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quarta-feira, 25 de julho de 2018

Stuppendo Sushi Bar / Momentum Sushi Bar (Paço de Arcos)

O primeiro contacto que tive com o Momentum Sushi (que entretanto virou Stuppendo Sushi Bar) não foi o melhor (aqui). A vontade de conhecer este outro espaço do grupo (na Quinta da Fonte) nem era muita, mas alguns comentários que fui recebendo convenceram-me a dar uma oportunidade. E ainda bem que o fiz.
Senti que a qualidade entre os espaços é abismal. Talvez a medíocre experiência, com sabor a centro comercial, tenha baixado de tal forma as expectativas que a surpresa tenha sido maior. O espaço também é algo descaracterizado e manteve-se maioritariamente vazio durante toda a noite, num jantar a meio da semana, mas acredito que seja mais pela localização do restaurante (dentro de um pólo empresarial) e não pela qualidade do que é servido.
Um ponto que me deixou meio dividido foi o serviço. Extremamente informado, explicando cada prato do extenso Menu de Degustação do Chef Especial com bastante detalhe (tanto que não consegui decorar tudo!) mas com uma simpática arrogância que se foi suavizando ao longo da noite acabando por deixar uma boa impressão mas marcando uma forte primeira posição que pode não ser a mais confortável para todos.
O menu de degustação especial é uma enxurrada de comida tal que apenas não sobrou nada porque estavam duas pessoas de apetite saudável à mesa (vá, uma era um bocado alarve... não vou dizer quem!). Claro que este banquete também se paga (e bem), por isso, caso não tenham apetite para devorar 7 entradas, 1 combinado de sushi de mais de 40 peças e 4 gunkans especiais, existe uma opção mais comedida.
Para não me alongar em demasia (vou tentar com que estes devaneios sejam cada vez mais concisos e objectivos) é de referir que o ponto alto da refeição não foi o sushi, mas sim as várias entradas que o precederam, onde quase todos os pratos superaram as expectativas. Apenas o Tataki de Atum com Cogumelos Shiitake e Cebola Frita deixou um pouco a desejar pela temperatura (fria) a que foi servido.

Tempura
Tataki de Atum, Cogumelos Shiitake, Cebola Frita
Camarão e Rúcula
Usuzukuri
Soft Shell Crab Uramaki
Gunkan Salmão, Vieira, Ikura
Tártaro de Salmão
A expectativa para o combinado era grande mas, apesar da variedade e qualidade aceitável do peixe servido, deixou um pouco a desejar. É sushi de fusão, e não naquele excesso de molho que muitas vezes encontramos mas acabou por ser pouco surpreendente.


Como "sobremesa", chegaram ainda os gunkans que são imagem de marca da casa (e que já tinha experimentado no Taguspark). Boa concretização mas peças demasiado pesadas para o fim de uma refeição tão longa. Sim, é suposto uma refeição de sushi começar nos sabores mais leves e terminar nos mais fortes mas a sensação de ter o estômago a rebentar acaba por prejudicar a experiência.

Gunkan de Picanha
Gunkan de Salmão e Pistáchio
Uma experiência diferente e que surpreende pelos seus primeiros momentos, ficando aquém no momento que deveria ser a apoteose da refeição. Ainda assim, a opinião final é positiva quanto à qualidade da comida, ainda que os preços pareçam um pouco desenquadrados para o contexto.

P.S: Desculpem a longa ausência, mas andava com pouca disponibilidade para escrever. Tentarei que haja uma maior regularidade nos próximos tempos, mas não prometo nada!
Entretanto podem seguir-me no Instagram (aqui) onde vou deixando pequenos resumos rápidos das refeições que vou fazendo!

Momentum Sushi Bar
Edifício Holmes Place - Quinta da Fonte
Paço de Arcos, Portugal
Momentum Sushi Bar by Chef Gerardo Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
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TheFork
Preço Médio: < 40 €
Data da Visita: 14 de Março 2018

terça-feira, 20 de março de 2018

Up To Sushi (Saldanha)

