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quarta-feira, 28 de junho de 2017

O Abel (Gimonde) @ Mesas Bohémias

Este projecto das Mesas Bohémias, com patrocínio Sagres e que nasceu da cabeça de Rodrigo Meneses (curador da Academia Time Out, da qual já falei aqui), é das propostas gastronómicas mais interessantes que podemos actualmente encontrar. A habilidade de, por alguns dias, transladar uma região para uma das duas maiores cidades portuguesas é de louvar! E sim, disse transladar uma região. Porque aqui a questão não é só trazer alguns restaurantes longínquos a Lisboa ou Porto. Aqui, o conceito é trazer também os produtos, desde as proteínas, às especiarias e passando, inclusive, pelo carvão onde os produtos são confeccionados! Como bom apaixonado pela cozinha portuguesa, esta procura de autenticidade é algo muito própria do Rodrigo, querendo dar às pessoas a possibilidade de desfrutar e experimentar novas sensações que muitas, de outra forma, não teriam hipótese de vivenciar e sempre com o maior nível de autenticidade possível. 



A logística envolvente deve ser um verdadeiro pesadelo, com toda a questão do transporte (mantendo a frescura e qualidade) dos produtos, das equipas e também do espaço que irá acolher este restaurante durante os dias em que o evento durar. É o exemplo gastronómico do provérbio "Se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha". A toda a equipa que está envolvida no projecto, os meus mais sinceros parabéns! Fiquei fã e, se fosse possível, reservava já um bilhete de época para todo o ano!
A 1ª edição viu Lisboa, especificamente o restaurante D. Afonso o Gordo, receber a Casa Inês, restaurante icónico da cidade do Porto e casa-filha do também nacionalmente reconhecido Casa Aleixo (sobre o qual falei brevemente aqui). Já o Porto recebeu, no BH Foz, o algarvio Noélia, facilmente proclamado como um dos melhores restaurantes de todo o Algarve.
Nesta 2ª jornada, Lisboa teve o prazer de receber O Abel, um dos melhores e mais conhecidos restaurantes transmontanos, no restaurante Cantina LX (do qual já falei aqui) e o evento esgotou em poucos dias! O nome do evento também não é ao acaso, pois a ideia é também a de juntar um grupo de desconhecidos à volta da mesa, partilhando boa comida. Algo bastante português, como não poderia deixar de ser! E, para perceberem o quão famoso é O Abel, estive sentado com algumas pessoas que costumam ir ao Abel e, mesmo assim, não deixaram passar a oportunidade de comer a sua comida na capital!
Às Mesas Bohémias vamos já com um menu de degustação pré-definido, quiçá o melhor menu de degustação do país por tão baixo valor, e onde podemos experimentar o melhor que o restaurante tem para oferecer. As expectativas eram altas mas ainda assim consegui sair de lá surpreendido, não só pela comida, como pela experiência e ambiente sentido durante toda a refeição. Presenciar o momento em que 100 pessoas gritam, qual grupo de estudantes universitário eufóricos, "chicha" é bastante único.



O Pão de Gimonde abriu a refeição, excelentemente acompanhado por um bom Azeite Transmontano. Pão esse que é ainda amassado à mão antes de ir a cozer num forno a lenha, numa padaria de Gimonde, como nos explicou uma das pessoas da organização.



Com a mesa já completa, pois para facilitar o trabalho e organização da cozinha as mesas são servidas de forma sequencial, começam a chegar as entradas. Excelente Alheira transmontana, feita especialmente para esta refeição, e uma fantástica Chouriça Assada, ambas com notas ligeiramente picantes com o intuito de ligar à amargura encontrada na nova Bohémia IPA.




Fiquei fã do Cordeiro Grelhado! Não foi só o facto de cada peça ter sido temperada (com o molho da posta) à mão pelo Óscar, responsável pela cozinha d'O Abel, mas a forma delicada como estava grelhada, com a gordura extremamente saborosa e a deliciosa e macia carne a encantar o palato. Excelentes também as batatas assadas, que também vieram de Trás-os-Montes, com o sabor adocicado característico das batatas novas e temperadas com cebola crua para lhe dar mais vida. Sabores bastante fortes e que foram combinados com a Bohémia Puro Malte, uma cerveja mais leve e menos intensa, que deixou a comida brilhar.




O prato estrela d'O Abel, a Posta à Abel, não podia faltar. Estamos a falar da, provavelmente, posta transmontana mais conhecida de todo o país! As expectativas que a minha mente criou foram enormes mas valeu cada dentada neste belo naco de carne. Aqui, a posta foi servida em versão meia dose, e ainda bem pois o exemplar completo seria claramente comida a mais para o estômago da maior parte dos comensais. Excelentes também as batatas fritas, extremamente viciantes e a surpreenderem de tão boas. Este prato foi acompanhado pela Bohémia Original. 




Para terminar a refeição, um Pudim de Castanhas muito bom, perfeitamente cozinhado e onde o único problema foi a utilização de um caramelo industrial. 



