourique)

Um dos clássicos que me faltava visitar. Restaurante bairrista, sendo uma das melhores (ou até mesmo a melhor) tasca lisboeta. Espaço pequeno, com mesas e cadeiras dispostas de forma pensada para rentabilizar o espaço o melhor possível, e onde o abre e fecha da porta é uma constante algo irritante. É ainda permitido fumar dentro do restaurante mas a extracção não é má, sendo que o fumo da mesa do lado mal se nota.
Foi um cliente habitual que me reservou a mesa, pois tenho ideia que o restaurante não costuma aceitar reservas, e avisou logo ao que ia: a cabidela! Durante toda a refeição o atendimento foi muito bom, sendo prestável, rápido e atencioso.
A Cabidela (só disponível à 6ª) do nível da que comi na Casa do Criado, na Ermida (Gerês)! Avinagrada, arroz bem cozido, o frango a separar-se assim que lhe tocamos com o garfo, mas não estando seco. A dose gigantesca (3 meias doses deram para 3 pessoas e meia e ainda trouxe para o almoço do dia seguinte, pois não ia desperdiçar algo tão bom!) e simplesmente fantástica.



A melhor Carne de Porco à Alentejana que já comi, de longe, seja em casa ou em restaurantes! A carne era super macia e não estava nada seca. Nunca peço este prato pois em todos os sítios a carne vem quase sempre seca e sem piada. Aqui não! As amêijoas saltavam das cascas para poder mergulhar na piscina de molho guloso. Acompanhavam umas batatas fritas caseiras muito boas. De gastar todo o pão na mesa com este molho!



Para a sobremesa, um Pijaminha. De todas as sobremesas experimentadas (e eram muitas!) talvez apenas o cheesecake e o pudim fossem médios. Tudo o resto é de comer e chorar por mais! Tarte de limão merengada quase ao nível da que como em casa, bolo de chocolate fantástico, bom bolo de bolacha, bom (e não excessivamente doce) pudim abade de priscos, excelente tarte de leite condensado, óptima encharcada e muito bom bolo de amêndoa.



No final trouxeram-nos o seu "chá frio", ou moranguito. De fazer crescer pelos no peito. Como não sou fã de aguardentes e afins nem 1 copo consegui acabar.



A voltar para provar o arroz de tamboril (diz-se que aqui foi inventado!), o ossobuco, o cozido, e tudo o resto!




Stop do Bairro
Lisboa, Portugal
Stop do Bairro Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €

Back 2 Pigmeu

Depois de uma promissora primeira visita ao Pigmeu, decidi aproveitar um Voucher da TimeOut para regressar e perceber o que tinha evoluído no restaurante. Acabei assim por comprovar o que já pensava do Pigmeu: estamos perante um dos conceitos mais interessantes de Lisboa, e que está a trabalhar para atingir o seu fantástico potencial.
O serviço continua impecável, desde o momento da reserva até à saída do restaurante, Sugere, esclarece dúvidas, não se intromete mas é interessado na opinião tendo sempre um sorriso para dar. Melhor nesta segunda visita, mas continuo a acreditar que ainda têm espaço para crescer e evoluir. 
- Sandes de Barriga melhor do que na primeira vez, notando-se a correcção de tempero no momento final (e ainda bem!) e a passagem pela chapa a ser essencial para puxar e aprumar o sabor da barriga.


- Boa Açorda de Tomate e Poejo com Carne, bastante cremosa e com simpáticos pedaços de carne. Pedia-se um sabor mais acentuado ao poejo mas nada de grave.


- As Chips de Batata-Doce continuam a ser as melhores de Lisboa!


- No primeiro artigo (aqui), tinha sugerido a adição de rabos de porco e eis que eles surgem na ementa. Os Rabinhos de Porco com Molho Agridoce são uma adição curiosa mas que parecem saber pouco a porco, devido ao agridoce ser demasiado avassalador.


