Capa Negra II (Porto)

Hoje venho-vos contar aquela que foi a maior desilusão que apanhei no Porto. Tentei sempre escolher restaurante que tivesse referenciado como bons, e mesmo quando ia a algum lado que nunca tinha ouvido falar as coisas sempre correram bem.
Ora, há mais anos do que aqueles que eu me lembro, que o Capa Negra é considerado como uma das casas que elevaram a francesinha a "património nacional da gastronomia portuguesa" (acho que este título não existe mas não era de todo descabido). Não tenho a certeza quanto à diferença entre Capa Negra I e II, mas pelo que percebi o II é bastante maior e, como tal, aquele que mais vezes aparece como referenciado! Já ouvi dizer que a francesinha do Capa Negra I é bastante melhor do II e, honestamente, espero mesmo que assim seja...
Para uma casa que recebe tantas dezenas de pessoas por dia, pois é um constante rebuliço de gente a entrar e a sair, uma das coisas que menos percebo é o serviço pouco oleado. Tudo demora tempo demais! Demoram a entregar-nos a ementa, a trazer-nos os finos, a servir as francesinhas e até na hora de pagar demoram tanto que temos que nos levar, dirigir à caixa e esperar mais um pouco! Se o serviço fosse simpático, ainda amenizava um pouco a situação, só que não.
As coisas não estava a correr bem e a verdade é que nem a afamada francesinha salvou as honras da casa. O recheio da francesinha em si é bastante normal, sem absolutamente nada que se destaque. Até vem coberta de queijo e o ovo que a encima chega à mesa com a gema líquida, o que é positivo, mas já rebentada, o que odeio. Batatas fritas bastante medíocres e a pièce de la résistance, o molho, a desiludir pelo desequilíbrio dos componentes onde sabia praticamente só a tomate e com um nível de picante bastante fraquinho.

Toda a experiência foi uma desilusão. Se é sempre assim, não consigo perceber o motivo de tanta fama. No máximo, considerarei dar uma hipótese à casa mãe mas voltar ao Capa Negra II não está nos meus planos.

Capa Negra II

Rua do Campo Alegre, 191

Porto, Portugal

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Preço Médio: < 20 €

Data da Visita: 11 de Setembro 2017

Tascö (Porto)

Do pouco tempo que andei pelo Porto, este pareceu-me ser um dos restaurantes mais requisitados da cidade, tanto que só à terceira tentativa lá consegui fazer uma refeição. Mesmo aos dias de semana a reserva é mais do que obrigatória.
Fui a um domingo, bastante cedo, e mesmo assim liguei antes para confirmar que à terceira era de vez. Ok, liguei também porque queria lá ir com um objectivo muito específico, as Tripas à Moda do Porto. A ementa do Tascö divide-se em pratos típicos portugueses, muitos deles mais virados para o conceito de partilha do que prato individual, mas nenhum desses me apelava muito ao espírito. Excepto uma pequena secção intitulada "Amor de Mãe", que me leva a pensar em comida caseira de conforto, e que continha as Tripas e Arroz de Cabidela, juntamente com uma pequena descrição que reforçava o amor com que estes pratos específicos são feitos pela "mãe" deles.
Este conceito da "mãe" e do amor que colocam nos pratos foi-me também explicado mal cheguei ao restaurante. O serviço foi sempre bastante atencioso e disponível, explicando o restaurante, a ementa e de uma simpatia e à vontade fantásticos. Rapidamente me senti em casa, o que elevou a minha expectativa da tal "comida caseira".
Apesar de dispensar as entradas, pois esperava-me um prato mais pesado, não quis passar o Couvert ao lado, pois foi-me prontamente avisado que iria demorar um pouco pois é feito na hora, mas que valeria a pena (algo que também está descrito na ementa)! Pão simpático, boas azeitonas e excelentes manteigas (não me recordo de quê) lá foram entretendo o meu apetite enquanto aguardava o acto principal.

