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terça-feira, 18 de julho de 2017

Tapas 24 (Barcelona)

Carles Abellán é um dos nomes que mais vezes me surgiu em pesquisas por restaurantes de Barcelona. Não tanto pelo restaurante com o nome do próprio mas principalmente quando se listava alguns dos melhores restaurantes de tapas em Barcelona! Cheguei a ver até comparações entre este Tapas 24 e o Cantinho de José Avillez, como restaurante de qualidade mas com preços acessíveis de chefs com ambições Michelin. Sendo próximo da zona onde estava hospedado, e onde por uma questão de logística acabei por fazer a maior parte das minhas refeições, tive que o incluir na lista.
Não tinha a certeza de como seriam os meus dias em Barcelona por isso não reservei nenhum restaurante, tendo procurado antes ter escolha em várias localizações onde calculei que me pudesse encontrar. Como tal, quando me dirigi ao Tapas 24, a fila era algo extensa mas estava de férias e ainda aconchegado dos churros do lanche por isso não me importei de esperar cerca de 30 minutos para conseguir dois lugares num local privilegiado, ao balcão juntos à janela da cozinha, onde pudemos ir cuscando toda a acção que ia acontecendo numa cozinha bem mais pequena do que esperava.
A ementa é composta maioritariamente por clássicas tapas espanholas, havendo ainda uma ementa do dia que aparenta demonstrar um maior nível de criatividade mas com valores bastante mais elevados que a carta fixa.
Como já disse noutro post, a zona da Catalunha não é conhecida pelas suas tapas, mas ainda assim a maior parte dos restaurantes que vemos abordam esta gastronomia tradicional espanhola. Mas não deixa de haver em Barcelona algumas tapas típicas, como esta Bomba de la Barceloneta, que mais não é que uma bola panada de puré de batata com carne picada e um bem condimentado molho. 


Excelentes também os Croquetes de Presunto Ibérico do Tapas 24. Cremosos, como manda a tradição, mas de intenso e fantástico sabor a presunto.


Não podia faltar o Pão com Tomate, como é óbvio! Aqui, numa versão fantástica onde utilizam pão de coca torrado, um tipo de pão tradicional na zona, bastante melhor que as sobrevalorizadas baguetes. De resto, a receita é simples: tomate maduro, bom azeite e sal. Não há como falhar.


Penso que a nível geral esta tenha sido a melhor refeição que fiz em Barcelona. Nada falhou, fosse nos pratos mais tradicionais, fosse em interpretações mais modernas de Carles Abellán, como testemunhámos nesta fantástica Salada Russa. Foge da típica salada russa com o uso de azeitona ou alguns pickles mas ganha em vivacidade e multiplicidade de sabores.


Não tínhamos visto as Puntillitas, ou Chipirones, na ementa mas dada a proximidade da cozinha conseguimos descortinar uma dose destes fantásticos e pequenos moluscos. O único problema? O preço exorbitante (21€) cobrado por uma dose que não era assim tão grande...


Uma das secções da ementa do Tapas 24 é exclusivamente dedicado aos Ovos Rotos, com cerca de 5 variedades diferentes de enchidos que podemos pedir para complementar o prato. Neste caso, optámos por pedir com Butifarra del Perol, um enchido de porco típico da Catalunha que tinha bastante curiosidade em experimentar. Todos os componentes do prato muito bons, mas o destaque vai mesmo para as batatas que se mostraram impecáveis. Não ia com expectativa nenhuma para a butifarra mas mostrou-se uma boa surpresa.


Toda a refeição esteve a um nível muito bom! Não fosse o preço exagerado das Puntillitas e acharia que o preço pago tinha sido mais do que justo pela qualidade apresentada.