Já falei algumas vezes sobre como ando cansado das opções All You Can Eat de muitos restaurantes de sushi. Acabo por achar que revela, quase sempre, uma amostra pouco criativa e em nada reflexiva da capacidade de produzir sushi de qualidade do restaurante. Quando olhamos para a carta de alguns até vemos peças interessantes mas que nunca são incluídas nas opções de "encher o bandulho". O que é uma pena porque sou da opinião que os AYCE deveriam servir mais como uma montra do que há na carta para que da próxima vez a pessoa considere pedir à carta, e não ser uma constante aborrecida de peças comuns e que em nada espelham o que de melhor se pode fazer num dado restaurante.
Apesar de me queixar destas coisas, acabo por recorrer a estes restaurantes quando me sinto com vontade de comer 40 ou 50 peças de sushi sem pagar um balúrdio. Sim, eu como facilmente entre 40 e 50 peças... não me julguem. Tenho a certeza que um de vocês que está a ler isto come tantas ou mais!
Alguns restaurantes têm uma abordagem diferente e dão uma folha de papel com o que há disponível para o AYCE. Já tinha apanhado isto no Gaijin Sushi Bar (na altura em que era em Paço de Arcos e sobre o qual falei aqui) e voltei a apanhar no Up To Sushi. Permite assim ao cliente ter uma noção do que há na ementa e, se assim entender, voltar noutra ocasião para comer à carta.
Éramos 5 à mesa e a lista não é muito extensa por isso acabámos por pedir praticamente um pouco de tudo, repetindo depois mais alguns itens. Não há fotos de tudo, pois só no início é que me lembrei de as tirar, e à medida que a comida ia chegando o interesse em tratar dela foi crescendo. Prioridades!
Bastante bom e fresco o Ceviche de peixe branco que se pode encontrar na secção das entradas. Algo bastante clássico, peixe bem cortado em bons cubos e com a cebola roxa, coentros e lima a trazerem frescura e acidez ao conjunto. Talvez pudesse ter até um pouco mais de acidez mas nada de grave.


O sushi é até bastante agradável. As peças estavam bem executadas e não existe um excesso desmedido na utilização de molhos e fruta, como se vê em muito sítio. Sim, há algumas peças em que isto acontece mas são mais aquelas em que o uso é controlado do que o contrário.
A qualidade do peixe não é soberba, e o atum estava bastante fraco mesmo, mas serviu para satisfazer os comensais presentes. O arroz, um dos pontos mais importantes do sushi, era simpático mas faltava-lhe um maior acerto no tempero.



Não sendo um restaurante genial (estando muito longe do Saiko, que é o melhor sushi de fusão que já experimentei e de que falei aqui) cumpre bem o objectivo de matar a fome de sushi, comer à bruta e não pagar um valor excessivo.

Up To Sushi
Lisboa, Portugal
Up to Sushi Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 8 de Fevereiro 2018

segunda-feira, 12 de março de 2018

Momentum Sushi Exclusivo (Porto Salvo)

Fui até ao Núcleo Central do Taguspark com o intuito de ir almoçar. Não fazia isto há muitos anos, já que nunca achei que a oferta existente fosse algo por aí além, excepto quando existiu um Faustino II (já falei do Faustino aqui). Até que, recentemente, abriu o Panorâmico by Marlene Vieira, chef com food corner no Time Out Mercado da Ribeira e sobre o qual já falei (aqui). Não é pela experiência do food corner ter corrido mal que deixo de ter curiosidade quanto à cozinha de Marlene Vieira!
Mas, a caminho do restaurante, deparámo-nos com uma novidade (pelo menos, para nós). Existia um restaurante de sushi, meio fast food, que nunca tínhamos visto. Espreitámos e os nossos apetites mudaram e acabámos por entrar no Momentum Sushi. Filosofia de pedido bastante parecida com a de um food court, onde fazemos o pedido, pagamos, recebemos as bebidas e vamos sentar-nos à espera que o pedido seja completo nos seja trazido à mesa.
O Menu de Degustação inclui 18 peças de sushi, temaki ou yakisoba e 1 bebida (ao qual eu não sei porque lhe dão esse nome, pois parece-me estar muito longe do que um menu de degustação deve ser). Sendo a escolha mais substancial (já vos disse que sou uma pessoa de muito alimento!), claro que foi esta a minha opção, optando por um Temaki de Atum e Manga. Atum fraquinho, manga demasiado verde, alga mal trabalhada e arroz médio.



