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domingo, 4 de fevereiro de 2018

Tomba Lobos (Portalegre) @ Mesas Bohemias

José Júlio Vintém é um dos chefs alentejanos com mais prestígio pelo país. Um homem grande (literalmente), que teve durante muitos anos um dos melhores restaurantes alentejanos no país, mais concretamente em Portalegre, o Tomba Lobos. Tinha? Bem... sim, tinha, pois a verdade é que após um interregno entre 2012 e 2014, reabriu. Mas as mais recentes notícias é que o restaurante voltou a encerrar temporariamente, estando o chef agora dedicado a um projecto de petiscos, também em Portalegre, chamado Na Boca do Lobo.
Introduzido o restaurante convidado, falemos agora do contexto em que o conheci. Trabalhar no Porto deu-me a oportunidade de ir às Mesas Bohemias (conceito de que já falei aqui) da invicta, e poder assim conhecer ainda mais restaurantes!
A refeição iniciou-se com uma das coisas mais gulosas que já experimentei. As Pétalas de Toucinho são pura gordura suína (também chamado lardo), levemente cozinhadas, em cima de uma estaladiça fatia de pão torrado e terminado com tomilho. É trincar e sentir toda a potência deliciosa a invadir-nos a boca e a activar seriamente as nossas papilas gustativas.


Estamos perante um alentejano de gema, ainda que determinado a elevar um pouco a comida tradicional da região, mas mantendo sempre os sabores que tão bem conhecemos e adoramos. Exemplo perfeito disso são os Pezinhos de Coentrada, totalmente já desmanchados mas perfeitamente balanceados em todo o seu esplendor.


Excelente também a Alhada de Cação, com o seu aromático, saboroso e denso caldo em conjunto com generosos pedaços de cação. Ainda que fosse o prato mais leve da refeição, ou não fosse uma sopa, a verdade é que é uma sopa consistente e que facilmente se poderia tornar uma refeição.


Terminámos o capítulo salgado com um dos maiores representativos da gastronomia alentejana, as Migas de Tomate e Farinheira com Entrecosto (na verdade eram 3 cortes diferentes mas não me recordo exactamente de quais). Um prato pesado, de muitos sabores intensos e sem nada para cortar mas que para mim funciona, ainda que saiba que pode-se tornar enjoativo para alguns.


Depois de uma farta refeição, era necessário cortar um pouco com a comida pesada e experimentámos um ligeiro e delicioso Pudim de Queijo Fresco com Doce de Pêssego (acho). Revelou-se um final harmonioso para mais uma memorável refeição proporcionada pelas Mesas Bohemias!


O conceito é maravilhoso. A atmosfera é sempre boa. A comida é fantástica. Norte ou Sul de Portugal, desde que cá esteja, tenciono estar em todos os Mesas Bohemias.

Tomba Lobos
Bairro da Pedra Basta, Lote 16, R/C
Portalegre, Portugal
Foodspotting
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Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 14 de Setembro 2017

domingo, 5 de fevereiro de 2017

A Curva (Caxias)

Há restaurantes que não tenho bem noção qual o primeiro contacto que tive com eles. Surgiram nalgum momento que não me recordo, cativaram e entraram na minha lista como referência a visitar. De vez em quando acabam por cair no esquecimento e ficam perdidos numa infinidade de referências gastronómicas em Portugal, mas A Curva foi-me sempre ficando na memória como algo a visitar brevemente, pelo tipo de comida, proximidade a casa e preços praticados. 
De fora, é um restaurante que passa completamente despercebido. Já tinha passado naquela rua várias vezes e nunca me tinha apercebido que existia ali algo interessante. Até entrar esperava encontrar um tasco com balcão de metal, copos de três e outros clichés tasqueiros afins. Mas enganei-me e ao passar a porta entro numa casa bonita, bem iluminada e com engraçados toques decorativos a puxar a temática alentejana que caracteriza este restaurante.
As hostilidades nem começam muito bem com o pão, para mim um dos grandes representantes da cultura gastronómica alentejana, a ser de qualidade mediana, tal como os torresmos que apesar do bom sabor, faltava-lhes a textura estaladiça que aprecio.
Já a Salada de Ovas foi servida numa dose generosa e de bom tempero, numa versão mais aproximada ao escabeche do que a tradicional salada de ovas.