- Apesar da Sandes de Barriga estar melhor, senti que a Sandes de Cachaço precisava de mais tempero (sal principalmente). A maionese de alho dá-lhe alguma graça mas a carne em si peca por falta de sabor.


- Fantásticos e obrigatórios os Croquetes de Bochecha!


- Excelente ideia e execução nas Tibornas de Porco e Tomate, um dos novos pratos da ementa. O estaladiço torresmo como base da tiborna, tendo o tomate e a cebola para ajudar a cortar o intenso sabor.


- A Salada de Queijo de Cabra e Presunto é uma opção simpática para acompanhamento, sem ser fantástica, merecendo um melhor presunto (também merecia uma foto melhor mas aí a culpa é exclusivamente minha!).


- Bom Gaspacho com Presunto Crocante. Refrescante e com o bónus do presunto desidratado que lhe adiciona textura. Não sei se o presunto que usam nas saladas é igual ao que desidratam, mas é clara a intensidade que a versão desidratada tem quando comparado com o das saladas.


- O Frasco de Bochechas Estufadas apresenta uma forte componente de vinho tinto no palato mas sem se tornar excessivo. As bochechas apresentavam uma excelente cozedura, desfazendo-se facilmente.


- A Mousse de Lima é muito boa, com um alto nível de acidez, tal como eu gosto, contrabalançando com o doce do crumble que também lhe dá textura.


- Muito bom Pudim Abade de Priscos, não sendo excessivamente doce, um problema comum em muitas versões encontradas nos restaurantes.


- A Mousse com Presunto Desidratado foi uma agradável surpresa, podendo parecer estranho a combinação de chocolate com presunto mas a verdade é que funciona muito bem.



Acredito que o Pigmeu continue a melhorar e a trabalhar na sua ementa, mantendo-se fiéis ao conceito. Neste momento é já um restaurante de visita obrigatória em Lisboa.

Pigmeu
Lisboa, Portugal
Pigmeu Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Depois - Bolos & Sobremesas (Mercado de Campo de Ourique)

O Mercado de Campo de Ourique tem uma banca para os gulosos. Porque depois de partilharmos a mesa com quem nos é querido, depois de enchermos a pança com a deliciosa carne do Atalho, depois dos crus da Carpacceria ou depois dos hambúrgueres do U-Try, então sim, é chegada a hora da sobremesa. E é nessa altura que nos dirigimos à Depois - Bolos & Sobremesas
A fatia de Tarte de Brigadeiro poderia ser mais cremosa. Todos os sabores estão lá, há uma boa combinação de texturas, mas pequenos apontamentos poderiam fazer uma grande diferença nesta tarte. Faltava um pouco mais de cremosidade, que iria ajudar a tornar a tarte mais leve, e apreciaria uma maior proporção de chocolate face à quantidade de bolacha.



Excelente o pote de Cheesecake de Doce de Leite c/ Oreo, com uma versão invertida desta sobremesa. Um bom creme, fugindo ao sabor cansado do Philadelphia usado em demasia, mas sem saber a natas. A combinação com Oreo não é nova mas funciona e liga muito bem com o doce de leite no fundo.



A Tarte de Limão Merengada era apenas simpática, sofrendo bastante de sintomas parecidos com os da Tarte de Brigadeiro. As proporções estão muito erradas, ainda que o merengue alto e fofo seja adequado, mas a quantidade de curd de limão é ínfima e não chega para balancear os restantes componentes, nem para os ligar. A falta de acidez também é um pormenor a rever, mas os restantes componentes não são maus, ainda que também não sejam fantásticos.



Uma bancada gulosa, com um potencial enorme e onde apenas alguns detalhes deveriam ser corrigidos. Muitos são os que precisam de adoçar a boca no final da refeição e o Depois irá facilmente satisfazer essas pessoas.

