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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Belvedere - Grande Real Villa Itália (Cascais)

Há alguns anos atrás os restaurantes de hotel eram vistos, quase sem excepção, como uma praga na restauração que teimava em mal impressionar os turistas que recebiam. Felizmente esse paradigma mudou e temos cada vez mais e melhores restaurantes, podendo agora ser vistos como uma opção válida para se jantar sejamos hóspedes ou não. E foi assim que a curiosidade foi despertada, sendo concretizada com um voucher 2 por 1 da Time Out.
O Hotel Grande Real Villa Itália é luxuoso, com uma decoração imponente e de bom gosto, reservando para o seu restaurante uma sala bastante espaçosa. O serviço foi digno do requinte que o local aparenta e mostrou-se informativo durante toda a refeição. Enquanto aguardávamos a mesa, e tomávamos um aperitivo, encaminharam-nos para uns sofás algo desconfortáveis mas a estadia foi curta e rapidamente nos pudemos sentar numas cadeiras bastante melhores.
Couvert com uma óptima variedade. Pão bola, grissini, focaccia, pão integral, tudo de bom nível. Duas manteigas, com especial destaque para a de pancetta (ou prosciutto - já não me recordo), e uma espécie de brandade (mas não triturada) de bacalhau, cebola e tinta de choco muito boa.



Bom Funghi Gratinati Con Mozzarella e Pancetta (Cogumelo Gratinado com Mozzarella e Pancetta), com uma generosa dose de queijo, mas onde se pedia que a pancetta se destacasse mais. Simpática a salada que acompanha e ajuda a cortar a untuosidade e riqueza da mozzarella.



Seguimos a recomendação de entrada do chef para o Cacio e Pepe, um prato que já tinha visto nalguns programas da "especialidade" e que tinha muita curiosidade em experimentar, pela sua simplicidade. Massa fresca muito saborosa, com sabor intenso a alho e pimenta preta (algo normal e que apreciei bastante). Bom equilíbrio destas componentes com o pecorino.



Excelente o Risotto Di Asparagi Verdi E Capesante (Risotto de Espargos Verdes e Vieiras). Boa cremosidade, excelente ponto de cozedura no arroz, notando-se um caldo bem trabalhado e com várias camadas de sabor, onde apenas o sal poderia ser um pouco menos. Pena a escassa existência de vieiras (3), achando que seria mais adequado a adição de mais 1 ou 2. As vieiras perfeitamente cozinhadas, com uma caramelização externa fantástica e depois o seu miolo macio.



Já os Ravioli Al Funghi E Spinaci, Melanzane Con Ricotta, Zucca Arrosto con Pinoli E Crema Di Barbabietole (Raviolis de Cogumelos e Espinafres, Beringela Recheada com Ricotta, Abóbora e Pinhão e Creme de Beterraba) não apresentavam o mesmo trabalho ao nível do sabor. Nada tinha muito sabor, fossem os raviolis de ricotta e espinafres, o creme de beterraba ou a beringela recheada, ainda que esta última fosse o melhor aspecto do prato. Apesar dos muitos componentes do prato, funcionavam bem juntos, mas a falta de sabor do conjunto não fez corresponder às expectativas que tinha do prato.



As sobremesas foram médias, sem serem fantásticas. Não percebo (e embirro com) a utilização de copos afunilados em sobremesas por camadas. Tiramisù fresco mas com sabor a café intenso demais, ofuscando os restantes sabores.



Melhor o "Cappuccino" com uma boa panna cotta de café, bem balanceada com a mousse de chocolate branco e os morangos.



Os preços acima da média (cerca de 73€ para 2 pessoas, sem vinhos, apenas água e 2 proseccos de aperitivo), se fosse só pela comida, não justificariam totalmente mas quando se toma em conta todas as variáveis (espaço, serviço, localização) parece mais justificável. As expectativas eram altas, pelo local, ementa e preçário, e acabei por sair satisfeito com toda a experiência mas não sei se o mesmo teria acontecido caso não tivesse usufruído do voucher da Time Out. 