O Combinado do menu não é nada mau, se tivermos em conta que o restaurante se parece com um qualquer balcão de centro comercial! Três variedades de peixe, ainda que o dominante seja o salmão (como é, infelizmente, habitual), com o peixe branco a ser usado em apenas um nigiri e o atum braseado a estar terrível! Já as peças de salmão, mesmo sem apresentarem níveis criativos fantásticos, não se encontravam mal executadas e satisfizeram o meu apetite.





18 peças e um temaki não era suficiente para mim (não me julguem dessa forma, ok?!), e claramente as pessoas do restaurante acharam o mesmo pois trouxeram para a mesa uma oferta do chef na forma de um Gunkan de Salmão e Pistáchio, uma especialidade da casa e uma combinação que funciona estranhamente bem, mesmo com o uso de um queijo que não me pareceu Philadelphia (ou algo do género).




Mesmo com o restaurante praticamente vazio, o serviço conseguiu esquecer-se dos Gunkanha que tinha pedido. E o que é um gunkanha? É um gunkan feito com picanha! A picanha é ainda braseada com maçarico e leva um topping de cebola crocante. Muito bom mas seria interessante ver o topping a usar pedaços perfeitamente caramelizados da gordura da picanha no lugar de pequenos cubos de carne.




Não conhecia este Momentum Sushi mas não fiquei de todo desagradado com o que provei, principalmente tendo em conta o conceito "food cornesco". A curiosidade levou-me a descobrir que existe também um Momentum Sushi na Quinta da Fonte, cujo menu e reviews parecem bem mais interessantes.

Momentum Sushi Exclusivo
Porto Salvo, Portugal
Momentum Sushi Executivo Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 9 de Outubro 2017

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Sushi D'Art (Tavira)

Não me recordo de Tavira ter um restaurante de sushi antes deste Sushi D'Art. Estarei, muito provavelmente, enganado mas é estranho que, no meio daquele boom de sushi que houve há uns anos, nenhum local tenha aberto no centro da cidade. 
Próximo da Câmara Municipal de Tavira abriu, no final de 2017, aquilo que faltava à cidade. Com uma carta bastante simples, o Sushi D'Art tenta trazer uma vertente de fusão ao sushi que serve, ainda que nem sempre bem conseguida. 
Começamos com um Ceviche, de atum e salmão, decente mas a faltar-lhe acidez e atum de maior qualidade. A chave num bom ceviche é o leche de tigre, aquele suco essencial à vida com toques ácidos e picantes que transformam qualquer peixe em que toque numa maravilha da gastronomia. Dose bastante generosa, principalmente quando se considera o preço marcado no menu (3,90€) e que acho ter sido o preço cobrado! De destacar a boa apresentação, que foi uma constante em todos os pratos, mas afinal estamos perante arte, e não apenas sushi.


O melhor que comi em toda a refeição foi algo que não está sequer na ementa, mas cujo serviço fez questão de mencionar, e ainda bem. O Ebi Tempura do Sushi D'Art é servido com amêndoa e é um prato completamente viciante. O molho em que está envolvido é de tal forma guloso que damos por nós a atacar os camarões violentamente com as mãos para depois podermos lamber cada gota que tenha ficado agarrada nas nossas mãos.


Terminámos com um combinado Asahi (20 peças) onde o melhor aspecto foi a apresentação. Mesmo que o truque do gelo seco já não seja algo que impressione, não deixa de ficar bem quando a apresentação do sashimi do combinado é feito sobre uma pedra de gelo. Peixe de boa qualidade, mas foi pedido que não fosse incluído atum. Já não era a primeira visita da pessoa com quem estava e ela não tinha ficado de toda agradada com o atum que tinha experimentado da primeira vez. Pelo que serviram no ceviche, consegue-se perceber porquê.


Os rolos que vieram, de quatro variedades diferentes, não estiveram num mau nível mas acabam por ficar marcados pela negativa. A execução de todos era bastante decente, o arroz de um nível aceitável mas um dos rolos era excessivamente doce. Soube-me a torradas com doce de morango, e isso é um problema muito grande quando não estou a comer torradas com doce de morango mas sim sushi! É suposto aperceber-me da qualidade do arroz e do peixe, e não ter a boca inundada pelo adocicado doce...


É um restaurante que aparenta ter potencial caso se deixem de (con)fusões. Alguma curiosidade para o Menu de Degustação (45€) que apresentam na ementa. Pelo valor, a expectativa será claramente alta e tem de estar a um nível bem superior do que experimentei neste solarengo almoço de Janeiro, na pequena mas simpática do Sushi D'Art.