Depois - Bolos & Sobremesas
Mercado de Campo de Ourique, Rua Coelho da Rocha
Campo de Ourique, Portugal
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Preço Médio: < 10 €

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

U-Try (Mercado de Campo de Ourique)

Desta vez vou tentar não tecer qualquer tipo de comentários jocosos e pejorativos sobre a maldita moda das hamburguerias. Ok, exceptuando a frase de abertura...
Por muito que a moda possa ter passado dos limites da sanidade e do aceitável, eu continuo a gostar de hambúrgueres! E ainda tenho várias hamburguerias por todo o país que gostaria de experimentar. E porquê, podem vocês perguntar? Os hambúrgueres continuam a ser um produto apelativo, capaz de satisfazer o meu estômago e palato, e ainda por cima (tipicamente) por preços simpáticos.
Das várias bancas disponíveis no Mercado de Campo de Ourique, não poderia faltar uma com hambúrgueres. A escolha para a ocupação desta quota de mercado recaiu não sobre um dos gigantes franchisados (acho que não preciso mencionar nomes), mas sobre a hamburgueria localizada na Cidade Universitária, U-Try.
O Beicone, um dos pilares da casa mãe, é a típica combinação completa de bacon, queijo (neste caso Edam), cogumelos, cebola, alface e tomate. A cebola e os cogumelos salteados deram um brilho especial ao conjunto. Mas o que realmente pode ajudar a distinguir e qualificar as hamburguerias é a qualidade da sua carne. Bons toppings é complicado estragar (apesar já me ter acontecido), mas carne de qualidade, bem temperada e cozinhada como pedido faz toda a diferença! No U-Try este requisito foi preenchido com distinção. O pão era a componente mais fraca, não se apresentando tostado mas aguentando a integridade estrutural do hambúrguer durante toda a prova.



O Grique Hellman's, inserido na iniciativa da Rota dos Hambúrgueres da Hellman's, tinha uma combinação de ingredientes muito interessante e com alguma originalidade. À saborosa carne, previamente referida, juntou-se rúcula, cebola roxa, tomate, queijo Feta e um excelente molho tártaro (feito com maionese Hellman's). O molho aqui fez toda a diferente ajudando a ligar tudo e com o feta a dar-lhe um apontamento mais salgado muito saboroso. As batatas, comuns aos dois hambúrgueres, são simpáticas e estaladiças, mesmo já estando fritas de antemão.



Se já tinha curiosidade pelo espaço da Cidade Universitária, o facto de ter estado perante dois bons hambúrgueres, aguçou-me o apetite de visitar o espaço original. Ajudou-me também a comprovar que quando bem feitos, não há problema nenhum na moda das hamburguerias. O problema é quando não são bem feitos...

U-Try
Mercado de Campo de Ourique, Rua Coelho da Rocha
Campo de Ourique, Portugal
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Preço Médio: < 10 €

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Atalho do Mercado (Mercado de Campo de Ourique)

Apesar de já ter experimentado o Atalho Real (aqui), estava algo curioso para saber que tipo de adaptações um restaurante teria que fazer à sua ementa, pois é natural que o espaço de armazenamento e as condições da cozinha sejam diferentes e que o menu tenha de ser adaptado para que o próprio serviço se adeqúe à estrutura e conceito do local. Neste caso, estou a falar especificamente do espaço Atalho no Mercado de Campo de Ourique, mais uma das bancadas interessantes deste espaço.
Pelos vistos, essa adaptação passou pela eliminação das entradas, saladas e alguns acompanhamentos, e a incorporação de mais um prato principal, as presas de porco preto. As doses parecem ser um pouco menores, com o consequente ajuste de preço. Estando com pessoas que não conheciam o Atalho, recomendei imediatamente que se pedisse o Entrecôte Maturado e o Chuletón de Buey, sendo que não tinha provado este último no restaurante do Príncipe Real.
A carne é realmente fantástica e a execução da mesma não falhou, à semelhança do que aconteceu no Atalho Real. O entrecôte continua a encher-me as medidas, com os seus veios de gordura saborosa a desfazerem-se na boca. 