Lembram-se de eu ter telefonado porque ia fisgado numas Tripas? Bem, disseram-me logo que não havia mas sou um fã de Arroz de Cabidela e estava com muita vontade de comer algo que me soasse a caseiro, por isso encaixava nos meus apetites. E a espera, valeu a pena? Sim, sem dúvida! O primeiro factor a impressionar é a quantidade de recheio que o tacho que chega à mesa carrega. Isso mesmo, o tacho! Estamos num tasco, lembram-se? Por muito moderno que possa ser, não deixa de fazer sentido. Não foi a melhor cabidela que já comi, pois gosto delas mais puxadas no vinagre, e o rácio galinha-arroz podia ser mais equilibrado (ainda que para mim isto não seja problema porque é do arroz que gosto mais) mas de resto tudo estava impecável! O ponto de cozedura do arroz, a sua cremosidade, a suculência do frango, tudo!

Estava já algo cheio, pois fiz questão de encher o prato três vezes (!!), mas queria terminar a refeição com algo doce, ainda que não excessivamente. Alguma indecisão, misturada com alguns risos à mistura quando li o "Vigésimo Oitavo Melhor Bolo de Chocolate do Mundo".  Adorei a ironia imposta na decisão do nome quando toda a gente proclama ter o melhor... Mas, seguindo o conselho de quem me atendeu, embarquei no Poço de Caramelo com Noz, tendo-me sido vendido como algo moderadamente doce. Infelizmente foi exactamente neste ponto que falhou. Achei-o bastante doce mesmo com a noz para ir cortando um pouco. Excelente para pessoas adeptas de comer leite condensado às colheres ou aquelas babas de camelo mais fortes.

Saí do Tascö com vontade de voltar. Não foi perfeito mas teve muitos pormenores de qualidade e acredito que se repetiriam noutros pratos. Ou, pelo menos nas Tripas, que da próxima vez não me escaparão!

Tascö

Rua do Almada, 151

Porto, Portugal

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Preço Médio: < 20 €

Data da Visita: 10 de Setembro 2017

Miss Pavlova (Porto)

Não sou uma pessoa muito gulosa. Já o referi várias vezes por aqui mas prefiro encher o bandulho de pratos salgados do que doces. Mas há coisas a quem ninguém resiste, como à montra da loja Almada 13! Sim, uma loja. Daquelas que vende roupa. Não me perguntem o estilo. Entrei loja dentro hipnotizado pelas lindas e esculturais pavlovas que vi na montra, qual anti-modelo cliché a desfilar na passerelle, não ligando à roupa que por lá andava como elas não ligam à comida que as rodeia.
Ao fundo da loja lá estavam elas, deslumbrantes, adornadas como ninguém e de tal forma produzidas como se a qualquer momento fosse surgir uma inesperada sessão fotográfica! As pessoas babavam-se à medida que para elas olhavam com aquele luxurioso desejo de quem sabe que tocar-lhes poderia ser pecado. Felizmente, não é! A verdadeira definição de que "os olhos também comem" aplicada a um extremo que nunca teria imaginado. Oh se comem...

Elas já passaram por nós, já se bambolearam provocadoras por pratos alheios, só falta mesmo que nos toquem os lábios e as possamos saborear. Mas qual escolher? Há para todos os gostos e feitios! Acabamos por escolher aquela que parece ter os atributos mais improváveis, juntando componentes doces, ácidos e salgados numa só sobremesa.
A primeira garfada é gentil e colocamo-la devagarinho à boca. Queremos perceber as texturas que nos preenchem, os sabores que nos invadem... Abrimos os olhos surpreendidos. Sim, o aspecto era maravilhoso mas ainda estávamos algo cépticos se o sabor corresponderia. As expectativas não saíram defraudadas e não estamos perante uma qualquer modelo. Estamos perante uma top-model da Victoria's Secrets, com todos os atributos no sítio certo! Apetece-nos comê-la a qualquer hora do dia mas, infelizmente, estamos limitados pelo horário da loja. Ou então o melhor é encomendar uma inteira, levantá-la na loja e devorá-la em casa, podendo dar asas à imaginação e à perversidade que tal gulodice nos provoca.

Miss Pavlova

Rua do Almada, 13

Porto, Portugal

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Preço Médio: < 10 €

Data da Visita: 9 de Setembro 2017

Venham Mais 5 (Porto)

Dizem as boas bocas que aqui se come o melhor prego da cidade do Porto. Não consigo estar a certificar-me de que será realmente o melhor, mas quem apregoa tal coisa a boca cheia, acaba por nos colocar a curiosidade num nível alto e, assim que consegui, lá fui visitar este espaço e comprovar o que aqui se faz.
O primeiro aspecto que noto e pelo qual me começo a aperceber é a recorrente utilização de queijo da serra neste tipo de comida rápida e entre duas fatias de pão. Seja na Sandes do Guedes (aqui) ou neste Prego do Lombo com Queijo da Serra do Venham mais 5.