Como bom restaurante alentejano, as doses são realmente bem servidas, como é prova a dose (para 2) de Migas Alentejanas com Espargos, Entrecosto Frito e Enchidos, que deu para duas pessoas jantarem e ainda trouxe para o meu almoço do dia seguinte. Excelentes migas e excelentes enchidos, só a carne não era fantástica ainda que fosse bastante boa, mas estava um pouco seca. 


Já cheios e a abarrotar, mas a precisar de algum aconchego doceiro, aceitámos a sugestão do Bolo Conde de Alcáçova, uma sobremesa menos doce que as restantes opções (que andam à volta de Encharcada, Pão de Rala e outros nomes típicos das fantástica sobremesas conventuais alentejanas). Boa crosta e um recheio de bolo bem equilibrado e integrando doce de chila e amêndoa.


Um bom restaurante e uma agradável descoberta em Caxias, com comida agradável e a bons preços.

A Curva
Caxias, Portugal
A Curva Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 26 de Janeiro 2017

domingo, 2 de outubro de 2016

Tranche de Bacalhau Fresco Confitada com Pesto de Coentros em Cama de Migas de Tomate e Chouriço

Quem costuma seguir este irregular espaço de publicações, sabe que não me dedico à arte de fazer receitas. A paciência em criar algo e fazer uma "ficha técnica" para depois publicar, não é uma tarefa que me atraia. Admiro as pessoas que o fazem regularmente e que conjugam a receita com fotos apelativas (e não admiro, de todo, as pessoas que se limitam a copiar e traduzir receitas e imagens de outros blogs), mas não é algo que me veja a fazer regularmente. Se, para mim, escrever tem sido difícil quanto mais conseguir fazê-lo regularmente com receitas que me possa sentir orgulhoso de colocar num local público. 
Isto tudo para dizer que apenas o estou a fazer porque aceitei o desafio da Iglo Portugal para experimentar a sua nova Tranche de Bacalhau Fresco e criar uma receita com base na mesma. 


A primeira receita que me lembrei foi o fantástico Bacalhau Assado com Migas do Restaurante O Cruzamento, e pensei em fazer uma interpretação um pouco mais elaborada do mesmo, daí a Tranche de Bacalhau Fresco Confitada com Pesto de Coentros em Cama de Migas de Tomate e Chouriço. Sim, o nome é extenso e parece que estou a ler a ementa de um restaurante pretensioso mas o objectivo também era um pouco esse. Fazer uma receita simples, de origem portuguesa mas com um nome que parece mais complicado do que realmente é!
Mas vamos ao que interessa, a receita. Como podem perceber esta receita consiste em três componentes que podem ser preparados de forma independente, conjugando-se depois, na perfeição, no prato.
Vamos começar por preparar de antemão o Pesto de Coentros, torrando cerca de 70 gramas de pinhão numa frigideira em lume brando, mexendo-os de vez em quando até ficarem bronzeados. Façam um favor a vocês próprios e torrem umas gramas a mais para irem petiscando enquanto cozinham. O fantástico aroma que os pinhões torrados libertam levaram-me a fazer isso mesmo. Mas atenção, não os comam todos e guardem cerca de 70 gramas para o pesto.
A seguir, pegamos num molho de Coentros (com caule e tudo), num dente de Alho pequeno picado, uma chávena de café de Parmesão ralado, Azeite Virgem Extra e Sal a gosto, colocamos tudo num processador e trituramos até obter uma pasta líquida verde. Provem, e ajustem os ingredientes até estar do vosso gosto, tanto a nível de consistência como de sabor. 
Podemos assim reservar o pesto para começarmos a tratar da tranche. Num tabuleiro que possa ir ao forno, colocamos a Tranche de Bacalhau Fresco da Iglo no centro juntamente com 6 dentes de alho esmagados. Cobrimos tudo com um bom Azeite Virgem Extra e levamos ao forno pré-aquecido a 90º durante 30 minutos. Convém ir verificando o forno para garantirmos que o azeite não ferve, pois confitar é cozinhar em gordura, a uma temperatua baixa o suficiente para que a gordura não ferva. Preferi usar o forno pois consigo ter um controlo constante sobre a temperatura, ao contrário do que acontece num fogão, onde só o conseguiria fazer com um termómetro.
Enquanto o bacalhau cozinha, devemos começar a tratar das Migas. Demolhamos rapidamente 300 gramas de Pão Alentejano retirando todo o excesso de água que possa ficar e reservamos. Numa panela, começamos a refogar 1 Cebola picada, 2 dentes de Alho picados, um quarto de Chouriço aos cubos, 1 folha de Louro e 1 colher de chá de Pimentão Doce. Quando a cebola estiver dourada, juntamos 400 gramas de Tomate aos pedaços e 2 colheres de sopa de Polpa de Tomate. Gosto da acidez do tomate, por isso deixei as sementes e a pele mas podem retirar, conforme preferência. Vamos deixar o tomate apurar e reduzir um pouco antes de juntarmos o pão. Continuamos a mexer até obtermos umas migas com a consistência pretendida. No meu caso, gosto que tenha uma consistência um pouco mais secas, caso contrário acaba sempre por me parecer mais açorda do que migas.
Correndo tudo nos timings correctos, o bacalhau deverá estar a acabar de cozinhar e podemos começar o nosso empratamento fazendo uma cama de migas no centro do prato, colocando uma porção individual da tranche em cima, finalizada com um pouco de flor de sal, e completando com o nosso pesto de coentros.



