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terça-feira, 21 de agosto de 2018

Sabores da Praça (Grândola)

Mais uma viagem, mais uma paragem gastronómica à procura de conhecer novos restaurantes e ser surpreendido. Infelizmente desta vez as coisas não correram bem. A ideia inicial era jantar no Taberna d'Vila mas não conseguindo arranjar mesa, dirigi-me a outro restaurante que tinha referenciado (e que estava aberto a um domingo à noite).
Foi assim que fui ter ao Sabores da Praça, um restaurante com um nome que me invoca imagens de pratos da terra, com produtos comprados na praça, ou não estivesse o próprio restaurante introduzido no edifício do Mercado Municipal. Mas quando abro a ementa deparo-me com alguns petiscos, pratos de massa, hambúrgueres, um prato de peixe e várias opções carnívoras. Ou seja, não era bem aquilo que tinha em mente e as opções presentes pareceram-me muito pouco regionais, o que foge um pouco ao que procurava.
E não foi só aqui que os nomes não bateram certo com a imagem mental que criei. Os Cogumelos Salteados com Chouriço não eram apenas salteados! Imaginei cogumelos salteados em azeite e alho com chouriço. E, imagino, que o prato tenha passado por esse processo mas depois adicionaram-lhe um molho que não achei que acrescentasse assim tanto valor. Ainda lá molhei pão a ver se percebia a adição mas, mesmo assim, nada que tenha feito as minhas papilas gustativas saltitar. O que até é de estranhar, pela utilização de chouriço, mas este também não tinha assim tanto sabor.


A seguir ataquei o Choco Frito com Arroz de Lingueirão, mas correu ainda pior que a entrada. Começando pelo menos mau, o arroz. A nível de sabor estava lá, mas o lingueirão estava duro. E não foi a única coisa com uma textura estranha, já que o choco estava bastante borrachoso. A fritura também não estava consistente e tinha um molho de azeite e limão, que não sabia a limão, e que acrescentava gordura a uma coisa já de si frita... Não me fez sentido e não acho que seja uma combinação feliz. A ideia não era terrível mas a concretização falhou.


Estava de tal forma triste com a refeição que não me apeteceu sequer espreitar as sobremesas. Estava algo desconsolado com a má escolha, mas este é o risco de querer conhecer novos locais. Nem sempre vamos acertar...

Sabores da Praça
Grândola, Portugal
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 12 de Agosto 2018

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Fialho (Tavira)

O Algarve é conhecido pela sua gastronomia virada para o mar, principalmente em preparações simples e que deixam o produto brilhar. Podemos encontrar restaurantes deste género um pouco por todo o lado mas, perto de Tavira, sempre tinha lido bastante sobre o Fialho, um dos restaurantes com melhor produto e melhor relação qualidade-preço. Não estamos no domínio das marisqueiras fancy, mas sim num típico restaurante algarvio, quase uma cabana à beira estrada, com um aspecto clássico de tasco.
Iniciámos hostilidades com umas boas Amêijoas à Bulhão Pato, ainda que o molho pudesse estar um pouco mais apurado, mas cumpriu na mesma os requisitos mínimos.


Atirámo-nos depois a umas Ovas de Choco, um petisco nunca antes experimentado por este vosso entusiasta, mas do qual fiquei fã. Encontra-se muitas vezes frito, mas aqui surpreendeu os comensais presentes ao aparecerem numa banheira de escaldante azeite aromatizado com alho e salsa. Não sabia bem o que esperar, mas fiquei rendido, tanto às ovas em si como ao azeite aromatizado onde cheguei a mergulhar pão diversas vezes.


Um dos ex-libris da casa é o Arroz de Lingueirão, que chega à mesa numa dose que dá para 3 pessoas. Infelizmente não achei que estivesse à altura de outros locais onde este icónico prato é servido. Para além do picante, que é uma preferência pessoal neste tipo de pratos, faltava-lhe algum sal e um melhor rácio na proporção entre arroz e bivalve. Pela positiva, arroz bem cozinhado, bastante caldoso e a gigantesca dose.