Mal o prego chega a mesa, começo a salivar ao aperceber-me do ponto da carne. Está perfeita para mim, amante de carne mal passada (ou até mesmo crua). O pão ligeiramente torrado a absorver na perfeição os sucos da carne bem temperada assim como a untuosidade do queijo. Os sabores fazem sentido, mesmo não sendo nada de novo. O tamanho é relativamente pequeno, justificando assim o preço mais baixo, sendo que uma pessoa de apetite facilmente come dois ou três pregos. Menos boas as batatas fritas que pedi para acompanhar, apresentando-se algo oleosas.
Não sei se será o melhor prego da cidade, mas é certamente um excelente exemplar!

Venham Mais 5

Rua de Santo Ildefonso, 219-233

Porto, Portugal

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Preço Médio: < 10 €

Data da Visita: 9 de Setembro 2017

Casa Guedes (Porto)

Uma das maiores instituições de comida no Porto é a Casa Guedes. Diria mesmo que, à semelhança dos cachorrinhos da Gazela, tem um dos pratos mais famosos da invicta! É a fast food tripeira em todo o seu esplendor e beleza.
O que pode ter uma sandes tão simples assim tão belo? É fácil. É ficar ao balcão a observar os donos da casa desfiando uma gigante travessa de pernil, abrindo pães de bola, cortando fatias de queijo da serra ou despejando molho do pernil no pão. Parece tão simplista, tão inócuo mas ao mesmo tempo percebemos que aquela carne e aquele molho apenas são simples na aparência, deixando marcas valentes na memória de quem lá passa. 

Vamos sugando das mãos qualquer gota extra de molho que se tenha escapado, com a avidez de quem se espanta numa primeira aventura em mares nunca dantes navegados. Somos então atingidos pela pujança do queijo da serra que chega para dizer "Presente!" alto e a boa voz. E queremos mais! 
E porque não querer mais? Não é só uma casa histórica na cidade do Porto, como é uma das melhores sandes do país, sem invenções de autor ou twists modernos (não que eu tenha algo contra isso). 
É comida tasqueira portuguesa de amor e sexo, com a primeira sandes a ser devorada com a avidez da primeira queca, deixando para a segunda vez, a amorosa tarefa de tirar o máximo prazer de cada beijo, cada dentada.

Casa Guedes

Praça dos Poveiros, 130

Porto, Portugal

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Preço Médio: < 10 €

Data da Visita: 9 de Setembro 2017

cáBARé (Porto)

A baixa do Porto é das zonas mais movimentadas da cidade mas, muito provavelmente, também a mais interessante gastronomicamente. Muitos restaurantes, uns mais recentes, outros mais antigos, numa zona que vibra com a vida que por lá passa. Esta vida é uma das razões que me fez adorar a cidade do Porto enquanto lá estive.
Outra das razões é, claro, a comida! Depois de um dia a passear, apetecia-me algo diferente, logo a zona escolhida para jantar tinha de ser a baixa, pois a oferta é realmente bastante. Acabei por escolher este misto de bar e restaurante, apesar do nome constatar mais um conceito de bar do que de restaurante, pois estava algo fixado num prato específico e achei que seria a altura ideal para o experimentar.
Mas antes desse prato queria algo para me abrir o apetite e, entre as várias propostas interessantes, acabei por escolher a Açorda de Ovas de Bacalhau e Coentros. Uma açorda? Para entrada?! E porque não? Ainda por cima de ovas de bacalhau, algo que adoro! Servido de forma clássica, com a gema no topo para ser envolvida apenas na mesa, apresentou um bom nível de cremosidade mas faltou-lhe algo para dar textura. As ovas acabam por ficar demasiado encorporadas na açorda e precisava de algum apontamento que lhe conferisse textura como umas chips de alho ou pequenos pedaços de ovas panadas, por exemplo.

