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segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Dom Tacho (Campo Pequeno)

Este ano a Comic Con mudou-se para o Passeio Marítimo de Algés, depois de uma estadia de 4 anos na Exponor, em Matosinhos. Ora, como bom nerd que sou, não podia falhar, tal como não falhei ainda nenhuma das Comic Con Portugal! Ir à Comic Con era sempre uma oportunidade para experimentar novos restaurantes (ainda não falei de muitos deles aqui mas deixo-vos um só nome - Esquina do Avesso) e experimentar uma nova francesinha. Com a mudança para Oeiras, bem perto de casa, deixei de sentir tanto a necessidade de ir experimentar novos sítios, pois é algo que já faço regularmente nesta zona!
Ainda assim, senti falta de sair da Comic Con e ir comer uma francesinha (manias, vá-se lá saber porquê). Por isso, no final do terceiro dia, saímos do recinto e fomos experimentar uma das mais afamadas francesinhas da capital. 
A discussão sobre a melhor francesinha é um daqueles tópicos que nunca levará a lado nenhum. Cada um tem uma preferência diferente, consoante os seus próprios gostos, e não existe consenso estejamos nós a falar da melhor francesinha do Porto, Lisboa ou, muito menos, país! Para mim, a melhor que já experimentei no País (e consequentemente do Porto) está no Francesinha Café (aqui) e a de Lisboa encontra-se na Casa das Francesinhas (aqui). Mas existem muitos locais que me faltam conhecer, sendo que um deles era este Dom Tacho, na zona do Campo Pequeno.
Atendimento castiço, com uma simpatia próxima da nortenha, num espaço pequeno e sem grandes notas de destaque. Iniciámos as hostilidades com uns Salgados fraquinhos. Chamuça pequena, com um recheio bastante seco e sem grande sabor. Um pouco melhor o Croquete de Presunto, a tentar inspirar-se em "nuestros hermanos", mas com o recheio pouco guloso (adoro croquetes, mesmo as versões espanholas), pouco cremoso e com pouco sabor a presunto.


Mas a estrela da casa não desiludiu! A Francesinha Especial apresenta-se numa dose que até parece pequena à primeira vista mas revela-se ser mais do que suficiente para uma pessoa de apetite normal. Chega à mesa bem encasacada, com muito e bom queijo, a esconder um ovo bem estrelado, pão torrado e um recheio de bom nível, excepção feita ao bife. Acho, honestamente, que os bifes são os pontos fracos das francesinhas. Exceptuando no Francesinha Café, onde nos servem um bom e alto bife médio-mal, a maior parte dos locais serve um bife fino e excessivamente passado, acabando por se tornar pouco interessante e deixando todo o brilho para a linguiça e a salsicha fresca. Foi o que aconteceu aqui, com a linguiça e a salsicha a terem o seu espaço para brilhar, pois eram de um nível acima da média. Por último, mas o ponto que para mim é o mais relevante, o Dom Tacho tem um excelente molho! Picante qb, mais puxado ao tomate mas não revelando um excesso do mesmo, de cerveja ou de creme de marisco, equilibrando-se bem com o recheio da francesinha e servindo o propósito de acolher e banhar cada batata que nele mergulhávamos. Pena as batatas não serem fantásticas, acabando por cumprir o seu papel mas podendo ser bem melhores.


Finalmente, uma francesinha na zona de Lisboa capaz de rivalizar com a Casa das Francesinhas. Não está ao nível de muitas na invicta mas a verdade é que estamos aqui perante um muito bom exemplar.

Dom Tacho
Lisboa, Portugal
Dom Tacho Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 08 de Setembro 2018

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Saikō (Campo Pequeno)

Não sabia bem o que esperar deste convite para ir conhecer o Saiko Campo Pequeno. A sua abertura criou bastante curiosidade. Seria este um espaço réplica do Estoril (de que já falei aqui)? Só isso já é sinónimo de muita qualidade e o melhor sushi de fusão que a cidade de Lisboa já testemunhou! Mas uma cópia exacta não seria o suficiente para me fazer deslocar propositadamente até Lisboa, já que o Estoril é mais prático para mim.
Até que, em conversa com a pessoa que me convidou, percebi que a carta tinha também evoluído, sempre com a consultoria do chef Péricles Lacerda (que acompanho desde os tempos do Tamagoshi). As condições são outras e é natural que exista esta evolução mas tinha que lá ir para experimentar e verificar isto por mim próprio.