Tapas 24
Barcelona, Espanha
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 19 de Junho 2017

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Ciudad Condal (Barcelona)

Quando estava a planear as minhas férias por Barcelona pedi, na página de Facebook do blog (esta e onde todos vocês, caros leitores, deveriam colocar o vosso like), recomendações para comer na cidade! Claro que fiz, também eu, o meu trabalho de casa, pesquisando em vários sites algumas recomendações mas queria recomendações de quem já lá estivesse estado.
Obrigado a todos os que contribuíram para fazer crescer a lista de referências para Barcelona (tinha cerca de 55 e só lá iria estar 5 dias!) mas não consegui, como é lógico, experimentar tudo o que queria! Um dos locais que foi referenciado, pelo chef Hugo Bernardo do fantástico B'Entrevinhos (aqui) e mais tarde pelo meu próprio irmão, foi o Ciudad Condal. Ainda por cima era relativamente perto da zona onde se encontrava o meu hotel!
Por falar em hotel, vou fazer uma breve referência aos locais onde fiquei, só para referência de possíveis interessados em visitar Barcelona ou Madrid (onde estive 1 noite). O Hostal Medea, em Barcelona está relativamente bem localizado, com bastantes atracções a que se consegue aceder a pé, como a Sagrada Família, a Casa Milà ou a Casa Batlló, e ainda a 5 minutos das estações de Metro e Comboio de Passeig de Gràcia. É um hotel bastante minimalista e o quarto onde ficámos tinha duas pequenas janelas que davam...para lado nenhum! Não sendo fantástico, vale mais pela localização que pela qualidade do sítio em si. Foi um pouco daqueles casos onde as fotos online são melhores que a realidade que experimentámos mas também não é terrível.
Já em Madrid, onde estive apenas 1 noite para ir ao Download Festival, falhada a tentativa de voltar a ficar hospedado Hotel Praktik Metropol, acabámos por marcar o room007 Sol, muito perto do Teatro Real de Madrid, ou seja, com bons acessos e também numa zona bastante central da cidade! Aqui, a realidade do quarto já bastante mais próximo do que vimos online e ficámos bastante satisfeitos.
Bem, voltando às questões gastronómicas, estamos em Espanha amigos e aqui tenho o hábito de fazer ligeiras refeições ao almoço, consistindo maioritariamente em bocadillos (sandes) com presunto, deixando as refeições mais consistentes para o jantar.
Apesar de estarmos em Espanha, onde a arte de tapear é rainha, a verdade é que a zona da Catalunha não é uma zona cuja gastronomia tradicional seja representada com tapas. Mas, seja por motivos práticos ou turísticos, a verdade é que é mais fácil encontrar restaurantes com tapas do que restaurantes puramente catalães. 
O Ciudad Condal é um pouco isso, um restaurante mais representativo da gastronomia espanhola que se conhece no mundo do que algo catalão. A sua ementa é virada para os pequenos pratos, sejam eles em forma de tapas, montaditos ou flautas (pequenas sandes em baguete), com a maior parte das propostas clássicas e tradicionais, e juntando ainda uma pequena ementa de propostas do dia. A variedade é muita chegando a ter disponíveis quase 100 itens diferentes, dificultanto, e muito, a escolha.
Mais fácil foi escolher o que beber nesta primeira refeição em Barcelona, não podendo fugir ao vinho espumante tradicional desta região de Espanha, a cava!


Para nós, Espanha é sinónimo de 2 coisas: Pão com Tomate (em catalão, Pa Amb Tomaquet) e Presunto! E, sempre que possível, estes itens fazem parte das nossas refeições. É impressionante o quão bom é pão com tomate esfregado, azeite e sal! Ainda que o pão usado, uma baguete vulgar, pudesse estar torrado e pudesse ser de melhor qualidade, a verdade é que é o início de refeição perfeito.


Acho que já referi 1001 vezes que acho surpreendente a inexistência de mau presunto em Espanha. Seja em que zona do país for, encontramos bom presunto e a preços mais baixos do que os praticados em Portugal! Aqui não foi excepção com um óptimo Presunto Ibérico de Belota.


Incontornáveis também, para matar saudades de terras espanholas, pedir Croquetas, neste caso de Frango e Presunto. Boa fritura, excelente cremosidade dada pelo béchamel e óptimo sabor mas com o frango a ser completamente ofuscado pelo predominante sabor do presunto.