O prato que me fez vir ao cáBARé foi o Risotto de Rabo de Boi (que entretanto parece ter desaparecido da ementa)! Fantástico nos sabores e texturas, com o arroz perfeitamente cozinhado num profundo caldo de carne, provavelmente onde terá cozido o rabo de boi em si, com a cremosidade exigida. Excelente também a carne, e até percebo a opção do prato ser servido com osso, em vez de vir já desfiado e incorporado no risotto, mas o empratamento tem de ser revisto. As bordas do prato enclinadas fizeram com que passasse muito tempo a tentar equilibrar ossos e cartilagens, que caíam constantemente para o centro do prato. A meio lá me trouxeram um prato auxiliar onde pudesse guardar, sem chatices, os pedaços não comestíveis.

Terminei a refeição com um Cheesecake com Calda de Vinho do Porto. Sendo uma versão de forno de cheesecake, achei-o um pouco mais denso do que deveria estar mas bastante bom a conjugação do recheio com a calda. Apenas a bolacha passou algo despercebida.

Tendo o cáBARé uma grande vertente de bar, não posso acabar este artigo sem dar algum destaque à carta de cocktails, do qual experimentei um bom Mojito cáBARé.

Bons pratos, a preços que considero justos para a qualidade apresentada. É um bar? É um restaurante? Parece-me que o nome se torna algo enganador para o potencial que apresenta na comida...

cáBARé
Rua Conde de Vizela, 149
Porto, Portugal

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Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 9 de Setembro 2017

Copos & Cusquices (Porto)

Um dos meus objectivos no Porto era conhecer muita da cultura gastronómica local. Mas, quando cheguei à Invicta, fui-me começando a aperceber da vastidão de restaurantes interessantes que existem! Uns seguindo as tendências da moda, outros mais originais, outros mais típicos... Mas muita diversidade e muita qualidade aparente, o que me foi dificultando a escolha quando queria conhecer algo novo.
Um dos que surgiram, assim de forma meio inesperada, foi este Copos & Cusquices. Por isso mesmo, as expectativas não eram muito altas, mas saí de lá rendido ao que encontrei. Uma ementa muito apelativa, com algumas propostas originais, uma decoração castiça e um bom serviço, ainda que tenha havido uns momentos da refeição em que nos sentimos mais esquecidos, por estarmos na sala mais afastada da cozinha.
Começamos com umas Bolinhas de Morcela com Cebolada de Maçã, executadas de forma exemplar. Exterior crocante, interior saboroso e a cebolada de maçã a ir cortando a riqueza da morcela.

A ideia do Ceviche de Bacalhau com Maçã Verde e Malagueta é muito boa mas a concretização falhou um pouco. Quando vejo a palavra ceviche penso imediatamente em leche de tigre, aquele suco vibrante essencial para qualquer ceviche, mas este exemplar não continha essa componente, o que o tornou algo seco. Ainda assim, boa combinação de sabores algo surpreendentes e improváveis!

Algo que se notou regular nos petiscos provados foi a segurança em apresentar sabores fortes, como nestes Cogumelos Recheados com Queijo Alentejano e Cebolada de Presunto. Bastante bem equilibrados e bastante contrastantes, foi um dos pratos favoritos da noite, o que nos levou a pedir uma segunda dose!

Num registo menos original, mas não menos bem executado, os Folhados de Queijo de Cabra com Doce de Pêssego continuaram a senda de sabores equilibrados, mas a massa folhada poderia estar um pouco mais cozida nalguns pontos.

O prato menos surpreendente na noite, na originalidade e nos sabores apresentados, foram as Asinhas de Frango. Fritura irrepreensível, interior húmido mas a faltar-lhe sabor, principalmente depois de termos experimentados outros sabores bastante fortes. A maionese de alho ajudou um pouco mas não de forma significativa.

Um twist engraçado na Tortilha de Batata Doce, petisco que vem acompanhado com uma salada, pois estava em falta o elemento ácido e é assim dado pelo tomate. Boa composição, recheio nada seco e bastante satisfatório.

A nível pessoal, o meu prato favorito na noite foram os Palmiers de Presunto e Queijo da Ilha. Mais uma vez, sabores fortes que andam à tareia dentro da nossa boca lutando pela superioridade e tentando dominar o outro. Felizmente, acabam por se ir completando!

Não houve registo fotográfico da sobremesa, pois também só veio para a mesa em jeito de pedido de recipiente de vela para a aniversariante, pois já estávamos todos algo repletos de comida. Não havendo um queque ou um bolo que suportasse uma vela, o serviço prontamente trouxe uma Mousse de Chocolate com uma vela por cima. Tamanho mini mas imenso em sabor e no jogo de texturas que se apresentava em tão pequeno frasco.
Saímos de lá impressionados pelo espaço, pelo serviço mas, principalmente, pelo qualidade que encontrámos!