Sushi D'Art
Tavira, Portugal
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 21 de Janeiro 2018

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Saikō (Campo Pequeno)

Não sabia bem o que esperar deste convite para ir conhecer o Saiko Campo Pequeno. A sua abertura criou bastante curiosidade. Seria este um espaço réplica do Estoril (de que já falei aqui)? Só isso já é sinónimo de muita qualidade e o melhor sushi de fusão que a cidade de Lisboa já testemunhou! Mas uma cópia exacta não seria o suficiente para me fazer deslocar propositadamente até Lisboa, já que o Estoril é mais prático para mim.
Até que, em conversa com a pessoa que me convidou, percebi que a carta tinha também evoluído, sempre com a consultoria do chef Péricles Lacerda (que acompanho desde os tempos do Tamagoshi). As condições são outras e é natural que exista esta evolução mas tinha que lá ir para experimentar e verificar isto por mim próprio.


O Couvert é muito semelhante ao que já tinha experimentado anteriormente e continua delicioso. Aquelas folhas de endívia deixam-me sempre rendido.


Já tinha visto este tipo de pratos várias vezes mas, vá se lá saber porquê, nunca tinha tido a curiosidade de o experimentar. Felizmente nesta noite a ementa não foi escolhida por nós, e este Nasu Dengaku é a primeira entrada que nos chega à mesa. Um prato delicado, com a beringela a ser simplesmente glaceada com o molho dengaku (um molho à base de miso), o que lhe dá uns excelentes toques salgados e adocicados.


O Kimuchi Moriawase é um contraste de sabores grandes, com os vários peixes perfeitamente envolvidos no molho ligeiramente picante, mas que se balanceia perfeitamente com a acidez do sunomono, a cama de pickles de pepino que estava no fundo do prato. Qualquer um dos três peixes (salmão, atum e peixe branco - que não me recordo qual era neste dia) de uma frescura exemplar e ajudados ainda pelo molho ponzu, que lhe confere acidez e doçura.


Como já conhecia a casa do Estoril, adaptaram o menu que me foi servido, dando-me a conhecer vários pratos novos, com maior incidência nos pratos quentes. Daí esta ter sido uma refeição com pouco sushi, mas ainda assim excelente, como foi caso deste Maguro Chili! É nestes pormenores que o sushi do Saiko está a anos luz da maior parte das fusões manhosas que por aí se vê. Não é preciso molhos que disfarcem e tapem completamente os restantes sabores. É preciso saber combinar as coisas para que se enalteçam os ingredientes. Neste caso, excelente uso de sriracha, que combina lindamente com o atum, e a piada de ter no exterior massago arare (pequenas pérolas de arroz crocante) a complementar o arroz do sushi.


Chegamos aos pratos que diferenciam as duas casas, com uma aposta maior nos pratos quentes japoneses neste novo espaço, muito devido às melhores condições da cozinha aqui existente. A Ebi Soba é um prato que faz, por si só, uma refeição consistente. Boa massa de trigo sarraceno, excelente ovo com a gema ainda meio líquida, os legumes e algas cozidos ainda com aquela ligeira resistência à dentada, só para dar textura... mas tudo ficou meio ofuscado pelo óptimo caldo e pelo fantástico camarão panado! Só tive pena que não houvesse mais camarões porque estava verdadeiramente viciante.


Por falar em viciante, a Yaki Hotate, uma espetada de vieiras (que pareciam zamburinhas tão pequenas eram) com cogumelos shitake, foi uma verdadeira surpresa. A mostrar, uma vez mais, uma das novas possibilidades da nova cozinha, com a introdução de pratos yakitori na ementa. Concretização fantástica, com a vieira cozinhada na perfeição e a ligar bastante bem com a intensidade dos shitake, tendo os sabores sido ainda balanceados pela adição do molho tarê.


Assim tinha acabado o menu de pratos que estava definido mas, sendo a primeira vez que a minha companhia visita um Saikō, não podia deixar que saísse do restaurante sem experimentar aquele que é o meu prato favorito, o Gunkan Egg. É a perfeição num gunkan só, com a gema a explodir-nos na boca e a desencadear pequenos gemidos de prazer.