Numa nota final, já apenas a título pessoal, pois o desafio englobava apenas a criação da receita, confitar a tranche de bacalhau fresco ajudou a que o seu sabor simples e delicado sobressaísse de forma fantástica. A qualidade do produto ajuda e é importante conseguirmos encontrar técnicas que não escondam esta qualidade.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

SOCIEDADE (Parede)

Uma das melhores refeições do ano de 2015, num restaurante que me vinha aguçando a curiosidade desde a sua abertura, em Novembro de 2014. A SOCIEDADE (assim mesmo com o nome totalmente capitalizado) é um renovado restaurante na SMUP (Sociedade Musical União Paredense), que promete sabores portugueses com um twist. Adoro reinvenções de pratos e sabores clássicos, portanto fiquei automaticamente curioso com o conceito.
Mas já muitos conceitos me fizeram perder de amores apenas para depois me deixarem de coração partido com altas expectativas. A entrada no restaurante é feita com sorrisos, gestos e palavras simpáticas. Algo que se estende ao longo do tempo como se de clientes habituais nos tratássemos. E foi assim que nos sentimos durante todo o jantar, com o serviço a fazer-me apaixonar-me pela casa e pelo espaço. Ah, já vos falei da ementa? Babei-me, sobre a folha que nos foi entregue, durante todo o longo e penoso processo de selecção. Por mim, vinha tudo! Caso se sintam neste labirinto amoroso, entreguem-se ao serviço e deixem-se levar pelo que vos poderá ser proposto.



Com o couvert, um pão cortado com uma grossura milimétrica e dois tipos de manteiga (cabra e ovelha), é colocado na mesa um Queijo Fresco e Azeite impecável e um prato de Enchidos de Porco Preto e Não Só cortados tão finos que se conseguiam ver à transparência. A delicadeza de um excelente queijo fresco regado de um azeite também de bom nível abrem as hostilidades para uns enchidos que fazem as delícias do meu palato. Sempre ouvi dizer que um homem se conquistava pela barriga, e eu já não precisava de muito mais do que isto para ficar rendido. Mas a refeição ainda agora tinha começado...




A fome neste jantar não era muita (também não pode ser sempre a alarvar, não é?) por isso optámos por pedir 2 petiscos e 2 pratos para dividirmos por 3 adultos e 1 criança. Reparámos depois que as doses de petiscos são de tamanho generoso, daí o preço geral dos petiscos (rondam os 8€, se não me engano) ser mais alto do que estamos habituados. Claro que a qualidade deste SOCIEDADE também é mais alta do que estamos habituados.
Começámos por um Escabeche de Pato muito bom, com uma quantidade invejável da dita ave, e sem qualquer excesso de gordura. A cebola acrescenta-lhe pormenores adocicados, parecendo-me ainda reparar numa ligeira nota cítrica na preparação do prato. Talvez um pouco mais de acidez pudesse ajudar o prato a brilhar ainda mais mas nada de grave.



