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quarta-feira, 25 de julho de 2018

Stuppendo Sushi Bar / Momentum Sushi Bar (Paço de Arcos)

O primeiro contacto que tive com o Momentum Sushi (que entretanto virou Stuppendo Sushi Bar) não foi o melhor (aqui). A vontade de conhecer este outro espaço do grupo (na Quinta da Fonte) nem era muita, mas alguns comentários que fui recebendo convenceram-me a dar uma oportunidade. E ainda bem que o fiz.
Senti que a qualidade entre os espaços é abismal. Talvez a medíocre experiência, com sabor a centro comercial, tenha baixado de tal forma as expectativas que a surpresa tenha sido maior. O espaço também é algo descaracterizado e manteve-se maioritariamente vazio durante toda a noite, num jantar a meio da semana, mas acredito que seja mais pela localização do restaurante (dentro de um pólo empresarial) e não pela qualidade do que é servido.
Um ponto que me deixou meio dividido foi o serviço. Extremamente informado, explicando cada prato do extenso Menu de Degustação do Chef Especial com bastante detalhe (tanto que não consegui decorar tudo!) mas com uma simpática arrogância que se foi suavizando ao longo da noite acabando por deixar uma boa impressão mas marcando uma forte primeira posição que pode não ser a mais confortável para todos.
O menu de degustação especial é uma enxurrada de comida tal que apenas não sobrou nada porque estavam duas pessoas de apetite saudável à mesa (vá, uma era um bocado alarve... não vou dizer quem!). Claro que este banquete também se paga (e bem), por isso, caso não tenham apetite para devorar 7 entradas, 1 combinado de sushi de mais de 40 peças e 4 gunkans especiais, existe uma opção mais comedida.
Para não me alongar em demasia (vou tentar com que estes devaneios sejam cada vez mais concisos e objectivos) é de referir que o ponto alto da refeição não foi o sushi, mas sim as várias entradas que o precederam, onde quase todos os pratos superaram as expectativas. Apenas o Tataki de Atum com Cogumelos Shiitake e Cebola Frita deixou um pouco a desejar pela temperatura (fria) a que foi servido.

Tempura
Tataki de Atum, Cogumelos Shiitake, Cebola Frita
Camarão e Rúcula
Usuzukuri
Soft Shell Crab Uramaki
Gunkan Salmão, Vieira, Ikura
Tártaro de Salmão
A expectativa para o combinado era grande mas, apesar da variedade e qualidade aceitável do peixe servido, deixou um pouco a desejar. É sushi de fusão, e não naquele excesso de molho que muitas vezes encontramos mas acabou por ser pouco surpreendente.


Como "sobremesa", chegaram ainda os gunkans que são imagem de marca da casa (e que já tinha experimentado no Taguspark). Boa concretização mas peças demasiado pesadas para o fim de uma refeição tão longa. Sim, é suposto uma refeição de sushi começar nos sabores mais leves e terminar nos mais fortes mas a sensação de ter o estômago a rebentar acaba por prejudicar a experiência.

Gunkan de Picanha
Gunkan de Salmão e Pistáchio
Uma experiência diferente e que surpreende pelos seus primeiros momentos, ficando aquém no momento que deveria ser a apoteose da refeição. Ainda assim, a opinião final é positiva quanto à qualidade da comida, ainda que os preços pareçam um pouco desenquadrados para o contexto.

P.S: Desculpem a longa ausência, mas andava com pouca disponibilidade para escrever. Tentarei que haja uma maior regularidade nos próximos tempos, mas não prometo nada!
Entretanto podem seguir-me no Instagram (aqui) onde vou deixando pequenos resumos rápidos das refeições que vou fazendo!

