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segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Pereira (Cascais)

Algumas pessoas que não me conhecem, mas sabem que tenho um blog onde mando umas postas de pescada (às quais elegantemente chamei devaneios) sobre restaurantes, podem pensar que só frequento restaurantes da moda, de comida étnica, caros ou gourmet (que traduzem para "caro e passamos fome", pela desvirtualização que a expressão sofreu nos anos mais recentes e que me causa uma certa irritação quando mal usada, mas continuarei a tentar explicar às pessoas que isso é uma ideia completamente errada).
Isto não é inteiramente falso, confesso, mas também anda longe da verdade absoluta. Gosto de equilibrar as experiências, provar coisas novas de espectros variados e, principalmente, experimentar restaurantes novos, sejam eles de que tipo forem, desde que se coma bem! É até mais recorrente, nos dias de hoje, eu ter apetites de boa comida portuguesa. Daqueles restaurantes, que carinhosamente apelidamos tascos, onde nos servimos de generosas porções directamente do tacho de metal, de comida saborosa mas pouco instagramável (tentem tirar uma foto bonita a uma cabidela, feijoada, favas ou coisas do género, desafio-vos!). Disse-o no outro dia no Instagram (aqui - para quem quer saber por onde ando, não vá acontecer outro hiato de escrita, sigam todas as novidades no Instagram) e não me importo de o repetir. Adoro tascos!
Por adorar tascos, a sua comida honesta, o seu serviço familiar e os seus preços (tipicamente) baixos é que considerei o Pereira o sítio ideal para matar este apetite. Decidimos iniciar as hostilidades com uns belíssimos Carapauzinhos Fritos com Açorda, ainda que pudessem ser de dimensões mais criminosas. Ainda assim, fritos o suficiente para se comer da cauda à cabeça, não deixando literalmente nada como amostra. Boa açorda para acompanhar, bem puxada ao alho, mas talvez um pouco líquida demais.


Quando almocei no Prado, estava a comentar com um amigo que trabalha na área o quanto gosto de comida portuguesa de tacho, e como um dos pratos que experimentámos me enchia todas as medidas (falei sobre isso aqui). Ainda hoje salivo só de pensar naquele estufado de Barrosã com Ovo e Creme de Couve-Flor! E era essa comida de tacho que me apetecia e me fez ir até ao Pereira. Mais precisamente o Arroz de Cabidela, do qual já tinha ouvido falar maravilhosamente. E que maravilhoso estava, de facto. 
Dose generosa, com um rácio desequilibrado entre arroz e galinha (para o lado do arroz, e ainda bem!) e aquela gulosice vinagreira que considero essencial em qualquer cabidela. Porquê o facto de gostar da maior existência de arroz face à proteína? Porque sou um viciado em arroz e não me importo nada de encher o prato (pela terceira vez) e só ter aqueles deliciosos bagos, perfeitamente cozinhados e plenos de sabor.


Uma refeição muito boa, que me renova a paixão pela gastronomia portuguesa. Por pratos destes é que continuo convencido que temos a melhor comida do mundo. O que me apaixona é descobrir mais locais, por todo o país, que honrem a gastronomia portuguesa e que a ajudem a divulgar pelo mundo fora.

Pereira
Cascais, Portugal
O Pereira Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 17 de Abril 2018

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Mugasa (Sangalhos) @ Mesas Bohemias

Acho que já disse praticamente tudo o que podia sobre o conceito das Mesas Bohemias! A oportunidade que nos dá de podermos de conhecer restaurantes remotos, sem termos de sair dos dois maiores centros urbanos portugueses é imperdível! Sim, isto é uma atitude um tanto ou quanto preguiçosa, pois podíamos fazer umas quantas horas e ter a experiência autêntica mas o que as Mesas Bohemias nos dão é uma aproximação suficiente para me ter viciado.
Desta vez, o Mugasa, um dos melhores restaurantes do país, no que à arte do leitão diz respeito, deslocou-se à capital para nos encher o bandulho do pequeno e delicioso suíno. E, spoiler alert, acho que encontrei o melhor leitão do país! Não posso contabilizar o do Belcanto (aqui), pois apesar de ser uma reinterpretação do prato, não acho que seja comparável com a forma tradicional como o leitão é servido, por muito que os sabores sejam os mesmos.
O primeiro prato servido foi um 2 em 1 focado nas miudezas do leitão. De um lado umas óptimas Iscas de cebolada, com um ligeiro nível de picante que acentuava os sabores presentes. A doçura da cebola contrabalança perfeitamente com o picante e com o fígado, tornando-o um conjunto bastante equilibrado.