As sobremesas chegaram em forma de Pijaminha, com algumas já bem conhecidas da minha parte, mas que não desiludiram em nada, havendo-as para todos os gostos. Excelente gelado de sésamo (Goma Aisukurïmu), com uma profundidade de sabores que não esperava. Menos fantástico, mas ainda assim bom, o gelado de chá verde. Voltamos ao campo do excelente com o Ryôri de Lima, parecido com um cheesecake mas feito com natas, e o Müsu de Maracujá! Excelentes as texturas e os sabores.
A Mousse de Chocolate foi alvo de grandes elogios por parte da minha companhia, dizendo que a fazia lembrar da mousse da mãe dela. Que maior elogio existe quando o que estamos a comer nos traz à memória momentos familiares? 
As duas versões de cheesecake (Chizukeki Saikō), apresentados sem uma base fixa mas sim bolacha esfarelada espalhada à volta, de uma textura aveludada fantástica e com óptimos toppings.


O Saikō continua memorável e continua a superar-se a si próprio. Esta ambição é de louvar e esperemos que não fique por aqui! A minha dificuldade agora vai ser escolher entre o Estoril e o Campo Pequeno!

Saikō Campo Pequeno
Praça do Campo Pequeno, 602
Lisboa, Portugal
Saikō Campo Pequeno Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
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Preço Médio: < 50 €
Data da Visita: 23 de Janeiro 2018

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Ori Gin (Porto)

Com a mudança para o Porto em trabalho, que entretanto já terminou e já estou de regresso a Lisboa, decidi subscrever ao serviço Zomato Gold (sobre o qual já falei aqui). A necessidade de estar constantemente a almoçar e jantar fora levou-me a subscrever directamente a opção de 12 meses e, deixem-me que vos diga, em 4 meses já tinha pago o valor da subscrição! A subscrição mais longa acaba por compensar, principalmente se conseguirmos arranjar um código promocional. Caso queiram, podem usar o código DEVANE e terão 25% de desconto na vossa subscrição.
Tudo isto para dizer que a escolha do Ori Gin deveu-se a dois simples factores: vontade de comer sushi e ter Zomato Gold! O espaço em si é bastante normal mas a carta é algo estranha. O conceito parece ser virado para o sushi e o gin, duas coisas tão em voga, mas depois há várias opções de pastelaria e de tostas que parecem algo desenquadradas ali.
Iniciámos a refeição com o Sunomono, uma entrada simples de cenoura e pepino em pickle, que ajuda a limpar um pouco o palato para o está para vir.


Dividiu-se depois o combinado Freestyle de 30 peças, com o intuito de ver o que haveria de criatividade no sushiman do Ori Gin. Primeiro ponto bastante positivo, e que nota uma atenção extra que nem todos os restaurantes têm, o número de peças no combinado, sendo que havia pelo menos duas peças de cada tipo no prato, excepção feita ao sashimi que vinha em número ímpar. Não achei as peças especialmente criativas, havendo até um certo exagero desnecessário no uso de frutas, ainda que estivessem decentemente executadas. Não fiquei tão deslumbrado com o arroz, nalgumas peças a revelar-se demasiado compacto, ou com a qualidade do atum do combinado.


Algo que já não pareceu acontecer no Mix Sashimi, onde as fatias de atum já aparentavam ser de uma qualidade superior à servida no combinado. Mais um destaque positivo para o serviço que, num prato anunciado com cinco fatias, decidiu incluir mais uma para que houvesse um número par de fatias.


Para aconchegar o estômago um Temaki, onde a alga precisava de ser um pouco mais trabalhada para poder tornar-se mais quebrável. Ao recheio, deixado ao critério de quem fez a peça, não tenho nada de negativo a apontar.


Por ser perto do meu local de trabalho acabei por também visitar o Ori Gin ao almoço. De destacar, mais uma vez, a atenção dada aos pratos combinados com o Freestyle de 20 peças a trazer várias peças individuais, pois não seria para dividir! Quanto à execução, tanto do combinado como do Temaki com que (desta vez) iniciei a refeição, manteve-se consistente com a visita anterior e, consequentemente, com o que escrevi nos parágrafos acima.



Não sendo fantástico, o Ori Gin cumpre bem o papel de matar todo e qualquer bichinho de sushi que possamos ter, a um preço aceitável!