Encaro atum como se de carne se tratasse e, como tal, peço-o sempre mal passado. Infelizmente isso não aconteceu aqui com a Barriga de Atum. Boa qualidade da barriga, não tendo secado mesmo estando bem passada, mas acho que perde bastante ao ser servida assim.


Terminámos com uma Torta de Laranja com muito pouco sabor, mas de textura correcta. Numa região tão famosa pelas suas laranjas, seria de esperar que as tortas de laranja tivessem sempre bastante sabor.


Uma refeição com alguns altos e baixos mas não achei que justificasse a fama que tem. Tirando as ovas de choco, tudo o resto podia ser melhor e os pratos principais falharam em pormenores essenciais.

Fialho
EM 1339, 1090E - Luz de Tavira
Tavira, Portugal
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 12 de Agosto 2018

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Vela 2 (Tavira)

Ir ao Algarve sem comer peixe grelhado é uma autêntica blasfémia. O poiso habitual costuma ser o Zé Maria (já falei sobre ele aqui) mas queria conhecer algo novo e lembrei-me de um daqueles restaurantes do qual sempre tinha ouvido falar, cujas memórias são de filas gigantes à porta mas onde nunca tinha entrado. 
Antigamente localizado perto do centro de Tavira, há cerca de 4 anos o Vela 2 deslocou-se para a zona industrial de Tavira, mais concretamente Santa Margarida, ficando agora situado numa vivenda de dimensões consideráveis. Mas o espaço em si é algo... peculiar! Estão a ver o fanatismo que se vive, em torno do Benfica, nos restaurantes Zé Pinto (de que também já falei aqui) ou n'O Barbas? Pois, nada me preparou para o que estava prestes a ver quando entrei no Vela 2.


Todo o restaurante é uma gigante homenagem ao clube! É quadros, é fotos dos estádios na parede, camisolas assinadas, uma sala com o nome do Eusébio e, pasme-se, um bar no formato do Estádio do Sport Lisboa e Benfica. E isto foi só o que eu vi, pois já me disseram que as outras duas salas existentes são do mesmo género, com cachecóis, mais camisolas, águias no tecto e afins...


Para conjugação de todos os factores de ambiente, estava a jogar o Benfica e, claro que estava a ser transmitido nas televisões existentes no restaurante. Positivo porque consegui ver o final do jogo enquanto jantava mas negativo pois quem servia também parecia mais preocupado em ver o jogo enquanto trabalhava.
E o que se come no Vela 2? Ora, eu comecei este texto a falar em peixe grelhado, e é o Rodízio de Peixe, pela módica quantia de 9€, que move adeptos a esta catedral. A pergunta é logo feita na primeira abordagem num tom que não deixa margem para dúvidas "Peixe? Hoje temos dourada, robalo e choco. É o que há." Não vi ninguém aqui a pedir carne ou a pedir a ementa, por isso, ok, mande vir! E um jarrinho de branco para acompanhar, ainda que tenha de ter sido pedido mais do que uma vez e só tenha chegado à mesa depois do peixe. Lá está, quando joga o glorioso as prioridades são outras.
Quando eu disse que podia vir, claramente isto foi entendido no sentido literal e chegou um exemplar de cada à mesa. Aqui o vosso amigo não quis deixar a tarefa em mãos alheias e foi mais acertivo que o Jonas na hora de finalizar, dando cabo da defesa adversária sem espinhas, com a assistência de uma simpática salada!



Boa matéria prima, boa mão de grelha, justificando-se uma visita principalmente pela relação qualidade-preço. Sou mais adepto do Zé Maria, confesso, mas o Vela 2 é uma excelente alternativa, principalmente se o intuito for estar com um grupo grande a comer bom peixe e a ver a bola.

Vela 2
Tavira, Portugal
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 20 de Janeiro 2018

domingo, 10 de dezembro de 2017

Nó de Gosto (Tavira)

Antes de avançarem muito na leitura deste texto quero deixar bem claro que sou sempre imparcial em tudo o que escrevo. Independentemente se paguei pela refeição ou não (pois há refeições para as quais sou convidado), se usufrui de algum tipo de desconto, se é um restaurante de um amigo ou, como neste caso, o restaurante do meu próprio pai.