Momentum Sushi Bar
Edifício Holmes Place - Quinta da Fonte
Paço de Arcos, Portugal
Momentum Sushi Bar by Chef Gerardo Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
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TheFork
Preço Médio: < 40 €
Data da Visita: 14 de Março 2018

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Dear Breakfast (São Bento)

Brunch! Uma refeição que teima em sair da moda. E, aqui entre nós, ainda bem! É bom haver locais que se preocupem com o tipo de refeição capaz de curar aquela leve ressaca, resultante dos excessos da noite anterior. Quem nunca acordou, depois de uma noite de alguns copos, a apetecer-lhe a riqueza de uns bons ovos mexidos ou escalfados? A tentação de um perfeito croissant barrado generosamente com uma gulosa manteiga? Ou então apenas por pura gula, sem qualquer excesso prévio? Não? Ninguém? Só eu?!
Felizmente parece que a moda veio para ficar e continuam a abrir casas dedicadas única e exclusivamente a este tipo de refeição, como este Dear Breakfast, onde o francês Julien Garrec decide dar à cidade de Lisboa uma ementa virada maioritariamente para os ovos, das mais diversas formas e feitios!
Não foi após uma noite de excessos mas acordei com a gula de quem quer a decadência de comer uns ovos escalfados, preferencialmente inundados em molho holandês. E, tendo já ouvido falar deste local, lá me dirigi para aproveitar a única mesa livre que ainda restava por volta do meio dia.
No Dear Breakfast podemos escolher à carta, com muitos e apelativos pratos de ovo (com influências de todo o mundo), ou optar por um dos dois menus existentes. O de Pequeno Almoço (14€) inclui Tostas, Doce, Manteiga, Croissant, 2 Ovos de qualquer estilo, Chá ou Café e uma opção entre Sumo de Laranja, Smoothie ou Salada de fruta. O de Brunch (18€) engloba as mesmas Tostas, Doce, Manteiga, Croissant mas permite escolher um dos pratos de Ovos disponível, bem como bebida à discrição, entre uma das 3 disponíveis (Bloody Mary, Mimosa ou Sumo de Laranja).
A escolha do prato era relativamente óbvia pois ia com um apetite específico para algo que se assemelhasse a um benedict, acabando a escolha por recair sobre os Ovos Royal, com um excelente pão brioche torrado, salmão fumado, 2 ovos perfeitamente escalfados e um molho holandês de bradar aos ceús! Tudo, mesmo tudo, perfeito! Daí a entrada fácil no top dos melhores pratos que comi em 2017 (aqui).



Excelente o croissant que veio para a mesa, com o exterior estaladiço e um interior aveludado em cada camada, que se torna ainda melhor com a utilização generosa da boa manteiga servida, ou do simpático doce de frutos vermelhos. Nota menos para as torradas de pão integral, a serem algo banais.



Como não tinha sido uma noite de excessos, decidi deixar vir ao de cima a diva do Sexo e a Cidade que há em mim e pedir a mimosa, uma simples combinação de espumante e sumo de laranja. Fantástico aqui o serviço a aperceber-se de quando o meu primeiro copo terminou e a prontificar-se a trazer um segundo, tentando garantir que usufruía o melhor possível da bebida à discrição.



Sim, os brunches estão na moda, ainda que nem todos sejam propriamente opções baratas. Facilmente se gastam perto de 20€ por alguns ovos e pão, mas se forem ovos como estes certamente valem a pena!

Dear Breakfast
Lisboa, Portugal
Dear Breakfast  Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Site
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 23 de Setembro de 2017

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Hamburguês (Oeiras)