Do outro, uma Cabidela de bradar aos céus, feita única e exclusivamente com miudezas, ao contrário do que estamos habituados na cabidela de galinha. Contra aquilo que estamos à espera, esta cabidela não leva sangue, estando por baixo do leitão enquanto ele assa, recolhendo todos os sucos divinos do animal. Um prato fantástico que ganhou adeptos junto de quem não gosta de coisas como fígados, pulmões, coração, etc.


Para segundo prato, algo que nem o próprio Ricardo Nogueira (a cara do Mugasa e responsável pelos maravilhosos leitões) conhece a receita, uma Chanfana à Bairrada. Apenas a mãe sabe a receita e produz este prato, feita da forma mais tradicional possível, passando uma noite inteira num forno de lenha para lhe conferir alguns sabores mais fumados. Carne bastante saborosa, a desfazer-se ao toque, e acompanhado por boa batata e feijão verde.


E eis que chega o grande momento da noite, com o leitão a chegar ao restaurante (o evento foi realizado no Clube do Bacalhau) mesmo antes de ser servido, com toda uma cerimónia exemplar por parte do Ricardo de como se corta um leitão.


E o que dizer deste leitão? É complicado. É muito complicado! Ficamos quase sem palavras mal nos apercebemos do quão perfeitamente a pele está tostada e quão suculento é o interior que protege. Impressionante também o molho apimentado que o acompanha, um pouco mais espesso do que o habitual mas também bastante mais saboroso! Perfeição suína num só prato!


Terminamos com uma Aletria muito boa, com a massa a não se mostrar demasiado empapada, nem o creme a ser excessivamente doce ou líquido.


São restaurantes destes que me dão vontade de arrancar ao fim de semana e ir descobrir estas pérolas da gastronomia portuguesa. E fazer isto regularmente para tentar conhecer o máximo possível das maravilhas que temos perdidas um pouco por todo o país...

Mugasa
Sangalhos, Portugal
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 23 de Setembro 2017

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Tascö (Porto)

Do pouco tempo que andei pelo Porto, este pareceu-me ser um dos restaurantes mais requisitados da cidade, tanto que só à terceira tentativa lá consegui fazer uma refeição. Mesmo aos dias de semana a reserva é mais do que obrigatória.
Fui a um domingo, bastante cedo, e mesmo assim liguei antes para confirmar que à terceira era de vez. Ok, liguei também porque queria lá ir com um objectivo muito específico, as Tripas à Moda do Porto. A ementa do Tascö divide-se em pratos típicos portugueses, muitos deles mais virados para o conceito de partilha do que prato individual, mas nenhum desses me apelava muito ao espírito. Excepto uma pequena secção intitulada "Amor de Mãe", que me leva a pensar em comida caseira de conforto, e que continha as Tripas e Arroz de Cabidela, juntamente com uma pequena descrição que reforçava o amor com que estes pratos específicos são feitos pela "mãe" deles.
Este conceito da "mãe" e do amor que colocam nos pratos foi-me também explicado mal cheguei ao restaurante. O serviço foi sempre bastante atencioso e disponível, explicando o restaurante, a ementa e de uma simpatia e à vontade fantásticos. Rapidamente me senti em casa, o que elevou a minha expectativa da tal "comida caseira".
Apesar de dispensar as entradas, pois esperava-me um prato mais pesado, não quis passar o Couvert ao lado, pois foi-me prontamente avisado que iria demorar um pouco pois é feito na hora, mas que valeria a pena (algo que também está descrito na ementa)! Pão simpático, boas azeitonas e excelentes manteigas (não me recordo de quê) lá foram entretendo o meu apetite enquanto aguardava o acto principal.