O segundo petisco escolhido foram uns fantásticos e gulosos Cogumelos, Pancetta e Queijo Emmental, um twist genial nos típicos cogumelos salteados com a adição do emmental a funcionar na perfeição neste típico petisco. Apenas a quantidade de pancetta era algo escassa, acabando por se esconder atrás do sabor dos cogumelos e do queijo. Apesar de o prato ser excelente com os cogumelos paris (Agaricus Bisporus), cada vez sou mais adepto da utilização de cogumelos diferentes e acredito que ajudaria a dar mais "encanto" a este prato. Transforma o sabor dos pratos, confere diferentes texturas, etc.



Muito acima da média estava também o Leitão, Batata-Doce e Abacaxi. Um belo "naco" deste jovem suíno, com a carne muito macia e a desfazer-se na boca, mas a pele poderia estar mais tostada e mais estaladiça. A combinação original do abacaxi com o leitão funciona e surpreende-nos o palato. Acompanha com umas boas chips de batata-doce. Por esta altura já andava a suspirar alto e a pensar que teria que vir a este restaurante mais vezes, mas a refeição ainda nem tinha acabado.



Faltava ainda o prato da noite. Aquele pelo qual me rendi, me ajoelhei, me lambi e que fiquei a desejar mais, as Bochechas de Porco Preto, Pão e Tomate (adoro estes nomes com só 2 ou 3 ingredientes e que nos deixam curiosos com o que será). Estas foram, sem dúvidas ou segundos pensamentos, das melhores bochechas que já comi! Desfiavam-se imediatamente ainda nós estávamos a tentar dividi-las pelos pratos. O seu sabor enchia-nos a boca, mostrando-se relutante a abandonar-nos o palato e a mente. Umas óptimas migas de tomate ajudavam a tornar este prato mais rústico do que sofisticado. O único elemento que dispensava no prato era uma espécie de ratatouille que, apesar de perceber a sua ideia, não me pareceu minimamente necessário para dar vida a um prato que está perto da imortalidade.



Para terminar uma refeição fantástica, e para saber se as sobremesas estariam ao nível de tudo o resto, pedi uma Panna Cotta com Abóbora. Excepcional a execução da panna cotta, extremamente cremosa e a colmatar a sua normal neutralidade com um doce de abóbora fora do comum. Encheu-me o coração de memórias do doce de abóbora que a minha avó há muito não faz.



Um jantar fantástico, cheio de sabores portugueses mas ainda assim com apontamentos originais e que me deixa com borboletas no estômago para uma próxima visita. A paixão criada por toda a envolvência do restaurante, desde o seu serviço à qualidade da comida, deixa marcas. Marcas essas que espero reviver, numa data preferencialmente não muito longínqua.

SOCIEDADE
Rua Marquês de Pombal, 319
Parede, Portugal
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Preço Médio: < 30 €

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Faisão (Campo Maior)

Estive uma semana a acampar pela Beira Interior e Alentejo, dando por mim em Campo Maior, um pouco farto de grelhados e com vontade de um bom prato alentejano. Ainda que mal preparado quanto à escolha de restaurantes, pois era um dos poucos sítios por onde não tinha contado passar nestas férias, uma rápida pesquisa online deu-me algumas opções e acabei por me decidir pelo restaurante Faisão. Na verdade, estava com desejos de dois pratos específicos e que eram dados como especialidades desta casa: Sopa de Tomate e Migas. Por isso, parecia-me o restaurante ideal.
Entramos e damos por nós naquilo que eu, como lisboeta, considero um restaurante tipicamente alentejano, com toda a decoração adequada. Abrindo a ementa, notamos que existem vários pratos do dia, com características regionais, mas que a ementa fixa contém poucos pratos regionais. Ainda assim decidimos experimentar duas das Especialidades da Casa, ambas aconselhadas para duas pessoas, sendo uma dela uma entrada.
Claramente a ementa tem uma gralha. As doses que nos foram servidas não são doses adequadas para duas pessoas, mas sim para três ou quatro! O Gaspacho à Alentejana é um tacho de barro enorme que bem poderia ser uma refeição completa. Mas não é só o tamanho da dose que é generoso, mas também os sabores que rapidamente nos preenchem a boca e violam o palato. Boa dose de acidez na sopa, bom caldo e bons ingredientes a revelarem os sabores da verdadeira cozinha alentejana e feita por quem tem mão para isso.