O Couvert é muito semelhante ao que já tinha experimentado anteriormente e continua delicioso. Aquelas folhas de endívia deixam-me sempre rendido.


Já tinha visto este tipo de pratos várias vezes mas, vá se lá saber porquê, nunca tinha tido a curiosidade de o experimentar. Felizmente nesta noite a ementa não foi escolhida por nós, e este Nasu Dengaku é a primeira entrada que nos chega à mesa. Um prato delicado, com a beringela a ser simplesmente glaceada com o molho dengaku (um molho à base de miso), o que lhe dá uns excelentes toques salgados e adocicados.


O Kimuchi Moriawase é um contraste de sabores grandes, com os vários peixes perfeitamente envolvidos no molho ligeiramente picante, mas que se balanceia perfeitamente com a acidez do sunomono, a cama de pickles de pepino que estava no fundo do prato. Qualquer um dos três peixes (salmão, atum e peixe branco - que não me recordo qual era neste dia) de uma frescura exemplar e ajudados ainda pelo molho ponzu, que lhe confere acidez e doçura.


Como já conhecia a casa do Estoril, adaptaram o menu que me foi servido, dando-me a conhecer vários pratos novos, com maior incidência nos pratos quentes. Daí esta ter sido uma refeição com pouco sushi, mas ainda assim excelente, como foi caso deste Maguro Chili! É nestes pormenores que o sushi do Saiko está a anos luz da maior parte das fusões manhosas que por aí se vê. Não é preciso molhos que disfarcem e tapem completamente os restantes sabores. É preciso saber combinar as coisas para que se enalteçam os ingredientes. Neste caso, excelente uso de sriracha, que combina lindamente com o atum, e a piada de ter no exterior massago arare (pequenas pérolas de arroz crocante) a complementar o arroz do sushi.


Chegamos aos pratos que diferenciam as duas casas, com uma aposta maior nos pratos quentes japoneses neste novo espaço, muito devido às melhores condições da cozinha aqui existente. A Ebi Soba é um prato que faz, por si só, uma refeição consistente. Boa massa de trigo sarraceno, excelente ovo com a gema ainda meio líquida, os legumes e algas cozidos ainda com aquela ligeira resistência à dentada, só para dar textura... mas tudo ficou meio ofuscado pelo óptimo caldo e pelo fantástico camarão panado! Só tive pena que não houvesse mais camarões porque estava verdadeiramente viciante.


Por falar em viciante, a Yaki Hotate, uma espetada de vieiras (que pareciam zamburinhas tão pequenas eram) com cogumelos shitake, foi uma verdadeira surpresa. A mostrar, uma vez mais, uma das novas possibilidades da nova cozinha, com a introdução de pratos yakitori na ementa. Concretização fantástica, com a vieira cozinhada na perfeição e a ligar bastante bem com a intensidade dos shitake, tendo os sabores sido ainda balanceados pela adição do molho tarê.


Assim tinha acabado o menu de pratos que estava definido mas, sendo a primeira vez que a minha companhia visita um Saikō, não podia deixar que saísse do restaurante sem experimentar aquele que é o meu prato favorito, o Gunkan Egg. É a perfeição num gunkan só, com a gema a explodir-nos na boca e a desencadear pequenos gemidos de prazer.


As sobremesas chegaram em forma de Pijaminha, com algumas já bem conhecidas da minha parte, mas que não desiludiram em nada, havendo-as para todos os gostos. Excelente gelado de sésamo (Goma Aisukurïmu), com uma profundidade de sabores que não esperava. Menos fantástico, mas ainda assim bom, o gelado de chá verde. Voltamos ao campo do excelente com o Ryôri de Lima, parecido com um cheesecake mas feito com natas, e o Müsu de Maracujá! Excelentes as texturas e os sabores.
A Mousse de Chocolate foi alvo de grandes elogios por parte da minha companhia, dizendo que a fazia lembrar da mousse da mãe dela. Que maior elogio existe quando o que estamos a comer nos traz à memória momentos familiares? 
As duas versões de cheesecake (Chizukeki Saikō), apresentados sem uma base fixa mas sim bolacha esfarelada espalhada à volta, de uma textura aveludada fantástica e com óptimos toppings.