Confesso não conseguir decidir-me qual a melhor. O chuletón é também fantástico, com uma qualidade de carne ímpar. Não reparei nas peças antes de cozinhadas, apesar de estarem expostas, mas acredito que as duas peças tenham um bom nível de marmorização devido à sua suculência, intensidade de sabor e ao facto de se desfazer quando a mastigamos. Único aspecto onde realmente poderiam ser melhores é na qualidade dos seus acompanhamentos. Uma salada perfeitamente normal, pois no Mercado não têm a sua coleslaw, e umas batatas wedges a precisar de melhor execução e também melhor tempero.



Estou a ficar um fanático do Atalho, principalmente quando me provam conseguir manter a consistência e qualidade na sua vertente de food court. Para todos os "meat lovers" em procura de saciarem a sua fome, o Atalho é de visita obrigatória!

Atalho do Mercado
Mercado de Campo de Ourique, Rua Coelho da Rocha
Campo de Ourique, Portugal
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Preço Médio: < 20 €

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Carpacceria (Mercado de Campo de Ourique)

Finalmente fui conhecer o Mercado de Campo de Ourique. O primeiro desta nova moda de mercados renovados, com o seu renovado conceito de restauração baseado no Mercado de San Miguel (em Madrid). Uma grande variedade de oferta gastronómica, capaz de agradar praticamente a todos. Sendo que muitos dos restaurantes demoram na confecção dos seus pratos, existem uns buzzers para que os clientes sejam notificados quando o seu pedido estiver pronto. As bebidas (mas não todas) podem ser pedidas já na mesa.
A estrutura deste tipo de food court funciona, ainda que não concorde com a exclusividade da venda de bebidas. Estes conceitos atraem uma multiplicidade de conceitos interessantes (algo que espero que seja contagioso aos Centros Comerciais) e conseguem cativar muitos clientes exactamente pela diversidade oferecida.
Um dos conceitos mais interessantes (consegui provar várias coisas mas farei 1 artigo sobre cada espaço) é a Carpacceria. O nome é explícito mas na ementa existem ainda tártaros, wraps e bruschettas.
Muito bem temperado o Carpaccio de Novilho do Mercado. Fatias de boa grossura e uma desavergonhada quantidade de tempero sem medo de dar sabor a um prato que se não for temperado é bastante insípido. Adoro os carpaccios com alcaparras, que nos vão dando pequenos toques de sobressalto no palato. Um óptimo exemplar do que um carpaccio deve ser.



Não havendo o Tártaro de Bacalhau, optámos por experimentar o Tártaro de Atum Asiático. Excelente a simples combinação de sabores do gengibre e da soja. Bons cubos de atum com uma grossura adequada e que nos permitem verificar a sua frescura assim como a sua textura.



Um conceito muito engraçado, e que mesmo não funcionando para uma refeição inteira (excepção provável feita aos wraps), é uma óptima opção para servir como entrada. Bons produtos e boas execuções fazem desta uma boa banca!

Carpacceria
Mercado de Campo de Ourique, Rua Coelho da Rocha
Campo de Ourique, Portugal
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Preço Médio: < 20 €

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Pigmeu (Campo de Ourique)

