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segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Esquina do Avesso (Leça da Palmeira)

Escrever o post do Dom Tacho (aqui) deu-me algumas saudades da Comic Con Portugal 2017, realizada em Matosinhos, e que proporcionava sempre aventuras gastronómicas bastante interessantes. 
Uma dessas aventuras foi também uma das melhores refeições que fiz em 2017. Sim, é um post sobre uma refeição antiga, pode estar algo desactualizado (a nível de ementa certamente que estará, com o chef Nuno Castro a dar asas à sua criatividade e mudando constantemente a ementa) mas há muitos locais entre 2016 e 2017 que ficaram por falar. Alguns falarei deles quando me apetecer, outros se calhar nunca falarei. 
A Esquina do Avesso não é um restaurante qualquer. Aliás, nenhum restaurante deste grupo pode ser tomado como "mais um". A Esquina do Avesso pertence aos mesmos responsáveis de espaços como Terminal 4450, Sushiaria e Fava Tonka! Todos restaurantes na zona de Leça da Palmeira, com conceitos distintos, mas onde todos foram casos de imediato sucesso! Tentemos focar-nos apenas no Esquina, pois ainda não tive oportunidade de experimentar os outros... fossem mais perto e certamente não me escapariam.
No Esquina do Avesso vamos encontrar pratos que podemos partilhar, o que pode ser complicado porque vamos querer comer tudo sozinhos, mas servidos numa dose onde um comensal de apetite médio conseguiria ficar satisfeito com o couvert, um prato e uma sobremesa. Como eramos 4 esfomeados à mesa, decidimos experimentar 6 pratos (dos 14 disponíveis) e todas as sobremesas disponíveis! Vá, ok, eram só 4...
Uma palavra rápida para o espaço, de bom gosto, sóbrio e descontraído e para o bom serviço que acompanhou bastante bem todo o serviço, disponíveis e informados o suficiente para responder a toda e qualquer questão colocada. Houve pequenas falhas, no entendimento de como iríamos fazer a refeição, mas já lá vamos.
Aquilo que menos expectativa me causa, em qualquer restaurante, é o Couvert. Muitas vezes é desconsiderado, ainda que seja a primeira coisa que a maior parte dos seus clientes irá provar, logo será o que causará a primeira impressão! Felizmente, aqui nada é descurado, com o couvert a ser composto por bom pão, um cremoso e saboroso Hummus e uma Manteigas de Cabra soberba.



Fiquei logo deslumbrado com o primeiro prato, sendo para mim o melhor da noite, com uma combinação improvável de Pato, Beterraba e Cacau! O peito de pato num ponto perfeito, a ligar perfeitamente com as duas texturas da beterraba, sendo quase uma interpretação dos pratos de magret de pato com molho de frutos vermelhos. O elemento dissonante nesta equação é o cacau, mas que encaixa na perfeição no prato, tanto a nível de textura como de sabor. Mas havia mais um elemento no prato para equilibrar todos estes sabores, na forma de um sorvete de queijo de cabra! Não sabia bem o porquê do nome do restaurante, mas a verdade é que me trocaram as voltas e colocaram de pernas para o ar logo no primeiro prato.


Fantástico o Rabo de Touro, cozinhado na perfeição, intenso nos seus sabores, mas desossado e moldado como se nada se passasse, acompanhado com um bom puré e legumes, casados em perfeita harmonia por um jus de outro mundo. Mais um prato perfeitamente equilibrado nas suas texturas, nos seus sabores e sempre com apresentações impecáveis.


Excelente execução técnica na Barriga de Porco, Nabo e Pickles, com a barriga macia mas a pele a apresentar-se estaladiça qb (pessoalmente, até poderia ter vindo um pouco mais), um bom puré de nabo que contrastava bem com os elementos mais ácidos do prato, sendo tudo ligado por, mais uma vez, um jus (deixemo-nos de estrangeirismos, um molho!) óptimo.