O Saikō continua memorável e continua a superar-se a si próprio. Esta ambição é de louvar e esperemos que não fique por aqui! A minha dificuldade agora vai ser escolher entre o Estoril e o Campo Pequeno!

Saikō Campo Pequeno
Praça do Campo Pequeno, 602
Lisboa, Portugal
Saikō Campo Pequeno Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
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Preço Médio: < 50 €
Data da Visita: 23 de Janeiro 2018

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Arigato Sushi Arena (Campo Pequeno)

O Arigato é, muito provavelmente, dos restaurantes de sushi All You Can Eat mais famosos da cidade de Lisboa. O seu sushi de fusão em modo Buffet, é dos que apresenta melhor relação qualidade/preço, tal como já tinha referido aqui
Por vezes dá-me vontade de ingerir peças de sushi como se não houvesse amanhã e foi num destes momentos que decidi ir experimentar o Arigato do Campo Pequeno, localizado no edifício da Praça de Touros.
A lógica é semelhante à do seu "irmão", existindo um balcão com vários exemplares e, pareceu-me, com o mesmo tipo de variedade, onde nos podemos servir as vezes que quisermos e escolhendo o que queremos (ou não) comer.
O peixe era de uma qualidade bastante aceitável, o que se percebe ao observarmos a roda viva de pessoas que passa por aquele balcão, mas achei a execução melhor no Parque das Nações ainda que os exemplares aqui experimentados fossem bastante competentes.


De forma geral, bom arroz, bom peixe e combinações seguras ainda que não totalmente inovadoras. Como muito foi experimentado (e não anotei exactamente tudo) é difícil ser exaustivo mas destaco, pela positiva, o nigiri de atum com cebola, o uramaki com salmão e togarashi e o sashimi. Já pela negativa o nigiri de polvo e as peças com pele de salmão, que se apresentava mole.


O serviço neste tipo de contexto é sempre algo impessoal, devido à pouca interacção mas ainda assim foi simpático. Continuam a abrir casas de sushi com serviço All You Can Eat, e não consigo dizer qual será a melhor, mas a cadeia Arigato é uma aposta segura para quem quer encher o bandulho com sushi fugindo às cadeias tipo Nagoya (agora Sushicome)!

Arigato Sushi Arena
Praça de Touros do Campo Pequeno, Loja 605
Lisboa, Portugal
Arigato Sushi Arena Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
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Preço Médio: < 30 €

segunda-feira, 23 de março de 2015

O Nobre / Spazio Buondi (Campo Pequeno)

O Nobre é, sem dúvida alguma, um dos restaurantes mais famosos na cidade de Lisboa. Não só por ser chefiado pela chef Justa Nobre, uma verdadeira estrela no pequeno mundo dos celebrity chefs portugueses, ou pelo famoso buffet de Cozido à Portuguesa que é servido aos almoços de domingo (apenas no Inverno, se não me engano), mas por ser um dos bastonários da comida tradicional portuguesa, com especial influência transmontana.
Já tinha tido a oportunidade de experimentar o buffet há uns anos e lembro-me de ter ficado bastante satisfeito com a qualidade da refeição em si, mas sempre tive curiosidade em voltar. Essa oportunidade surgiu quando ganhei um passatempo Zomato, num dos muitos blogs que sigo. O convite era para experimentar o Menu da Chef, que acredito ser equivalente ao Menu de Degustação que existe na carta do restaurante.
No início da refeição perguntaram-nos se desejaríamos ver a carta ou nos iríamos deixar levar pelas sugestões da casa. Claro que optámos pela segunda opção, e prontamente nos foi perguntado se tínhamos algumas restrições alimentares, pergunta essencial neste tipo de menu. Todo o serviço foi bastante prestável e simpático, sem ser intrometido, e colocando-nos sempre à vontade.
Começámos a refeição com um fantástico Presunto Pata Negra Joselito. Boa cura, bem cortado e com um bom nível de gordura presente nas fatias. Não há dúvidas que comer presunto de qualidade é um dos grandes prazeres da vida...