Belvedere
Cascais, Portugal
Belvedere - Grande Real Villa Itália Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 40 €
Data da Visita: 25 de Outubro 2015 (a partir deste momento, quase todos os posts passarão a contar com uma data para que seja melhor contextualizada a altura em que a visita ocorreu. Sim, alguns posts têm mais de 1 ano de atraso mas tenho cerca de 100 notas para passar a texto e irá demorar algum tempo até conseguir pôr tudo em dia!)

sábado, 17 de dezembro de 2016

KOPPU (Príncipe Real)

A febre do Ramen chegou a Lisboa! Em muitas cidades do mundo já existem restaurantes dedicados a este prato japonês, mas Lisboa não tinha nenhum espaço unicamente dedicado a esta iguaria. Existem restaurantes que servem Ramen, como o Bonsai que o serve no 1º e 3º sábado de cada mês, mas não são exclusivamente focados nesta "sopa" japonesa que enche a curiosidade e o imaginário de muitos.
Eu era um dos muitos que ansiava pela chegada de um Ramen Bar (porque a ideia que tenho concebida de tradicionalismo japonês fez-me imaginar um sítio pequeno, ou até uma food truck, de decoração em madeira e com um balcão onde se servem taças gigantes de noodles cheias até cima de aromáticos caldos). Queria saber a que saberiam estes caldos ricos e até comparar com a minha experiência de phô (aqui).

O que eu imaginava num Ramen Bar
A realidade lisboeta mostrou-me que o espaço é realmente pequeno, sem grandes indícios de decoração (nada contra) excepto um giríssimo quadro numa das paredes. Ramen leva-me a pensar num serviço descontraído e mais pessoal, mas o serviço teve um foco mais formal ainda que de competência quase irrepreensível.
Acompanhei a refeição com uma cerveja Asahi, uma cerveja japonesa leve mas de um nível de gaseificação superior ao que estou habituado. Simpática mas sem chegar aos calcanhares da nossa cerveja.


Abrimos as hostilidades com um Ebi Tempura, de exterior crocante e interior bem cozinhado. Vinha acompanhado de um molho ponzu, de pouco interesse e onde esperava sabores mais cítricos, e uma óptima maionese japonesa.


Pediu-se também o Gwa Bao Chashu Porco (o nome chashu vem do chinês char siu), ou seja, uma barriga marinada e assada servida dentro de um típico pão japonês cozido a vapor. Muito bom o sabor da barriga e também de boa textura com a carne macia e o pão bastante suave, não se apresentando borrachoso.


Para começarmos a falar do ramen propriamente dito, é necessário perceber que existem diferentes tipos de caldos que se podem utilizar, e cada caldo pode ser dividido por diferentes classificações. Por exemplo, um Shoyu Chashu de Porco indica que é um caldo à base de porco, e shoyu indica que o tempero presente no caldo é à base de soja. Já um Shio Chashu de Galinha seria um caldo à base de galinha mas temperado com sal. O SeriousEats tem um óptimo artigo sobre os diferentes estilos de ramen!
Passando aos pratos principais, do mais apreciado para o menos, o Shoyu Ramen Chashu de Porco surpreendeu pela profundidade de sabor que o seu caldo transportava. Ainda que parecendo um pouco insípido à primeira prova, ouvimos um dos empregados explicar a outra mesa (e não à nossa) que os caldos vinham assim com o intuito de cada um poder ajeitá-lo à sua medida com a adição de molho de soja, ou seja, assim que adicionámos uma ligeira dose tudo se equilibrou e passou de um prato "bland" a um excelente prato. Únicas correcções que faria seria na carne, pois necessita de uma textura mais macia para se poder comer facilmente com os hashi, e no ovo que deveria apresentar uma gema mais líquida. De resto, bons sabores e bons ingredientes a conjugarem-se numa tigela reconfortante. Um prato capaz de despertar os cinco sentidos e para se sorver o caldo todo até ao fim.