Bem, isto se calhar poderia tornar-se repetitivo muito depressa, com a quantidade de rasgados elogios que a Esquina do Avesso, e as criações do chef Nuno Castro, merecem! Mas houve pratos que mereceram pequenos apontamentos onde poderiam estar um pouco melhores.
A nível de sabor e texturas, nada a apontar ao Bacalhau Negro, apenas a pouco apelativa apresentação (ainda que totalmente propositada) que nos impede de distinguir visualmente o que estamos a provar.


O prato menos conseguido da noite foi o Tamboril, Ravioli e Bisque, muito por culpa do bisque que se sobrepunha a todos os restantes sabores e ao tamboril já se apresentar algo seco. Sendo 4 pessoas à mesa, o serviço poderia ter-nos informado, ou à cozinha, de que apenas 3 raviolis estariam no prato. É algo que me chateia um pouco, mais nos restaurantes de sushi do que nestes casos, quando não temos um descritivo completo de quantos elementos de cada coisa vêm no prato e depois não conseguimos dividir as coisas equitativamente com facilidade. Poder-se-ia resolver avisando-nos, e passando a bola de uma decisão informada para o nosso lado, ou pedindo à cozinha que adicionasse mais um ravioli. Claro que esta última abordagem é a que menos sentido faz neste caso, pois existem fichas técnicas e food cost nos pratos por um motivo!


Isto aconteceu também no prato seguinte. Codorniz, Abóbora e Tamarindo impecavelmente empratados, com a ave bastante bem cozinhada, mas onde apenas havia um ovo de codorniz. Ainda que o objectivo pudesse ser espalhar a perfeitamente cozinhada gema por todo o prato, parece-me curto. Em tudo o resto, prato fantástico, como foi toda a refeição, a finalizar as componentes salgadas.


As sobremesas conseguiram estar quase à altura dos pratos, principalmente o Limão, Maracujá e Côco, onde os fortes sabores cítricos, dos quais sou fã confesso, deixavam-se complementar pelo exotismo do maracujá e do côco.


Para os fãs de chocolate, a Floresta Negra é a sobremesa ideal, com o mesmo a apresentar-se em várias texturas e diferentes intensidades! Um jogo de contrastes sobre o mesmo elemento engraçado e que funciona muito bem.


A sobremesa que mais expectativa tinha criado, mas saindo uns furos abaixo do que esperávamos, foi o Cheesecake de Manteiga de Amendoim. Salivaram? Tem tudo para correr bem, não é? O problema esteve na quantidade de doce presente, que se tornou excessivo e acabou por cansar o palato.


A sobremesa que fazia antever o excesso de açúcar, acabou por estar bastante bem equilibrada, com o Toucinho do Céu a ser cortado brilhantemente por uma calda de vinho do Porto.


Refeição memorável, num dos melhores restaurantes da zona do Porto, o que foi o suficiente para aumentar (ainda mais) a curiosidade sobre os restantes restaurantes do grupo, o paraíso dos carnívoros Terminal 4450, o céu dos sushi lovers Sushiaria e o éden dos vegetarianos, e mais recente projecto, o Fava Tonka!

Esquina do Avesso
Leça da Palmeira, Portugal
Esquina do Avesso Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 16 de Dezembro 2017

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Happy Comida Caseira (Amadora)

É impressionante o dinamismo, mesmo que lento, que a zona da Amadora tem sentido. Não está a sentir um boom semelhante a Marvila, mas a verdade é que, aos poucos, abrem restaurantes bastante interessantes. Para além d'O Quintal (aqui) abriram, nos últimos anos, alguns espaços interessantes como o Maria Azeitona, Pimenta Malagueta, Lugar ao Sul ou este Happy Comida Caseira.
O nome remete-nos para comida de conforto e caseira mas a ementa não reflecte tanto esse conceito, acabando por ser um misto de petiscos com twists, algumas coisas em bolo do caco, outros pratos de influências maioritariamente portuguesas e carnes! Esta última secção foi a que mais me entusiasmou tendo em conta os cortes que apresentava face ao preços que pratica.
Lá se criou a oportunidade para uma visita de amigos, todos bons vivants e amantes de boa comida, com as expectativas algo elevadas face às reviews que já tinha lido. A primeira impressão não foi das melhores com a entrada no restaurante a fazer-se ao som daquelas campainhas das lojas dos chineses. É algo estranho apanhar este tipo de pormenores, mas sem dúvida é diferente e fica na memória, ainda que não ache muito agradável.
Queriamos experimentar um pouco de tudo e pedimos, para partilhar tudo, 3 petiscos, 1 prato e 1 corte de carne. O serviço parecia meio atrapalhado com algumas das perguntas que foram feitas enquanto escolhíamos mas lá foi respondendo. O próprio chef Pedro Moreira (que já passou pela Mercearia do Páteo Alfacinha) veio algumas vezes à mesa esclarecer dúvidas e receber feedback, o que demonstra o empenho neste seu projecto pessoal.
A lista de petiscos é bastante interessante e foi a que provocou mais dúvidas quanto ao que mandar vir mas começámos com uns Ovos Escangalhados com Chouriço de Porco Preto que fica ali entre uns Ovos Rotos e um Revuelto, mas com a adição de cogumelos. Ovos bem cozinhados, bom chouriço, bons cogumelos mas, por as gemas já virem demasiado "escangalhadas" acabam por não envolver as batatas tão bem, parecendo que estão ali um pouco à parte no prato.