Achei por bem avisar-vos antes de começarem esta leitura para que possam tirar as vossas próprias conclusões tendo todos os factos na mão. Factos esses que começam há alguns meses atrás, quando o meu pai decidiu deixar a vida empresarial, tirar um curso intensivo de cozinha e abrir um pequeno restaurante de petiscos na fantástica cidade de Tavira. 


Todo o conceito foi desenvolvido pelo meu pai, Vítor, e pela sua sua esposa, Maria João, ficando o primeiro encarregue da cozinha e o segundo da sala. Uma ementa algo extensa, baseada sobretudo em petiscos com um nível de originalidade bastante engraçado, e uma longa carta de conservas, disponíveis para consumo no restaurante ou para levar para casa.


Tendo passado alguns dias em Tavira, tive a oportunidade de provar grande parte da carta, tendo ficado bastante satisfeito com a qualidade da comida que aqui se serve bem como do serviço de sala. Foi ainda a minha primeira experiência do "outro lado do espelho", tendo estado 2 serviços de jantar a servir à mesa, acabando por perceber melhor algumas das dificuldades que se pode enfrentar nesta profissão, tornando-me mais tolerante a algumas coisas que se possam passar futuramente (mas também menos tolerante a outras)!


Um dos pratos mais marcantes deste espaço, tendo entrado agora na nova carta de Outuno-Inverno, foi a Chora, uma sopa feita com caras de bacalhau, servida a bordo dos navios da Frota Portuguesa do Bacalhau, representando muito da cozinha de reaproveitamento que tanto nos caracteriza e, principalmente, um prato que o meu avô fazia e que nunca vi ser servido em nenhum restaurante! 


A maior parte da cozinha do Nó de Gosto assenta em sabores tradicionais portugueses, em conjunções aparentemente simples mas saborosas como o Bacalhau Fumado com Queijo Creme e Endro.


Ainda na senda dos pratos com bacalhau, as Lascas de Bacalhau com Puré de Grão e Espinafres relembram-me o bom que a comida portuguesa realmente é, ainda aqui com um empratamento que foge ao tradicional mas ajuda a ligar em cada garfada as 3 componentes presentes.


Em muitos dos meus almoços ou jantares de família é servido este Chouriço à Camões, um chouriço cozinhado com vinho tinto e sumo de laranja. É servido há tanto tempo que não me recordo de onde, como ou porquê esta receita entrou na nossa vida mas a verdade é que não mais saiu.


Se a Chora foi o meu prato favorito, pela evocação de sabores familiares que nos comovem e fazem recordar, a Batata-Doce com Pá de Borrego e Alecrim Fresco foi sem dúvida o mais surpreendente. Uma pá de borrego cozinhado durante várias horas, sendo depois desfiada, colocada em cima de uma fina fatia de batata-doce e uma fina fatia de tomate Coração-de-Boi e terminada com alecrim fresco. Um prato bastante completo e equilibrado, que provoca o nosso palato com os seus toques doces, salgados e ácidos.


Ainda no campo dos torricados, excelente combinação neste de Cebola Caramelizada, Queijo dos Açores e Tomilho Fresco, onde mais uma vez vários pontos do nosso palato a serem estimulados ao mesmo tempo.


Excelentes também os Ovos Beneditinos, com o pão ligeiramente torrado a servir perfeitamente de base para um excelente presunto, bons espinafres, um ovo escalfado cozinhado na perfeição e um molho com aquele toque de acidez essencial! Ah, e como bónus, está disponível a qualquer refeição do dia!


A influência da maior parte da ementa é portuguesa, mas muitos dos pratos levam alguns twists que os tornam ainda melhores do que estamos habituados, caso da Muxama Extra, um simples prato com uma excelente muxama (lombo de atum seco, o presunto dos mares), um bom queijo de cabra fresco e uma óptima compota picante para elevar a prato a um nível estratosférico. Como muita da cozinha do Nó de Gosto, simples mas com muito sabor.