Estamos em 2018 e ainda há hamburguerias que abrem por todo o lado. Ok, não abrem tantas... e muitas das que abrem não são novos negócios. São extensões de cadeias já existentes que tentam abranger mais geografias. E foi exactamente isso que deu origem à nova hamburgueria de Oeiras, numa praceta bastante frequentada, onde fica o La Vecchia Roma (aqui), Domino's Pizza, Sacolinha ou o Mercado da Carne (excelente talho), entre outros.
Conhecia a cadeia de nome mas nunca tinha experimentado nenhum dos seus 7 outros restaurantes. Exacto, o Hamburguês abriu em oeiras o seu 8º (!!) restaurante, tantos como a Hamburgueria do Bairro e mais 1 que o Honorato (se contabilizar apenas Lisboa e arredores). O Hamburguês é dos poucos locais que conheço que permite ao cliente fazer o seu próprio hambúrguer, tendo ainda uma selecção das suas próprias combinações, todas inspiradas em regiões ou cidades portuguesas. Isto parece funcionar bem nalguns casos, onde vemos coisas como ovos mexidos ou tomatadas no meio da descrição de um hambúrguer, mas depois parece falhar redondamente onde o "Funchal" é um conjunto bastante banal mas com bolo do caco com manteiga de alho... É uma ideia que sempre a diferencia um pouco das restantes, desde que a concretização acompanhe.
Antes de chegar à avaliação da concretização, avaliemos então o serviço. O restaurante tinha aberto no dia anterior, daí aceitar que o serviço pareça meio confuso na forma como aborda as mesas e se mexe. Ainda que se preencha uma folha com o pedido, e seja validado o que está preenchido pela pessoa que vem à mesa, conseguiu enganar-se numa das bebidas, algo que foi prontamente corrigido. Por falar em folha com o pedido, algo que devem realmente rever é a esta pequena folha, única por mesa, e que serve ao mesmo tempo como ementa e local para anotar o pedido. Porque não fornecer algumas ementas, onde não se pudesse anotar o pedido, e podíamos ter todas as pessoas na mesa a decidir o que comer ao mesmo tempo, sendo depois só anotar?
Não existe muita escolha de entradas, mas como éramos só 2, partilhámos as Tostas com Requeijão de Ovelha, Presunto, Mel e Nozes. Bom pão, o que foi uma constante que passou também para os hambúrgueres, e uns toppings decentes, mas que podiam e deviam ser bem melhores, serviram bem para entreter enquanto aguardávamos pelos pratos principais.


Falando primeiro dos pontos comuns entre os dois hambúrgueres, de realçar o bom pão brioche ligeiramente torrado, ainda que a parte de baixo fosse fina demais para aguentar que se comesse à mão. O ponto da carne não falhou, tal como o tempero da mesma, apresentando-se mal passado em ambos os exemplares, e as batatas doce fritas também estavam num bom nível.
O Mirandela surge com a clássica combinação que tanto associamos à zona, ou seja, alheira, grelos e ovo. Tudo com uma execução média mas a qualidade da alheira não deslumbrou.


Melhor o De Piodão a Barrancos, com uma combinação clássica de queijo da serra, presunto e cebola caramelizada. Os sabores fazem sentido, os ingredientes são simpáticos (mas mais uma vez não deslumbram) mas não percebi a motivação para colocar o queijo em cubos, quando seria melhor uma distribuição mais uniforme.


Não havia já espaço para a sobremesa, nem nenhuma que nos parecesse imperdível o suficiente, por isso decidimos avançar para os cafés e a conta. Não é uma hamburgueria memorável. Aliás, poucas são! Mas não é má, e acaba por cumprir o seu propósito.

Hamburguês
Oeiras, Portugal
Hamburguês - Hambúrgueres Artesanais Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 1 de Fevereiro 2018

domingo, 11 de junho de 2017

La Tasquita (Huelva)

O sul de Espanha é uma zona fantástica como destino de férias estrangeiro barato, bom e de fácil acesso. Sim, eu sei que temos coisas maravilhosas no nosso país, e já acampei por quase todo o país, mas tínhamos traçado como destino a Isla Magica e aproveitámos para conhecer um pouco a zona à volta. 
Não fui com itinerários planeados ou locais recomendados. Tentei que fosse tudo mais "flexível" e portanto fomos comendo onde nos parecia que teríamos mais sucesso ou que o TripAdvisor nos aconselhasse. O primeiro poiso recaiu sobre o La Tasquita, em Huelva, para umas tapas de fim de tarde acompanhadas por cañas, para ajudar a baixar as altas temperaturas que se faziam sentir.
Primeiro facto sobre a restauração espanhola, tendo um IVA mais baixo (10%) consegue-se refeições decentes a preços equivalentes ou até mais baixos do que em Portugal. 
Segundo facto, eles têm um fascínio qualquer com os fritos no sul de Espanha. Até o Rabo de Toro veio numa cama de batatas fritas completamente desnecessária. Não era fantástico, com o molho de tomate a parecer ser feito de uma base de conserva, mas ainda assim era bastante decente.


