sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Mercado do Bolhão


No outro dia cometi um erro ao dizer, neste post, que nunca tinha tido uma má experiência num restaurante... a verdade é que enquanto escrevia esse post não me lembrei da minha experiência num dos tascos existentes dentro do Mercado do Bolhão, no Porto. Também houve uma experiência menos boa em Guimarães (não me recordo do nome do restaurante), mas sobre essa talvez fale no futuro.
Esta é uma das maiores provas do quanto pode não compensar, "arriscar" ao ir comer fora, quando já há um plano pré-definido. Também foi das poucas vezes que amaldiçoei o nome de Anthony Bourdain e toda as suas visitas a mercados, onde depois se senta numa banca e come das melhores refeições com produtos frescos, de qualidade e bem confeccionados, ou seja, o contrário de tudo aquilo que experimentei no Bolhão.
Não vou dizer que será assim em todos os tascos lá dentro, mas também vos garanto que tão cedo não volto sequer a entrar no Bolhão. Originalmente tinha um almoço planeado para os cachorros da Cervejaria Gazela, na zona da Batalha, mas o passeio a pé pelas ruas do Porto, fez com que nos deparássemos, na hora de almoço, à porto do Bolhão. E o nosso pensamento foi o reflexo de demasiados programas em realidades diferentes da nossa.
Sentámo-nos e, à primeira vista, até achámos piada ao mini-espaço interior com sala e cozinha juntos (a esplanada estava cheia), e com o ar das duas senhoras que estavam a cozinhar, dando todo um ar caseiro ao espaço. Mas, depois dos pedidos (um prato de sardinhas e um prato de filetes), a minha sempre fantástica e sempre atenta companhia começa a reparar em bichos, junto a algumas prateleiras da cozinha e a trepar pelas paredes. Aí, devíamos ter-nos levantado, pagar (ou não) as bebidas e fugir a sete pés! Ainda hoje não percebemos porque não o fizemos!
Mas calma, porque isto piora. Ainda antes do pedido chegar, um destes "amigos rastejantes" (vá, eu digo, era uma barata!) cai nas costas da minha companhia, usando eu uma faca para o retirar (a descrição que ela faz da minha cara a agarrar a faca e a apontar-lhe a faca às costas é qualquer coisa priceless). Quanto às pessoas que estavam ao nosso lado, ninguém prestou muita atenção à barata de tamanho médio que agora rastejava pelo chão do restaurante e ninguém pareceu incomodado. Mais um sinal de que devíamos ter saído, mas, ainda assim, parece que ficámos pregados às cadeiras com a incredulidade da situação. Os pratos lá vieram e tentámos despachar (com o maior cuidado para ter a certeza que não engolíamos algo indesejado) as sardinhas sensaboronas e os fracos filetes, mal tocando nos respectivos acompanhamentos. Finalmente, pagámos e fugimos do sítio sem nunca perceber como é que alguém aceita comer naquele sítio e como é que nós nos tornámos uma dessas pessoas!
O ditado deveria ser "Quem arrisca, petisca... pequenos bichos rastejantes pelas costas abaixo"! Conselho de amigo... Não almocem no Bolhão!!

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