terça-feira, 2 de junho de 2015

Supremo Sushi (Estoril)

Não tenho nada contra restaurantes de hotel. Acho que podem ser uma opção tão válida para uma refeição como qualquer outro estabelecimento. Desde que adaptem a sua sala ao conceito que tentam transmitir, algo que não acontece no Supremo Sushi. Para além do intenso cheiro a incenso, a sala parece ser mais adequada para um bar de hotel do que para um restaurante. Cadeiras fundas e que poderiam ser confortáveis para se estar descontraidamente à conversa, mas nunca para uma refeição onde a proximidade corporal à mesa é maior. Conseguimos trocar as primeiras cadeiras onde nos sentámos para umas um pouco melhores mas ainda assim nada de muito confortável. O espaço está de tal forma pouco preparado para a restauração que existem umas almofadas no parapeito da janela para que grupos maiores se possam acomodar à volta de uma mesa. Ao início pensei que as almofadas lá estivessem para as colocar nas cadeiras mas assisti mesmo à acomodação de um grupo utilizando estes "lugares".



Apesar de ter ido com um convite Zomato, que incluía um Menu de Degustação para 2 e 2 Cocktails, tive a oportunidade de estudar o menu e pareceu-me bastante estranho. Algumas entradas, alguns pratos já típicos como os tártaros (aqui chamados Kimuchi devido ao molho picante japonês usado), carpaccios, hot rolls que não especificam em nada os ingredientes usados, gyosas e tempuras (itens inseridos na secção de Carpaccios vá se lá saber porquê) mas a parte estranha é realmente a secção dedicada ao Sushi. Não existem rolos individuais e não existe nada a não ser o Combinado Sushi-Sashimi (mais tradicional) e Combinado do "chef". Sim, coloquei entre aspas a palavra chef mas continuem a ler que já lá chego...
Como o convite definia um Menu de Degustação, deixámo-nos entregues à casa e começámos a refeição com umas tiras de Cenoura com Maionese de Alho. Nade de muito novo e uma aposta segura para começar a refeição, com a cenoura bem fresca e a sua doçura a contrastar bem com o sabor a alho da maionese.



Enquanto nos entretínhamos com a cenoura chegou à mesa um hot roll (do qual não fiquei com registo fotográfico) de salmão com uma tempura simpática mas nada de extremamente bem executada. Faltava-lhe mais textura e vinha encimada com soja e um molho adocicado que não consegui identificar.
Num nível bastante mediano estava o Carpaccio de Salmão onde é usado um molho de ervas intenso mas sem qualquer tipo de acidez, acabando por tornar um potencial bom prato num prato com os seus sabores menos vincados e menos estabelecidos. A frescura do peixe estava dentro dos parâmetros que se verificam na maior parte dos restaurantes de sushi médios.



Mas se o salmão parecia apresentar uma frescura satisfatória, o mesmo não consigo dizer do (pouco) atum experimentado. No combinado que nos apresentaram como fazendo parte deste menu de degustação, existiam umas escuras fatias e de ar pouco fresco fatias de sashimi de atum. Tanto no aspecto de qualidade como na variedade de peixe pareceu-me fraco, com apenas atum (e muito pouco) e salmão presentes nos pratos que provámos. Era sábado, o restaurante estava vazio e temos uma costa rica, de certeza que conseguiriam arranjar mais alguma variedade não?
Também de mau gosto pareceu-me ser apresentarem as extremidades dos rolos. Fica mal como apresentação no prato, principalmente porque sabemos que o rolo teria mais peças (normalmente os rolos fazem-se em 8 peças mas também é possível ser feito com 4) ou que poderiam ter aparado as extremidades antes de cortar em peças de tamanho igual. De resto, um bom arroz, tanto na cozedura como no sabor, a ser o ponto alto de toda a refeição. O corte do sashimi bastante irregular, com algumas fatias algo triangulares e o sushi sem combinações muito surpreendentes ainda que não fossem mal executadas. Se tivesse que destacar algumas peças como acima da média, diria os nigiris, o hot roll e o gunkan com salmão à volta, pois o de pepino com pasta de salmão era fraquinho.



Mas eu sou um rapaz de muito alimento e por isso ainda tinha fome quando terminámos o menu de degustação oferecido. Pedimos a carta, pois tudo o que ultrapassasse o menu incluído no convite seria pago à parte, e o empregado vendeu-nos a diferença entre os dois combinados como um sendo de sushi mais tradicional e o outro sendo de autor com peças mais elaboradas, combinações inovadoras (chegou até a utilizar as palavras "foie gras"), peças braseadas (repetiu este termo na descrição do combinado 2 vezes) e mais um pouco de lero lero.
Decidi arriscar no Combinado do Chef de 22 peças, não tendo demorado muito tempo a chegar à mesa. Mas, quando olho para o que me foi colocado à frente, e com uma gentileza de peças extras oferecidas pela casa, aquilo com que me deparo é uma réplica quase idêntica do que já tinha comido. Esse pormenor foi chamado à atenção do empregado que nos atendia, vindo com uma resposta (dada pelo chef) de que os combinados do chef são padronizados e é normal ser praticamente igual visto que no menu de degustação também tínhamos experimentado este mesmo combinado. Ora, se o menu não tem qualquer variedade de sushi disponível, apenas é possível pedir combinados, então qual o interesse de visitar um restaurante que apresentará sempre o mesmo tipo de peças, sem qualquer variedade de peixe demonstrada e sem muito mais de relevante do que bom arroz? Onde está a mão inovadora do chef nos seus combinados? Seria de esperar que num menu tão pequeno, e onde só podemos comer sushi se for em combinados, houvesse uma maior inovação nos combinados de forma a cativar os clientes, não?





Não saí do Supremo Sushi minimamente surpreendido ou fascinado. Nada me pareceu acima da média ou merecedor dos preços praticados. Fosse serviço, decoração, ementa ou qualidade da comida, nada se destacou realmente pela positiva. Não é mau, mas há muito melhor pelo mesmo tipo de preços praticados.

Supremo Sushi
Hotel Alvorada - Rua Lisboa, 3
Estoril, Portugal
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Preço Médio: < 40 €

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