Apesar do foco do restaurante ser o ramen, também servem algumas sobas, tigelas de massa de trigo, como esta Ebi Shitake Soba que sofria do mesmo mal de tempero inicial insuficiente. Enquanto massa, melhor esta soba que a utilizada nos ramen, mais saborosa e mais fina, contrastando em textura com a gelatinosidade dos cogumelos e em sabor com a acidez da alga wakame, por exemplo. Excelentes estavam os camarões salteados, com a frescura do gengibre a aromatizar todo o conjunto. Um bom prato mas que acaba por não deslumbrar tanto.


Menos conseguido foi o Shio Ramen Chashu de Galinha, com um caldo mais claro mas com um sabor a algo que parecia alho, excessivamente acentuado, acabando por se tornar dominante sobre tudo o resto. Neste caso, a carne de galinha usada bastante macia e fácil de comer, ao contrário do que acontecia com o porco, mas, como é natural, com menos sabor.


A carta de sobremesas do Koppu é muito interessante, ao juntar elementos nipónicos a sobremesas tradicionalmente ocidentais, como o fondant, o leite creme ou o cheesecake. O problema aqui foi que às 21 horas, num restaurante que abre somente ao jantar, o leite creme estava a acabar de fazer e o cheesecake estava ainda demasiado líquido. Não se percebe bem como mas, havendo muitas propostas tentadoras, a escolha recaiu numa óptima Mousse de Chocolate Branco e Crocante de Amendoim Wasabi, onde o estaladiço do amendoim contrasta com a cremosidade da mousse e a agressividade do wasabi com a doçura do chocolate branco. Muito bom e bastante equilibrado.


O Cheesecake com Limão Yuzu e Gengibre também a revelar-se uma óptima sobremesa no que aos sabores dizia respeito, mas falhando um pouco nas texturas apresentadas. A bolacha estava mole e o cheesecake precisava de mais tempo de refrigeração para solidificar melhor. No lado positivo, os sabores apresentados eram fantásticos, principalmente para quem, como eu, é um fã de sabores cítricos!


Um conceito que começa a aparecer na cidade, daí perceber que a inexperiência possa trazer algumas das falhas que aconteceram, mas o potencial do Koppu é enorme. O ramen acaba por ser um prato muito diferente do phô, tanto pelos ingredientes usados como pelo caldo em si, mas também ele muito bom.

KOPPU
Príncipe Real, Portugal
KOPPU - Ramen Concept Food Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Curtas #2: La Vecchia Roma (Oeiras)

O propósito destes artigos mais "curtos" será sempre o de mostrar as refeições que tenho feito em restaurantes sobre os quais já falei e sobre os quais a opinião não mudou de forma relevante. Tentarei que sejam sempre pequenos textos que visam reforçar uma opinião anterior.
O menu do La Vecchia Roma tem algumas inconsistências no que se refere à definição de mozzarella. A Mozzarella é um queijo feito a partir de leite de búfala. A variante feita com leite de vaca chama-se Fior di Latte! Por isso, ter na ementa 2 tipos de queijo, sendo um deles "mozzarella" e o outro "queijo búfala" não faz muito sentido.
Outra coisa, não existe "scarmoza". Existe Scamorza! É um queijo parecido com a mozzarella, mas feito quase sempre com leite de vaca, e que passa por um processo de cura. E ter um prato com um nome que inclui "scarmoza" mas na descrição o único queijo referido é ricotta parece-me incongruente. Mas enfim...
A salada Caprese é sempre refrescante e os ingredientes são de qualidade satisfatória mas preferia a utilização de manjericão no lugar da rúcula.



As pizzas são consistentes na qualidade. A Boscaiola poderia ter um pouco mais de queijo mas os ingredientes são bons e fazem sentido juntos.



Perto de maravilhoso estava a Meraviglie di Funghi Porcini. Um prato com um bom nível de tempero, um molho saboroso e com muita (e boa) substância. A massa recheada tinha uma boa espessura e apresentava-se bem cozinhada.



Um italiano seguro seja nas pizzas ou nas massas. Continua por experimentar o Rodízio de Pizzas que acontece às 4ªs-feiras, a 11€ por pessoa e sem bebidas.

