quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Uma questão de qualidade (ou falta dela)!

Há coisas que não fazem muito sentido. Se um restaurante chega a um patamar de qualidade, não deveria trabalhar para se manter com essa qualidade? Qualquer decréscimo da mesma poderá influenciar novos ou habituais clientes. Eu sei que a pressão e o trabalho para manter um padrão de qualidade é muito, mas tal é necessário para que se consiga manter uma quantidade de clientes suficientes para podermos prosperar no mundo da restauração.



Se há coisa que me irrita é repetir um restaurante (algo relativamente raro em mim) e esse restaurante presentear-me com uma refeição muito abaixo daquilo que já la experimentei. Que seja um pouco abaixo eu até aceito, mas quando há uma notória queda na sua qualidade isso deixa-me irritado. Irritado e sem vontade nenhuma de regressar, porque sei que já foi bem melhor. Pior ainda quando vou lá com alguém porque lhe disse "Temos que ir ali, que vamos comer muita bem!" (sim, usei a palavra muita qual Jorge Jesus de devaneios gastronómicos!).


Ok, agora que este desabafo já me aliviou alguma pressão do peito, passo a explicar. No espaço de menos de 1 mês consegui ser vítima destes "descuidos", em 2 espaços distintos. Decidi voltar ao Gaijin Sushi Bar (sobre o qual já falei aqui) e experimentar a renovada carta do All You Can Eat. Uma ementa mais extensa, com peças novas, nomeadamente mais variedade nos gunkans, temakis e alguns spring rolls (com folha de arroz no lugar de alga), mas com algumas limitações de pedidos no sashimi e nos gunkans. Por exemplo, se desejarmos nigiris existe uma taxa extra de 3€ e continua a haver a taxa de 1€ para cada peça que não seja consumida.



Ok, políticas da casa à parte, o que me chateou foi a qualidade da comida ter sido pouco acima da média (deixando de ter uma relação qualidade/preço que considerava justa) e o terrível e baralhado serviço. Pratos com peças não pedidas e a chegar em duplicado foi o prenúncio de uma refeição que de nada teria de especial. Juntando a isso um arroz que não estava ao nível das anteriores visitas e a baixa qualidade demonstrada nalgumas peças (por exemplo, os rolos com pele de salmão tinham a pele dura e seca), ignorando ainda o facto de se poder considerar o menu algo limitado ao nível da criatividade (o que a mim não me chateia muito, desde que as coisas sejam bem executadas), então o Gaijin deixa de ser um restaurante que eu recomende facilmente.


O mesmo se passou com o tão famoso Ramires e o seu Franguinho da Guia. Se no ano passado, algo estranho se passou (podem ler mais sobre isso aqui), este ano foi uma desilusão tremenda. O frango não estava nada de especial, a salada não estava bem temperada e as batatas eram deploráveis. Neste momento, existem melhores (e mais baratas) opções para comer frango por todo o Algarve e até Lisboa!


Parece que se encostam à fama e se desleixam. Sei que a fama ganha dará para compensar a perda de alguns clientes a curto prazo, mas caso os restaurantes continuem assim não acham que poderão vir a sofrer? Não digo que precisem de se reinventar mas precisam, sem dúvida, de arranjar alguma forma de obter um feedback especializado e saber o que trabalhar para, pelo menos, manter a qualidade. Já não falo na questão de melhorarem, mas manter! 
Honestamente, não sei quando voltarei a qualquer um destes restaurantes, pois a vontade de gastar dinheiro num sítio que deixou de me satisfazer não é muita, principalmente quando há ainda tanto por experimentar.

2 comentários :

  1. Percebo onde queres chegar, mas não repetir um restaurante (seja ele qual for) e criticar a quebra de qualidade apenas numa segunda visita... é, no meu entender limitativo.
    Talvez as nossas expectativas já lá vão em cima na segunda visita ? .. não ajuda!
    mas deverias dar mais hipóteses para obteres uma observação mais correcta.
    Não invalida, que existam restaurantes que nem uma segunda hipótese mereçam...

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    1. Olá Nuno,
      Na verdade foi a minha terceira visita ao Gaijin e ao Ramires já fui várias vezes (é um local bastante regular em peregrinações para aquela zona). Se na 2ª visita tinha achado que o serviço foi abaixo da 1ª visita mas a comida tinha qualidade, nesta 3ª visita achei que nem o serviço nem a comida estavam no patamar que já lá havia experimentado.
      Claro que não descarto completamente o Gaijin (principalmente devido à proximidade a casa) mas não penso lá voltar tão depressa. Quanto ao Ramires, há sítios com igual fama naquela zona e será nesses sítios que pensarei quando por lá estiver.
      Percebo o que dizes quanto a ter opiniões divergentes em poucas visitas mas um restaurante deve sempre fazer por manter os seus padrões de qualidade. Admito que haja dias maus, mas um dia mau pode afastar permanentemente vários clientes e essa é a dura realidade na vasta oferta gastronómica que temos nos tempos de hoje.

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