Lembram-se de eu ter telefonado porque ia fisgado numas Tripas? Bem, disseram-me logo que não havia mas sou um fã de Arroz de Cabidela e estava com muita vontade de comer algo que me soasse a caseiro, por isso encaixava nos meus apetites. E a espera, valeu a pena? Sim, sem dúvida! O primeiro factor a impressionar é a quantidade de recheio que o tacho que chega à mesa carrega. Isso mesmo, o tacho! Estamos num tasco, lembram-se? Por muito moderno que possa ser, não deixa de fazer sentido. Não foi a melhor cabidela que já comi, pois gosto delas mais puxadas no vinagre, e o rácio galinha-arroz podia ser mais equilibrado (ainda que para mim isto não seja problema porque é do arroz que gosto mais) mas de resto tudo estava impecável! O ponto de cozedura do arroz, a sua cremosidade, a suculência do frango, tudo!



Estava já algo cheio, pois fiz questão de encher o prato três vezes (!!), mas queria terminar a refeição com algo doce, ainda que não excessivamente. Alguma indecisão, misturada com alguns risos à mistura quando li o "Vigésimo Oitavo Melhor Bolo de Chocolate do Mundo".  Adorei a ironia imposta na decisão do nome quando toda a gente proclama ter o melhor... Mas, seguindo o conselho de quem me atendeu, embarquei no Poço de Caramelo com Noz, tendo-me sido vendido como algo moderadamente doce. Infelizmente foi exactamente neste ponto que falhou. Achei-o bastante doce mesmo com a noz para ir cortando um pouco. Excelente para pessoas adeptas de comer leite condensado às colheres ou aquelas babas de camelo mais fortes.



Saí do Tascö com vontade de voltar. Não foi perfeito mas teve muitos pormenores de qualidade e acredito que se repetiriam noutros pratos. Ou, pelo menos nas Tripas, que da próxima vez não me escaparão!

Tascö
Porto, Portugal
Tascö Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 10 de Setembro 2017

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Adega do Silva (Benfica)

Normalmente a primeira coisa que faço quando escrevo um post é fazer aquelas linhas de informações que estão no final do texto. Quando cheguei à parte do preço médio não soube bem o que pôr porque, honestamente, quando lá vou é ao almoço e a refeição acaba por ficar à volta de 10€ com tudo incluído, mas não sei se é por ir com colegas da empresa que vão lá com grande regularidade ou se é assim para todos.
A verdade é que a nível de locais para almoçar junto às Torres de Lisboa, este Adega do Silva é dos que, até agora, me apresentou melhor relação qualidade-preço, visto incluir entradinhas (normalmente pão, azeitonas, chamuças e rissóis), prato principal escolhido da lista do dia (e servido em dose generosa), bebida e café. E pelos pratos que já lá experimentei...
O Arroz de Cabidela é de uma qualidade pouco abaixo da que experimentei no Stop do Bairro. Arroz bem cozinhado, carne macia e uma conjugação saborosa e ligeiramente avinagrada, como é requisito mínimo.



Impressionou-me verdadeiramente foi o Arroz de Pato, sendo dos melhores que já experimentei. Arroz solto, com aquela crosta superior característica, que quando quebrada revelou uma conjunção de pato desfiado e refogado maravilhosa. A dose dava bem para duas pessoas mas não deixei que sobrasse nem um bago!



Uma aposta muito segura para almoçar nesta zona. Pratos com qualidade, a preços simpáticos, num restaurante que é um frenesim de gente, o que leva a que possa demorar um pouco.

Adega do Silva
Benfica, Portugal
Adega do Silva Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 16 e 23 de Dezembro 2017

sábado, 17 de dezembro de 2016

Stop do Bairro (Campo de Ourique)

Um dos clássicos que me faltava visitar. Restaurante bairrista, sendo uma das melhores (ou até mesmo a melhor) tasca lisboeta. Espaço pequeno, com mesas e cadeiras dispostas de forma pensada para rentabilizar o espaço o melhor possível, e onde o abre e fecha da porta é uma constante algo irritante. É ainda permitido fumar dentro do restaurante mas a extracção não é má, sendo que o fumo da mesa do lado mal se nota.
Foi um cliente habitual que me reservou a mesa, pois tenho ideia que o restaurante não costuma aceitar reservas, e avisou logo ao que ia: a cabidela! Durante toda a refeição o atendimento foi muito bom, sendo prestável, rápido e atencioso.
A Cabidela (só disponível à 6ª) do nível da que comi na Casa do Criado, na Ermida (Gerês)! Avinagrada, arroz bem cozido, o frango a separar-se assim que lhe tocamos com o garfo, mas não estando seco. A dose gigantesca (3 meias doses deram para 3 pessoas e meia e ainda trouxe para o almoço do dia seguinte, pois não ia desperdiçar algo tão bom!) e simplesmente fantástica.