Ainda que em dose reduzida, até mesmo para uma tampa, as Gambas Al Ajillo deixaram uma boa impressão no seu molho de sabor apurado.


Apesar de bem cozinhados, e bem temperados, os Pimentos de Padrón não deixaram de desiludir um pouco pelo facto de nenhum dos espécimes deglutidos ter apresentado qualquer valor na Escala de Scoville.


Apesar da ligeira falta de sal, estava excelente este Surtido Cremoso de Cogumelos, com uma variedade bastante considerável e sendo tudo bem ligado com a cremosidade de uma gema de ovo.


Até agora o restaurante não tinha desiludido e manteve o nível nas sobremesas, com uma excelente Crema Catalana, uma sobremesa parecida com o Crème Brûlée ou o nosso Leite Creme mas com ligeiras diferenças nos seus ingredientes e método de confecção (podem ver as diferenças neste artigo). Creme bastante saboroso e uniforme com uma cobertura estaladiça perfeita.


Excelente também o Flan da Casa, tanto ao nível de textura como de sabor, sem ser excessivamente doce ou tornar-se enjoativo. Dispensei apenas o chantilly que se encontrava no prato pois não trazia nenhum valor ao prato.


Uma óptima refeição a abrir as hostilidades no país vizinho. A nível de valores, o preço das doses parecia estar em conformidade com o praticado um pouco por toda a cidade, mas de valores mais altos do que se encontram noutras cidade de Espanha, como Madrid ou Sevilha.

Ciudad Condal
Barcelona, Espanha
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 18 de Junho 2017

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Rubro (Mercado da Vila - Cascais)

O nome Rubro é muitas vezes associado a boa gastronomia espanhola. Os seus dois restaurantes iniciais (no Campo Pequeno e perto da Avenida da Liberdade) estão mais do que estabelecidos em Lisboa e desde cedo me despertaram a curiosidade, tanto pelas tapas como pela carne da raça Rubia Gallega. E eis que em Abril de 2016 abriu o Rubro Cascais, e decidi que seria desta que finalmente iria conhecer um restaurante deste grupo. Como é natural, as expectativas estavam altas mas, verdade seja dita, a experiência não foi das melhores ainda que tenhamos pedido vários pratos "recomendados" (encontram-se com um U na ementa).
A ementa é realmente muito apelativa com várias tapas interessantes e apelativas propostas de carne mas os apetites dessa noite estavam unicamente virados para a arte de tapear e iniciámos a refeição com uns Cogumelos Grelhados que de grelha viram muito pouco tempo. Não é que não goste de cogumelos crus, pois até aprecio bastante, mas faltava-lhes aquele toque característico da grelha e também um pouco de sal.



Os Ovos Rotos com Presunto revelaram-se uma desilusão completa, principalmente pelas moles batatas "fritas". que não conseguiram ser ajudadas e tiradas do "lodo" pelo presunto, visto que a qualidade (e quantidade) deste estava longe de ser memorável.



O Queijo Provolone na Chapa apresentou uma qualidade simpática, temperado com colorau e por cima de umas incompreensíveis rodelas de tomate. É queijo na chapa, um prato de gula e devassidão... o tomate parece fora de contexto ali.



As Puntillitas, prato que peço quase sempre em restaurantes espanhóis, foram o melhor que se comeu esta noite, ainda que estivessem longe das melhores que já experimentei. Boa e correcta fritura mas falhou o tempero.



Apesar dos pratos não terem correspondido ao que esperávamos, decidimos ainda assim arriscar no Cheesecake de Maracujá para sobremesa. Infeliz a hora em que o fizemos pois foi dos piores cheesecakes que comi nos últimos tempos. A bolacha bastante mole, o creme com um sabor unidimensional e desinteressante e um desequilibrado topping de maracujá que mesmo sendo o melhor no prato não chegou para o salvar.