Copos & Cusquices

Rua do Almada, 426

Porto, Portugal

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Preço Médio: < 20 €

Data da Visita: 6 de Setembro 2017

Tappas Caffé (São João - Porto)

O conceito do Tappas Caffé não é novo para mim. Já tinha experimentado a sua casa em Lisboa (aqui) e tinha ficado bastante satisfeito com a experiência por isso, havendo um Tappas próximo do local onde trabalhava nada como ir lá e comprovar se a ideia com que tinha ficado se verificava também no Porto.

E verifica-se! Estamos perante uma boa francesinha, ainda que não seja deslumbrante no seu recheio, onde o queijo gratinado no forno de lenha é realmente diferenciador, bem como o molho "à homem" que complementa o que já vem no prato.
O serviço é também próximo do que tinha sentido em Lisboa, mas por esta altura já me começava a habituar a algumas "bujardas" que são lançadas por empregados ou empregadas de mesa, neste tipo de restaurante mais típico.

Tappas Caffé

Estrada da Circunvalação, 7674F

Porto, Portugal

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Preço Médio: < 20 €

Data da Visita: 6 de Setembro 2017

Chávena D'Ouro (Porto)

Apetecia-me algo diferente. Estava farto da fast food, do pão em tudo o que é prato. Apetecia-me comida caseira! Mas não queria ir para longe que me sentia preguiçoso. Lá descobri assim o Chávena D'Ouro, um pequeno café com meia dúzia de pratos, com um espaço igual a tantos outros cafés e um serviço simpático.
O que aqui começou por cativar foi mesmo os preços praticados. Menus com tudo por 5€? Sopa + Prato + Pão + Bebida? As reviews escritas até são boas ainda que não haja muitos votos, por isso nada como ir até lá e tirar as teimas.
Decidi passar a sopa, que nesse dia não estava para aí virado, e atacar logo o prato pedido, Bacalhau à Braga. Uma dose de excelente tamanho, bastantes batatas fritas, cebola, pimentos e, por baixo, uma parte de bacalhau que não consegui identificar mas talvez fosse alguma zona mais junto à cabeça, pela quantidade de osso que tinha. Nada contra, mas torna-se um desafio conseguir tirar toda a carne que ali se encontra, algo que, nesse dia, não me apetecia fazer. De resto, os sabores estavam lá!

Uma casa muito simples mas que não desapontou. Tive pena de não regressar para experimentar os restantes pratos, pois alguns deles variam todos os dias.

Chávena D'Ouro

Rua da Arroteia, 84
Porto, Portugal

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Preço Médio: < 10 €
Data da Visita: 31 de Agosto 2017

Gazela (Porto)

Há pratos no Porto que são icónicos, como as francesinhas, as tripas, o bacalhau à Gomes Sá ou o caldo verde. Replicados por vários restaurantes, cada um apregoando que tem o melhor da cidade! E há casas que não precisam disso. Têm um prato icónico, e qualquer restaurante que o sirva pela cidade se refere ao seu próprio produto como sendo "inspirado" na casa mãe. Casas de tal forma míticas, que não escaparam à passagem de Anthony Bourdain, na sua última visita a Portugal.
A Gazela poderia servir como definição exemplar para tasca. Uma dúzia de lugares, metade no balcão de metal, a outra metade encostada à parede da casa. Uma roda viva de clientes a entrar e a sair, cervejas fresquíssimas a ser tiradas e, o mais importante, dezenas e dezenas de cachorros a serem servidos!
Toda e qualquer fama desta casa é, totalmente e indubitavelmente, justificada! E não é só pelos cachorros, mas já lá vamos. O pão deste cachorro, uma espécie de baguete mais fina, é muito bom e tem o formato ideal para controlar todo o recheio. Recheio esse que é brilhante! Salsicha fresca, linguiça picante, queijo e um pouco de molho que vai sendo pincelado ao longo de todo o processo. Molho esse que no final é colocado um pouco por cima de todo o cachorro só para ter a certeza que nos vai espevitar o palato. E espevita amigos, não duvidem! Se tiverem oportunidade, atentem na arte e velocidade de quem corta os cachorros.