A melhor Carne de Porco à Alentejana que já comi, de longe, seja em casa ou em restaurantes! A carne era super macia e não estava nada seca. Nunca peço este prato pois em todos os sítios a carne vem quase sempre seca e sem piada. Aqui não! As amêijoas saltavam das cascas para poder mergulhar na piscina de molho guloso. Acompanhavam umas batatas fritas caseiras muito boas. De gastar todo o pão na mesa com este molho!



Para a sobremesa, um Pijaminha. De todas as sobremesas experimentadas (e eram muitas!) talvez apenas o cheesecake e o pudim fossem médios. Tudo o resto é de comer e chorar por mais! Tarte de limão merengada quase ao nível da que como em casa, bolo de chocolate fantástico, bom bolo de bolacha, bom (e não excessivamente doce) pudim abade de priscos, excelente tarte de leite condensado, óptima encharcada e muito bom bolo de amêndoa.



No final trouxeram-nos o seu "chá frio", ou moranguito. De fazer crescer pelos no peito. Como não sou fã de aguardentes e afins nem 1 copo consegui acabar.



A voltar para provar o arroz de tamboril (diz-se que aqui foi inventado!), o ossobuco, o cozido, e tudo o resto!




Stop do Bairro
Lisboa, Portugal
Stop do Bairro Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Herdade de Montalvo (Alcácer do Sal)

Já vos falei de uma das minhas paragens favoritas para quem faz a viagem de férias (ou trabalho) até ao Algarve, como O Cruzamento, mas outro bom ponto de paragem é Alcácer do Sal. Se quiserem ficar por Alcácer do Sal, existem várias boas opções nas imediações! Por já ter ido várias vezes ao Hortelã da Ribeira, sugeri à família irmos experimentar A Escola, restaurante ao qual fui o ano passado e onde fiquei bastante bem impressionado. Mas ao chegarmos ao restaurante, o que ainda envolve um desvio de 17km de Alcácer, deparámo-nos com a sala cheia e como a fome já apertava, não quisemos esperar e fomos à opção mais próxima possível, a Herdade de Montalvo.
Ao contrário da opção anterior, este encontrava-se praticamente vazio, e depois de posta a mesa no simpático alpendre de que dispõem, fomos informados quais eram os Pratos do Dia, acabando por nem sequer olhar para a ementa propriamente dita. Para mim, Galinha de Cabidela, tentando suprimir a fraca cabidela experimentada no Dom Henrique. E, não sendo uma cabidela fantástica, faltando-lhe uma maior profundidade de sabor e vinagre, ainda assim era saborosa e com a carne bastante macia. Também provei o Choco Frito e o Cachaço de Porco, estando ambos com uma qualidade acima da média.



Para a sobremesa pedi aquilo que foi dito ser uma das especialidades da casa, o Pudim de Abóbora. Apesar da aparência ligeiramente queimada (na sua base), esta sobremesa era simplesmente fantástica. Boa textura, óptimo sabor a abóbora, sem ser exageradamente doce para um pudim. Já a Sericaia era bastante massuda mas com uma óptima compota de ameixa (mas sem ameixa). Em conversa com os responsáveis do restaurante, percebemos que têm tido vários problemas em conseguir acertar na receita da sericaia.



Um restaurante simpático e, principalmente, uma óptima opção para se, como nós, chegarem à Escola sem reserva, encontrarem o restaurante cheio e não tiverem vontade de procurar muito mais por uma refeição.

Restaurante da Herdade de Montalvo
Alcácer do Sal, Portugal
Preço Médio: < 30 €

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Dom Henrique (Carnide)

Mais uma vez a Zomato proporcionou-me a hipótese de experimentar um restaurante com alguns benefícios, neste caso, 25€ da conta final no Dom Henrique seriam retirados. Se não bastasse os fantásticos Foodie Meetups e as simpáticas e alegres pessoas que lá trabalham e com quem já tive o prazer de estar, ainda dão incentivos destes! Precisam de mais incentivo para escrever algumas reviews por lá? Só não se esqueçam de seguir o Devaneios de um Foodie !
Ao chegar ao Dom Henrique rapidamente as expectativas aumentaram. Um restaurante pequeno no largo de Carnide, com algumas propostas bastante interessantes na ementa como Sopas de Toucinho, Sopa de Tomate com Bacalhau ou Gaspacho com Jaquinzinhos e Presunto, entre outras. Enquanto escolhemos chega à mesa um cesto com bom pão e um Pratinho de Entrada bastante simpático, com alguma qualidade no paio e presunto, mas ainda melhores os dois queijos apresentados.