As Bochechas de Porco SV (cozinhadas em sous-vide durante 6 horas!) é outro dos pratos que mais me impressionou. Excelente textura nas bochechas, a desfazerem-se facilmente ao toque, regadas com um guloso molho e acompanhadas por dois bons purés, um de castanhas e um de maçã, e com um ligeiro picante dado pelo chutney de malagueta. 


A cozinha do Nó de Gosto passa, como já referi várias vezes, pela simplicidade de alguns pratos mas que contenham muito sabor. Ora bem, tal não era possível também sem que houvesse qualidade nos ingredientes e onde podemos testemunhar facilmente isso é nos Cogumelos do Cardo (Pleurotus Eryngii), com uns saborosos e carnudos exemplares simplesmente salteados e terminados com soja.


Outro dos pratos da nova carta do Nó de Gosto, retrata alguma da melhor comida de conforto portuguesa. Uma das coisas que mais gosto de comer com o tempo frio são bons estufados e guisados. Pratos quentes e que nos aquecem a alma, como estas Favas com Choco.


Podem terminar uma ronda de petiscos com o Prego de Atum, simplesmente braseado com sementes de sésamo, temperado com um pouco de soja e servido num bom pão de alfarroba. Impressionante a qualidade do atum, a não colocar qualquer oposição às dentadas que vorazmente lhe desferi. 


Para acompanhar o Prego de Atum, umas Batatas-Doce Fritas bastante competentes.


Isto já vai longo, mas a verdade é que as sobremesas são também um importante capítulo nesta casa. Vão variando ao longo dos dias por isso o ideal é perguntar o que há ou deixarem-se levar pelas sugestões da casa. Tive a oportunidade de provar algumas cujo registo fotográfico lamentavelmente falhou, como o Bolo Semifrio de Chocolate Picante ou uma óptima Mousse de Marmelo. Tentei compensar garantindo o registo de um óptimo Folhado de Tavira, um bolo típico desta zona algarvia.


Outro item que está sempre disponível são as Panquecas com Fruta Fresca, que podem terminar uma refeição de petiscos ou um brunch composto pelos Ovos Beneditinos!


Pode parecer um texto bastante imparcial mas a verdade é que fiquei realmente agradado com a comida que experimentei! Gostei do espaço, do conceito e da ementa diferente de tudo o que se pode encontrar nas redondezas. Não fiquem iludidos, sei que não é perfeito mas vejo bastante potencial e força de vontade de trabalhar alguns aspectos que possam não estar ainda tão oleados. E, agora numa nota muito pessoal e parcial, isso deixa-me cheio de orgulho no que aqui se produz, acreditem! 

Nó de Gosto
Tavira, Portugal
Preço Médio: < 20 €

domingo, 20 de agosto de 2017

Mequinhos (Aldeia do Meco)

Numa peregrinação veranil para zonas balneares, passei pela Aldeia do Meco petiscar qualquer coisa ao almoço. Tenho algumas coisas referenciadas para esta zona mas a escolha acabou por recair no Mequinhos, que apresenta um conceito de partilha de latas. Isso mesmo, latas. Ok, o conceito das latas não é mais do que apresentar petiscos com uma "lavagem" diferente mas não deixa de ser engraçado a forma como são apresentadas. Existe ainda alguma variedade de marisco fresco mas os nossos apetites nesse dia não nos levaram para esses caminhos.
Com uma sala bastante vazia, mas era um almoço de Agosto por isso acredito que estivesse quase tudo na praia, o serviço foi rápido mas a roçar o limite inferior da cordialidade e da simpatia. Se percebo isso quando uma casa está cheia e há muito para fazer, não o entendo tão bem com uma casa quase vazia.
Podemos pedir até 6 latas, com petiscos diferentes, em conjunto com uma escolha de 3 acompanhamentos. Existem já algumas combinações sugeridas, onde se pode trocar 1 lata e 1 acompanhamento, levando um ajuste ao preço conforme a troca. O serviço não ajudou a clarificar se podíamos compor nós as combinações ignorando completamente as sugestões por isso optámos por escolher 3 latas, e fazendo algumas trocas.
Começando pelo mais fraco, os acompanhamentos, optámos por um arroz de coentros simpático, umas boas batatas fritas e uns sofríveis cogumelos de lata! Não percebo a opção dos restaurantes em usar cogumelos de lata, com a facilidade que há em arranjar bons cogumelos frescos e que são incomparavelmente melhores no seu sabor. É um atalho preguiçoso que faz cada vez menos sentido e mostra uma falta de interesse grave.