Já falei várias vezes sobre o quão perigosas são as expectativas e aqui saíram bastante defraudadas. Pode ter sido um dia mau, e acredito verdadeiramente nisso, daí não excluir os Rubro totalmente da minha lista, mas se lá voltar será para experimentar a carne,

Rubro Cascais
Cascais, Portugal
Rubro Cascais Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 7 de Maio 2016

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Arola (Linhó)

Até há alguns anos atrás nunca tinha ouvido falar de Sergi Arola. O nome do chef catalão nada me dizia, ainda que fosse um discípulo de Ferran Adrià ou que tivesse tido recentemente um restaurante em Madrid com 2 estrelas Michelin (o Gastro - entretanto já encerrado). Mas, com a curiosidade de conhecer os melhores restaurantes do país, um dos restaurantes que era bastante referenciado era este Arola, no Penha Longa Resort, onde Sergi Arola explorava uma cozinha com tapas a preços (relativamente) acessíveis. 
Em meados de 2015, no mesmo local, abriu o LAB By Sergi Arola, este já com aspirações a uma estrela Michelin, que acabou por conquistar há uns meses. A visita ao LAB será um must num futuro próximo (ou que tentarei ser próximo) mas queria primeiro conhecer o Arola.
Antes de falar sobre a comida, dois aspectos importantes. O espaço é muito bonito (pelo menos à noite) e é pena que num sábado ao jantar estivesse vazio. Por outro lado, o facto de termos o restaurante quase só para nós fez com que tivéssemos um serviço sempre pronto a acudir a qualquer e mínima chamada de atenção da nossa parte. E isto sem ser de forma alguma intrusiva! 
Gosto de pratos interactivos, quer seja com o prato a ser terminado na mesa ou a necessitarem de alguma acção final do comensal para que conjugue todos os elementos, como é o caso do Couvert no Arola. Pão de coca (um pão tradicional da zona da Catalunha), alho e tomate picado, onde o objectivo é descascarmos o alho, esfregarmos vigorosamente nas tiras de pão torrado e depois colocar um pouco do tomate, representando o tão tipicamente espanhol (e maravilhoso) pan con tomate. Ah, e o cheiro a alho com que ficamos nas mãos? Que se lixe, pois este é um restaurante com um ambiente descontraído e até o cheiro a alho nas mãos tem o seu encanto.



Bastante aceitável o Biqueirão (o nome português para um boquerone), com os filetes menos avinagrados do que gosto mas de boa textura e bem acompanhados por umas boas azeitonas explosivas (acho que já referi que ainda não me cansei desta técnica) e chips crocantes de alho.



Um dos melhores pratos da noite foi o Porco Ibérico, um carpaccio de presa de porco levemente "temperado" com pickle de malagueta verde, parmesão, pistáchio e maçã. Excelente combinação e equilíbrio entre todos os componentes, com os pequenos cubos de maçã a refrescarem-nos o palato a cada dentada.



Todos os grandes chefs têm os seus pratos de assinatura, aqueles pelos quais são conhecidos em qualquer parte do mundo e que acabam por incluir em muitas das ementas dos seus menus. Para Sergi Arola, um desses pratos são as suas Patatas Bravas (receita em vídeo aqui) e garanto-vos que são, muito provavelmente, as melhores que já experimentei.



Ia iniciar este parágrafo mencionando que o Pato Fumado tinha sido um dos momentos da noite mas a verdade é que quase todos os momentos estiveram perfeitos e este foi "apenas" mais um. Umas perfeitas croquetas de pato, bem ao estilo cremoso espanhol (como tudo neste restaurante), com uma fina lâmina do que parecia ser peito de pato fumado.



Não há como ir a um restaurante de tapas sem pedir os pecaminosos Ovos Rotos, ou neste caso, a interpretação dos mesmos por Sergi Arola, apelidada Ovos e Batatas. Uma gigante dose de batatas salteadas em alho e salsa com um ovo estrelado e presunto. Um prato bastante característico da gastronomia espanhola, ainda que nem sempre bem executado, mas aqui estava óptimo, com as batatas bem crocantes, um bom presunto, um ovo estrelado perfeito e um ligeiro toque picante.



O único prato que não deixou saudades foi a Courgette gratinada com queijo boursin, tomilho, limão e amendoim. O conceito pareceu-nos diferente e atractivo, a primeira garfada foi surpreendente mas quanto mais íamos degustando mais cansados íamos ficando com a unidimensionalidade do prato, acabando por se tornar algo enjoativo.