La Vecchia Roma
Rua Dr. José da Cunha, 27
Oeiras, Portugal
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Preço Médio: < 20 €

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Come Prima (Alcântara)

Por vezes sinto-me uma pessoa mimada. Não quero com isto dizer que seja um mimado, apenas que a Zomato me mima com os convites fantásticos para experimentar restaurantes como este Come Prima. Se nunca ouviram falar no Come Prima, fiquem desde já a saber que este é um dos melhores restaurantes italianos (ou, quem sabe, o melhor) da cidade de Lisboa. Quer isto dizer que será gerido e com produtos confeccionados por italianos? Nem por isso, porque o chef Tanka Sapkota, apesar de nepalês, conhece bem a cozinha italiana e isso nota-se no respeito que ele tem pelos ingredientes.
O convite Zomato referia que iria experimentar o menu "O Melhor de Itália", mas não soube o que isto incluía, e os primeiros empregados que nos atenderam também não sabiam, acabando por nos colocar a ementa nas mãos. Acabámos por dar uma vista de olhos na ementa, e se nos fosse pedido para escolher à carta já sabíamos o que pedir, mas isso não foi necessário porque a responsável pela sala rapidamente nos veio sugerir que fossem eles a encarregar-se da escolha dos pratos, ao que nós prontamente acedemos, pois assim conseguimos perceber o verdadeiro potencial do restaurante e eles têm a hipótese de mostrar o que consideram ser os seus melhores pratos.
Enquanto o parágrafo anterior se passava, chegou o couvert, composto por um fantástico pão caseiro (a fazer lembrar uma focaccia) servido com azeite e vinagre balsâmico, uma Bruschetta con Pomodoro e Basílico (Bruschetta de Tomate e Manjericão) feita com o mesmo pão caseiro, bastante crocante e plena de sabor com o tomate cortado finamente e o manjericão a dar a dose certa de frescura, e um copo de Prosecco


Começam então a chegar os pratos do menu, todos bastante bem cadenciados, e começam-se a notar os pormenores que fazem deste restaurante um dos melhores da cidade, com o serviço cuidadoso a explicar-nos os pratos, chegando a explicar modos de confecção de certos componentes.
A primeira entrada, Funghi Ripieni (Cogumelos Recheados com Legumes e Queijo) acerta em cheio na entrada que pediria caso fosse lá comer à carta. Cogumelos frescos, cozinhados de forma perfeita, com proporção correcta de recheio em cada cogumelo e tudo com bastante sabor. Mais uma nota de distinção do serviço a oferecerem-se, sempre que necessário, para moer a pimenta preta sobre o prato na hora, cuidados estes que são retrato da tradição italiana.


A segunda entrada que pediria seria a Melanzane Alla Parmigiana (Beringelas Panadas com Tomate e Parmigiano Regiano) e foi exactamente essa a segunda entrada que nos trouxeram para a mesa, quase como se nos estivessem a ler a mente. Tinha uma ideia um bocadinho diferente do que poderia ser o prato, pois imaginava rodelas de beringela panadas, mas ainda assim as expectativas foram ultrapassadas, principalmente a nível de sabor. Fatias fininhas de beringela, onde se denotava algum sabor a pão, cobertas por molho de tomate e parmesão. Tudo fantástico, especialmente o molho de tomate. O chef faz tudo de raiz, assando os tomates antes de os pelar e triturar, juntando depois algumas ervas do seu próprio terraço. Todo este trabalho e dedicação nota-se na qualidade deste molho.