Não sou um fã de sabores adocicados predominantes nos meus pratos salgados. Acho muito bem que existam componentes mais adocicados mas terão sempre que ser balanceados para não abafarem totalmente o prato. Ora, nas Espetadas de Frango Marinadas com Manteiga de Amendoim (um prato que imaginava parecido com um Chicken Satay), foi isso que acabei por sentir mas não por culpa da manteiga de amendoim. A adição de ananás acaba por tornar o sabor deste como predominante, abafando frango e manteiga de amendoim! Uma pena pois o frango está suculento e se se conseguisse trabalhar apenas com a doçura do amendoim poderia ter funcionado melhor.



O prémio para melhor prato da noite (e pior fotografia também) vai para os Secretos à Bulhão Pato. O nome saltou logo à vista, a ideia implantou curiosidade na mente de todos e não desiludiu. Bons secretos, bem temperados e cortados aos pedaços, mergulhados num molho apurado. Sabem qual é o melhor comprovativo para quando algo traz molho? Ninguém na mesa estar satisfeito enquanto houver uma gota do mesmo e pedindo pão suficiente para que tal não aconteça!



O Risotto de Cogumelos (Boletus, Pleurotus e Shiitake) a apresentar-se decente e com os sabores correctos. Só falhou, ligeiramente, o ponto de cozedura ligeiramente a mais do arroz e a cremosidade do mesmo.



Para a carne, optámos pelo Costeletão de Buey com Maionese de Mostarda de Dijon. Não vos posso dizer nada quanto à maionese de mostarda. Não provei... Não achei que fosse sequer necessária naquele belo pedaço de carne. Principalmente quando ele já vinha temperado com um bom molho de ervas (quase tipo chimichurri). Ok, seria justificável para as batatas mas estava de tal forma focado na carne que se me olvidou da mente. Destaque também para o ponto da carne, exactamente como pedido!



Ainda houve espaço para as sobremesas, que não têm uma ementa fixa e vão mudando consoante as vontades de quem as faz. Um Crème Brûlée um pouco consistente demais que não conquistou ninguém na mesa, ainda que seja de referir o facto da boa camada superior caramelizada.



Boa Mousse de Snickers, cremosa e doce qb. Talvez não a chamasse como Mousse de Snickers mas a verdade é que o nome foi chamativo o suficiente para ser a sobremesa que reuniu consenso na mesa na hora de pedir.



E um óptimo Bolo de Bolacha, feito com manteiga e nada daquelas tretas que se vê com natas. Muito bom, talvez apenas um pouco seco demais, mas nada de grave.



Felizmente a impressão final é muito melhor que a primeira e saímos deste espaço felizes (vá, podia ter feito o trocadilho cliché a dizer que tínhamos saído happy) e muito menos incomodados com o barulhinho da porta.