E, como bons e fanáticos fãs (um pouco redundante, eu sei) de Presunto, não poderíamos acabar a refeição sem um prato fantástico do mesmo, num prato bem servido de presunto 100% bolota Castro Y González. Perfeito, pois claro!



Não podia deixar fugir a sobremesa, ainda que já estivéssemos os dois perto de rebentar as costuras. Quis experimentar mais um prato típico da região natal do chef e a escolha recaiu no Copa Catalana, a versão de Sergi Arola da Crema Catalana (um doce parecido com o Leite Creme e com o Crème Brûlèe, ainda que com ligeiras diferenças na preparação e confecção). Neste caso, Sergi utiliza uma base de panna cotta de bolacha maria com um sorbet de tangeria por cima, sendo tudo coberto por um creme de citrinos e canela. Todos os componentes bastante bem executados e encaixam na perfeição uns nos outros.



A visita ao Arola deu-me ainda mais vontade de conhecer o LAB, pois estamos na presença de um dos melhores representantes da gastronomia espanhola que podemos encontrar em Portugal!

Arola
Linhó, Portugal
Arola - Penha Longa Resort Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 60 €
Data da Visita: 3 de Dezembro 2016

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Zomato Foodie Meetup @ Tapas às Paletes (Cascais)

Fui convidado pela Zomato para mais um Foodie Meetup, desta vez no Tapas às Paletes. Este é um restaurante recente (abriu no início de 2015) e trouxe uma lufada de ar fresco aos estrangeirismos que andam à volta do Largo Camões, em Cascais. Esqueçam a ementa em 30 línguas diferentes e os empregados à porta a pressionarem para entrar no restaurante. Este é um restaurante de petiscos portugueses (e não tanto de tapas) cujo nome remete para a sua decoração, pois praticamente todos os componentes foram feitos a partir de paletes.



Ao contrário de outros encontros onde estive presente, neste tivemos a presença constante de 2 dos sócios do restaurante, que jantaram connosco, esclarecendo dúvidas quanto ao percurso do restaurante e respectiva evolução. Exigentes e defensores da qualidade dos pratos servidos, foram os mesmos a fazer vários apontamentos ao que estava na mesa, procurando sempre saber a nossa opinião sobre o que íamos provando.
A refeição começou com 3 petiscos pedidos pela casa, e depois cada um dos foodies presentes pôde pedir algo da ementa que tivesse curiosidade em experimentar. O resultado foi uma quantidade enorme de comida e uma refeição que se prolongou por várias horas. 
Começámos com uns Pimentos de Padrón de dimensões simpáticas e bem cozinhados. A quantidade de sal no prato era um pouco exagerada e, infelizmente, não pareceu surgir nenhum dos mágicos pimentos que picam. Sou um dos sádicos que acha mais piada aos pimentos de padrón que picam do que aos que não picam. 



A Sapateira Recheada não me encheu particularmente as medidas, mas também não sou um fã deste tipo de petisco. Apesar de ser bastante claro que componentes havia, devido à diferença textural entre a cremosidade do recheio e restantes ingredientes, era mais como uma maionese de sapateira. Para quem aprecia marisco, as pernas da sapateira também se encontram presentes.



A primeira surpresa da noite foram umas Gambas à Casa bastante saborosas. Ligeiro travo picante, excelente tempero e gambas bem cozinhadas tornam este petisco como uma excelente recomendação.



Excelentes também as Gambas Panadas. Apresentavam um bom tamanho, uma fritura excelente e eram complementadas com dois óptimos molhos, um agridoce e outro de alho. Provavelmente o meu prato favorito da noite. De qualidade comparável com o que experimentei no Sea Me.



O petisco por mim pedido foi como que uma tentativa de tirar teimas. A minha mãe faz uns Ovos Verdes de chorar por mais. São perfeitos! E quando vejo que algum restaurante também os faz, não resisto a pedir para ver se se aproximam da qualidade daquilo que como em casa. Infelizmente, estes não estavam perto da qualidade a que estou habituado. O recheio estava numa quantidade generosa mas faltava mais de sabor. Aqui optam por não fritar os ovos mas acho que é o tipo de prato que ganha com uma camada de textura adicional.