Mas não há duas sem três, e também acertaram na muche quanto ao primeiro prato principal com o Tris di Casa per Due (uma Degustação de Massas Frescas da Casa para duas pessoas) composto por (e sendo sugerido que comêssemos por esta ordem) Ravioli di Ricotta e Spinaci, Taglitatelle Della Casa e Rigatoni Alla Siciliana.
Óptimo raviolis com proporções perfeitas em tudo, desde a espessura da massa, à quantidade de recheio e balanço entre o queijo ricota e os espinafres sendo tudo bastante bem temperado, especialmente com a pimenta moída fresca que liberta e intensifica os restantes sabores. Espectacular em toda a sua simplicidade.
O tagliatelle também esteve perto da perfeição, pena estar um pouco grosso demais para o meu gosto, mas tudo o resto estava perfeito. Camarões frescos espectaculares, e em número generoso para a porção apresentada, complementados com cogumelos frescos laminados e um molho de tomate, natas e (julgo) creme de marisco que era fantástico, com um balanço perfeito e não se tornando enjoativo.
Parece que a execução de massas é realmente a grande especialidade, porque o rigatoni estava soberbo. Toda a conjugação entre as beringelas, a mozzarella e o molho de tomate (o mesmo das beringelas) equilibra-se perfeitamente. As beringelas macias a funcionarem bem com a textura da mozzarella derretida e tudo ligado pelo (não me canso de dizer) fantástico molho de tomate.
Não me lembrava de comer massas tão boas há muito tempo, se é que alguma vez comi massas tão boas. Simplesmente soberbo. Com as entradas e este primeiro prato foi-nos servido um vinho branco Quinta da Lagoalva. Bastante suave e a uma temperatura correcta, acompanhou bastante bem as entradas e as massas.


O Primi Piatti ainda tínhamos considerado e pensado, mas nada nos tinha preparado (e aos nossos estômagos) para a chegada do Secondi Piatti, Vitello Alla Milanese, felizmente numa porção reduzida. Este foi o prato que menos impressionou em toda a refeição. Sim, os medalhões de vitela branca estão a marinar de um dia para o outro em cerca de 7 ervas diferentes, todas do terraço do chef. Sim, a carne é depois cozinhada a baixa temperatura por duas horas, recozida depois só para a avivar antes de ir a panar. Carne tenra e muito saborosa. Mas o próprio empratamento, e os grelos bringidos que são servidos como acompanhamento, fazem com que considere este prato consideravelmente mais pobre que os restantes. Não é que seja mau, mas perto dos restantes pratos este é apenas bom. Para este prato, foi-nos servido um Quinta da Lagoalva, mas tinto.


Já cheios e com vontade de rebolar pela rua abaixo, vieram duas sobremesas para que pudéssemos dividir entre os dois. Não foi fácil aguentar, mas assim que nos pousaram os pratos na mesa, não conseguimos resistir a comer cada bocadinho.
O Dolce Della Casa é bastante semelhante a uma panna cotta. E se avaliarmos isto enquanto panna cotta, é muito boa. Cremosa e com um bom sabor cítrico, especialmente dado pela casca de laranja com que é cozinhado. A acompanhar, uma quantidade apropriada de frutos silvestres mornos, e mais uma clara distinção de qualidade face aos restaurantes que normalmente nos servem os frutos ainda semi-congelados.


Como é lógico, num dos melhores italianos da cidade, não poderia faltar uma das sobremesas mais emblemáticas de Itália, o Tiramisu. Bom contraste entre o doce do mascarpone e o amargo do café que envolve os palitos la reine, notando-se ainda o cacau polvilhado por cima, sendo tudo bastante bem balanceado.


No final ainda estivemos um pouco à conversa com o chef Tanka, que nos continuou a convencer que o resultado de uma refeição deste nível tinham sido muitos anos de trabalho e amor pelo produto que apresentam, confeccionando de raiz tudo o que enviam para a mesa.
Soberbo! Fantástico!
Espero lá voltar muitas vezes, principalmente quando voltarem a fazer um dos seus jantares de abertura de Parmigiano Reggiano!