Também as Migas à Alentejana vinham numa dose cavalar, claramente um excesso para apenas duas pessoas, mas com tudo certo no que interessa. Boas migas, com um ar bastante caseiro e com bastante alho, fácil de retirar das migas visto estar inteiro para os que não são adeptos do mesmo. Mas a surpresa para mim foi a carne. Nem sempre sou adepto de pedir este tipo de pratos com carne frita pois mais de metade das casas acabam por estragar a carne durante o processo de fritura e fazendo com que a mesma fique seca. Esta vinha suculenta e a desprender-se facilmente do osso, também com bastante sabor e com uma boa dose de tempero, especialmente pimentão doce. Também os enchidos são merecedores de destaque, complementando e completando na perfeição o conjunto. Mais um prato a representar bastante bem a cultura gastronómica alentejana.


Mas nem tudo correu bem e a (grande) desilusão ficou guardada para o fim. O Molotof (Molotoff? Molotov? Não consegui encontrar uma resposta definitiva) estava com uma aparência bastante apetitosa, mas quando tentávamos cortá-lo à colher revelava-se borrachoso e nem o doce de ovos se safava nesta sobremesa. Depois de um inicio e meio auspicioso, o fim revelou-se quase tenebroso.


Faisão
Campo Maior, Portugal
Preço Médio: < 20 €

quinta-feira, 31 de julho de 2014

O Cruzamento (Grândola)

Há prazeres na vida para os quais é preciso desviar-nos do nosso caminho. E caso viaje até ao Algarve pela A2 este é um desses casos! Saia da A2 em Grândola, faça a IC33 e saia na saída que diz Grândola e Alcácer. Na rotunda, saia na primeira saída (Alcácer) e verá do seu lado direito um pequeno acesso a um parque de estacionamento. Nesse parque de estacionamento fica um dos restaurantes que muitos consideram A paragem obrigatória a caminho das suas férias no Algarve. Mesmo com a construção da A2, e consequente desvio de muita afluência da N120, O Cruzamento continua a ser visitado por centenas de pessoas diariamente. Centenas? Sim. E ainda assim, o serviço costuma ser razoavelmente rápido.
Se já leram mais que meia dúzia de posts aqui no blog, sabem que sou uma pessoa de muito alimento. E se eu vos dissesse que é possível haver meias doses que eu não consigo acabar? São meias doses que dão para 2 pessoas a comer bem, ou 3 pessoas que comam "apenas" um prato cheio. E o preço destas hercúleas meias doses? Abaixo dos 10€!
É difícil recomendar-vos algo específico mas os dois pratos de que vos vou falar são claramente boas escolhas para qualquer pessoa. Se estiverem com uma maior inclinação para o peixe, o Bacalhau na Brasa com Migas traz umas travessa de bacalhau na brasa toscamente desfiado, regado com azeite, a acompanhar com uma bola de rugby de umas tradicionas migas à alentejana, saborosas e, apesar de não serem as melhores que já comi, são relativamente bem executadas.


Mas se vos apetecer carne, em doses generosas e com aquele toque regional alentejano, a escolha ideal é o Jantarinho Alentejano. E porquê jantarinho? Calculo que seja porque almoçando este prato, facilmente ficamos arrumados para o resto do dia! É uma espécie de cozido em que tudo vem misturado, com carne a desfazer-se na boca, bons enchidos, couve bem cozinhada, massa, feijão, batata, cenoura todos cozidos, resultando num prato que apesar de não ser bonito é fantástico. Mesmo depois de comer dois pratos cheios e nos sentirmos a rebolar, apetece-nos uma última garfada... uma última amostra do prato que nos iremos lembrar sempre que passarmos na A2.


O Cruzamento
Grândola, Portugal
Preço Médio: < 10 €