Mal ouvi falar na abertura de um restaurante unicamente dedicado a comer porco fiquei em pulgas. Sou um fã confesso deste tipo de carne e a ideia de um restaurante com um conceito "Nose to Tail" (um conceito popularizado pelo chef Fergus Henderson) é inovador em Lisboa. Bem, neste caso é mais "Ears to Toes", pois não existe nenhum prato com o nariz ou a cauda do bicho. Sim, isto era uma dica para que possam incluir na ementa algo como "Crispy Pig Tails"!
Foto retirada daqui
O restaurante tem a típica decoração de madeira que é usada em qualquer restaurante que queira ter um ar moderno e descontraído, mas o que me trouxe aqui não foi a decoração, mas sim a ementa. E essa tem um aspecto fantástico. Fácil de perceber e com o conceito bem retratado, onde até a opção vegetariana se encaixa no conceito (Sandes Vegetariana de Bolota). Apeteceu-me pedir tudo, mas éramos só 2 e isso poderia ter sido um problema, de maneira que escolhemos apenas os pratos que achámos serem da nossa preferência.
Começámos pelos (já famosos) Croquetes de Bochecha Estufada. Boa fritura e com um interior muito saboroso. Fantástico este novo uso para a bochecha, uma parte do porco que aprecio bastante. Estava apenas um pouco salgado mas ainda assim repetiria vezes e vezes sem conta.


Já o Prato de Presunto Português Reserva não convenceu pela qualidade do produto. A um preço bastante mais simpático que qualquer prato de presunto em qualquer outro restaurante, preferia que o presunto fosse de maior qualidade e que o preço acompanhasse esse ajuste. Pareceu-me um presunto light.


Também a qualidade dos enchidos não satisfez totalmente na Tábua de Enchidos. Existem melhores chouriços, alheiras e morcelas no país, e acho que um restaurante que quer fazer do porco a sua imagem de marca deve usar apenas os melhores produtos que este animal consiga produzir. Não me entendam mal. Os enchidos eram bons, apenas não eram fantásticos. Um pormenor que parece falhar também na tábua é a quantidade dos enchidos. Sendo a maior parte destes acepipes para dividir, não encontro justificação para apenas uma rodela de morcela.


Não sendo fácil a escolha dos pratos principais, optámos por uma Sandes de Pernil, com queijo meia cura, a fazer lembrar a ideia por trás das famosas Sandes de Pernil com Queijo, da Casa Guedes. Boa conjugação de sabores, com um bom balanceamento entre os dois componentes, tudo bem suportado por um fantástico pão. Gostaria apenas que a carne tivesse mais sabor, pois quando provada sozinha parece ser bastante unidimensional. Acho que uma abordagem mais arriscada, com um maior uso de especiarias nas 8 horas que o pernil cozinha, poderia compensar.


Já a Sandes de Barriga, com cebola caramelizada, desapontou um pouco pelos fracos sabores apresentados. Se há algo que a barriga (ou entremeada) precisa é de uma dose de sal qb que ajude a fazer sobressair os sabores deste corte tão subvalorizado. A ideia da sandes está lá, mas precisa de maior aprumo nos temperos usados, acabando por passar como uma sandes insossa. 


Tudo isto foi acompanhado por umas das melhores chips de Batata Doce Frita que experimentei nos últimos anos. Fininhas e estaladiças, estas batatas apresentam um nível de doçura que falta a muitos exemplares que encontramos neste restaurantes "modernos".


A sobremesa deixou-nos um ligeiro amargo de boca. O Crumble de Maçã estava excessivamente doce e com as maçãs apenas semi-cozidas. Não nos convenceu enquanto sobremesa, deixando-me arrependido por não ter experimentado a Mousse de Lima ou o Caldo Verde. Sim, nesta casa o Caldo Verde está na secção das sobremesas, pois é uma forma tão boa como qualquer outra (ou melhor até) de acabar uma refeição. E não, não é uma reinterpretação doce da sopa. 


Saí um pouco desiludido do Pigmeu, não porque tivesse comido mal mas porque reconheço o potencial para ser muito melhor. Adoro o conceito e a forma como foi trabalhado, mas têm que afinar alguns pontos essenciais na confecção dos pratos e nos produtos usados. Precisam também de ser mais arrojados com a forma como cozinham o porco. Atingindo o potencial que demonstram, podem facilmente tornar-se uma nova moda.

Pigmeu
Lisboa, Portugal
Preço Médio: < 20 €