quarta-feira, 8 de julho de 2015

O Tavares (Linhó)

Já vos aconteceu recomendarem um restaurante, recentemente descoberto, para um almoço de família e depois não ser tão bom como foi da primeira vez que lá foram? Claro que existem N factores para que isto possa acontecer, mas a vontade de nos enrolarmos a um canto, embalando-nos e murmurando "Mas eu gostei mesmo deste restaurante há 4 dias atrás", é grande.
Vá, não vou exagerar, o restaurante não mudou da noite para o dia. A ementa continuou a ser apelativa, com pratos de carne e de peixe apetecíveis, a preços bastante justos e em boas doses, o serviço prestável, mesmo com bastante confusão, e a comida que pedi continuou num patamar de qualidade bastante aceitável. O que mudou? Os tempos de espera, e logo num dia em que eu estava com alguma pressa, e a falta de qualidade do atum.
Será uma questão de sorte na escolha dos pratos? Tanto na primeira como na segunda visita, os Lagartos de Porco Preto eram muito bons. O que o nível adequado de sal e uma mão competente na grelha fazem a tão "grosseiro" corte do animal. 



Também a gigante Espetada à Tavares com Louro se apresentava bem confeccionada, com os nacos de carne mal passados. O corte de carne era adequado à espetada mas precisava de um molho que complementasse a carne. Algo que a enriquecesse a nível de sabor. (Sim João, eu disse-te que ia mesmo pôr aqui a foto da espetada em que tu apareces... Isto de tirar fotos a comida tem os seus riscos de "emplastrismo")



Provou-se ainda um saboroso e exemplar rascasso. A fealdade do peixe é inversamente proporcional ao seu sabor. 
Também saboroso estava o Cozido à Portuguesa, prato do dia na segunda visita. Primeiro deixem-me salientar a imensidade da dose apresentada. Fiquei com a impressão que uma dose chegava perfeitamente para 3 pessoas. Depois, a diversidade e qualidade das carnes e enchidos representados. E o arroz, um dos indicadores de qualidade de qualquer cozido que se preze? Um pouco seco, mas bom de sabor e claramente cozinhado com a água do cozido. 



Mas porquê o drama quanto ao receio de fazer recomendações para ocasiões familiares? Primeiro porque a maior parte das minhas experiências em restaurantes são partilhadas com poucas pessoas. Quando multiplicamos este número por 5 é normal que os tempos de espera aumentem exponencialmente e o serviço se torne mais complicado. É difícil gerir uma mesa de 20 lugares num restaurante. 
Mas pior é quando as pessoas que lá levamos experimentam um prato que não está nem perto da qualidade que eu julgava que o restaurante seria capaz. Neste caso, vários Bifes de Atum onde nenhum se apresenta mal passado, como o serviço o tinha descrito. Todos vêm para a mesa bem passados e com um atum sem grande qualidade. Prontificaram-se a mudar por outro bife que tinham feito a mais e tinha sobrado mas também este sofria de sobreexposição ao calor.
Não deixo de considerar O Tavares como um bom restaurante, principalmente para grupos. As doses generosas e os preços moderados ajudam a equilibrar algumas inconsistências na qualidade da comida e possíveis atrasos na cozinha, que são expectáveis em grupos grandes.

O Tavares
Rua da Ribeira, 32
Linhó, Portugal
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Preço Médio: < 20 €

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