Terceiro facto, mesmo estando próximo do Mar, a maior parte do peixe que estava disponível nos restaurantes era frito! Daí termos tido uma dificuldade enorme em encontrar Boquerones alimados, sendo que todos os restaurantes onde perguntávamos respondia-nos que apenas os tinham fritos. Bem fritos, estaladiços e bem temperados, sim. Mas, fritos...


Ok, a escolha não deixou de ser nossa em pedir as coisas fritas (excepto o rabo de boi que veio assim...sabe-se lá porquê), mas era a primeira refeição em Espanha e queríamos limpar já alguns dos nossos favoritos, como as Puntillitas. O tamanho poderia ser menor e podiam estar limpas, evitando a irritação de tirar aquela tira não comestível da boca, mas a dose é bastante bem servida para os 4€ que custa.


Finalizámos a refeição com um dos nossos guilty pleasures. Batatas, ovos e presunto. Uma combinação fantástica entre a cremosidade da gema e o salgado do presunto, quase como uns Ovos Rotos.


Não foi a melhor refeição que fiz em Espanha em 2016 (dessa já falei aqui) mas é a confirmação que se come decentemente e sem grande esforço financeiro no país vizinho.

La Tasquita
Huelva, Espanha
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 5 de Junho 2016

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Arola (Linhó)

Até há alguns anos atrás nunca tinha ouvido falar de Sergi Arola. O nome do chef catalão nada me dizia, ainda que fosse um discípulo de Ferran Adrià ou que tivesse tido recentemente um restaurante em Madrid com 2 estrelas Michelin (o Gastro - entretanto já encerrado). Mas, com a curiosidade de conhecer os melhores restaurantes do país, um dos restaurantes que era bastante referenciado era este Arola, no Penha Longa Resort, onde Sergi Arola explorava uma cozinha com tapas a preços (relativamente) acessíveis. 
Em meados de 2015, no mesmo local, abriu o LAB By Sergi Arola, este já com aspirações a uma estrela Michelin, que acabou por conquistar há uns meses. A visita ao LAB será um must num futuro próximo (ou que tentarei ser próximo) mas queria primeiro conhecer o Arola.
Antes de falar sobre a comida, dois aspectos importantes. O espaço é muito bonito (pelo menos à noite) e é pena que num sábado ao jantar estivesse vazio. Por outro lado, o facto de termos o restaurante quase só para nós fez com que tivéssemos um serviço sempre pronto a acudir a qualquer e mínima chamada de atenção da nossa parte. E isto sem ser de forma alguma intrusiva! 
Gosto de pratos interactivos, quer seja com o prato a ser terminado na mesa ou a necessitarem de alguma acção final do comensal para que conjugue todos os elementos, como é o caso do Couvert no Arola. Pão de coca (um pão tradicional da zona da Catalunha), alho e tomate picado, onde o objectivo é descascarmos o alho, esfregarmos vigorosamente nas tiras de pão torrado e depois colocar um pouco do tomate, representando o tão tipicamente espanhol (e maravilhoso) pan con tomate. Ah, e o cheiro a alho com que ficamos nas mãos? Que se lixe, pois este é um restaurante com um ambiente descontraído e até o cheiro a alho nas mãos tem o seu encanto.



Bastante aceitável o Biqueirão (o nome português para um boquerone), com os filetes menos avinagrados do que gosto mas de boa textura e bem acompanhados por umas boas azeitonas explosivas (acho que já referi que ainda não me cansei desta técnica) e chips crocantes de alho.



Um dos melhores pratos da noite foi o Porco Ibérico, um carpaccio de presa de porco levemente "temperado" com pickle de malagueta verde, parmesão, pistáchio e maçã. Excelente combinação e equilíbrio entre todos os componentes, com os pequenos cubos de maçã a refrescarem-nos o palato a cada dentada.



Todos os grandes chefs têm os seus pratos de assinatura, aqueles pelos quais são conhecidos em qualquer parte do mundo e que acabam por incluir em muitas das ementas dos seus menus. Para Sergi Arola, um desses pratos são as suas Patatas Bravas (receita em vídeo aqui) e garanto-vos que são, muito provavelmente, as melhores que já experimentei.