Vá lá que as latas (3 latas chegam para 2 pessoas) em si são bastante decentes e acabaram por salvar a refeição. O Pastelão Verde (ovos mexidos com farinheira e legumes) apresentou-se saboroso, surpreendendo pela positiva apesar do aspecto desleixado, as Gambas ao Alho estavam muito boas, com o molho apurado e guloso e o Choco Frito estava bem frito mas não deslumbrou pois poderia estar melhor temperado.
O restaurante não é fantástico, o conceito não é novo (ainda que mascarado com latas), os preços são um pouco mais elevados do que acho justo e o serviço deixa algo a desejar no campo da simpatia, mas o Mequinhos não é uma má opção para quem sai da praia e quer petiscar algo naquela zona. Só é pena os cogumelos de lata...

Mequinhos
Aldeia do Meco, Portugal
Mequinhos Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 13 de Agosto 2016

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Curtas #18: El Choco (Mazagón)

Passeando pela zona de Mazagón, no Sul de Espanha, apeteceu-nos petiscar algo ao fim da tarde, antes de procurarmos um poiso mais definitivo para jantar, ou caso engraçássemos com este primeiro local aqui ficaríamos para o resto da refeição. 
Uma marisqueira com preços médio altos, e numa gama que não nos apetecia estar a gastar nesta altura portanto ficámos apenas pelo prato (em formato tapa) forte da casa, o choco frito!



Excelente fritura e excelente textura em todas as peças, onde nenhuma das tiras estava inferior à do lado. O problema deste restaurante é que nós, portugueses, temos óptimos termos de comparação e o El Choco não chegou para fazer frente ao que de melhor se faz em Portugal!

El Choco
Avenida Fuentepiña
Mazagón, Espanha
Foodspotting
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 8 de Junho 2016

terça-feira, 27 de junho de 2017

La Rocina (El Rocio)

Num dos dias, que passei na zona do Parque Doñana, decidimos ir conhecer a pitoresca vila de El Rocio, uma vila com bastantes tradições equestres e que faz lembrar uma cidade do Wild Wild West. Não conhecendo nada na zona acabámos por optar pelo restaurante La Rocina para almoçar. 
Foi uma escolha mais pela ementa variada e apelativa, mas ficámos algo assustados quando entrámos no restaurante, encontrando-o completamente vazio, estado que se manteve durante toda a refeição.
É impressionante como se encontra bom Presunto em toda e qualquer esquina espanhola. A maior parte das vezes até a preços baixos, mas no La Rocina, a rácion (dose inteira) deste fabuloso presunto tem um preço desadequado (16€) face aos restantes preços praticados na ementa.



Bastante bom o Choco Frito, numa meia dose bastante generosa para o preço cobrado, ainda que servida sem acompanhamento. Bem frito, sem qualquer excesso de gordura e com uma boa textura.



No La Rocina não há apenas tapas. Um dos destaques das ementa são as carnes locais, naturais da Serra de Aracena. Não consegui resistir a experimentar o Entrecôte de Ternera (vitela) e este não desapontou. Carne de excelente qualidade, bem cozinhada e bem temperada mas com acompanhamentos que não estavam à altura.



Foi, provavelmente, a refeição mais cara que fiz na semana que passei em Espanha em 2016, mas foi também a única que fugiu um pouco à arte de tapear. Considerando tudo, os preços são bastante adequados, exceptuando o do prato de presunto, para a qualidade apresentada.

