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terça-feira, 12 de julho de 2016

Jantar Vínico Casa Agrícola Horácio Simões @ Academia Time Out (Mercado da Ribeira - Cais do Sodré)

A Academia Time Out não é um restaurante, mas foi aqui que comi uma das melhores refeições de 2015. E, espante-se, essa refeição foi maioritariamente cozinhada por mim. Ao seguirmos as criteriosas instruções do Rodrigo, curador da Academia e responsável pelo foodie.pt, vamos sentir-nos como verdadeiros Masterchefs!
Mas porquê pagar para fazer o nosso próprio jantar? Porque não estamos a pagar para cozinhar mas sim para termos uma viagem de aprendizagem sobre técnicas e ingredientes. O Rodrigo é um verdadeiro poço de conhecimento e vai-nos transmitindo e guiando durante todo o workshop, sempre com boa disposição e um entusiasmo enorme por boa comida.
Neste caso, tive a felicidade de ganhar um passatempo para o Jantar Vínico da Casa Agrícola Horácio Simões, um produtor da zona de Palmela, com um grande ênfase nos seus vinhos generosos, ou seja, o moscatel.



Não consegui acompanhar todos os vinhos que foram experimentados mas posso-vos resumir a experiência em 4 ou 5 Moscatel (1 com a entrada e os restantes com a sobremesa), 2 Brancos e 2 Tintos. Todos excelentes mas realmente a qualidade sobressai nos generosos, onde o responsável pela Casa nos ia explicando as diferenças entre os vinhos, e explicando-nos algumas das notas bases que podemos (e devemos) reparar nos vinhos que provamos. O único (infelizmente) que ficou registado foi o que abriu a noite,



O jantar começa com um 'Ovo Perfeito' com Croutons de Bacon e Alho Assado, sendo este prato feito pela equipa Time Out. O que é isto de um ovo perfeito perguntam vocês? Não é mais que um ovo escalfado a 64º durante cerca de 40 minutos! O tempo e a temperatura ideal para uma clara e uma gema perfeita. A cremosidade da gema contrastava na perfeição com os croutons de bacon e alho assado, e aquelas esferas perfeitas não são (como aparentam inicialmente) ovas de salmão (ou ikura) mas sim caviar de chilli que nos despertava os sentidos a cada colherada. Bastou a primeira colherada para que ficasse com vontade de fazer vénias a toda a equipa da Academia (composta pelo Rodrigo, a Teresa e a Catarina).




O primeiro prato por nós cozinhado foi um Atum Braseado com Créme Fraiche e Legumes Grelhados. Deixem-me aqui ressalvar que os ingredientes que vão encontrar à vossa disposição são do melhor que podem encontrar, seja num restaurante ou para cozinhar dentro da vossa casa. E disso mesmo é prova este naco de atum, que de quase nada precisa para ficar perfeito. Nada, exceptuando claro, as preciosas indicações que nos vão dando. O que cortar, como cortar, quando virar, quando repousar. Os timings estão todos lá e no final temos um prato digno dos melhores restaurantes de Lisboa! Todas as garfadas me deixaram com um sorriso na cara e, vamos ser sinceros, comer é das melhores coisas do mundo e aqui come-se muito bem!






O segundo prato da noite foi um belíssimo Magret de Pato (onde o Rodrigo nos explica a diferença entre um verdadeiro Magret e um normal peito de pato) com Legumes Grelhados. Outra vez legumes grelhados?? Pouco importa isso quando temos legumes tão bons e queremos deixar a proteína brilhar. Mais uma vez, todas as instruções perfeitas para que o magret ficasse suculento, e ainda recebemos algumas dicas úteis para fazer um melhor empratamento. Se vissem o tipo de empratamento que faço em casa perceberiam o quão úteis estas dicas são para mim!





No final, veio aquele que foi o momento menos bom, com a Bolacha, Mousse de Chocolate e Caramelo Salgado. A combinação faz sentido e brinca com os nossos sentidos puxando o doce e o salgado, mas o caramelo estava um pouco salgado de mais, acabando por se tornar avassalador.



Existem muitas mais histórias por descobrir, e já voltei à Academia depois desta sessão mas essas histórias ficarão para outras núpcias. Uma coisa consigo garantir-vos, todas as vezes que lá forem vão sentir que saem de lá mais ricos e mais felizes. Assim foi comigo e, acredito, que assim será convosco.