Nem tudo foi perfeito, como é natural num restaurante e numa equipa que está a trabalhar num espaço que não o seu. Por exemplo, nem todas as postas estavam com a mesma temperatura e o pudim da minha companheira de aventuras não tinha o sabor das castanhas que o meu tinha, levando a várias comparações entre os pratos apenas para chegar à conclusão que o dela sabia apenas a... pudim.
Mas todos estes pormenores são facilmente desculpados. A logística de alimentar 100 pessoas desta forma não é fácil, acabando por naturalmente afectar um pouco da qualidade, mas não o suficiente para que as pessoas saiam do Mesas Bohémias desiludidas, como se podia ver pelos rasgados sorrisos das pessoas enquanto saíam.
O conceito é muito bom, e a execução não lhe fica atrás, trazendo um nível de autenticidade que não é comum encontrar-se. A oportunidade de conhecer restaurantes que se encontram a muitos quilómetros de distância é quase impagável. E o preço que pagamos nas Mesas Bohémias é uma ninharia para o que retiramos da experiência.

O Abel
Gimonde, Portugal
Preço Médio: < 20 € (Mesas Bohémias: 30€)
Data da Visita: 27 de Maio 2017

terça-feira, 23 de maio de 2017

Curtas #15: Olh'Ó Petisco (Sassoeiros)

Já estamos na época do caracol, da esplanada e da imperial ao final de tarde! Como tal, quero só falar-vos rapidamente de um local em Sassoeiros que tem tudo isto mesmo passando despercebido por quem ele passa. 
Em 2016 visitei este espaço 3 vezes mas o registo fotográfico ficou esquecido, lamento informar, portanto terão que se contentar com minhas breves descrições. Antes de mais começo por afirmar aos sete ventos que aqui se serve uma imperial fantástica! Copo fresco, pouca altura de espuma e boa pressão, chegam à mesa e desaparecem a uma velocidade estonteante.



Podem acompanhar as imperiais com uns bons Caracóis ou umas Amêijoas gordas e com um saboroso molho. Se estiver com apetites mais carnívoros há um óptimo Pica-Pau, não tanto pela carne em si (que não é má) mas pelo molho que pede pão, muito pão, de tão guloso que é!
Um espaço simples, sem grandes efeitos ou enfeites, com comida bastante decente e a um preço simpático! Com o Verão à porta, de que estão à espera?

OlhÓ Petisco
Sassoeiros, Portugal
Olh'Ó Petisco Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Foodspotting
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 17 de Maio 2016

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Tappas Caffé (Parque das Nações)

Todos temos uma opinião sobre quais são as melhores francesinhas da nossa cidade. E essas opiniões diferem bastante porque as opiniões são subjectivas e as preferências podem incidir sobre diferentes pontos da francesinha. Por exemplo, para mim, o ponto essencial da francesinha é o seu molho, depois o seu recheio e casaco, depois o pão e no fim as batatas fritas.
E se há várias casas em Lisboa que proclamam ter uma verdadeira e autêntica francesinha, o Tappas foi a primeira casa com dados provados na Invicta que se mudou para a Capital e decidiu mostrar a sua versão aos lisboetas, onde o principal ponto de diferenciação está no facto das francesinhas serem cozinhadas num forno de lenha. Fui pouco depois da abertura do espaço e o mediatismo à volta desta abertura traduziu-se numa espera superior a 1 hora, mesmo chegando antes das 20h!
Aqui nota-se a simpatia característica das gentes do Norte no serviço. O tratamento por tu, o à vontade com que abordam as mesas e o xiripiti que connosco partilham no final da refeição são mostras do que nos poderia esperar numa dos Tappas do Porto. Aliás, todo o ambiente reproduz bem o ambiente dos seus espaços no Norte, e isto dito por alguém que conhece esses mesmos locais.
Além da simpatia já referida, somos recebidos com um simpático prato de broa, presunto e pataniscas de bacalhau, enquanto decidimos (não que seja difícil a escolha) e esperamos pelas primeiras Leiteiras. Sim, aqui a cerveja é servida numa leiteira metálica, o que ajuda a que a cerveja se mantenha fresca mais tempo.


Mas a estrela é mesmo a Francesinha! Começando pela ordem contrária à relevância que lhes dou, as batatas fritas cumprem bem o seu papel, assim como o pão que consegue não se desfazer a meio da refeição. A abundância do queijo gratinado com que a francesa se veste é bastante apreciada e as carnes, não sendo fantásticas, são bastante aceitáveis. Mas o melhor deixei-o para o fim, o molho. Servido em duas partes, a base do molho é já de si bastante boa e equilibrada mas fica ainda melhor quando é pedida a componente picante!


Continua a não se comparar ao que experimentei no Bufete Fase ou no Pajú (aqui), mas para os padrões das francesinhas que existem em Lisboa é uma excelente opção.

Tappas Caffé
Rua das Gales, 79A - Galerias Plazza
Parque das Nações, Portugal
Tappas Caffé Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Foodspotting
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Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 5 de Fevereiro 2016