Ori Gin
Porto, Portugal
Ori Gin Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data das Visitas: Agosto e Outubro 2017

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Sushiway (Parede)

Não sei há quanto tempo existe este restaurante na Parede, mas tenho ideia de já o ver lá há uns anos. A curiosidade nunca tinha sido grande, a fama não era a suficiente para me suscitar curiosidade, as palavras lidas pelas internets eram poucas ou inexistentes e, mesmo com a chegada da Zomato, nunca olhei para este restaurante como uma opção interessante. Até ao dia em que estava na zona e apetecia sushi, criando-se assim a oportunidade ideal para conhecer o espaço e um sushi que até tem umas reviews positivas.
O Sushiway é bastante conhecido pelo seu Festival de Sushi, um serviço em que nos deixamos entregues nas mãos do sushiman para um Hot Roll + Sushi to Sashimi variado (até um máximo de 30 peças por pessoa) por um valor inferior a 20€/pax. Ando cada vez mais desiludido com este tipo de serviço, em que nos deixamos ir nas mãos dos responsáveis pela cozinha por um preço apelativo. 
Aqui decidi escolher à carta, sabendo que isso ficaria mais caro, mas tendo eu a liberdade de escolher o que quiser comer. Ainda que isso não tenha ficado muito longe do que é o Festival de Sushi... mas aí a culpa já é minha.
Começámos a refeição com uma Sopa Miso Shitake irrepreensível, onde se notava a profundidade do caldo, reconfortando o estômago com todo o umami lá presente. Excelente início de refeição e a colocar as expectativas altas.



Também muito bom o Hot Ebi Roll que está incluído no Combinado Sushiway de 38 peças. Exterior perfeitamente frito, sem um pingo de gordura a mais, com um nível de criatividade médio mas de boa execução.



Mas o principal, as 30 peças restantes do combinado, foram uma desilusão! A qualidade do atum deixa muito a desejar, principalmente nas fatias de atum braseado que serviram. Felizmente o salmão já era decente, mas a variedade de peixe acabava aqui! Tanto os uramaki como os gunkans eram simplesmente banais. Tirando um rolo com um bom apontamento de feijão verde em tempura, tudo o resto roçava a mediocridade. O arroz era medíocre, a creatividade idem (algo essencial se querem fazer sushi de fusão) e a execução não fugia à regra.



No outro dia visitei um Sakura, e a conversa fluiu para o facto de já ter ficado bem melhor impressionado com o Sakura do que naquele momento. Mas na altura em que ficava impressionado, era uma altura em que os meus padrões de qualidade ainda se estavam a descobrir. Aliás, nunca param de se descobrir! Mas, tal como o tempo é irreversível, também aquilo que para mim ontem era bom sushi, hoje pode já não o ser por ter conhecido algo melhor. E, tal como no tempo, quando isso acontece é impossível voltar atrás. Talvez houvesse um tempo em que poderia achar o sushi do Sushiway alguma coisa boa e inovadora, mas hoje, acho-o só medíocre e banal. Excepto a sopa! A sopa era mesmo muito boa!

Sushiway
Parede, Portugal
Sushiway Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 19 de Agosto 2016

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Rabo d'Pêxe (Saldanha)

O Rabo d'Pêxe é um daqueles restaurantes mediáticos e que andam constantemente nas bocas do mundo. A sua abertura, no final do ano de 2015, guiada pelo chef Filipe Rodrigues (ex-Sea Me) rapidamente fez as redes sociais vibrar com reviews positivas. Mas, passados perto de 6 meses, Filipe Rodrigues deixou o leme do barco e entrou, para o seu lugar, um dos mais conceituados chefs portugueses, principalmente no que toca a gastronomia asiática, Paulo Morais (ex-Umai)! Com tudo isto, a expectativa não podia ser maior.
À entrada do restaurante assustei-me um pouco. Abri a porta para uma sala vazia, mas rapidamente fui encaminhado para a minha mesa, que se encontrava no jardim interior do restaurante. Espaço muito giro, dando a real sensação de um jardim (e que deverá ser fantástico para almoços solarengos ou noites quentes) mas a sua acústica não é muito boa, acabando por tornar o espaço algo barulhento. O serviço foi bastante simpático mas notava-se inexperiência e alguma atrapalhação. Para mim, num restaurante desta gama, estou à espera de receber uma resposta rápida quanto a dúvidas na ementa ou quando pergunto que peixes estão no prato de sashimi que me serviram. Aliás, idealmente, nem teria que perguntar...
A influência de Filipe Rodrigues parece notar-se ainda por toda a ementa e conceito do restaurante. O Rabo d'Pêxe tem um conceito bastante parecido ao Sea Me, com o foco nos produtos marítimos (neste caso, sendo boa parte vindo dos Açores) e igualmente com uma abordagem maioritariamente asiática que consegue agradar a gregos e troianos.
O Couvert é composto por um cesto de pão simpático, um óptimo azeite, uma boa manteiga de algas e uma manteiga de sapateira que mais parecia um patê.