Dois cachorrinhos depois, e na dúvida se iria a um terceiro (são pequenos, não sou eu que sou um glutão!), decidi mudar pois já tinha visto sair uns pregos com óptimo aspecto. E, se para os cachorrinhos a expectativa era alta, estes pregos apanharam-me totalmente de surpresa! O pão, de mistura, é muito bom. A carne, três vezes o tamanho do pão, é também boa e apresenta-se médio mal, sendo encimada por um pouco de fiambre e queijo que dão alguma graça mas confesso que se lá não estivessem não me incomodava nada. É usado ainda algum do molho do cachorro, tornando este prego qualquer coisa de extraordinária.

Acompanhámos tudo com umas batatas congeladas sem grande história mas que, neste caso, em nada manchou a ideia com que saí da Gazela. Sim, merece a fama, as longas filas e as peregrinações. Esteja frio, chuva ou vento não se acanhem que todo o ambiente e comida são reconfortantes o suficiente para vos fazer aquecer.

Gazela

Travessa Cimo de Vila, 4

Porto, Portugal

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Preço Médio: < 20 €

Data da Visita: 30 de Agosto 2017

República do Churrasco (Porto)

Apesar da proximidade à zona onde estava a trabalhar e residir, apenas fiz uma visita à República do Churrasco. Não pela comida, pois até achei que tinha uma interessante relação qualidade-preço, mas pelo fraco serviço.  Quando na hora de pagar dizemos à rapariga da caixa que cada pessoa pagará o seu (e éramos só 2!), e começamos a dizer o que consumimos, esperávamos que ela tivesse a capacidade de tirar as coisas da conta e dar-nos um sub-total. Ou, no mínimo, tendo muito mais informação quanto aos preços dos itens, fosse capaz de fazer as contas sozinha, senão mentalmente, pode ser com o auxílio de uma calculadora. O problema foi a relutância dela para esta simples tarefa, atirando para o ar que deveríamos ser nós a fazer as contas! 
Como disse, a comida até me satisfez, com uns bons Medalhões de Vitela enrolados em Bacon. Carne suculenta e bem temperada, numa meia dose com três medalhões de boas dimensões. O arroz e as batatas que acompanhavam é que não estavam à altura.

Depois da situação descrita no início, até surgiram mais oportunidades de lá ir mas a verdade é que ficava sempre para o fim da lista, face à maior parte das opções na zona do Hospital de São João. Têm serviço de take-away, para quem não quiser arriscar levar com empregados mal-humorados. 

República do Churrasco

Rua da Arroteia, 12-14

Porto, Portugal

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Data da Visita: 24 de Agosto 2017

A Loja dos Pastéis de Chaves (São João - Porto)

Não é assim tão fácil fazer refeições baratas, mesmo no Porto. Quer dizer, fácil é! Mas recai muitas vezes por hambúrgueres, pizzas, francesinhas, tostas ou afins. Nos primeiros tempos, até acabava por enjoar de pão, e comecei a frequentar sítios com outro tipo de oferta como a Tasquinha do Caco (aqui).
Um desses locais, paragem obrigatória pelo menos uma vez por semana, foi esta Loja dos Pastéis de Chaves. Nem tanto pelos pastéis, mas pelas boas saladas que apresentavam. Como era o caso da Salada de Salmão, escolha recorrente da minha parte, com a combinação entre salmão fumado e o queijo mozzarella a revelar-se bastante boa e as alcaparras a trazerem acidez e a refrescarem o palato entre dentadas.

Também a Salada FlaviÆ apresentava uma excelente combinação de ingredientes com o doce da maçã a combinar bem com os sabores mais intensos do presunto e do queijo feta. Pode-se escolher 3 bases diferentes (alface, alface e couscous, couscous) mas sempre achei que a mais consistente é a base mista bem como gosto da envolvência de texturas que o couscous e a alface dão.

Aquilo que achei mesmo mais fraco nesta "loja" foram os pastéis que são a cara da marca. Se a massa exterior se apresenta sempre estaladiça a verdade é que o interior é uma desilusão, com pastas secas e desinteressantes.

Vale pelas saladas, ainda que o seu tamanho seja inferior às da Tasquinha do Caco. Para as pessoas de maior apetite, como eu, uma taça de sopa antes da salada chega perfeitamente para ficar saciado.