Academia Time Out
Lisboa, Portugal
Academia TimeOut Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Foodspotting
Facebook
Preço Médio: Depende do workshop mas a maior parte custa 35€

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Solar dos Pintor (Loures)

A Zomato entrou na vida dos foodies em Portugal e rapidamente marcou a sua posição, tanto pela qualidade que apresentam no seu produto, como pela forma como mimam os seus utilizadores mais frequentes com coisas como os Foodie Meetup ou uns convites que nos enviam para irmos experimentar alguns restaurantes, como foram os casos que já relatei do Vasku's Grill ou do Dom Henrique
Desta vez, a Zomato decidiu presentear-me com a oportunidade de conhecer um restaurantes perdido nos arredores de Loures, o Solar dos Pintor. Claro que tratei de fazer a minha investigação sobre o que esperar do restaurante e encontrei algumas coisas interessantes que, felizmente, acabaram por se revelar verdadeiras.
Mal entrámos, a primeira pergunta que nos fizeram foi "Que vinho vão desejar beber a acompanhar a refeição?". Isto deixou-nos um pouco surpreendidos mas, sabendo de antemão que a casa tinha uma boa garrafeira, preferimos deixar nas mãos da nossa anfitriã a escolha do vinho. E foi assim que veio para a mesa uma garrafa de um vinho produzido a apenas 1 Km do restaurante, um tinto Quinta das Carrafouchas de 2009. Óptima recomendação, servido a boa temperatura e que acompanhou bastante bem a refeição. Não me alongo muito mais sobre isto porque não é uma área da qual perceba muito.


A primeira coisa que nos salta à vista na ementa que nos trazem é a pouca variedade de oferta, com cerca de 6 pratos principais, algumas entradas e pouco mais. Outra coisa em que logo se repara é o preço dos Pratos do Dia (6€), deixando antever uma refeição barata. Não sei se existem outras opções, pois a ementa que nos foi entregue não mencionava mais nenhuma e, sinceramente, não tivemos curiosidade em perguntar.
Na mesa, apresentam-se uns Salgados de fritura irrepreensível. Os pastéis de bacalhau fantásticos, com boa proporção dos ingredientes, sendo o bacalhau a estrela mas sempre bem acompanhado da batata e da cebola. Já os rissóis, apesar da já referida fantástica fritura, tinham um recheio menos interessante, com apenas creme de marisco mas sem qualquer amostra de criatura, seja camarão ou qualquer outro animal marinho.


Chega então a primeira entrada, um prato de Enchidos Mistos, mas que na verdade continha apenas chouriço de sangue. Ainda que fosse um enchido muito bom e saboroso, sentimos falta da variedade esperada, para podermos variar e para que não se tornasse muito enjoativo. Os grelos ajudaram a contrabalançar os sabores fortes do chouriço.


Pedimos ainda a Canja de Pato, uma sopa a lembrar as da avó. Caldo simpático ainda que pudesse ser mais apurado, com o arroz cozido na sopa, sendo este o pormenor que mais me recorda as sopas das avós, e com a carne desfiada a ser substituída pelos miúdos da ave, uma preferência que foi crescendo em mim com a idade. 


Tendo pedido dois pratos principais para dividir, foi-nos prontamente sugerido que estes viessem separadamente para termos tempo para os apreciar à vez. Assim chegou o prato de peixe, a Dourada Grelhada, com um ponto de grelha impecável. Adoro quando o peixe vem escalado e com uma crosta junto à espinha, que retiramos, trincamos com a dose de prazer semelhante a quando atacamos a pele de um frango assado, e depois nos é revelada toda uma quantidade de carne suculenta por baixo. Eu sei que é estranha a comparação entre uma dourada grelhada e um frango assado, mas faz algum sentido.


Mas o prato que mais marcou foram as Burras à "Pintor". Estufadas até se poderem comer à colher e com bastante sabor, apenas mereciam umas batatas fritas melhores. Tive pena que este prato chegasse só no fim da refeição, quando já estava completamente cheio. Só por esse motivo, a travessa não foi completamente vazia para a cozinha. Por estas bochechas vale a pena toda a travessia até Santo Antão do Tojal.


Não havendo espaço para a sobremesa, pedimos, com os cafés, uma das imagens de marca da casa, as Queijadas de Leite ou Manjoeiros. Macias, húmidas, de comer e chorar por mais. Um culminar fantástico para uma refeição muito boa. Com o café tivemos a oportunidade de falar com a dona (e responsável pela cozinha), que tinha o interesse de saber o que tínhamos achado, pedindo desculpa pela demora dos pratos, pois a sala estava cheia, e pedindo desculpa pela falta de variedade no prato de enchidos, pois tinham acabado durante o almoço.


Este é realmente um recanto perdido, com boa comida, boa bebida e que só peca por ser tão longe, mas é claramente um espaço merecedor de uma visita. Uma casa humilde, de comida honesta, saborosa e caseira. 
Se forem um grupo grande, o estabelecimento tem uma sala onde realizam jantares de grupos mais reservados e até provas vínicas.

Solar dos Pintor
Santo Antão do Tojal, Portugal
Preço Médio: < 20 €