Os Cogumelos Salteados não têm grande história. Depois de ter feito uma visita ao Santa Clara dos Cogumelos não deixo de pensar que a utilização de um tipo de cogumelos diferente dos típicos Paris poderia dar muito ao prato. Ainda assim, estavam bons, saborosos e bem executados, com a adição clássica de bacon a tornar todo o conjunto mais saboroso.



Apesar de não ser um restaurante com uma ementa (muito) inovadora, consegue manter um nível de consistência bastante bom na maior parte dos seus pratos. Prova disso foi a Salada de Polvo experimentada. Polvo macio e com um bom balanço nos simples ingredientes usados.



Também o Choco Frito estava macio e com uma boa fritura, sem excesso de óleo e com um ligeiro crocante para contrabalançar com a textura do choco.



Menos consistentes e de menor qualidade estavam os Peixinhos da Horta. Uma polme que precisava de melhor fritura e de mais profundidade para apoiar e fazer crescer o sabor do feijão verde.



Há 2 parágrafos atrás disse que a ementa não era muito inovadora. Mas claro que há algumas excepções que rapidamente captivam o olhar, como é o caso das Perninhas de Rã. Um prato que pode afugentar mais do que atrair, mas estamos a falar de uma mesa com 10 foodies e por isso foi necessário experimentar esta "novidade". Faltou-lhes o ponto de sal correcto, o que seria suficiente para se tornar um prato muito bom. Assim, quedou-se pelo bom mas valeu o facto de ser um prato que não encontramos em muitos sítios.



Continuando na senda dos fritos, cuja culpa não é da gerência, chegaram à mesa as Pataniscas. Muito saborosas, faltando-lhes um pouco de cebola, mas já é um apontamento de cariz mais pessoal e que variará conforme os gostos pessoais. Mas o mais importante é a boa fritura e o facto de não se encontrarem maçudas.



A Cebola Frita, apesar da aparente simplicidade, foi também um prato que me surpreendeu. Fugindo aos típicos aros de cebola fritos devido ao uso de uma maior quantidade de rodelas por fritura e o uso de uma polme parecida (ou até a mesma) com a utilizada nos peixinhos da horta.



Simpáticos Ovos com Farinheira, com os ovos a passar ligeiramente do ponto de cozedura que considero ideal. Sou apreciador dos ovos mal passados (um pouco à semelhança da carne) e com uma maior proporção de farinheira do que a que foi apresentada.



Fechámos a refeição com as Lascas à Casa, que eram mais Cascas do que Lascas, e se apresentavam finas e estaladiças. Um dos sócios decidiu pedir uma outra dose pois não estavam tão boas como as que costumam servir. Terei que lá voltar para atestar nestes padrões de qualidade demonstrados. A adição de queijo ralado por cima pouco traz de novo. Talvez se se encontrasse gratinado pudesse fazer uma maior diferença.



Esta foi uma noite recheada de boa (e muita) comida, onde a variedade foi tal que houve pratos que fotografei mas que não tive oportunidade de provar. Foi o caso das Bolinhas de Alheira e do Pica-Pau.




Para sobremesa, um Cheesecake pouco acima da média. Um bom creme que merecia uma bolacha melhor executada para o suportar e ajudar com contrastes de textura. O topping trazia acidez e dava profundidade ao cheesecake. Só dispensava (e dispensei, pois não lhe toquei) o chantilly que rodeava toda a fatia.



O tipo de localização que nunca sonharia ser possível para uma boa refeição. Sempre tive algum preconceito pela zona circundante ao Largo Camões no que se refere a opções viáveis para jantar, mas o Tapas às Paletes veio trazer uma lufada de ar fresco. Pode ser que mais restaurantes decidam investir num produto e conceito virado tanto para dentro como para fora.

Tapas às Paletes
Cascais, Portugal
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Preço Médio: < 20 €