Happy Comida Caseira
Amadora, Portugal
Happy Comida Caseira Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 16 de Janeiro 2018

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Walkamole & The Skinny Bagel @ Feira do Livro Lisboa 2015

Final de Maio e início de Junho é uma altura, para mim, sagrada. O tempo aquece, os dias são mais longos e, o mais importante de tudo, existe a Feira do Livro de Lisboa! Não sou só um apaixonado por comida. Sou também um apaixonado por literatura (ainda que não sejam todos os géneros) e a visita anual à Feira do Livro é um daqueles momentos especiais. Posso até não comprar muitos mas é um programa obrigatório.
Este ano foi engraçado constatar que a popularidade recente da Street Food teve repercussões na qualidade das ofertas existentes na Feira do Livro. Vários nomes já badalados estiveram presentes, mostrando a diversidade que a comida de rua pode atingir. Entre os mais mediáticos (e interessantes) estão presentes: The Food Armada, Walkamole, Mister Pig, Pizzaria do Bairro, Frua, Cachorro Vadio, The Skinny Bagel e Comida de Rua (sim, aqueles que foram ao Shark Tank).



Eu decidi experimentar algo que tinha saído frustrado no European Street Food Festival (podem ler mais sobre esse evento aqui e aqui), o Walkamole! Depois da frustração de estarem (quase) sempre encerrados no Estoril, decidi dar-lhes o benefício da dúvida e fui experimentar os seus burritos. O menu é curto e a escolha é simples: Chilli ou Carnitas, Pequeno ou Grande. O preço esse só varia consoante o tamanho (4€ e 6€, respectivamente). Não sendo um especialista na matéria, estes burritos parecem ser uma versão mais Tex-Mex, com a utilização de arroz na sua constituição.



Todos os ingredientes são apresentados numa proporção bastante simpática, não havendo nenhum sabor que se torne absolutamente predominante. Uma boa tortilla, que poderia ser ligeiramente tostada, a suportar um arroz decente que envolve os restantes ingredientes. No caso do Burrito Chilli, um refrescante pico de gallo, um chilli que merecia e deveria ter mais profundidade de sabor, um bom guacamole, uns nachos crocantes que servem todo o seu propósito (o de acrescentar uma camada de textura) e um queijo que passa um pouco despercebido. O picante, que apenas é adicionado se o cliente assim decidir, a ser fraco durante a ingestão do burrito, pois escorreu todo para o fundo da tortilla enrolada. O resultado final são umas últimas dentadas sem ingredientes que contrabalancem o picante que falhou durante o resto da refeição.


Melhor o Burrito Carnitas na sua conjugação de sabores. A mesma base de tortilla, pico de gallo, nachos, arroz e queijo, mas com um melhor entrosamento do Sour Cream com as Carnitas. O Sour Cream parece que ajuda a ligar tudo e as carnitas apresentaram uma relevância maior do que a anterior proteína. Escorrendo sabor e desfibrando-se a carne, este foi o conjunto vencedor.


Para sobremesa, outro conceito que ainda não tinha experimentado, o The Skinny Bagel. Aproveitando também a promoção 2 por 1 da Time Out, fui arrastado pela ideia de um bagel de manteiga de amendoim e banana, o Peanut Bagel. Uma combinação que ficou um pouco aquém das expectativas. Um bagel bem torrado que ao início se revela interessante mas que vai perdendo esse interesse à medida que nos vamos apercebendo que é um pouco maçudo. O duo manteiga de amendoim e banana também não deslumbra. A manteiga de amendoim poderia (e deveria) ser caseira e as rodelas de banana foram escassas. 


Manteiga de amendoim caseira? Isso é fácil de fazer? O Alton Brown explica como!


A Feira do Livro acaba dia 14 de Junho por isso toca a aproveitar para uma última (ou primeira) incursão à mesma, e aproveitem para lá almoçar ou jantar. Há muita variedade e há também qualidade nas ofertas de restauração. Esperemos que esta moda seja recorrente para os restantes eventos deste género.
Este ano fui poupadinho e acabei por apenas trazer 3 livros, mas tenho expectativas altas para qualquer um deles.



Walkamole
Normalmente estão localizados na Praça de Touros do Campo Pequeno mas aconselha-se a consulta da página de Facebook para melhores informações!
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Preço Médio: < 10 €

The Skinny Bagel
Para localização actual o melhor é consultar a página de Facebook!
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Preço Médio: < 10 €