Ia iniciar este parágrafo mencionando que o Pato Fumado tinha sido um dos momentos da noite mas a verdade é que quase todos os momentos estiveram perfeitos e este foi "apenas" mais um. Umas perfeitas croquetas de pato, bem ao estilo cremoso espanhol (como tudo neste restaurante), com uma fina lâmina do que parecia ser peito de pato fumado.



Não há como ir a um restaurante de tapas sem pedir os pecaminosos Ovos Rotos, ou neste caso, a interpretação dos mesmos por Sergi Arola, apelidada Ovos e Batatas. Uma gigante dose de batatas salteadas em alho e salsa com um ovo estrelado e presunto. Um prato bastante característico da gastronomia espanhola, ainda que nem sempre bem executado, mas aqui estava óptimo, com as batatas bem crocantes, um bom presunto, um ovo estrelado perfeito e um ligeiro toque picante.



O único prato que não deixou saudades foi a Courgette gratinada com queijo boursin, tomilho, limão e amendoim. O conceito pareceu-nos diferente e atractivo, a primeira garfada foi surpreendente mas quanto mais íamos degustando mais cansados íamos ficando com a unidimensionalidade do prato, acabando por se tornar algo enjoativo.



E, como bons e fanáticos fãs (um pouco redundante, eu sei) de Presunto, não poderíamos acabar a refeição sem um prato fantástico do mesmo, num prato bem servido de presunto 100% bolota Castro Y González. Perfeito, pois claro!



Não podia deixar fugir a sobremesa, ainda que já estivéssemos os dois perto de rebentar as costuras. Quis experimentar mais um prato típico da região natal do chef e a escolha recaiu no Copa Catalana, a versão de Sergi Arola da Crema Catalana (um doce parecido com o Leite Creme e com o Crème Brûlèe, ainda que com ligeiras diferenças na preparação e confecção). Neste caso, Sergi utiliza uma base de panna cotta de bolacha maria com um sorbet de tangeria por cima, sendo tudo coberto por um creme de citrinos e canela. Todos os componentes bastante bem executados e encaixam na perfeição uns nos outros.



A visita ao Arola deu-me ainda mais vontade de conhecer o LAB, pois estamos na presença de um dos melhores representantes da gastronomia espanhola que podemos encontrar em Portugal!

Arola
Linhó, Portugal
Arola - Penha Longa Resort Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 60 €
Data da Visita: 3 de Dezembro 2016

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Belém 2 a 8 (Belém)

Quando a minha família me pede sítios relativamente pertos e relativamente baratos para que se possa fazer um almoço de família, tenho o hábito de, todas as vezes, percorrer toda a minha lista e ir criando uma shortlist que se possa encaixar nestes requisitos. Após a primeira iteração, começo a excluir sítios até ficar com um top 3 que se encaixe perfeitamente numa refeição que eu acredite que possa agradar. Bem, o Belém 2 a 8 entrava sempre na primeira versão da shortlist, acabando por ser excluído normalmente pela dificuldade em estacionar na zona.
Numa noite semanal, cujo plano era acabar a comprar meia dúzia de Pastéis de Belém, surgiu a oportunidade perfeita para finalmente conhecer o espaço, decorado como uma antiga casa, com bastantes apontamentos engraçados ainda que com uma certa aparência de formalismo, até no que ao serviço diz respeito. Nesta zona, facilmente poderíamos julgar que isto levaria a um restaurante tão comummente denominado "tourist trap", mas, felizmente, esse não é o caso.
A ementa tem uma secção de petiscos e alguns pratos principais, divididos em 3 secções: Bacalhau, Peixe e Carne.
Iniciámos a refeição com um bom Queijinho de Azeitão e Doce de Frutos Vermelhos, que vinha acompanhado por uma broa que merecia ser melhor mas que acabava por cumprir bem o seu papel de receptáculo para a conjugação do doce dos frutos vermelhos com o salgado do queijo.


Uma das maiores curiosidades da ementa recai sobre o Pastel de Nata... de Bacalhau. Infelizmente este apresentava-se demasiado líquido e com pouco bacalhau, ainda que todos os sabores estivessem lá. A ideia é muito boa, os sabores da ideia funcionam e só a nível textural é que não me convenceu.