O presunto não esteve presente apenas em fatia, com umas Tostas com Manteiga de Presunto e Ervas a chegarem à mesa bastante estaladiças e gulosas. Apreciei a ausência de vergonha na altura de colocar a manteiga na tosta. Uma tosta quer-se bem barrada e com a manteiga derretida a cair pelas extremidades.


Petiscámos ainda uma Salada de Favas com Chouriço, uma versão refrescante do prato favorito de José Cid. De destacar o excelente chouriço, assim como a qualidade das favas usadas. Frescas, bem cozinhadas e com um tempero exemplar. Tudo conjugado resultou num prato simples e bastante saboroso.


Não é só a qualidade dos produtos que é notável, mas também a execução dos pratos em si, algo que foi notório quando alguém que não gosta de iscas (a minha excelsa cara-metade, que cada vez mais abre os seus horizontes gastronómicos) decidiu experimentar e repetir umas surpreendentes Iscas de vitela. Cortadas de forma muito fina, perdem toda a sua textura farinhenta, sendo depois temperadas com azeite, vinagre, alho e salsa.


Eis que chega um dos pratos icónicos do restaurante, a Sopa de Santola. Servida na própria carapaça, é um creme de marisco de sabores claros, simples e com uma cremosidade exemplar. Aliás, os elementos cremosos estiveram, ao longo de toda a refeição, sempre perfeitos na sua consistência, uma amostra da perfeição técnica da cozinha de Justa Nobre. Esta sopa aqueceu-nos a boca e o espírito. Agora consigo perceber o porquê da fama desta sopa, e apenas posso afirmar que é totalmente justificada.


O prato do mar, a Empada de Lavagante, continuou a revelar alguns pormenores de execução brilhantes. Massa bem cozinhada e estaladiça, recheio cremoso e com a proteína a revelar-se cozinhada na perfeição. Uma empada fantástica (a lembrar mais uma empanada) em toda a sua complexão. Acompanhou com legumes (courgette, cenoura, nabo, beterraba e couve-flor) simplesmente cozidos, parecendo depois terem sido borrifados com azeite. Visualmente, apresentavam um brilho que se traduziu também em sabores brilhantes. Nunca na minha vida comi legumes cozidos que fossem tão gulosos!


Até aqui tudo tinha deslumbrado e não foi diferente com o prato de carne, umas Bochechas de Porco Bísaro com Puré de Castanhas. Um puré uniforme, sem vestígio de granularidade e exímio tanto no sabor como na execução. As bochechas, cozinhadas até ao ponto em que as podemos comer com uma colher, estavam perfeitas também no nível de tempero. Um prato muito consistente e que é representativo das influências transmontanas na cozinha de Justa Nobre.


Já a rebentar pelas costuras e desejando apenas uma sobremesa pequena, chega-nos à mesa um Pijama! Ainda que em doses moderadas, as quatro sobremesas juntas ultrapassavam a nossa quota disponível, mas lá se fez o esforço e acabou por não sobrar nada. Tarte de Castanhas bem executada mas a desiludir um pouco no sabor, quando comparado com o puré de castanhas do prato anterior. Cheesecake muito amanteigado e a precisar de alguma acidez para contrabalançar o creme, mesmo considerando as raspas de laranja e lima presentes. Pudim Abade de Priscos e Sopa Dourada muito bons mas tendo um nível de açúcar (próprio destes doces) que o meu corpo tem dificuldade em ingerir em grandes quantidades. Apesar de boas, as sobremesas não estiveram ao mesmo nível dos restantes pratos.


Com o café uns caseiros Mini Pastéis de Nata. Mais uma vez, parece que nada falha na execução técnica dos pratos, com um recheio cremoso e saboroso a preencher um invólucro perfeitamente cozinhado e crocante.


A consistência apresentada em todos os pratos não é fácil de alcançar. O Nobre prima não só pela execução como pela qualidade dos produtos que confecciona, e assim se percebe o sucesso (justificado) que o restaurante tem ganho nos últimos anos. Pode não ser um restaurante barato, mas vale uma visita para podermos apreciar e testemunhar a qualidade da comida.

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O Nobre / Spazio Buondi
Avenida Sacadura Cabral, 53B
Lisboa, Portugal
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Preço Médio: < 50 €