La Rocina
Plaza Doñana, 8
El Rocio, Espanha
Foodspotting
Facebook
Site
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 8 de Junho 2016

terça-feira, 16 de maio de 2017

Casa do Mar (Rebelva)

Um clássico no (já muitas vezes por mim referido) "eixo da Rebelva" e, para mim, o primeiro instigador de se ver acumulações de gente nesta zona. O restaurante existe há muitos anos e sempre com uma ementa virada para o mar (como é lógico pelo nome) e um prato do dia disponível à discrição, tudo a preços muito justos! O que causa verdadeiras marés de pessoas desde que o restaurante abre até que fecha, sendo normal ver 10 ou 20 pessoas à porta do restaurante à espera, principalmente na época da sardinha.
Bem, e o que se come aqui? Bons produtos marítimos, pois claro! Maioritariamente grelhados (sempre de forma exemplar) e a um preço mais baixo do que é costume encontrar, como foi o caso destas óptimas Ovas Grelhadas.



Um verdadeiro clássico na Casa do Mar é o seu Choco Frito! Um dos principais motivos para me fazer deslocar a este restaurante é o facto da sua qualidade não estar nada longe do que se pode encontrar perto do Sado. Melhor, é ser servido com um malandro arroz de tomate, sempre perfeito na sua acidez e normalmente também no ponto de sal (apenas da última vez não estava). Muito melhor do que as batatas fritas que se costumam encontrar a acompanhar choco frito!



Um tasco do Mar! É a melhor descrição para este restaurante, com tudo o que de bom pode advir dessa definição. E, muito sinceramente, os melhores sítios para se comer peixe grelhado são este tipo de tascos!

Casa do Mar
Largo da Rebelva
Rebelva, Portugal
Casa do Mar Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Foodspotting
Facebook
Preço Médio: < 20 €
Data da Visita: 30 de Abril 2016

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Varanda do Vale Formoso (Marvila)

Proclamo a época dos caracóis aberta!! Ok, já a proclamei há cerca de 3 semanas mas só agora tinha espaço na "agenda" para lançar este artigo. Depois de uma tarde de passeio no Parque das Nações, o objectivo era jantar nalgum local perto, eventualmente mais virado para o petisco. E isto parece ser um problema nesta zona, onde predominam hamburguerias, restaurantes de sushi e rodízios brasileiros. Procurávamos algo simples, algo português, algo bom e fomos encontrá-lo em Marvila, numa rua estratégica com 3 restaurantes interessantes no espaço de 100 metros.
Entre o Júlio dos Caracóis, a rebentar pelas costuras com gente e ainda com muita gente cá fora à espera, o Germano, com o pouco espaço também cheio, e o Varanda do Vale Formoso, um restaurante de 2 pisos com bastante gente sentada mas que não tinha ninguém à espera e cuja ementa despertou bastante curiosidade. A ementa é realmente apelativa mas é também extensa demais... Tanto que acabamos por perder um pouco o foco no meio de tanto prato! Pensam que estou a brincar?
A "Ementa do Dia" tinha 2 Sopas, 21 Pratos de Peixe, 15 Pratos de Carne.
As "Sugestões de Abril" eram 5 Pratos de Peixe e 5 Pratos de Carne.
As "Especialidades da Varanda" contavam com 4 Pratos de Bacalhau, 7 Pratos de Peixe e Marisco, 7 Pratos de Carne e 8 Bifes.
A ementa termina com "apenas" 40 Petiscos. Mesmo que considere que possa haver algumas repetições, não deixam de ser pratos a mais, acabando por dificultar mais a tarefa do que facilitar. Para não falar que podem sempre ser levantadas questões de espaço de armazenamento para tanta matéria-prima fresca e afins... Mas isso já são questões por onde não quero entrar, principalmente porque não tenho nada a apontar nesse aspecto.
Iniciámos a refeição com uns belíssimos Caracóis, de tempero acertado, bom tamanho e molho guloso. Pena que alguns dos nossos exemplares não estivessem bem limpos.



Chegou também um bom Pão Torrado e umas óptimas Manteigas e Azeitonas, numa espécie de couvert tardio.




Excelentes Amêijoas à Bulhão Pato com um molho muito saboroso! Excelentes bivalves, tanto no tamanho como no sabor, a servirem de concha perfeita para o apurado molho.