Come Prima
Alcântara, Portugal
Preço Médio: < 30 €

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Bistrot O Porto (Tavira)

Tavira, como qualquer cidade algarvia que se vê preenchida por milhares de turistas nos meses de Verão, tem opções de todo o género para jantar, com boas e más opções, e algumas, como o Bistrot O Porto, fugindo ao tradicional restaurante algarvio, apostando em cartas simples, de influências mediterrânicas, com produtos frescos e muitas vezes locais. Ou seja, um bom porto de partida para novas experiências.
Perto do cais de partida do barco para a Ilha de Tavira, a escassos metros do antigo (e restaurado) Mercado de Tavira, fica um restaurante pequeno e com um aspecto acolhedor. Ao entrar, rapidamente reparamos na ementa escrita na ardósia, descrevendo os pratos através dos seus ingredientes, sem grandes floreados e tentando transmitir a simplicidade da sua cozinha.
Enquanto esperávamos que nos recebessem, o que demorou mais tempo do que seria expectável parecendo que os empregados passavam por nós sem repararem, ou havendo até empregados encostados ao balcão, o que nos levou a crer que seria tudo menos um funcionário, pudemos interiorizar o espaço e começar a ler o menu. O serviço em si foi um pouco lento e despreocupado durante toda a refeição. Mas essa espera teve um aspecto positivo, pois permitiu-nos ler e reler a ementa, sendo que quando finalmente nos sentámos e trouxeram a ementa, já não precisámos de olhar para ela pois já tínhamos escolhido.
Para começar, uns refrescantes Figos Recheados com Requeijão e Presunto. Uma combinação agradável entre a (não excessiva) doçura dos figos e do requeijão, com o salgado do presunto, este fatiado de forma um pouco mais grossa que o desejável. O prato ficaria completo com umas folhas de rúcula, de sabor forte e apimentado, bastante diferente da rúcula que habitualmente nos servem e, por isso mesmo, um ingrediente bastante interessante.


A ementa levou-me a desejar pratos simples e a escolha para prato principal acabou por recair numa Pasta com Molho de Tomate, Feta e Pecorino. Bastante simples, de bons sabores, com um "feeling" leve onde fiquei a desejar que houvesse um pouco mais do molho de tomate e que este tivesse um pouco mais de acidez. Ainda assim, um bom prato, simples e com bons ingredientes. Provei ainda a Pasta com Choco com um fantástico tagliatelle caseiro, fino e leve.


Cheguei ao fim da refeição a sentir-me saudável e até um pouco leve. Para que voltasse a sentir-me normal decidi pedir o Cheesecake para a sobremesa. Mas até este cheesecake é diferente dos restantes, não deixando de quase parecer saudável. Sendo um cheesecake cozinhado, não perdeu a leveza e doçura do creme, aliando a isso uma base. Em vez do tradicional topping, este cheesecake vinha acompanhado com uma metade de pêssego em calda e uma calda de pêssego, funcho e mel (pelo menos foi o que me foi dito pela senhora que nos estava a atender). Uma boa combinação de sabores e um bom culminar de refeição, a demonstrar uma consistência notável na ementa ao longo de toda a refeição, tanto ao nível da confecção como na lógica de ter pratos que combinem bem entre si.


Um bom restaurante, fiel aos seus princípios e aos produtos frescos e de qualidade. Preços justos e adequados à ementa, com a componente mediterrânica a sobressair. Mesmo para quem gosta, como eu, de grandes quantidades de carne e/ou peixe, deixem-se levar pela cativante e interessante ementa.

Bistrot O Porto
Tavira, Portugal
Preço Médio: < 30 €

segunda-feira, 3 de março de 2014

Vesuvio - Maccheroni Vesuvio

Nesta pizzeria madrilena, a escolha de massas funciona em 2 passos: a escolha do tipo de massa e depois o molho que a irá complementar. 
A escolha recaiu sobre macarrão com o molho da casa, composto por um molho com bechamel, natas, bolonhesa, mozzarela e parmesão ralado por cima. É, sem dúvida, uma escolha estranha mas queria ver qual era o molho "da casa". E saí um pouco desiludido, pois apesar de a massa estar bem cozinhada, todo o molho parecia unidimensional e sem grande sabor, e parco na quantidade.


Foodspotting
Pizzeria Vesuvio
Calle Infantas, 30
Madrid, Espanha
Preço Médio: < 20 €