domingo, 19 de abril de 2015

Uma Viagem Pelo Sushi 2 ou onde ir quando queremos que alguém prove sushi pela 1ª vez!

Já vos falei (aqui) sobre a evolução que pode acontecer quando começamos a comer sushi. Como começamos por pensar primeiro na carteira, e só mais tarde optamos por preferir qualidade. É um percurso que pode ser diferente para cada um mas onde existem vários factores comuns.
E agora? Deixámos de pensar "Não percebo o fascínio por sushi" e passámos a dizer "Não percebo as pessoas que não gostam de sushi". Repreendemos em alto e bom som as pessoas que nos dizem que experimentaram sushi num buffet de 10€, não gostaram e por isso não voltaram a comer sushi. Mas, e quando temos uma pessoa que nos diz que quer ir experimentar sushi? O que fazer agora? Onde levar essa pessoa a jantar para garantirmos que fique realmente impressionada?
Numa primeira instância será bom percebermos quão aventureira a pessoa é. Muitas pessoas que afirmam não gostar de sushi são pessoas que não gostam de sair da sua zona de conforto, no que diz respeito à comida. Têm meia dúzia de restaurantes que frequentam e a maior parte são de cozinha portuguesa. Pouco exploram o mundo gastronómico que cada vez mais nos envolve e que me maravilha. 
Não recomendo que a primeira abordagem seja feita exclusivamente de sushi tradicional. O sushi tradicional consiste maioritariamente de sashimi, nigiris e hosomakis. Ou seja, baseia-se na qualidade exemplar de um bom arroz e na frescura dos restantes produtos. Parece normal, banal e simples mas não é. Apenas demoramos mais a perceber que quando bem feito é ridiculamente bom.

Temaki Shake
É mais fácil para as pessoas gostarem de sushi quando este se aproxima mais dos sabores ocidentais, aquilo que é denominado como sushi de fusão. Se ao início pensamos que para termos sushi de fusão basta juntar morango, manga e queijo Philadelphia, à medida que vamos descobrindo novos restaurantes vamos nos apercebendo de que realmente existe sushi de fusão com muita qualidade. É a um destes sítios que devemos levar um curioso por sushi.
O acompanhamento que fazemos durante a refeição também é muito importante. Não podemos esperar que as pessoas olhem para a carta de um restaurante de sushi e saibam o que são os itens que lá se encontram ou que saibam escolher o que mais as irá agradar. Temos que fazer um papel de aconselhamento com base naquilo que conhecemos das pessoas e que achamos que irão gostar mais. Peças quentes e com pele de salmão normalmente são consensualmente admiradas logo desde o primeiro dia.
Mas vamos querer que a pessoa que está a experimentar sushi pela primeira vez perceba também o quão fantástico pode ser uma simples fatia de sashimi. É preciso encontrar um equilíbrio no que pedimos para que a pessoa tenha o melhor dos dois mundos, ou seja, peças de fusão fantásticas e peças mais simples onde poderá apreciar a importância de ter produtos de qualidade.


A minha querida mãe via as fotografias que punha de sushi e maravilhava-se com o aspecto colorido e artístico que um prato de sushi bem feito pode ter. Ganhou curiosidade e interesse por sushi, algo que anteriormente não tinha devido a uma má experiência há muitos anos. Até ao dia em que quis passar a barreira da curiosidade e disse-me para marcar mesa. O restaurante escolhido foi o Tamagoshi Food Fusion, na Parede (do qual já falei aqui). E porquê este restaurante e não outro qualquer?
Não só a minha mãe achou fascinante a descrição que lhe fiz das peças que comi no Tamagoshi como se enquadra em todos os aspectos que já referi serem importantes. Aliás, a definição que tinha de sushi de fusão alterou-se quando conheci as peças do sushiman Péricles Lacerda, o cérebro e mãos desta pérola escondida na Linha do Estoril. Tem uma ementa muito apelativa, onde apetece pedir tudo, mas o melhor é pedirmos uma ou duas entradas seguido de um dos Combinados do Chef, terminando a refeição com a sobremesa que a casa recomendar.


Nesta visita que fiz, começámos a refeição com o Couvert, que incluía umas óptimas folhas de endívia com pasta de salmão. Para que a experiência fosse gradual, e como a minha mãe aprecia bastante camarão, pedimos para entrada uma Tempura de Ebi. Fantasticamente executada e a servir bem o propósito de mostrar que nem tudo é peixe cru.


Para tentar fazer a transição entre dois mundos opostos, pedi o Hot Shake Maki Especial que junta já algo cozinhado com algo cru. Primeira reacção bastante positiva!


Como a espera até ao combinado estava a ser algo demorado, pois tudo é feito no momento, foi-nos oferecido uma dose experimental do Carpaccio Especial Tamagoshi. Aqui, receei um pouco pois era o primeiro contacto que ela ia ter com algo aproximado ao sashimi, sem grandes transformações da proteína. Mas a forma como o carpaccio está de tal forma bem temperada que toda e qualquer dúvida que eu pudesse ter passou rapidamente.


O combinado Omakassê Itamae San chegou para dissipar os restos de resistência que pudesse haver. Um autêntico banquete de sabores, com peças de verdadeira fusão. E foi com este combinado que surgiram as primeiras sensações audíveis de satisfação da parte da minha mãe. Se nos pratos anteriores dizia que "Sim, está bom", "Gosto", agora tinha começado a manifestar-se ainda com a peça na boca.


Depois de terminadas as peças, rematámos a refeição com a sobremesa surpresa desse dia, um Cheesecake de Três Chocolates.


Saímos do restaurante cheios, satisfeitos e com mais uma pessoa convertida a esta vertente da gastronomia japonesa. Mais uma vitória e com o Tamagoshi a cilindrar todo e qualquer céptico de sushi. Se tiverem aquele amigo/a ou familiar que diz não gostar de sushi, façam uma aposta com ele: Vão jantar ao Tamagoshi com essa pessoa. Se ela não se converter pagam vocês a refeição, se se converter paga ela. Diria que as probabilidade de sucesso são altas o suficientes.

Zomato
Foodspotting
Tamagoshi Food Fusion
Rua Dr. Francisco Sá Carneiro, 61
Parede, Portugal
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Preço Médio: < 40 €

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