O único problema durante todo o jantar, e que foi prontamente resolvido pelo serviço, foi o Bacalhau Lascado em Cama de Grelos com Puré de Batata Doce. Um prato que apelou pela sua descrição, e que visualmente está um nível acima daquilo que esperava do restaurante, mas que desiludiu completamente quando chegou à mesa, pelo uso de canela no puré que abafava todo e qualquer dos restantes sabores. Quando provado individualmente, tanto o bacalhau como os grelos estavam bons, mas o facto do puré ser a camada intermédia e a mais "maleável", no que ao seu volume diz respeito, fez com que o sabor a canela invadisse todo o prato. Felizmente o serviço prontificou-se imediatamente a substituir o prato, dado o desagrado demonstrado. Aproveito para referir que todo o serviço aqui foi bastante competente e prestável.



Ainda na vertente petisco, um bom Choco Frito, não o mais macio que já experimentei mas ainda assim sem oferecer grande resistência aos dentes e dono de uma boa fritura.



Algo que me chamou à atenção no menu foi o Bitoque que, à semelhança do Bacalhau à Brás, aparece destacado numa secção como Vencedor do Melhor Bitoque de Lisboa em 2015, num concurso organizado pela Coca-Cola, votado pelo chef Alexandre Silva, do LOCO. Se o próprio Alexandre Silva dedica todo um momento à arte de molhar o pão no molho de bife (aqui), quem melhor do que ele para votar no melhor bitoque de Lisboa? Isto foi suficiente para me fazer pedir o bitoque! Excelente carne, ainda que pedida mal passada e apresentada média, bom ovo estrelado e um molho que pedia para ser limpo com pão! Os acompanhamentos é que não estavam ao mesmo nível com umas batatas fritas que poderiam sê-lo mais, um arroz branco sem grande encanto e um pouco de cenoura ralada...
Também o Bacalhau à Brás foi premiado como o melhor de Lisboa em 2016, no mesmo concurso, com o voto do chef Tiago Bonito (ex-Lisboeta e actualmente no estrelado Largo do Paço).



Foi a entrar nas sobremesas que a gula se sobrepôs ao bom senso, com 4 pessoas a pedirem 4 sobremesas. Bem, não foi só gula, foi também desconhecimento pois não tínhamos noção que todas as sobremesas fossem servidas em dose XL. É bastante possível que o nome das sobremesas esteja errado, pois não vi a ementa propriamente dita, apenas nos foi passada a informação por via oral.
Excelente o Queijo de Amêndoa Algarvio, com um recheio húmido e bem coberto por uma massapão excelente e sem estar excessivamente doce, o que é bastante comum acontecer.



Encharcada excelente, bastante húmida e óptima caramelização superior! Uma das características que mais apreciei, de forma transversal a todas as sobremesas, foi o excelente balanço dos ingredientes. Nenhuma das sobremesas era excessivamente doce!



Outro prato que surpreendeu e superou expectativas foi a Delícia de Chocolate, um guloso e pecaminoso bolo de chocolate negro que acompanha com um gelado de morango e está assente numa poça de doce de frutos vermelhos. Excelentes todos os componentes, principalmente aquele bolo!



Fantástico também uma Tarte de Fios de Ovos, com um exterior competentemente estaladiço e uns óptimos fios de ovos a fazerem de recheio.



Dada a vasta ementa, não cheguei a perceber bem em que segmento se encaixaria este restaurante. É uma Cervejaria? É uma Marisqueira? É uma Petisqueira? Comida Tradicional Portuguesa? Grelhados?
Tirando o bacalhau, tudo o resto estava a um nível muito bom, e o serviço deu rapidamente conta desse pequeno percalço, tornando este restaurante mais uma excelente referência numa zona que tem vindo a crescer e a tornar-se bastante interessante!

Varanda Vale Formoso
Marvila, Portugal
Varanda Vale Formoso Menu, Reviews, Photos, Location and Info - Zomato
Preço Médio: < 30 €
Data da Visita: 8 de Abril 2017