Excelente conjugação de sabores na Linguiça Salteada com Ananás, Mel e Hortelã, com o agridoce a balancear-se bastante bem os sabores fortes da linguiça.


O Ovo Roto com Batatas Fritas e Presunto Crocante cumpria na promessa. É ovo, no singular, e o presunto estava realmente crocante. Um prato pecaminoso qb mas poderia sê-lo mais se a gema estivesse ainda menos passada. Apesar de estar líquida, uma só gema não foi suficiente para envolver toda a frigideira, visto que as doses aqui são bem servidas.


Excelentes Peixinhos da Horta, com uma polme saborosa e bastante bem frita, sem qualquer excesso de gordura e bastante estaladiço.


Já não houve espaço para sobremesa, nem sequer os inicialmente previstos Pastéis de Belém, pois não prevíamos que as doses fossem de tão justo tamanho. Receámos estar num restaurante que ostentasse mais do que fosse cumprir, mas revelou-se positivamente com uma ementa bem construída, com pratos de bons sabores e a preços justos. 

Belém 2 a 8
Belém, Portugal
Belém 2 a 8 Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 1 de Fevereiro 2017

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Mini Bar (Chiado)


José Avillez é, sem grande dúvidas, o chef português mais mediático por este mundo fora. O Grupo José Avillez tem 7 restaurantes (se contar o Bairro só como um) e 1 serviço de Take-Away (que já usei e do qual gostei bastante!). Estamos perante um dos melhores chefs portugueses e o "Rei do Chiado", logo as expectativas em todos os restaurantes com o seu nome são naturalmente altas assim como o nível de exigência.


Perú de Natal do Take-Away do Grupo José Avillez
Tenho adiado a minha visita ao Belcanto (mais do que devia mas tentarei ir lá este ano de 2017!), e por muito que quisesse que o Belcanto fosse o meu primeiro contacto com a cozinha de José Avillez, decidi ir visitar o Mini Bar para festejar o meu aniversário. Apetecia-me algo diferente, apetecia-me cozinha de autor, em modo "petisco" e que pudesse vir a ser uma das melhores refeições do ano. E foi!
Antes de começar a dissertar sobre os pratos, aconselho vivamente os cocktails do Mini Bar. Penso que se enquadram melhor na temática do restaurante. Todos os 4 experimentados eram muito bons.


Cosmopolitan - Vodka Absolut Citron, Triple Sec, Frutos Silvestre
Kir Royal - Champagne Perrier Jouët Grand Brut NV, Licor Cassis
Lisboa - Vodka Absolut Blue, Frutos Silvestres, Gengibre
Menina e Moça - Rum Havana Club Añejo Especial, Abacaxi, Limão, Cardamomo
A viagem no Menu Épico, composto por 12 momentos, começou com uma refrescante interpretação de um cocktail, a Margarita de Maçã Verde e Hortelã com flor de sal e flocos de piri piri. Um prato de textura engraçada e de sabores subtis, a servir como um limpa-palato para a refeição que se iniciava.



Um dos componentes icónicos comum a vários restaurantes de Avillez (seja isolado como no Mini Bar ou fazendo parte de um Bacalhau à Brás como no Café Lisboa), são as Azeitonas Explosivas, onde Avillez faz uso de uma técnica de esferificação, que utiliza alginato, popularizada por Ferran Adriá no seu (já extinto) El Bulli, onde o chef estagiou em 2007. É uma técnica "antiga", que já se vê em diversos restaurantes mas da qual ainda não me cansei, pois o seu resultado é sempre fantástico.



Também bastante popular é o Ferrero Rocher de José Avillez, onde o chef criou um prato visualmente perfeito na sua conceptualização, apresentando uma mousse de foie gras com avelã como recheio de um bombom de chocolate. Um dos motivos pelo qual a cozinha de autor me fascina bastante é por este desafio cerebral a ideias pré-concebidas. Neste caso, o nosso cérebro vê um ferrero rocher perfeito, a primeira dentada e os primeiros sabores que nos chegam ao cérebro são do chocolate e da avelã... e demora cerca de 3 segundos a aperceber-se que não estamos a comer um prato doce. Conceptualmente perfeito.



