domingo, 2 de outubro de 2016

Tranche de Bacalhau Fresco Confitada com Pesto de Coentros em Cama de Migas de Tomate e Chouriço

Quem costuma seguir este irregular espaço de publicações, sabe que não me dedico à arte de fazer receitas. A paciência em criar algo e fazer uma "ficha técnica" para depois publicar, não é uma tarefa que me atraia. Admiro as pessoas que o fazem regularmente e que conjugam a receita com fotos apelativas (e não admiro, de todo, as pessoas que se limitam a copiar e traduzir receitas e imagens de outros blogs), mas não é algo que me veja a fazer regularmente. Se, para mim, escrever tem sido difícil quanto mais conseguir fazê-lo regularmente com receitas que me possa sentir orgulhoso de colocar num local público. 
Isto tudo para dizer que apenas o estou a fazer porque aceitei o desafio da Iglo Portugal para experimentar a sua nova Tranche de Bacalhau Fresco e criar uma receita com base na mesma. 


A primeira receita que me lembrei foi o fantástico Bacalhau Assado com Migas do Restaurante O Cruzamento, e pensei em fazer uma interpretação um pouco mais elaborada do mesmo, daí a Tranche de Bacalhau Fresco Confitada com Pesto de Coentros em Cama de Migas de Tomate e Chouriço. Sim, o nome é extenso e parece que estou a ler a ementa de um restaurante pretensioso mas o objectivo também era um pouco esse. Fazer uma receita simples, de origem portuguesa mas com um nome que parece mais complicado do que realmente é!
Mas vamos ao que interessa, a receita. Como podem perceber esta receita consiste em três componentes que podem ser preparados de forma independente, conjugando-se depois, na perfeição, no prato.
Vamos começar por preparar de antemão o Pesto de Coentros, torrando cerca de 70 gramas de pinhão numa frigideira em lume brando, mexendo-os de vez em quando até ficarem bronzeados. Façam um favor a vocês próprios e torrem umas gramas a mais para irem petiscando enquanto cozinham. O fantástico aroma que os pinhões torrados libertam levaram-me a fazer isso mesmo. Mas atenção, não os comam todos e guardem cerca de 70 gramas para o pesto.
A seguir, pegamos num molho de Coentros (com caule e tudo), num dente de Alho pequeno picado, uma chávena de café de Parmesão ralado, Azeite Virgem Extra e Sal a gosto, colocamos tudo num processador e trituramos até obter uma pasta líquida verde. Provem, e ajustem os ingredientes até estar do vosso gosto, tanto a nível de consistência como de sabor. 
Podemos assim reservar o pesto para começarmos a tratar da tranche. Num tabuleiro que possa ir ao forno, colocamos a Tranche de Bacalhau Fresco da Iglo no centro juntamente com 6 dentes de alho esmagados. Cobrimos tudo com um bom Azeite Virgem Extra e levamos ao forno pré-aquecido a 90º durante 30 minutos. Convém ir verificando o forno para garantirmos que o azeite não ferve, pois confitar é cozinhar em gordura, a uma temperatua baixa o suficiente para que a gordura não ferva. Preferi usar o forno pois consigo ter um controlo constante sobre a temperatura, ao contrário do que acontece num fogão, onde só o conseguiria fazer com um termómetro.
Enquanto o bacalhau cozinha, devemos começar a tratar das Migas. Demolhamos rapidamente 300 gramas de Pão Alentejano retirando todo o excesso de água que possa ficar e reservamos. Numa panela, começamos a refogar 1 Cebola picada, 2 dentes de Alho picados, um quarto de Chouriço aos cubos, 1 folha de Louro e 1 colher de chá de Pimentão Doce. Quando a cebola estiver dourada, juntamos 400 gramas de Tomate aos pedaços e 2 colheres de sopa de Polpa de Tomate. Gosto da acidez do tomate, por isso deixei as sementes e a pele mas podem retirar, conforme preferência. Vamos deixar o tomate apurar e reduzir um pouco antes de juntarmos o pão. Continuamos a mexer até obtermos umas migas com a consistência pretendida. No meu caso, gosto que tenha uma consistência um pouco mais secas, caso contrário acaba sempre por me parecer mais açorda do que migas.
Correndo tudo nos timings correctos, o bacalhau deverá estar a acabar de cozinhar e podemos começar o nosso empratamento fazendo uma cama de migas no centro do prato, colocando uma porção individual da tranche em cima, finalizada com um pouco de flor de sal, e completando com o nosso pesto de coentros.



Numa nota final, já apenas a título pessoal, pois o desafio englobava apenas a criação da receita, confitar a tranche de bacalhau fresco ajudou a que o seu sabor simples e delicado sobressaísse de forma fantástica. A qualidade do produto ajuda e é importante conseguirmos encontrar técnicas que não escondam esta qualidade.

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