A Loja dos Pastéis de Chaves

Estrada da Circunvalação, 7674

Porto, Portugal

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Preço Médio: < 10 €

Data das Visitas: Agosto e Setembro

Ori Gin (Porto)

Com a mudança para o Porto em trabalho, que entretanto já terminou e já estou de regresso a Lisboa, decidi subscrever ao serviço Zomato Gold (sobre o qual já falei aqui). A necessidade de estar constantemente a almoçar e jantar fora levou-me a subscrever directamente a opção de 12 meses e, deixem-me que vos diga, em 4 meses já tinha pago o valor da subscrição! A subscrição mais longa acaba por compensar, principalmente se conseguirmos arranjar um código promocional. Caso queiram, podem usar o código DEVANE e terão 25% de desconto na vossa subscrição.
Tudo isto para dizer que a escolha do Ori Gin deveu-se a dois simples factores: vontade de comer sushi e ter Zomato Gold! O espaço em si é bastante normal mas a carta é algo estranha. O conceito parece ser virado para o sushi e o gin, duas coisas tão em voga, mas depois há várias opções de pastelaria e de tostas que parecem algo desenquadradas ali.
Iniciámos a refeição com o Sunomono, uma entrada simples de cenoura e pepino em pickle, que ajuda a limpar um pouco o palato para o está para vir.

Dividiu-se depois o combinado Freestyle de 30 peças, com o intuito de ver o que haveria de criatividade no sushiman do Ori Gin. Primeiro ponto bastante positivo, e que nota uma atenção extra que nem todos os restaurantes têm, o número de peças no combinado, sendo que havia pelo menos duas peças de cada tipo no prato, excepção feita ao sashimi que vinha em número ímpar. Não achei as peças especialmente criativas, havendo até um certo exagero desnecessário no uso de frutas, ainda que estivessem decentemente executadas. Não fiquei tão deslumbrado com o arroz, nalgumas peças a revelar-se demasiado compacto, ou com a qualidade do atum do combinado.

Algo que já não pareceu acontecer no Mix Sashimi, onde as fatias de atum já aparentavam ser de uma qualidade superior à servida no combinado. Mais um destaque positivo para o serviço que, num prato anunciado com cinco fatias, decidiu incluir mais uma para que houvesse um número par de fatias.

Para aconchegar o estômago um Temaki, onde a alga precisava de ser um pouco mais trabalhada para poder tornar-se mais quebrável. Ao recheio, deixado ao critério de quem fez a peça, não tenho nada de negativo a apontar.

Por ser perto do meu local de trabalho acabei por também visitar o Ori Gin ao almoço. De destacar, mais uma vez, a atenção dada aos pratos combinados com o Freestyle de 20 peças a trazer várias peças individuais, pois não seria para dividir! Quanto à execução, tanto do combinado como do Temaki com que (desta vez) iniciei a refeição, manteve-se consistente com a visita anterior e, consequentemente, com o que escrevi nos parágrafos acima.

Não sendo fantástico, o Ori Gin cumpre bem o papel de matar todo e qualquer bichinho de sushi que possamos ter, a um preço aceitável!

Ori Gin

Rua Mestre Guilherme Camarinha, 168

Porto, Portugal

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Preço Médio: < 30 €

Data das Visitas: Agosto e Outubro 2017

Bufete Fase (Porto)

A minha primeira visita ao Bufete Fase foi há mais de 5 anos. Lembro-me de na altura ter ficado deslumbrado com a qualidade da francesinha, pois nunca tinha encontrado, em Lisboa, alguma que rivalizasse sequer. Estando mais tempo no Porto, e começando a ter mais locais com que comparar, tinha que ir tirar as teimas e reavivar memórias.
O primeiro impacto foi como uma entrada a pés juntos ao nível do joelho, ou uma joelhada na cabeça a la Bruno Alves. Chegamos ao restaurante e um colega meu leva com aquela agressividade nortenha, dita num tom que parece meio brincadeira meio a sério e nos deixa todos a duvidar. O que é que ele fez? Perguntou se havia algo para ir comendo enquanto esperávamos mesa... Claro que nos rimos da resposta, principalmente quando a seguir é perguntado à única mulher do grupo se "a menina deseja umas torradinhas com manteiga?". Serviu para quebrar gelo e colocou 5 pessoas a rir às gargalhadas, não posso considerar que tenha sido um gesto rude. Já dizia o outro "não é defeito, é feitio".