As brincadeiras com "finger food" continuam com o Ceviche de Gambas do Algarve, com a meia lima a servir de colher para duas óptimas e frescas gambas, um grão de milho frito, uma esfera de sumo de beterraba, uma rodela de malagueta e brotos de coentros. Sabores perfeitamente balanceados com o sumo da lima, que mordemos e apertamos enquanto colocamos tudo na boca, a contribuir com a sua acidez para se criar o famoso leche de tigre directamente na nossa boca. Fantástico apontamento do milho frito que acrescenta textura e dá um excelente toque salgado ao prato.



E agora, o momento da noite, com a chegada do Frango Assado de José Avillez. Frango assado?! Comida de autor?! Meus caros, este é dos melhores frangos assados que já experimentei. Todos os fantásticos sabores estão lá, representados por uma das coisas que mais aprecio no frango assado, a pele, tendo como toppings um creme de requeijão fumado e outro de abacate. Para terminar, piri-piri em pó para dar algum "kick" a todo o conjunto. Perfeito!



A finger food terminou com um duo de tártaros em cornetto. Excelente Tártaro de Novilho com Emulsão de Mostarda, com vários dos sabores clássicos de um tártaro presentes. Apreciei bastante o corte mais grosseiro na carne, a funcionar bastante bem e a ser um bom ponto diferenciador dos demais tártaros que existem.



A interpretação asiática de José Avillez para o Tártaro de Atum era fenomenal. O atum de uma qualidade exemplar, marinado em soja, e a desfazer-se na boca. Era difícil superar o tártaro de novilho mas conseguiu!



O Ovo BT com Parmesão não convenceu na plenitude ainda que tudo estivesse bem executado. O uso de óleo de trufa não me seduz e não acho que acrescente algo de fantástico ao prato. Já a simples combinação pão torrado, parmesão e ovo é muito boa e funciona bastante bem sem o acrescento do óleo de trufa.



Muito boas, tanto a nível de textura como de sabores, as Vieiras Salteadas com Sabores Thai, onde o molho era uma representação de um caril verde tailandês.



Para terminar os momentos salgados do Menu Épico, o JAburguer DOP. Excelente pão, excelente carne, principalmente a nível de tempero e temperatura, com uma folha de alface e um pouco de tomate. Melhor que muitos hambúrgueres espalhados pela maior parte das hamburguerias que continuam a proliferar por este país fora. Acompanhava com umas excelentes Batatas Parvas.



Para estômagos mais pequenos, este menu tem uma dimensão óptima mas aqui o glutão não se satisfez com (só) 12 momentos e decidimos pedir algo mais. Repetimos as Azeitonas e o Frango Assado e pedimos uns Croquetes com Emulsão de Mostarda, fantásticos nas texturas com o exterior estaladiço e um interior suculento e muito saboroso.



Fechámos o capítulo salgado com um bom Presunto Joselito Gran Reserva.



A sobremesa do menu épico nesta noite foi o Globo Lima-Limão, traduzindo-se na grande desilusão da noite. Apesar de ser um grande fã de sabores cítricos, não gostei dos sabores aqui apresentados, fosse na "casca" de lima ou na espuma cremosa de yuzu. Conceptualmente, a ideia da sobremesa é boa mas não gostei da concretização com sabores que pareceram pouco naturais.
O serviço foi competente e bastante rápido durante toda a noite e apenas aqui houve uma pequena falha. Um dos globos foi para trás com mais de metade no prato e não houve a preocupação de perguntar porquê. Se um prato volta para trás com comida, penso que será do interesse de todos perceber o que deu origem a isso...



O último momento do menu chega com o café (que estava algo queimado), com um Marshmallow de Maracujá e Coco e um Bombom de Chocolate.



As expectativas eram altas ou não estivesse a falar de um restaurante de José Avillez e não foram defraudadas. Falta agora conhecer os restantes espaços do grupo.

Mini Bar
Lisboa, Portugal
Mini Bar Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 60 €
Data da Visita: 20 de Janeiro 2017