Para complementar a entrada decidimos arriscar nuns Túbaros de Porco Preto, que nos explicaram virem com ovos mexidos. Aqui vou admitir que possa ter havido um erro de "casting" quanto à escolha do prato, mas ainda assim havia alguns problemas na execução dos elementos mais simples do prato. Nunca tendo provado túbaros antes não tenho muito termo de comparação, não amei o sabor e textura mas também não odiei. O meu maior problema foi com os ovos, que vinham secos e em pouca quantidade, e o forte sabor a alho que me ocupava toda a boca. 


Sou um fã de Cabidela e, como tal, ao ver que era um dos pratos do dia, foi o primeiro prato a ser escolhido. A cabidela é feita na hora, pois aquando o pedido foi-nos perguntado se desejaríamos a cabidela com arroz ou batata, o que indica que mesmo que tenham a preparação avançada, a cabidela em si só é realizada na hora. A generosa dose que chegou à mesa não deixou de desiludir enquanto cabidela. O arroz estava um pouco cozido demais para o meu gosto, mas isso pode passar mais por um gosto pessoal. Mas não nos soube a cabidela. Faltava aquele fantástico molho do sangue avinagrado que aviva os sentidos e nos mete as papilas gustativas a trabalhar. Mas pior que isso foi a integridade da galinha, com vários e muito pequenos bocados de osso partido, fazendo com que a cada garfada estivéssemos a retirar bocados da boca.


Também a Tomatada com Carne de Porco Preto Frita acaba por não convencer. A carne, apesar de saborosa, poderia bem ter um pouco mais de sal e mais tempo a cozinhar para fundir melhor a gordura da carne. A tomatada em si não era nada de especial, mas também não era má, mas comer ovos mexidos com tomate sem ter aquele sabor, aquele umami tão característico do tomate, não deixa grandes recordações nem vontade de repetir. Infelizmente, nem para ovos mexidos com tomate consideraria como um bom prato.


Não estando a apreciar completamente a experiência, não quisemos deixar de experimentar uma sobremesa, esperando que a nossa opinião pudesse melhorar. O Cheesecake de Limão acaba por ser relativamente agradável com uma bolacha saborosa e de boa consistência, a camada intermédia com um bom sabor cítrico apesar de um pouco densa mas com um "topping" desastrado de gelatina sem qualquer sabor. 


Nem tudo foi medíocre nesta refeição. O serviço é simpático e prestável, o vinho da casa era agradável e no final foi-nos oferecido um copo de um bom licor de poejo. A prestabilidade era tanta que tendo a dose de túbaros sido levantada da mesa com cerca de metade por comer, os responsáveis decidiram não a incluir na conta, o que mostra um bom nível de percepção e sensibilidade para com os clientes. Só é pena a comida não estar ao mesmo nível...

Dom Henrique
Carnide, Portugal
Preço Médio: < 30 €

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Toscano - Galinha do Campo de Cabidela

Este não é um prato bonito. Este não é um prato que consiga adquirir um consenso geral, pois normalmente ou as pessoas se sentem pouco à vontade ou gostam bastante. E eu sou claramente um destes últimos! Sendo um prato difícil de encontrar, e que não é para ser pedido em qualquer lado, aproveitei o nível de confiança que tenho na cozinha do Toscano e não hesitei na minha escolha.
Com um ligeiro toque avinagrado, mas em dose suficiente para não se tornar "over-powering" ao ponto de ofuscar o resto dos seus componentes. O arroz vinha malandro e acompanhado de tenros bocados de galinha. O único apontamento na galinha foi, para mim, parecer necessitar de menos 5 minutos a cozinhar, pois apresentava-se um pouco seca e deveria estar mais suculenta.



Restaurante Toscano
Praceta Dr. Barbosa de Magalhães, 2
Parede, Portugal
Telefone: 214582020
Preço médio: < 50 €