A francesinha propriamente dita, não é tão boa como me lembrava mas não deixa de ser uma das melhores da cidade do Porto. Como ponto fraco, a altura do pão torrado, com fatias excessivamente altas e que tornam a francesinha mais massuda. O que continua muito bom são os enchidos usados, principalmente a linguiça, e aquele que é, provavelmente, o melhor molho da cidade! Equilibrado, picante qb e a deixar qualquer pessoa com vontade de mergulhar nele. Pena a batata frita congelada, pois este molho merecia bastante melhor.
Não é a melhor francesinha na cidade mas continua a merecer um lugar de destaque em todas as listas que possam existir.

Bufete Fase

Rua de Santa Catarina, 1147

Porto, Portugal

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Preço Médio: < 20 €

Data da Visita: 21 de Agosto 2017

Templo Hindu (Telheiras)

Nunca sei bem o que chamar a este restaurante. Sempre me referi a ele como Templo Hindu, pois acho ter sido esta a denominação que li algures quando se referiam a este local. Na verdade é a Cantina do Templo Radha Krishna, o templo da comunidade hindu em Portugal, e não precisamos de complicar com nomes. Nem com nomes nem com nada, pois este é um dos lugares mais simples que já experimentei e também um dos melhores!
A única coisa que não foi simples foi o chegar à cantina em si, mas perguntei a alguém que encontrei e essa pessoa simplesmente levou-me lá. Desviou-se do seu caminho e com a simplicidade do trato e cheio de simpatia, levou-me à porta que se encontra no Piso -2 do Templo. E aí entrei para ser recebido com mais sorrisos e palavras simpáticas. É assim tão simples impressionar-me à primeira visita...
Para descomplicar, aqui a comida é servida em regime buffet, com os pratos a variar todos os dias, mas mantendo sempre uma estrutura de dhal, shaak, kathor, rotli, arroz, salgados, salada, papad e um doce. Para beber, água da torneira ou um excelente lassi. Ok, também os nomes destas coisas são complicados e à primeira vista não querem dizer nada, por isso tive de fazer um pouco de trabalho de investigação. Se disser alguma barbaridade nas próximas linhas, peço já desculpa! A comida aqui servida é do mais tradicional que se pode encontrar, ainda que bastante diferente do que estamos habituados, já que é da região de Gujarat.

Não tenho muito a dizer sobre a salada, pois não a experimentei, nem sobre o arroz basmati ou o papad, com os seus sabores simples e lineares mas que cumprem bem o seu propósito. No capítulo do pão, bastante mais interessante o rotli (que não está na imagem). O último acompanhamento é um Khaman, uma espécie de bolo fofinho feito de farinha de grão-de-bico.
Mas as surpresas começam quando provamos a Dhal, uma espécie de sopa, naquele dia de lentilhas (Tarka Dhal), que nos enche a boca com uma torrente de sabores diferentes que nos fazem abrir os olhos surpreendidos com esta imensidão de novas sensações logo à primeira colherada. E não cai na monotonia, por muito que continuemos a comer, tornando-se extremamente viciante.
Bastante interessante e rico de sabores o Kathor, um caril de leguminosas, curiosamente também lentilhas neste dia. Já o Shaak, um caril de legumes, achei-o bastante mais suave e uniforme. Nada que não fosse resolvido com qualquer um dos três fantásticos chutneys disponíveis!

A sobremesa deste dia eram umas pequenas bolas com uma boa calda de açúcar, que surpreendeu por não ser excessivamente doce. Não costumo ser um grande fã do que se faz ao nível das sobremesas nos restaurantes indianos mas se fossem todas assim não hesitaria em comer mais vezes.
Não tenho nenhum problema quanto a vegetarianos, ainda que não os frequente regularmente, mas depois desta refeição tenho mesmo de começar a experimentar mais coisas! A Cantina do Templo Radha Krishna despertou-me a curiosidade para experimentar mais vertentes da cozinha vegetariana. E ter todos estes sabores por menos de 10€?
Simplesmente fantástico!

Cantina do Templo Radha Krishna

Alameda Mahatma Gandhi

Telheiras, Portugal

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Preço Médio: < 10 €
Data da Visita: 20 de Agosto 2017