O Sashimi Matsu apresentou peixe de excelente qualidade, servido sobre uma cama de gelo. Fantástico o Robalo, o Salmão e o Pregado e, num nível ligeiramente mais baixo mas ainda assim bastante bom, o Atum (ainda que a cor pudesse dar a entender o contrário) e o Carapau. Excelente pormenor e atenção da casa ao servir mais do que as 15 peças anunciadas, pois se é prato para 2 pessoas dividirem, então deve-se adaptar o número de fatias para que ambas possam ter a mesma experiência. 



O melhor da noite, e o mais surpreendente, foi o Dueto d'Tártaros! Um fantástico tártaro de novilho com gema de ovo curada, complementado com uns cogumelos shimeji, dando-lhe um ar florestal. Um genial tártaro de ostra com o uso da clara do ovo num merengue. E a surpresa da noite foi quando quem nos estava a atender disse que era recomendado pela cozinha a junção dos dois tártaros. O nosso ar céptico deve ter revelado bastante do que nos passou pela cabeça na altura mas lá seguimos o conselho e acabámos por ficar extremamente bem impressionados. Não sei se será melhor o conjunto do que a separação das partes mas qualquer das vertentes é fantástica!



Entre os tártaros e os restantes pratos houve uma demora considerável porque decidiram condensar o pedido de 3 nigiris e 3 gunkans num só prato mas, infelizmente, isto levou a uma espera de cerca de 20 minutos por 12 peças!
O Gunkan de Ananás dos Açores com Caranguejo de Casca Mole faltava-lhe textura principalmente mas também o sabor do ananás se sobrepôs ao do caranguejo, ofuscando-o completamente.



O gunkan para o qual estava mais curioso, e que ao mesmo tempo mais me desiludiu, foi o Gunkan de Pêxe Branco com Fígado de Tamboril e Chutney de Abóbora. Conceptualmente pareceu-me fantástico, ainda para mais porque gosto bastante de fígado de tamboril (esse foie gras dos mares!), mas depois a concretização senti que não estava à altura das minhas expectativas. No primeiro segundo fiquei maravilhado com a riqueza do fígado caramelizado mas depois apercebi-me que já estava a uma temperatura bastante ténue e que isso não ajudava a peça. Mas até aqui ok, o problema surgiu quando o sabor do chutney de abóbora se apoderou do meu palato e tornou tudo excessivamente doce.



Fantástico foi o Gunkan de Presunto de Novilho com Bivalves à Bulhão, numa peça claríssima de fusão onde tudo funcionou na perfeição!



No campo dos Nigiris, também alguns altos e baixos. Achei o Nigiri de Cogumelo Grelhado apenas simpático mas muito abaixo do potencial que tem e que imaginava. O cogumelo pouco trabalhado e a composição da peça a revelar alguma fragilidade na componente do arroz, desfazendo-se muito facilmente.



Algo completamente obrigatório no Rabo d'Pêxe, assim como o é no Sea Me, é o Nigiri de Sardinha (sobre o qual já falei aqui). A simplicidade de um filete de sardinha, assado com um maçarico e terminado com flor de sal, que no entanto desperta todos os nossos sentidos de forma complexa... Simplesmente fantástico e com sabor a Verão!



Mas onde fiquei assoberbado foi com o Nigiri de Carabineiro. A pujança e pureza do carabineiro é perfeita. Dá vontade de fazer uma refeição só com estes nigiris.



A ementa do Rabo d'Pêxe é extensa mas bastante apelativa, apresentando qualidade em quase tudo o experimentado. Fica a vontade de regressar e experimentar tudo o resto.

Rabo d'Pêxe
Avenida Duque de Ávila, 42
Lisboa, Portugal
Rabo d'Pêxe Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
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Preço Médio: < 50 €
Data da Visita: 15 de Maio 2017